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CONTABILIDADE GERAL SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – A CONTABILIDADE... 04 1.1– Definição... 04 1.2 – Usuários da Contabilidade... 04 1.3 – Manutenção da Contabilidade... 05 CAPÍTULO 2 - DAS PESSOAS... 05 2.1. – Das Pessoas Físicas... 05 2.2. – Das Pessoas Jurídicas... 06 2.2.1 Dos tipos de pessoas jurídicas. 06 2.2.2. – sociedade comercial, sociedade empresária, sociedade civil, sociedade simples, comerciante e empresário... 07 2.2.2.1 – Da Sociedade Limitada... 08 2.2.2.2 – Da Sociedade Anônima 08 2.3. – Sociedades limitadas e sociedades anônimas... 09 2.4 – Atividades práticas dos Capítulos 1 e 2... 10 3 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS NO BRASIL PELA CVM (Comissão de Valores Mobiliários) E CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis)... 12 3.1 – Postulados... 12 3.2 – Princípios Contábeis... 12 3.3 – Convenções contábeis.. 12 3.4 - CVM – comissão de valores mobiliários... 12 3.5 Harmonização das Normas Contábeis – Comitê de Pronunciamentos Contábeis... 15 3.4 – Atividades Práticas do capítulo 3... 17 CAPÍTULO 4 – MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS... 19 2 4.1 – Conceitos... 19 4.2 – Balancete de Verificação... 22 4.3 - Balanços Sucessivos... 23 4.3.1 – Métodos de Múltiplos Balanços... 24 4.3.2 – Métodos de Múltiplas Colunas... 28 4.4 – Plano de Contas... 34 4.4.1 – Conceitos... 34 4.5 – Atividades Práticas do capítulo 4... 36 CAPÍTULO 5 – O PATRIMÔNIO... 38 5.1 – Conceito genérico e contábil... 38 5.2 – Ativo -...... 38 5.2.1 – conceito... 38 5.2.2 – características do ativo... 38 5.3 – obrigações... 39 5.4 Representação gráfica do patrimônio... 40 5.5 – Classificação dos Elementos Patrimoniais... 41 5.6 – Atividade Práticas - Capítulo 5... 44 CAPÍTULO 6 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS... 50 6.1 – Periodicidade de apresentação das Demonstrações Financeiras... 50 6.2 – Balanço Patrimonial... 50 6.2.1 – Conteúdo e Estrutura... 51 6.2.2 – Agrupamento das contas do ativo... 51 6.2.3 – Agrupamento das contas do passivo... 53 6.2.4 – Agrupamento das contas do patrimônio líquido... 54 6.2.5. – Patrimônio Líquido negativo... 55 6.3 – Deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido... 56 6.3.1 – Contas redutoras do Ativo... 56 3 6.3.2 – Contas redutoras do Patrimônio Líquido... 58 6.3.3 – Atividades praticas do Capítulo 6... 59 CAPÍTULO 7 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO... 64 7.1 – Receitas, Despesas e Custos... 64 7.2 – Conteúdo e Estrutura... 65 7.2.1 – Detalhamento da estrutura da demonstração... 66 7.3 – Regime de Competência de exercícios... 69 7.4 – Atividades Práticas do Capítulo 7... 71 8 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA......................................... 80 8.1 Elaboração do fluxo de caixa pelo modelo direto 81 8.1.1 – Analise das receitas 81 8.1.2 – Analise das despesas 81 8.1.3 – Análise do Balanço Patrimonial 82 8.2 – Elaboração do fluxo de caixa pelo modelo indireto 83 8.2.1 – Análise do Lucro da empresa e seus efeitos 83 8.2.2 – Análise das Variações do Capital de Giro (Ativo/Passivo): 83 8.3 – Atividades Práticas do capítulo 8 85 CAPÍTULO 9 – APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO... 86 9.1 – procedimentos... 86 9.3 – Atividades – Capítulo 9... 89 BIBLIOGRAFIA 4 1 – A CONTABILIDADE 1.1 – DEFINIÇÃO Segundo Marion (2004,26) “A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões.” Já na opinião da Equipe de Professores da USP (2006,21) temos que: “A contabilidade, na qualidade de ciência social aplicada, com metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidades não lucrativas, empresa, seja mesmo de Direito Público, tais como Estado, Município, União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo.” Assim, temos que a Contabilidade de uma maneira geral está a serviço do empreendedor / administrador, cuja arte será a de tomar decisões úteis para o crescimento da empresa. 1.2 – USUÁRIOS DA CONTABILIDADE Diversos são os usuários da Contabilidade, dentre os quais pode-se destacar: - Sócios e Acionistas; - Gerentes, Diretoria e Administradores em geral das empresas; - Instituições Financeiras; - Clientes; - Fornecedores; - Governo; - Empregados; - Sociedade em geral. Os sócios e acionistas se interessam pela contabilidade para verificar se o investimento efetuado está ou não gerando retorno. A gerência, diretoria e administradores em geral se interessam pela contabilidade para verificar se a política/estratégia utilizada está gerando resultados positivos. As instituições financeiras se interessam pelas informações contábeis para verificar por intermédio de análises das demonstrações contábeis se pode ou não fazer empréstimos para a empresa e de quanto pode ser este empréstimo. Os clientes se interessam pelas informações contábeis para verificar se a empresa fornecedora tem ou não condições de manter o fornecimento dos produtos necessários para o desenvolvimento de sua atividade. 5 Os fornecedores se interessam pelas informações contábeis para saber se seu cliente pode ou não se comprometer com compras a prazo e se tem ou não condições de quitar sua dívida, visam ainda saber qual valor poderá ser liberado de origem para seus clientes. O governo se interessa pela informação contábil para diversos motivos: - Para fins estatísticos, verificando por meio do IBGE crescimentos industriais, comerciais e de serviços; - Para fins de Tributação, verificando a base de cálculo de diversos impostos, dentre eles o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), dentre outros impostos e contribuições. Os empregados se interessam pela informação contábil para verificar se a empresa tem ou não condições de mantê-los. Querem ainda saber qual é a situação da empresa após ter sido agregado seu trabalho no produto da empresa. Enfim, a contabilidade interessa à sociedade de maneira geral, já que a empresa contribui para a formação da mesma. 1.3 – MANUTENÇÃO DA CONTABILIDADE A contabilidade é feita para fornecer o máximo de informações úteis para as pessoas físicas e pessoas jurídicas devendo ser mantida pelas pessoas jurídicas independentemente de regras fiscais ou previdenciárias que as dispensarem de mantê-la. 2 - DAS PESSOAS Existem dois tipos de pessoas, sendo PESSOAS FÍSICAS OU NATURAIS e PESSOAS JURÍDICAS. 2.1 – DAS PESSOASFÍSICAS Pessoa física é a pessoa natural, homem ou mulher. Toda pessoa natural ou física é capaz de direitos e deveres na ordem civil. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 6 III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. A incapacidade cessará para os menores: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. A existência da pessoa natural termina com a morte; 2.2 – DAS PESSOAS JURÍDICAS Pessoa jurídica é uma entidade jurídica resultante de um agrupamento de pessoas naturais ou outras pessoas jurídicas que visa a fins de utilidade pública (pessoas jurídicas de direito público) ou privada (pessoas jurídicas de direito privado) e é completamente distinta dos indivíduos que a compõem. É chamada de jurídica porque nasce através de um contrato social, nos casos de sociedades limitadas ou através de um estatuto social, nos casos das sociedades anônimas de capital aberto ou fechado. 