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- Caso Samarco
Em 2015 foi noticiado em todos os jornais brasileiros um grave acidente ocorrido em Mariana, interior de Minas Gerais, com a empresa de mineração Samarco. Conforme noticiado, suas barragens foram rompidas e, por conseguinte, o incidente devastou a região.
A atividade de risco, como a mineração, gera por sua natureza, a responsabilidade civil, nos termos do artigo 927, parágrafo único do Código Civil que dispõe que haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Ocorre que, especificamente, sobre a responsabilidade civil ambiental o artigo 14º, § 1º da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6.938/81), prevê que o poluidor é obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. E o mesmo artigo ainda prevê que nos danos causados a terceiros, os próprios têm legitimidade para ajuizar demandas individuais onde podem pleitear indenização da mineradora, por danos patrimoniais e extrapatrimoniais. Dentre os danos patrimoniais se destaca as indenizações por perdas e danos, como do valor correspondente a toda perda econômica, de casas e demais bens, como eletrodomésticos, moveis, automóveis, etc.
- Caso Boate Kiss
O incêndio que ocorreu em 2013 na Boate Kiss, no Rio Grande do Sul, deixou centenas de feridos e vítimas fatais. Sabe-se que o incêndio se iniciou pelo acendimento de um artifício pirotécnico pelo vocalista, que atingiu o teto do local, que continha um isolamento acústico formado por uma espuma que, quando em combustão, gerou gás cianeto que foi o causador de todas as lesões/mortes por asfixia.
Porém, os culpados não se resumem ao vocalista e aos donos da boate que permitiram o acendimento do artificio, a responsabilidade por esse caso se estende à Administração Pública que foi omissa com relação ao dever/poder de fiscalizar e fornecer o alvará que permite as atividades de estabelecimentos comerciais e ao Estado que foi omisso com relação ao fornecimento, por meio do corpo de bombeiros, do alvará de proteção e prevenção contra incêndios.
- Caso Chapecoense
No ano de 2016 um fatídico acidente aéreo marcou o mês de novembro ceifando diversas vidas dos integrantes de um time de futebol de Santa Catarina, o Chapecoense.
A responsabilidade civil da empresa aérea é objetiva, baseada na teoria da culpa, ou seja, não há a necessidade de comprovação da existência de alguma relação de culpa/intenção entre a ação do agente e o resultado obtido, portanto, para a caracterização do dever de indenizar, basta a presença de três elementos: a ação ou omissão do agente causador do dano, o dano e o nexo de causalidade e estando presentes estes três requisitos, surge o dever de reparar o dano causado. A responsabilidade da companhia aérea se encaixa nesse âmbito pois no contrato de transporte de pessoas, aceito pelos passageiros, o bem assegurado é a incolumidade, ou seja, a integridade física e psíquica da pessoa transportada.
A pessoa transportada tem o dever de pagar o valor do transporte e o direito de ser conduzida em segurança até o destino e o transportador tem o direito de receber o valor para o transporte e a obrigação de conduzir a pessoa sã e salva até o destino contratado.
Em caso de danos, a empresa aérea apenas se isenta do dever de indenizar se provar alguma causa excludente da responsabilidade como caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima, dente outras, algo que não ocorreu já que as investigações chegaram ao resultado de que o acidente foi causado por falta de combustível na aeronave, algo que é de inteira responsabilidade da empresa de transportes.

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