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ESCLARECIMENTOS SOBRE OS RECURSOS ESPECIAL e EXTRAORDINÁRIO

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PRÁTICA SIMULADA V – Professora Rachel Brambilla
RECURSO ESPECIAL e EXTRADORDINÁRIO
O presente artigo trata de procedimentos dos recursos especial e extraordinário, modificados pelos artigos 1.029 a 1.041, no novo Código de Processo Civil. Esses recursos servem para garantir uma segurança no sistema jurisdicional e não simplesmente para resolver um caso concreto. Tanto o recurso especial quanto o recurso extraordinário, não cabe o reexame de fatos ou reexame de provas. Nesses casos, a questão a ser envolvida tem que ser necessariamente uma questão de direito. 
O novo Código de Processo Civilalterou o procedimento e até mesmo algumas questões relativas ao recurso especial e ao recurso extraordinário no que diz respeito ao prequestionamento, isso porque atualmente o prequestionamento por mais que esteja no âmbito constitucional, deriva da noção de causas decididas no artigo 102 inciso III, assim como o artigo 105 inciso III da Constituição da República. Estabelece, ainda, a necessidade de que para apreciar um recurso especial ou um recurso extraordinário, há necessidade de existir uma causa decidida em única ou última instância de tal forma que somente será possível esse recurso após a decisão da instância de origem, daí tem-se o pré-questionamento, ou seja, a matéria tem que ter sido suscitada e julgada pelo tribunal de origem para que haja a possibilidade dos recursos.
O recurso
O Recurso, inserido no Título II do Novo CPC, é um meio de recorrer a uma decisão desfavorável, porém, “não impede a eficácia da decisão, salvo disposição legal em sentido diverso” (art. 995, CPC). O recurso é o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo a reforma, a invalidação e esclarecimento ou a integração de decisão que se impugna e tem como fundamento a revisão de decisão desfavorável e também evitar injustiças na decisão proferida por um juiz. Segundo a doutrina majoritária, a natureza jurídica do recurso, nada mais é que o desdobramento do direito inicialmente exercido que se fez fazer o processo.
Com base no código de processo civil, os recursos podem-se diferenciar em duas categorias: Os recursos ordinários e os recursos extraordinários lato sensu. Este tem por objetivo impedir que as decisões contrariem a constituição Federal ou as leis Federais, preservando e mantendo a uniformidade de suas interpretações. Já aquele, permite o reexame, pelo tribunal, da decisão desfavorável que foi proferida, ou seja, serve para discutir a correção ou a justiça da decisão.
Os recursos extraordinários lato sensu são: o recurso extraordinário, o recurso especial e os embargos de divergências, que serão sempre julgados pelo Supremo Tribunal Federal. O Julgamento de um recurso extraordinário ou de um recurso especial constitui uma oportunidade para que o STF ou o STJ apliquem adequada interpretação ao direito, reduzido o grau de indeterminação.
Recurso Extraordinário e Recurso Especial
Os recursos têm por finalidade a defesa do direito objetivo Constitucional e Infraconstitucional, ou seja, o recurso especial na defesa imediata de Lei federal, mediatamente em defesa do direito objetivo e o recurso extraordinário na defesa imediata da Constituição Federal, mediatamente em defesa do direito objetivo.
Cabimento dos Recursos
O legislador constituinte, objetivando a criar instrumentos para a tutela do ordenamento jurídico constitucional e infraconstitucional, fez inserir na competência de específicos órgãos jurisdicionais a tarefa de apreciar o recurso extraordinário e o recurso especial. Por um lado, atribuiu ao Supremo Tribunal Federal a competência para o julgamento do recurso extraordinário, ficando responsável em oferecer a interpretação mais adequada e justa do texto constitucional, conforme o art. 102, III, a a c, da Constituição Federal de 1988. Por outro lado, atribuiu ao Superior Tribunal Federal a competência de cunho infraconstitucional, permitindo-se componha a estrutura do poder judiciário pátrio para fornecer interpretação correta das regras do direito federal, conforme o art. 105, III, a a c, da Constituição Federal de 1988.
Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos
Um ponto relevante no novo código de processo civil trata-se do fim do duplo juízo de admissibilidade, que acaba com a necessidade de análise no juízo de origem dos recursos especiais e extraordinários, justificado pelo fato histórico de as partes sempre interporem agravos e os recursos seguiam para a instância superior de uma forma ou outra.
Interposição dos Recursos
Inseridos no novo código de processo civil, a partir do artigo 1.029 até o artigo 1.041, “o recurso extraordinário e o recurso especial, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: I - a exposição do fato e do direito; II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.” Isso transcreve que, tanto em questão de recurso extraordinário quanto em recurso especial, a parte tem o ônus de caracterizar os fatos do caso, não podendo discutir a existência ou a inexistência dos fatos em recurso extraordinário e em recurso especial (Súmula 279 do STF, e Súmula 7 do STJ).
O recurso extraordinário e o recurso especial devem ser redigidos mostrando argumentativamente que a interpretação dada pela decisão recorrida não é a mais adequada, porque viola a Constituição ou a legislação federal. (MARONI. 2015. P. 547). O recorrente tem o ônus de apontar na decisão recorrida a questão constitucional ou federal que entende equivocada, além disso, pode demonstrar nas suas próprias razões por que motivos o STF ou o STJ devem conhecer dos recursos.
Efeito suspensivo dos Recursos
Conforme disposto no art. 1.029, § 5º do novo código de processo civil, há a previsão expressa do requerimento de concessão de efeito suspensivo ao recurso extraordinário ou ao recurso especial.
Efeitos
Com o novo diploma legal, em relação aos efeitos, o recurso extraordinário, em regra, continua a ser recebido, somente no efeito devolutivo, de forma a impedir a execução provisória do acórdão recorrido.
Conclusão
Diante de todas as informações acima expostas, tem-se a impressão de que todas as mudanças feitas com o novo texto, o recurso extraordinário e o recurso especial foram insuficientes e tímidas na tentativa do fortalecimento dos precedentes judiciais nas questões constitucionais, já que não houve grandes alterações na função de uniformização da interpretação e da aplicação do direito pelo Supremo Tribunal Federal.

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