2.2.1. TIPOS DE PESSOAS JURÍDICAS As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; 7 IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. O registro da Pessoa Jurídica declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. 8 Decai em três anos o direito de anular as decisões acima, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. 2.2.2. – SOCIEDADE COMERCIAL, SOCIEDADE EMPRESÁRIA, SOCIEDADE CIVIL, SOCIEDADE SIMPLES, COMERCIANTE E EMPRESÁRIO O que antes do atual Código Civil (Lei 10.406/2002), se conhecia por Sociedade Comercial, passou com o advento do NCC 1 se denominar Sociedade Empresária que obrigatoriamente deve ter seus atos constitutivos registrados e arquivados nas Juntas Comerciais de seus respectivos Estados. Também existiam as Sociedades Civis, que com o NCC passou a se denominar Sociedade Simples que devem ter seus atos constitutivos registrados e arquivados nos Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas. Também o termo comerciante no NCC passou a se denominar empresário que é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, não se considerando empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Apresenta-se abaixo quadro resumo das Sociedades, extraído de Iudícibus (2007:11). QUADRO RESUMO DAS SOCIEDADES Sociedades pelo NCC Tipos Detalhes Não Personificadas (Não inscritos: constituída de forma oral e documental, porém não registrada) Sociedade Comum (Sociedade de fato, sem registro No que for compatível em ambos aplicam-se as disposições da Sociedade Simples Os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações. Também conhecida como Sociedade Irrregular. Sociedade em Conta de Participação Um dos sócios é Ostensivo(empreendedor, dirige o negócio e assume todas as responsabilidades). Outros sócios são Participantes, apenas investidores. Personificada (legalmente constituída e registrada no órgão competente, passando a ser denominada pesso jurídica) Empresária Atividade própria de empresário com registro na Junta Comercial. - Sociedade em Nome Coletivo - Sociedade em Comandita Simples - Sociedade Limitada - Sociedade por Ações (Lei das S.A) - Sociedade em Comandita por Ações ( Lei das S.A ) Simples Atividade de não empresário com registro o Cartório Civil. - Sociedade Simples "Pura" ou Sociedade em Nome Coletivo - Sociedade em Comandita Simples - Sociedade Limitada - Cooperativa 1 NCC – Novo Código Civil 9 Cooperativas (Legislação Especial e NCC) - Respondabilidade dos sócios limitada - Responsabilidade dos sócios ilimitada 2.2.2.1. - DA SOCIEDADE LIMITADA Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. 2.2.2.2. - DA SOCIEDADE ANÔNIMA Na sociedade anônima ou companhia de capital aberto, o capital dividese em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Neste tipo de sociedade o capital também pode ser fechado, ou seja, não negociado em Bolsa de Valores. 2.3 – SOCIEDADES LIMITADAS E SOCIEDADES ANÔNIMAS Apesar das diversas formas de sociedades apresentadas no quadro acima, os tipos de sociedades mais comuns são as Sociedades Limitadas e as Sociedades Anônimas. As sociedades limitadas são assim chamadas porque os sócios respondem pelas obrigações da empresa até o valor do seu capital social (valor que os sócios investiram na formação da empresa), exceto pelo fato de ficar constatado algum crime como fraudes, por exemplo.A sociedade limitada tem seu capital social dividido em quotas de capital que os sócios adquirem. Conforme artigo 1.052 do Código Civil (lei 10.406/2002), na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. As sociedades anônimas têm seu capital social dividido em ações e são de duas espécies, a companhia aberta e a companhia fechada. A sociedade anônima de capital fechado não tem suas ações negociadas em Bolsas de Valores, ou seja, é a companhia que obtém recursos entre os próprios acionistas ou terceiros subscritores. A sociedade anônima de capital aberto tem suas ações negociadas em Bolsas de Valores, ou seja, é a companhia que procura captar recursos junto ao público através da emissão de ações. 10 2.4 – ATIVIDADES - CAPÍTULO 1 e 2 1) O que se entende por Contabilidade? 2) O que são usuários da Contabilidade? 3) Qual a diferença existente entre pessoas físicas e pessoas jurídicas? 11 4) Qual a diferença existente sociedade empresária e sociedade simples? 5) Qual a principal característica das sociedades limitadas? 6) Qual a diferença entre sociedade anônima de capital aberto e de capital fechado? 7) De que forma é composto o capital social de uma sociedade anônima? 12 3 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS NO BRASIL PELA CVM (Comissão de Valores Mobiliários) E CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). A contabilidade é uma ciência social aplicada de caráter essencialmente prático. Ao longo dos anos, diversos critérios foram desenvolvidos, diversas opções foram efetuadas, numa tentativa de normalizar e de se chegar a uma melhor forma de controlar o patrimônio de uma entidade. Assim, os princípios são a exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos contadores. Considerando o patrimônio da entidade como objeto da contabilidade eram identificados os princípios da contabilidade, segundo a CVM em: postulados, princípios propriamente ditos e convenções. 3.1 - POSTULADOS Os postulados eram definições que não deixavam margem de dúvidas nem tinham necessidade de se provar, eram ainda imutáveis, em qualquer situação que viesse a acontecer, nenhuma alteração sofreriam. 3.2. - PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Já os princípios propriamente ditos ditavam regras de contabilização que estavam sujeitas a alterações de acordo com as necessidades econômicas, embora não fosse comum acontecer. 3.3. - CONVENÇÕES CONTÁBEIS As Convenções eram restrições aos princípios de contabilidade, que estavam sujeitas a alterações de acordo com as necessidades econômicas, embora não fosse comum acontecer. 13 3.4 - CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS Os Princípios Contábeis aplicados no Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM (Deliberação CVM nº 29/86) e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON são os seguintes: • Postulado da Entidade • Postulado da Continuidade • Princípio do Custo Original como Base de Valor • Princípio da Realização da Receita • Princípio da Confrontação da Despesa • Princípio do Denominador Comum Monetário • Convenção da Objetividade • Convenção do Conservadorismo • Convenção da Materialidade Relevância • Convenção da Consistência - POSTULADO DA ENTIDADE - inicia todo o encadeamento do raciocínio contábil. Sua característica principal é que para todos os casos, o patrimônio de uma entidade não se confunde com o de outra, como também os patrimônios dos sócios não se confundem com o da empresa. - POSTULADO DA CONTINUIDADE - a premissa de que uma entidade irá operar por um período de tempo indeterminado e caso essa entidade tenha prejuízos persistentes, perda de substância econômica e de competitividade de mercado ou mesmo o fim jurídico dessa sociedade, ocorrerá a descontinuidade (fim das operações da entidade). - PRINCÍPIO DO CUSTO ORIGINAL COMO BASE DE VALOR - é o mais antigo princípio. Sua característica é que sempre o valor de entrada (de custo) deve prevalecer como base de registro para a Contabilidade. - PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA - estabelece que a receita será realizada no momento em que produtos ou serviços são transferidos ao cliente e não o ponto em que o dinheiro é recebido por esta transferência. - PRINCÍPIO DA CONFRONTAÇÃO DA DESPESA - Tem como característica o fato de que as despesas deverão ser reconhecidas e atribuídas aos períodos contábeis de acordo com a ocorrência de fatos geradores específicos e não pela entrada ou saída de caixa. - PRINCÍPIO DO DENOMINADOR COMUM MONETÁRIO - estabelece que todos os elementos do Balanço Patrimonial devem estar com uma mesma avaliação em moeda corrente do país. - CONVENÇÃO DA OBJETIVIDADE - o contador escolhe um procedimento mais objetivo para descrever as informações contábeis. 