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Direito do Consumidor / Aula 2 - Princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor Introdução Os princípios de proteção do consumidor a serem apresentados são diferentes princípios gerais insculpidos em outras normas. Exemplo típico desta assertiva é o entendimento do princípio da vulnerabilidade que é ínsito (de forma exclusiva) ao consumidor, por via de consequência inaplicável a outro sujeito de direito que não o já citado (consumidor). Analisaremos os princípios consumeristas em espécie, quais sejam, o princípio da vulnerabilidade e suas espécies, o da boa-fé e suas funções, o da transparência, da segurança e harmonia. Objetivos Definir os princípios na ordem jurídica; Examinar os princípios consumeristas; Aplicar a casos concretos. Créditos Mônica Veiga Redatora Daniele Pires Designer Instrucional Érik Assumpção Web Designer Rostan Luiz Desenvolvedor INTRO OBJETIVOS CRÉDITOS Princípios Pode-se conceituar o princípio jurídico como pensamento inexorável (rígido, que não cede à flexibilização, implacável) resultante das interações humanas, dentro do Direito, no qual é gerado um microssistema cujos macrossistemas deverão, para ter credibilidade e segurança, recorrer. Como exemplo maior de princípio, a Constituição de 1988 contém os fundamentos valorativos aceitos pela sociedade, portanto, a CF/88 é o plano diretor do sistema jurídico brasileiro, ordenando não somente os princípios, como também, as leis e os procedimentos necessários para que todos possam ser aplicados com correção. Sendo assim, é importante destacarmos a norma e a lei na Defesa do Consumidor. Princípios no Código de Defesa do Consumidor Absorvidos esses conceitos, podemos identificar no art. 4º do CDC, a existência da norma-princípio, por excelência da lei consumerista, na qual está contida a política das relações de consumo, destacando-se como princípios maiores: 1. Princípio Da Vulnerabilidade Art, 4, (...) I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; O princípio da vulnerabilidade é de suma importância porque estabelece a igualdade dentro da relação de consumo, coisa que antes do Código de Defesa do Consumidor não existia e o fornecedor estava sempre em posição de vantagem. Caracterizamos o princípio da vulnerabilidade como aquele em que o consumidor está em desvantagem jurídica, decorrente de uma expressa determinação legal oriunda da L.8.078 de 1990, art. 4, I. Independentemente de sua situação social, pelo simples fato de ser consumidor, já o faz ser classificado como vulnerável. Também não se pode esquecer que todo consumidor é vulnerável, mas nem todo consumidor é hipossuficiente. Este princípio é o resultado da “qualidade” especial do consumidor. Pois, além de lhe ser inerente, é a identificação permanente da subordinação, do desequilíbrio entre o consumidor e o fornecedor. É importante frisar que a vulnerabilidade pode ser: Além do princípio da Vulnerabilidade, os outros dois maiores são: 2. Princípio Da Harmonia Das Relações De Consumo 3. Princípio Da Repressão Eficiente De Todos Os Abusos Veja ainda os seguintes princípios e sua importância nas relações de consumo: Boa fé Art. 4. (...) III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores [...] É o regramento de conduta social de agir com lealdade e honestidade. Fazer o que é certo e na medida do prometido. A relevância do tema é positivada nos seguintes fundamentos: Constituição Federal – 5; V, X, XXII; §2 Código Civil – 112; 113; 166, VI; 167, § 2; 171; 172; 186; 187; 309; 317; 421; 422; 423; 424; 425; 478; 479; 480; 927, § único; 1201 e 1208. Código de Processo Civil – 374, I, III e IV; Código de Defesa do Consumidor – 1; 4, III; 39, V; 51, IV; 54; 84 Transparência Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios [...] Não basta que o fornecedor informe ao consumidor sobre seu produto ou serviço, é necessário que tal informação seja prestada de maneira clara, possibilitando ao consumidor que adquira o bem de consumo de forma consciente. Segurança Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: Art. 4º [...] V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; No que diz respeito à segurança, o Código não estabelece um sistema de segurança absoluta para produtos e serviços. O que se quer é uma segurança dentro dos padrões da expectativa legítima dos consumidores. Harmonia Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios [...] O princípio da harmonia (ou equidade) é um princípio de técnica de hermenêutica que deve estar presente na aplicação da lei. É a justiça diante do caso concreto. Atividade proposta Questão de concurso para Fiscal do PROCON - PROCON-Itumbiara/GO - Ano: 2014 - Banca: UE
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