14 Ele deve sempre ser objetivo, imparcial e impessoal (neutro) nos informes contábeis. - CONVENÇÃO DO CONSERVADORISMO - o contador deve ter precaução (ser conservador) no sentido de antecipar prejuízo e nunca antecipar lucro. Não dar imagem otimista é o objetivo do conservadorismo. - CONVENÇÃO MATERIALIDADE - define o que é material (relevante) que o Contador deve informar em seus relatórios. Na Materialidade, é importante considerar o binômio Custo versus benefício. - CONVENÇÃO DA CONSISTÊNCIA - um informe contábil deve ser consistente, ou seja, não mudar constantemente para possibilitar a comparação dos relatórios com o passar dos anos e das tendências. Também devem ser padronizados (uniformidade). Estrutura dos Princípios Fundamentais de Contabilidade Objetividade Postulados Princípios Propriamente Ditos Convenções Entidade Custo como base de valor Princípios Fundamentais de Contabilidade 15 Conservadorismo Materialidade Consistência 3.5 Harmonização das Normas Contábeis – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. No final do ano calendário de 2007 foi editada a Lei 11.638, cujo objetivo principal é a convergência das Normas Contábeis locais para as Normas Internacionais de Contabilidade - (IFRS - International Financial Reporting Standard). Mesmo antes dessa norma, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) publicou a Resolução CFC nº 1.106/07 a qual dispõe que as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs), editadas por esse órgão, deverão seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais. Visando eliminar as várias fontes de normas contábeis editadas no Brasil, por meio da Resolução nº 1.055/05 do CFC, criou-se o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) formado pela Abrasca, Apimec, Bovespa, Conselho Federal de Contabilidade, Fipecafi e Ibracon. O CPC tem como responsabilidade emitir pareceres técnicos sobre questões contábeis, os quais devem ser homologados pelos demais órgãos reguladores(CVM, CFC, Susep, Bacen, etc) para serem aplicados no âmbito de cada um desses órgãos. Até o momento,(fevereiro de 2009) o CPC editou quatorze pronunciamentos técnicos, além do Pronunciamento Conceitual Básico e duas orientações técnicas. O Pronunciamento Conceitual Básico, tem o objetivo de servir como fonte dos conceitos básicos e fundamentais a serem utilizados na elaboração e na interpretação dos Pronunciamentos Técnicos, bem como na preparação e utilização das Demonstrações Contábeis das entidades. A edição do Pronunciamento Conceitual Básico fez-se necessário para dar respaldo técnico a todos os demais pronunciamentos, vez que, ao pretender alcançar a harmonização com as normas internacionais, não seria possível continuar utilizando os princípios contábeis anteriormente em vigor no Brasil. Apresentamos a seguir comentários extremamente resumidos a respeito do conteúdo do Pronunciamento Conceitual Básico, que podemos dividir em pressuposto básico da contabilidade e características qualitativas das Demonstrações Contábeis. Realização da Receita Continuidade Confrontação da Despesa Denominador Comum Monetário 16 Pressuposto básico da contabilidade Regime de Competência: dispõe que os efeitos das transações bem como de outros eventos devem ser reconhecidos no momento em que ocorrem e não quando do pagamento ou recebimento dos recursos financeiros. Essas transações deverão ser lançadas nos registros contábeis e reportadas nas Demonstrações Contábeis nos períodos a que se referem. Continuidade: as demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, tampouco reduzir materialmente a escala das suas operações. Se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis terão que ser preparadas numa base diferente e terão também de ser divulgadas. Características qualitativas das Demonstrações Contábeis Compreensibilidade: fundamenta-se no objetivo do pronto entendimento por parte do usuário que utiliza as demonstrações contábeis para as tomadas de decisões econômicas, porém essa característica qualitativa não deverá levar a entidade à não registrar adequadamente suas transações sob o argumento de eventual dificuldade de entendimento por parte dos usuários dessas informações. Relevância: diz respeito à influência de uma informação contábil na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros, confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores. Confiabilidade: exige que a informação seja apresentada da forma mais apropriada possível, retratando adequadamente o que se pretende evidenciar. Para que essa característica seja constatada nas demonstrações contábeis é necessário que se respeite o conceito da “Primazia da Essência Sobre a Forma”, ou seja, que, a realidade econômica dos fatos prevaleça sob sua forma. Como exemplo, temos a contabilização das operações de leasing financeiro. Tendo em vista que as condições de contratação dessas operações as aproximam na essência de uma compra a prazo e não a uma locação, aplica- se o conceito da “Primazia da Essência Sobre a Forma” e, portanto, essas operações devem ser contabilizadas como aquisição a prazo de ativo. Para que as informações sejam confiáveis, é necessário ainda que se observem a neutralidade, ou seja, as demonstrações contábeis não devem induzir a tomada de decisões; a prudência, cuidados com julgamento em condições de incertezas no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados; e a integridade, objetivando que as informações das demonstrações contábeis estejam completas. Comparabilidade: trata-se de característica que permite aos usuários comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição patrimonial, financeira e no seu 17 desempenho, ou seja, a evolução da entidade medida sob os mesmos critérios e princípios ao longo do tempo, mas sem que isso interfira na evolução das práticas contábeis. É importante destacar que a principal mudança conceitual diz respeito à utilização da primazia da essência sobre a forma, ou seja, a contabilidade deve procurar encontrar a essência dos fatos contábeis e assim registrá-los, ao invés de prender-se a forma. Outro exemplo desse conceito é o tratamento dos adiantamentos para futuro aumento de capital, cuja essência significa um verdadeiro acréscimo ao Patrimônio Líquido da empresa, vez que não resta dúvida sobre sua futura integralização. Nesse caso, em respeito à essência do fato, devemos registrar o adiantamento diretamente no Patrimônio Líquido. Manter o valor do adiantamento em conta do passivo significa respeitar a forma do ato, ao invés de sua essência. Os profissionais de contabilidade devem enfrentar os desafios naturais decorrentes de mudanças representativas como as que estamos vivendo, no entanto, é inegável que se trata de um momento de crescimento da importância e de valorização da profissão contábil no Brasil. 3.4 – ATIVIDADES PRÁTICAS DO CAPITULO 3 1 – O que se pode entender por meio do pressuposto básico da do regime de competência? 2 – Empresa que tenha vendido R$ 10.000,00, tendo recebido do valor da venda R$ 4.000,00; teve despesa de R$ 5.000,00, sendo que foi pago R$ 2.000,00. Informe qual o resultado apurado pelo regime de competência e pelo regime de caixa respectivamente. 3 – Cite um exemplo relacionado com o postulado da continuidade. 18 4 - Cite um exemplo de descontinuidade de uma empresa. 5 – Dê um exemplo relacionado com a característica qualitativa da compreensibilidade. 6 – Empresa que adquire determinado bem por meio de um leasing deve atender qual característica qualitativa? 7 – O contador de determinada empresa exige que diariamente no final do dia se faça a requisição do que é usado de folhas de sulfite para que se registre como despesa o que fora consumido. O que você acha da atitude do contador? Qual característica qualitativa poderia justificar a eliminação deste controle? Explique. 8 – Um ex-funcionário da Cia. Automotiva S.A. ajuizou uma ação trabalhista contra a empresa. O que deve ser feito na contabilidade, apesar de a empresa não ter certeza de que vá ganhar ou perder a ação? Qual característica qualitativa justifica o procedimento? 19 9 – A empresa Industrial S.A. sediada no Brasil usa como componente de seu produto um material importado da Europa e que deve ser pago em Euros. Em qual moeda O valor deve ser registrado na contabilidade? Qual a relação com os princípios de contabilidade? 10 – A empresa Comercial Ltda. costuma para fins de avaliação de seu estoque intercalar métodos, ou seja, em um ano utiliza o PEPS, no ano seguinte o UEPS e no terceiro ano utiliza o Custo Médio, reiniciando no quarto ano. Qual informação você pode passar para a empresa? 4 – MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS 4.1 – CONCEITOS A essência deste método, é que o registro de qualquer operaçãoimplica que uma aplicação em uma ou mais contas deve corresponder a uma origem equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores aplicados seja sempre igual a soma dos valores originados, ou simplificando: NÃO HÁ APLICAÇÃO SEM ORIGEM CORRESPONDENTE. O método das partidas dobradas é a metodologia utilizada universalmente para o registro dos fatos contábeis. Seu fundamento está no conceito de que não existe aplicação de recursos sem que se tenha uma origem correspondente. 20 Dentro da estrutura patrimonial e de resultados da empresa, convencionou-se que as contas do Ativo são de natureza de aplicação de recursos, as contas do Passivo são de natureza de origem de recursos, as contas de Receitas são de natureza de origem de recursos e as contas de Custos e Despesas são de natureza de aplicação de recursos. Se imaginarmos que cada uma das contas patrimoniais e de resultados são personagens (pessoas) fica fácil entendermos por que quando se tem saldo positivo na conta corrente bancária, contabilmente o saldo é aplicação de recursos, por que quando se deve um valor a algum fornecedor o saldo é origem de recursos. A leitura dos saldos das contas deve ser feita com relação àquele personagem (conta), o que aquele personagem tem para com a empresa e não o contrário. Assim se a empresa tem um saldo positivo no valor de R$ 15.000,00 em sua conta corrente no Banco Endinheirado S.A., e deve para o fornecedor R$ 10.000,00, deve-se ler a informação da seguinte maneira: O Banco Endinheirado S.A. é devedor da empresa no valor de R$ 15.000,00; O fornecedor é credor da empresa no valor de R$ 10.000,00. Muitas vezes se pergunta porque quando se obtêm um extrato da conta corrente com saldo positivo o saldo é credor e na contabilidade da empresa o saldo se apresenta devedor? A contabilidade da empresa é feita de forma contrária à contabilidade do Banco? Qualquer contabilidade, seja ela industrial, comercial, bancária etc... é feita absolutamente da mesma forma. O que acontece é que o extrato nada mais é do que o razão 2 da conta daquele cliente no banco, então na contabilidade vai aparecer que o banco é devedor da empresa e na contabilidade do banco vai aparecer que o cliente é credor do banco no valor depositado. A empresa tem um direito para com o banco, direito esse classificado no Ativo da empresa e o banco tem uma obrigação para com o cliente, obrigação essa que é classificada no Passivo do banco. Assim considerando que: Ativo tem natureza de aplicações de recursos; Passivo e Patrimônio Líquido tem natureza de origem de recursos; Receitas têm natureza de origem de recursos, Custos e Despesas têm de aplicações de recursos. Conclui-se que: 2 Livro empregado na escrituração contábil analítica, para acompanhar as posições de cada uma das contas que formam o sistema escritural de um patrimônio. 21 ATIVOS AUMENTAM POR APLICAÇÕES E DIMINUEM POR ORIGENS. PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUID O AUMENTAM POR ORIGENS E DIMINUEM POR APLICAÇÕES. RECEITAS AUMENTAM POR ORIGENS E DIMINUEM POR APLICAÇÕES. DESPESAS AUMENTAM POR APLICAÇÕES E DIMINUEM POR ORIGENS. Ou: ATIVOS, CUSTOS E DESPESAS AUMENTAM POR APLICAÇÕES E DIMINUEM POR ORIGENS.. PASSIVO E RECEITAS AUMENTAM POR ORIGENS E DIMINUEM POR APLICAÇÕES. Didaticamente, quando da elaboração dos exercícios a metodologia a ser aplicada, será a de Balanços Sucessivos. A fim de explanação sobre os procedimentos contábeis, principalmente para o estudante de Ciências Contábeis, utiliza-se o razonete, que é uma forma simplificada de obter o livro razão de uma empresa: Razonete Para cada conta envolvida no fato contábil, deve-se abrir um razonete para controle analítico da movimentação e saldo daquela conta. APLICAÇÃO ORIGEM CONTA 22 Assim, se nos depararmos com um fato contábil, onde sócios resolvem integralizar capital social no valor de R$ 100.000,00, totalmente em dinheiro, a contabilização por meio de razonetes se daria da seguinte forma: CAIXA CAPITAL SOCIAL APLICAÇÃO ORIGEM APLICAÇÃO ORIGEM 100.000,00 100.000,00 Dando continuidade nos seus negócios, se em seguida a empresa resolva comprar uma máquina no valor de R$ 50.000,00 a vista a situação seria: CAIXA CAPITAL SOCIAL APLICAÇÃO ORIGEM APLICAÇÃO ORIGEM 100.000,00 50.000,00 100.000,00 MÁQ. E EQUIPTOS. APLICAÇÃO ORIGEM 50.000,00 23 No final do período determinado para se levantar o Balancete3, se apuram os saldos das contas nos seus respectivos razonetes e relaciona-os conta a conta, saldo a saldo para se verificar a situação de todas elas. O Balancete das contas acima seria o seguinte: 4.2 – O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO O balancete de verificação é uma demonstração parecida com balanço no inicio, ou seja, apresenta o saldo todas das contas patrimoniais, e ainda apresenta o saldo das contas de resultado, num único demonstrativo. No passado a contabilidade era feita manualmente, não tínhamos sistemas informatizados como os de hoje, então estávamos sujeitos a muito mais erros (troca de valores, erros de valores e etc.) que ocasionavam de a soma das aplicações não serem iguais a soma das origens de recursos, conseqüentemente o balanço não fechava. Então o que contador fazia, pegava todos os saldos finais das contas no livro razão (razonetes não existe na pratica só para fins de aprendizagem), e para cada conta colocava o seu respectivo saldo e ainda indicava se era credor ou devedor, assim na conta caixa, ele indicava o seu saldo final de R$ 1.000,00 DV (por exemplo) e assim com todas as demais contas. Quando acabasse esse procedimento, bastava somar todos os saldos finais de APLICAÇÃO e depois todos os saldos finais de ORIGEM, se um fosse igual ao outro, caso ele efetuasse o zeramento das contas de resultado naquela hora o balanço teria que fechar, a não ser que ele errasse em algum lançamento na hora de encerrar as contas. 4.3. – Balanços Sucessivos 3 Relação das contas extraídas do livro auxiliar “Razão”, pelos seus saldos de aplicação e de origem. 24 A metodologia proposta para os alunos do Curso de Administração é a dos Balanços Sucessivos que significa a elaboração de um balanço patrimonial após o outro, sempre que uma nova transação ocorra, para que se verifique após cada operação qual a mutação sofrida no patrimônio da empresa. À título ilustrativo segue abaixo quadro 4 demonstrando o desenvolvimento da equação do Balanço Patrimonial em cada uma das transações, evidenciando a dinâmica das operações contábeis que culminam com a Demonstração Contábil. Tipo de Transação Ativo = Passivo + Patr.Líq . Caix a Banco s Contas a Recebe r Estoqu e Mercad . Móveis e Utensílio s Equipamento s = Empréstimo s Fornecedore s Capital Social 1) Investimento Inicial 800,0 0 800,00 1 a) Depósito em Banco - 700,00 700,00 2)Empréstimo Bancário 200,00 200,00 3) Aquisição de Estoque - 290,00 290,00 4) Aquisição de Móveis Utensílios - 6,00 6 ,00 5) Aquisição de Estoque a Prazo 110,00 110,00 6) Aquisição de Equipamento s - 20,00 30 ,00 10,00 7) Venda de Computadore s a Prazo 10,00 - 10 ,00 8) Devolução de Estoque - 10,00 - 10,00 9) Pagamento a Fornecedore s - 60,00 - 60,00 10) Cobrança de Contas a Receber 10,00 - 10 , 00 Saldo das Contas 94,00 540,00 - 390,00 6 ,00 20 ,00 200,00 50,00 800,00 Total 1.050,00 Total 1.050,00 4 Extraído de SALAZAR, José Nicolas Albuja, DE BENEDICTO, Gideon Carvalho. Contabilidade Financeira. São Paulo : Pioneira Thomson Learning, 2004. 25 4.3.1 – MÉTODO MÚLTIPLO BALANÇOS Nesta metodologia a cada nova operação você deve elaborar um novo balanço, daí o nome Balanço Sucessivo. Estruturar as transações da Empresa Sol Ltda., que preparou uma demonstração financeira em 30 de abril de 2003. Durante o mês de maio, ocorreram os eventos econômicos listados abaixo: Balanço Patrimonial da Empresa Sol Ltda., em 30 de abril de 2003 Ativo Passivo Caixa e Bancos 500.000 Fornecedores 20.000 Estoque de Mercadoria 25.000 Empréstimos 215.000 Móveis e Utensílios 10.000 Patrimônio Líquido Equipamentos 800.000 Capital Social 1.150.000 Terreno 50.000 TOTAL DO ATIVO 1.385.000 TOTAL DO PASSIVO E PL 1.385.000 a) Em 2 de maio, a empresa pagou uma parcela do empréstimo, no valor de R$ 75.000, b) Em 3 de maio, a Sol Ltda. decidiu comprar à vista R$ 200.000 em estoque para continuar seu processo de produção. c) Em 4 de maio, a empresa pagou ao fornecedor o valor correspondente a R$ 20.000. d) Em 16 de maio, a empresa resolveu comprar um terreno para construir um armazém, operação que teve as seguintes características: entrada de R$ 50.000 e o saldo de R$ 100.000 financiado (desconsideremos, para este exemplo, os juros decorrentes do financiamento). e) Em 20 de maio, um dos sócios integralizou o seu aporte de capital com equipamento novo, no valor de $ 1.115.000. 26 ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO 27 TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES 28 TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO 29 TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES 30 TOTAL DE BENS TOTAL DE OBRIGAÇÕES DIREITOS PATRIMÔNIO LIQUIDO TOTAL DE DIREITOS TOTAL DE PATR. LIQUIDO TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 4.3.2 – MÉTODO MULTIPLAS COLUNAS Nesta metodologia o conceito do balancete de verificação é bastante evidente, abre-se os saldos iniciais, quando houver, em seguida cada operação será alocada em uma coluna, tanto a aplicação quanto a origem do recurso, trate aplicações com o sinal positivo, e as origens com o sinal negativo, assim, o saldo final de cada coluna será sempre igual a 0 (zero), o objetivo é apenas registrar as operações e no final elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. 31 Ao final dos lançamentos teremos um balancete de verificação do razão. A partir então para demonstrar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resulta do exercício. contas Saldo inicial total 33 contas Saldo inicial total34 contas Saldo inicial total 35 contas Saldo inicial total 36 4.4 – PLANO DE CONTAS 4.4.1 CONCEITOS Segundo Marion (2004:116) “Plano de contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é indispensável para os registros de todos os fatos contábeis.” Assim o plano de contas engloba todas as operações a serem utilizadas no registro do fato contábil as quais são divididas em contas patrimoniais e contas de resultado. As contas patrimoniais são aquelas que compõem o Balanço Patrimonial, elementos do ativo, passivo e patrimônio líquido e as contas de resultados são aquelas que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício, elementos que geram Receitas e de Despesas. As contas são todas codificadas, podendo se seguir a seguinte estrutura: Código 1 para contas do ativo; Código 2 para contas do passivo; Código 3 para contas de receitas; Código 4 para contas de despesas Código 5 para a apuração do resultado Normalmente as contas são divididas em cinco graus conforme a seguir: GRAU DA CONTA GRAU 1 – Natureza das Contas (Ativas, Passivas ou de Resultado) GRAU 2 – Grupo de Contas (Circulantes, Realizáveis, Permanentes, Exigíveis...) GRAU 3 – Subgrupo de Contas (Disponibilidades, Despesas Operacionais, Custos) GRAU 4 – Contas Sintéticas (Contas simplesmente) (ex. Clientes) GRAU 5 – Contas Analíticas (ou subcontas) ex: Banco Itaú S.A. Assim o primeiro grupo de contas de um plano seria o seguinte: 1 - ATIVO (CONTA DE GRAU 1) 1.1 - ATIVO CIRCULANTE (CONTA DE GRAU 2) 1.1.1 - DISPONIBILIDADES (CONTA DE GRAU 3) 1.1.1.01 - CAIXA (CONTA DE GRAU 4) 1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ (CONTA DE GRAU 5) 1.1.1.01.0002 - CAIXA FILIAL 1 (CONTA DE GRAU 6) As contas de grau 1, 2, 3 e 4, não recebem lançamentos contábeis, são as chamadas contas sintéticas, aquelas que acumulam as contas analíticas. 38 Apenas as contas de grau 5 é que recebem lançamentos contábeis, contas essas que são acumuladas nas contas sintéticas. Assim se em determinada empresa apenas a conta caixa matriz e a conta capital social tivessem saldos de R$ 100.000,00, cada, uma listagem de balancete teria a seguinte estrutura: 1 - ATIVO.................................................100.000,00 1.1 - ATIVO CIRCULANTE.........................100.000,00 1.1.1 - DISPONIBILIDADES..........................100.000,00 1.1.1.01 - CAIXA.................................................100.000,00 1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ..................................100.000,00 2 - PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO.100.000,00 2.4 - PATRIMONIO LIQUIDO.....................100.000,00 2.4.1 - CAPITAL.............................................100.000,00 2.4.1.01 - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO.100.000,00 2.4.1.01.0001 - CAPITAL SOCIAL...............................100.000,00 Em outro exemplo, caso a empresa tivesse os seguintes saldos: caixa matriz.......................................R$ 100.000,00 capital social......................................R$ 100.000,00 estoque de Matéria Prima.................R$ 20.000,00 estoque de Produtos Acabados........R$ 30.000,00 fornecedor Cia de Tecidos S.A.........R$ 50.000,00 uma listagem de balancete teria a seguinte estrutura: 1 - ATIVO.................................................150.000,00 1.1 - ATIVO CIRCULANTE.........................100.000,00 1.1.1 - DISPONIBILIDADES..........................100.000,00 1.1.1.01 - CAIXA.................................................100.000,00 1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ..................................100.000,00 1.1.2 - ATIVO REALIZ. A CURTO PRAZO... 50.000,00 1.1.2.08 - ESTOQUES....................................... 50.000,00 1.1.2.08.0002 - ESTOQUE DE MATERIA PRIMA...... 20.000,00 1.1.2.08.0005 - ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS 30.000,00 2 - PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO.150.000,00 2.1 - PASSIVO CIRCULANTE.................. 50.000,00 2.1.1 - FORNECEDORES............................ 50.000,00 2.1.1.01 - FORNECEDORES NACIONAIS....... 50.000,00 2.1.1.01.0003 - CIA. DE TECIDOS S.A...................... 50.000,00 2.4 - PATRIMONIO LIQUIDO.....................100.000,00 2.4.1 - CAPITAL.............................................100.000,00 2.4.1.01 - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO.100.000,00 39 2.4.1.01.0001 - CAPITAL SOCIAL...............................100.000,00 4.5 ATIVIDADES PRÁTICAS DO CAPITULO 4 OBS. Exercícios 1 a 6 foram adaptados da apostila Contabilidade Geral para Universitários de autoria do Prof. Dr. Antonio Marcos Favarim 01 – A partir dos dados abaixo realize os balanços sucessivos das operações. f) Em 02.12.2006 a empresa MAC TREF COMERCIAL LTDA constituiu-se pela subscrição de capital no valor de R$ 8.000,00 em partes iguais entre dois sócios, R$ 4.000,00 cada um. g) Em 10.12.2006 o sócio A integralizou a sua parcela subscrita, da seguinte forma: 20% em moeda corrente; 30% pela entrega de 250 quilos de mercadorias sem IPI e ICMS; e 50% em máquinas industriais. h) Em 15.12.2006 o sócio B integralizou 100% da sua parcela de subscrição em moeda corrente. i) Em 20.12.2006 a empresa adquiriu, a prazo 1.000 quilos de mercadorias no valor total da nota R$ 2.632,00. j) Em 26.12.2006 a empresa depositou no banco o valor de R$ 2.000,00. 02 – No ano de 2007, a mesma empresa MAC TREF COMERCIAL LTDA, realizou mais algumas operações, contabilize-as. a) Em 03.01.2007 A empresa adquiriu um veículo,para uso da sociedade pagando pelo mesmo a importância de R$ 700,00 a vista em moeda corrente do país. b) Em 05.01.2007 a empresa comprou a prazo 820 quilos de mercadorias no valor total de R$ 550,00. 40 c) Em 08.01.2007 a empresa comprou a vista em moeda corrente 137 quilos de mercadorias no valor total de R$ 220,00. d) Em 09.01.2007 comprou a vista e moeda corrente, uma máquina no valor de R$ 400,00. e) Em 10.01.2007 pagou através de emissão de cheque, R$ 1.632,00 ao primeiro fornecedor de mercadorias. Em 12.01.07 a empresa transferiu a importância de R$ 1.000,00 de moeda corrente para a sua conta bancária Pede-se: Efetue o exercício em forma de Balanços Sucessivos. 03 – A partir dos dados abaixo realize os balanços sucessivos das operações. a) Em 02/01, Mauro e André, resolveram organizar uma sociedade a Jatiúca S/A, com um capital subscrito no valor de R$ 35.000,00 em partes iguais entre os dois sócios no valor de R$ 17.500,00 cada um. b) 12/01 – os sócios integralizaram 100% do capital subscrito em moeda corrente do País. c) 18/01 – Compra de um imóvel por R$ 30.000,00 pago da seguinte forma: R$ 3.000 em dinheiro e o restante mediante a uma nota promissória com vencimento para 20/03. d) 22/01 - Compra a vista de móveis para a empresa no valor de R$ 3.000,00 e) 28/01 - Compra a prazo do fornecedor A, equipamentos no valor de R$ 8.500,00 f) 02/02 - A empresa contraiu um empréstimo junto ao banco Gama, no valor de R$ 15.000,00 g) 07/02 - Pagamento parcial ao fornecedor A, o valor de R$ 5.000,00 h) 15/02 - Novo aumento de capital social por parte dos sócios, totalmente integralizado no ato em dinheiro, a importância de R$ 10.000,00 i) 22/02 - Compra a vista do Fornecedor B de material para estoque no valor de R$ 17.000,00 41 5 - O PATRIMÔNIO 5.1 – CONCEITO GENÉRICO E CONTÁBIL Do ponto de vista amplo, Patrimônio é tido como os Bens que uma pessoa possui, sendo também incluídos nesta relação, os direitos que eventualmente a também esta possua. No entanto, não se pode ignorar o “outro lado” do Patrimônio, ou seja, de nada adianta uma pessoa ter um apartamento triplex de cobertura em bairro nobre que tenha um valor de mercado de R$ 1 milhão se aquele bem tiver sido financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), estando o “proprietário” (mutuário) com um saldo devedor da Caixa Econômica Federal, por exemplo, de R$ 1,1 milhão, situação na prática possível. Assim, contabilmente, deve-se dizer que patrimônio liquido é o conjunto de bens e direitos deduzidos das obrigações. No exemplo acima o Patrimônio “líquido” do mutuário é de R$ 100 mil, negativos, ou seja, sua situação líquida é desfavorável (negativa). Assim são três as situações que o Patrimônio pode se apresentar: • Situação Líquida positiva – quando o total de bens + direitos forem maiores que o total das obrigações; • Situação Líquida negativa – quando o total de bens + direitos forem menores que o total das obrigações; e 42 • Situação Líquida nula – quando o total de bens + direitos forem iguais ao total das obrigações. 5.2– ATIVO 5.2.1 Conceito Este elemento figura do lado esquerdo do Balanço Patrimonial representa o patrimônio com os quais o administrador irá fazer acontecer a organização, ou seja, o administrador terá como sua responsabilidade fazer girar o maior número de vezes possíveis bens e direitos que o compõem. 5.2.2 Características do Ativo 5.2.2.1- Devem ser BENS ou DIREITOS; 5.2.2.1.1 – BENS De forma geral, segundo Favarin (2003:11), pode-se dizer que os bens são coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e avaliados economicamente. Os bens podem ser imóveis ou móveis, tangíveis ou intangíveis. São bens imóveis o solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo, tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada a terra, os edifícios e construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia. São bens tangíveis aqueles que são suscetíveis ao toque (podem ser tocados), como por exemplo: mesas, cadeiras, máquinas, prédios, etc... São bens intangíveis aqueles não suscetíveis ao toque (não podem ser tocados), como por exemplo: as marcas, patentes, goodwill, etc... 5.2.2.1.2 - DIREITOS Diz respeito a todos os valores que a pessoa tem a receber, assim se a empresa vende a prazo, ela tem direito de receber de seu cliente, o valor correspondente. Se o funcionário trabalhou durante todo o mês, ele tem direito de receber seu salário. Se uma pessoa alugou seu imóvel, ela tem direito de receber o valor do aluguel. Quando deposito algum valor em uma conta corrente bancária, se tem direito de sacar aquele valor. Enfim, valores que foram colocados à disposição de alguém geram direitos a quem os colocou, de recebê-los. 43 5.2.2.2 - Ser MENSURÁVEL MONETARIAMENTE; Significa este item, que só devemos registrar no ativo aqueles bens e direitos cujos valores estão expressos em documentos idôneos. De outra forma já o tratamos antes como bens e direitos INTANGÍVEIS, que não é possível determinar o valor objetivamente, exemplo calcular o valor de uma marca. Uma marca só terá valor objetivo quando decidida em uma rodada de negociações para compra e venda desta. Então que a comprar terá o direito de registrar o valor definido na operação como seu ativo tangível. 5.2.2.3 - E deve trazer BENEFÍCIOS PRESENTES OU NO FUTURO. Se a empresa por ventura tiver duplicatas a receber de uma empresa que faliu, tal documento não trará mais benefícios no presente tampouco no futuro, assim deverá ser baixada contabilmente do seu ativo (direitos). Quando se compra um veículo, o registro desta operação é no ativo como um bem, mas se o veículo sofrer um sinistro (roubo ou colisão que de perda total) tal veículo deverá ser baixado do ativo. Desta forma só podem ser considerados os bens e direitos que promovam no presente ou futuro um benefício para a organização. 5.3 - OBRIGAÇÕES De forma contrária dos direitos, obrigações são valores que são devidos a terceiros, assim se a empresa compra a prazo, ela tem obrigação de pagar pelo fornecimento, o valor correspondente. Se o funcionário trabalhou durante todo o mês, a empresa tem obrigação de pagar seu salário. Se uma empresa tomou um imóvel alugado, ela tem obrigação de pagar o valor do aluguel. Se o banco recebe um depósito em conta corrente, o banco tem obrigação de pagar aquele valor quando do saque. Enfim, valores que ficaram à disposição de alguém, deve por ele ser restituído. Assim não existe direito sem que se tenha uma obrigação correspondente e vice e versa. 5.4. – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO O patrimônio pode ser representado graficamente das seguintes formas: Situação Líquida Positiva: 44 Situação Líquida negativa: BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES Situação Líquida Negativa OBRIGAÇÕESBENS + DIREITOS Situação Líquida nula: BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES Assim se o patrimônio de uma pessoa for constituído da seguinte forma: - dinheiro R$ 2.000,00; - tenha adquirido um veículo por R$ 25.000,00; - tenha adquirido um imóvel por R$ 120.000,00; - tenha um empréstimo a receber no valor de R$ 5.000,00, e - tenha dívidas no valor de R$ 45.000,00. 45 Sua situação líquida será positiva em R$ 107.000,00 (R$ 2.000,00 + R$ 25.000,00 + R$ 120.000,00 + R$ 5.000,00 (-) R$ 45.000,00), pois o total dos bens e direitos é de R$ 152.000,00 (dinheiro, veículo, imóvel, empréstimos a receber) e o total das obrigações é de R$ 45.000,00 (dívidas). Caso o total dos bens e direitos fossem menores que o total das obrigações a situação líquida seria negativa e caso o total dos bens e direitos fosse igual ao total das obrigações a situação líquida seria nula. Contabilmente, nas pessoas jurídicas, a situação líquida é conhecida como Patrimônio Líquido, ou seja, o total dos (bens + direitos) – obrigações. 5.5. – CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS Os elementos Patrimoniais (Bens, Direitos e Obrigações) são alocados em um quadro patrimonial chamado de Balanço Patrimonial que é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade e pode ser representado como a seguir: No Balanço Patrimonial, se tem demonstrado do lado do Passivo e Patrimônio Líquido as origens dos recursos que estão aplicados do lado do Ativo em bens e direitos, pois é impossível adquirir bens e direitos sem que se tenha a origem do valor correspondente. Do ponto de vista de origens e aplicações de recursos, tem-se a seguinte representação gráfica: ATIVO PASSIVO E P.L. ATIVO PASSIVO e P.L. BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES SITUAÇÃO LÍQUIDA ( PATRIMÔNIO LÍQUIDO ) 46 APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGENS DE RECURSOS Assim do lado do Passivo e do Patrimônio Líquido são classificadas as origens de recursos captados pela empresa, ou seja, para que a empresa pudesse aplicar recursos em caixa, estoques, máquinas, etc., ela teve que obter os recursos (financiamentos) com outras pessoas, pessoas essas que podem ser os sócios, bancos, fornecedores, etc... Os recursos que são captados dos sócios, e que é representado no lado das origens de recursos é o chamado CAPITAL PRÓPRIO, ou seja, são valores que não são exigíveis por terceiros, representa o valor dos investimentos dos sócios ou acionistas na empresa. Os recursos que são captados de fornecedores, bancos e dívidas em geral, que também é representado no lado das origens de recursos é o chamado CAPITAL DE TERCEIROS, ou seja, são valores que serão exigidos por alguém, valores que na data de vencimento da dívida, deverão ser pagos pela empresa. Do lado do Ativo são classificadas todas as aplicações que a empresa fez dos recursos captados, aplicações que pode ser em caixa, estoque, máquinas, etc... As aplicações de recursos podem ser de caráter circulante, ou seja, valores que a empresa “gira” no desenvolvimento de suas atividades, valores que não ficam fixos em determinado lugar, e podem ter caráter permanente, ou seja, valores que são aplicados em itens necessários ou não para o desenvolvimento de suas atividades, e que ficarão ali aplicados permanentemente. 47 Assim novamente pode-se elaborar outra representação gráfica do patrimônio: Fica óbvia então, a resposta do porque sempre o total do Ativo coincidir com o total do Passivo e Patrimônio Líquido, pois para a existência de Ativos (aplicações de recursos) é necessário ter existido origem daqueles recursos que foram aplicados. (quem está financiando), sendo uma equação contábil constituída pela seguinte fórmula: (BENS + DIREITOS) = (OBRIGAÇÕES + PATRIMÔNIO LÍQUIDO). Imagine um trabalhador assalariado que adquire um apartamento. O trabalhador terá que em sua declaração de imposto de renda declarar tal bem e mostrar onde ele conseguiu os recursos (dinheiro) para adquiri-lo, assim, terá também que declarar a fonte de renda que propiciou a aquisição daquele apartamento, ou seja, sem a origem dos recursos, salário fruto de seu trabalho, não poderia haver a aplicação de recursos (compra do apartamento). Caso o trabalhador declare somente a compra do apartamento, certamente cairá na chamada “malha fina”, situação em que teria que comparecer à Delegacia da Receita Federal para prestar esclarecimentos. Sendo o total das Aplicações de Recursos sempre igual ao total das Origens de Recursos, conclui-se que o TOTAL DO ATIVO SEMPRE SERÁ IGUAL AO TOTAL DO PASSIVO MAIS O PATRIMÔNIO LÍQUIDO5. 5 Nos casos em que o valor do patrimônio líquido for positivo (situação líquida positiva). Quando o valor do patrimônio líquido for negativo, deverá segundo normas contábeis, ser demonstrado do lado do ativo, no final, ficando a equação = (BENS + DIREITOS + PATRIMÔNIO LÍQUIDO NEGATIVO) = OBRIGAÇÕES. ATIVO PASS IVO E P.L. CAPITAL CIRCULANTE CAPITAL DE TERCEIROS CAPITAL FIXO CAPITAL PRÓPRIO APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGENS DE RECURSOS 48 5.6 – ATIVIDADES CAPÍTULO 5 1 - Do ponto de vista contábil, o que é Patrimônio? 2 - Quais as três situações em que o Patrimônio pode se apresentar? 3 - Quais são os elementos Patrimoniais? 4 - Defina Bens, Direitos e Obrigações. 5 - Qual a classificação dos Bens? Defina-os. 49 6 - O que se entende por origens de recursos? 7 - O que se entende por aplicações de recursos? 8 - Porque o total do Ativo sempre coincide com o total do Passivo e P.L.? 9 - O que se entende por Capital de Terceiros? 10 - O que se entende por Capital Próprio? 50 11 - Classifique os elementos do quadro abaixo em Bens, direitos ou obrigações. ELEMENTOS ATIVO PASSIVO Terrenos Promissórias a Pagar Promissórias a Receber Ferramentas Computador Estoques de Mercadorias Mesa Equipamentos Salários a Pagar Empréstimos a Pagar Duplicatas a Pagar Contas a Receber Dinheiro em Caixa Prédios Marcas e Patentes 12 – Com os valores, montar o quadro patrimonial e dizer qual a situação líquida. Alugueis a Receber............. 1.000,00 Clientes................................ 1.000,00 Duplicatas a Pagar.............. 7.000,00 Impostos a Pagar................ 6.000,00Promissórias a Pagar.......... 2.000,00 Caixa................................... 3.000,00 Máquinas............................ 500,00 Mercadorias........................ 700,00 Instalações......................... 800,00 ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES 51 DIREITOS SITUAÇÃO LÍQUIDA 13– Com os valores, montar o quadro patrimonial e dizer qual a situação líquida. Edifícios............................... 1.000,00 Computadores..................... 400,00 Móveis e Utensílios............. 2.000,00 Veículos............................... 4.000,00 Bancos Conta Movimento... 3.000,00 Estoque de Produtos........... 1.500,00 Clientes................................ 2.500,00 Fornecedores....................... 1.800,00 Aluguéis a Pagar................. 1.200,00 Empréstimos Bancários....... 1.300,00 Caixa.................................... 5.200,00 Duplicatas a Pagar............... 900,00 ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES DIREITOS SITUAÇÃO LÍQUIDA 52 14 - Com base nos exercícios 12 e 13, informe: INFORMAR EXERCÍCIO 12 EXERCÍCIO 13 Total das aplicações de recursos. Total das origens de recursos. Total do Capital Circulante. Total do Capital Fixo. Total do capital de terceiros. Total do capital próprio OBS. Exercícios 11, 12 e 13 foram extraídos da apostila Contabilidade Geral para Universitários de autoria do Prof. Dr. Antonio Marcos Favarin. 15) Classifique os elementos do quadro abaixo em Bens, direitos ou obrigações. ELEMENTOS ATIVO PASSIVO Depósito bancário Fornecedores Empréstimos a receber Obrigações tributárias Equipamentos de Computação Estoques de Matéria-Prima Duplicatas a Receber Caixa Terrenos Veículos Obrigações Sociais Dividendos a pagar Financiamentos Bancários Empréstimos de Empresas ligada s Empréstimos às Empresas ligada s 53 16 – Com os valores, montar o quadro patrimonial e dizer qual a situação líquida. Depósitos Bancários.......................... 27.900,00 Fornecedores..................................... 32.000,00 Empréstimos a receber...................... 9.000,00 Obrigações Tributárias....................... 13.900,00 Equipamentos de Computação.......... 9.800,00 Estoque de Matéria-Prima.................. 42.580,00 Duplicatas a Receber......................... 214.500,00 Caixa.................................................. 3.200,00 Terrenos............................................. 40.000,00 Veículos.............................................. 35.000,00 Obrigações Sociais............................. 3.500,00 Dividendos a Pagar............................ 10.700,00 Financiamentos Bancários................. 47.500,00 Empréstimo de Empresas ligadas...... 80.000,00 Empréstimo às Empresas ligadas........ 25.000,00 ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES DIREITOS SITUAÇÃO LÍQUIDA 54 17 - Com base no exercício 16, informe: INFORMAR VALORES Total das aplicações de recursos. Total das origens de recursos. Total do Capital Circulante. Total do Capital Fixo. Total do capital de terceiros. Total do capital próprio OBS. Exercícios 15 e 16 foram adaptados da apostila Contabilidade Geral para Universitários de autoria do Prof. Dr. Antonio Marcos Favarin. 6 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – O BALANÇO PATRIMONIAL Segundo a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por ações), as demonstrações Financeiras são as seguintes: I – Balanço Patrimonial; II – Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III – Demonstração do resultado do exercício; IV - demonstração dos fluxos de caixa; e 55 V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. Apesar de na atual legislação constar apenas essas demonstrações, existem outras não obrigatórias como a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), O Balanço Social e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. No nosso curso as demonstrações que serão trabalhadas serão o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, sendo que neste capítulo veremos o Balanço Patrimonial e no capítulo seguinte a Demonstração do Resultado do Exercício. 6.1 – PERIODICIDADE DE APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As Demonstrações Financeiras, segundo regra societária, deve ser elaborada no final do exercício social da empresa, normalmente no dia 31 de dezembro de cada ano, no entanto, nada impede que prazos mais curtos sejam definidos para apresentação das demonstrações. Fiscalmente, para apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social Sobre o Lucro, as Demonstrações podem ser levantadas, mensalmente, trimestralmente ou anualmente, conforme a opção de tributação feita pela empresa. Gerencialmente, no mínimo, mensalmente as demonstrações contábeis devem ser elaboradas, para que se possa verificar o desempenho da empresa e corrigir eventuais falhas no futuro que deve ser próximo. 6.2 . – BALANÇO PATRIMONIAL Balanço Patrimonial é um quadro onde se classificam os elementos do patrimônio de uma empresa (Bens, Direitos e Obrigações), demonstrando sua riqueza líquida (Patrimônio Líquido) O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da entidade. 6.2.1. – CONTEÚDO E ESTRUTURA O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. 56 a) O Ativo compreende as aplicações de recursos representados por bens e direitos; b) O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros; c) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade e seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do passivo (Ativo menos Passivo). Portanto, o valor do Patrimônio Líquido, pode ser positivo, nulo ou negativo. No caso em que o valor do Patrimônio Líquido é negativo, é também denominado de "Passivo a Descoberto", ou seja, o total do Ativo (bens e direitos) não é suficiente para “cobrir” o total do Passivo (obrigações). As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de realização ou em ordem decrescente de liquidez e as contas do passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos. Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados,
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