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Um estado que pode nunca ter existido

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Um Estado que pode jamais ter existido
TRTR – Técnicas Retrospectivas - Teoria do Restauro 
RA: C352GH-6
RA: C10IHB0
RA: B76367-1 
RA: C3681D-7
RA: T25722-0
RA: C247CG-0
Carla Souza 
Caroline Fernanda
Emanuella Pimenta
Tayane Brito
Vanessa Morais
Viviane Martinez
Profª: Sabina 
Turma: AU 7/8 A06
Data: 27/10/2017
Campus: Alphaville
Antonio Luiz Dias de Andrade
Antonio Luiz Dias de Andrade (1948-1997) formou-se em Arquitetura na FAU-USP onde também realizou os cursos de mestrado e doutorado e atuou como professor a partir de 1976. Dirigiu a Superintendência do IPHAN em São Paulo de 1978 a 1994, atuando também no período como Conselheiro do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arquitetônico e Turístico de São Paulo – Condephaat. Pesquisador da arquitetura e das técnicas construtivas, especializou-se em restauração e conservação do patrimônio edificado, tendo realizado vários projetos e obras neste campo, além de publicado trabalhos relativos à preservação do patrimônio cultural e à arquitetura vernacular do Vale do Paraíba. 
Fonte: http://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.185/5777
Rodrigo Mello Franco de Andrade – defensor dos monumentos brasileiros;
Brasil – 
Insensibilidade reinante;
Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional;
Séc. XIX: a preservação do patrimônio histórico cultural não foi incorporado às políticas públicas nem às preocupações sociais;
Professor Alberto Childe – 
1º anteprojeto de lei – Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico do Brasil – 1920 (alcance restrito e com limitação à arqueologia;
Logo o anteprojeto mostrou-se impraticável pois, a proteção se daria por intermédio da desapropriação, tornando os terrenos/sítios, em propriedades da nação brasileira.
1923 – 
Deputado Luis Cedro – Novo projeto de lei em defesa dos Monumentos Históricos e Artísticos do Brasil;
“respeitar o direito de propriedade”
1924 – 
Projeto de lei complementar que impede a saída das obras de arte tradicional brasileiras do país, porém foi arquivado por colidir com o exercício de propriedade – Augusto de Lima;
Novo projeto de lei – Jair Lins afirmava que garantido aos proprietários o direito de “usar, gozar e dispor de seus bens e reavê-los do poder de quem quer que injustamente os possua”, não haveria impedimentos para o Estado impor a sua ação tutelar de proteção. 
As leis nos países europeus recorriam para a proteção dos bens, sendo proibida a saída dos objetos.
A Constituição do Brasil não poderia oferecer a proibição da saída dos objetos brasileiros.
Jair Lins baseia-se, para o projeto de lei, principalmente em leis francesa e italiana, não sendo muito aceito pela Câmara, porém teve uma grande importância capital.
1930 – 
Nova proposta apresentada pelo deputado Wanderley Pinho, que contituirá a base do Decreto-lei nº 25 de 30 de novembro de 1937, até hoje em vigor
ANTECEDENTES
Segundo Rodrigo M. F. de Andrade, o critério para escolha dos monumentos a serem protegidos procurou proteger “os bens móveis ou imóveis que se possam considerar particularmente expressivos ou característicos dos aspectos e das etapas principais da formação social do Brasil e da evolução peculiar dos diversos elementos que constituiriam a população brasileira”.
Quando o SPHAN inicia as atividades, nos primeiros pronunciamentos de Rodrigo M. F. de Andrade, domina o propósito de formar na opinião públia a consciência de um patrimônio nacional, com aspectos próprios. Na seleção desses bens, alguns já foram selecionados logo de cara, como as obras de Aleijadinho e a arte e arquitetura em Minas Gerais. Com esse intuito de reconhecer os valores próprios da nossa arte fez com que o SPHAN encontrasse nas expressões populares um importante componente para a sua afirmação.
A autonomia da arte nacional, que são os modelos que deram origens as condições locais, dando-lhe caráter único, serviu como referência principal par a seleção dos bens a serem protegidos como patrimônio nacional.
Mario de Andrade afirmava que preservar o patrimônio é alfabetizar.
 
Rodrigo M. F. de Andrade, agora diretor do Serviço, afirmava que: “o SPHAN dispõe-se a uma tarefa de interesse indiscutivelmente nacional: a defesa do patrimônio comum a todos os brasileiros. Tudo deve ser feito do princípio visto que a própria noção do interesse geral precisa ser compreendida por todos e não apenas por uma elite. Para um fim comum o esforço deverá ser comum. Este espírito de proteção dos testemunhos da história e da arte merece ser acolhida entre todas as classes”.
Estratégias de ação:
Consolidação nas rotinas jurídicas do país as restrições ao direito de propriedade decorrente do ato de tombamento; 
Realizar o inventário sistemático dos bens culturais do país; 
Salvar os bens de inegável importância que se encontravam ameaçados de desaparecimento por maus cuidados de seus responsáveis ou pela decadência das regiões antigamente ricas e naquele tempo em miséria e abandono.
PATRIMÔNIO DA OLIGARQUIA?
OS JUÍZOS DE VALORES
OS CRITÉRIOS DA CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO
Experiências anteriores em conservação e restauração eram praticamente inexistentes no Brasil.
A imensa tarefa de "socorrer urgentemente, e salvar os monumentos que estavam profundamente atingidos pela ruína e ameaçavam perecimento completo", acentuou a importancia da presença dos arquitetos no SPHAN.
Lúcio julgava que os ensinamentos e a familiaridade com os processos construtivos tradicionais eram sufientes para que os arquitetos pudessem lidar com todas as situações.
Tanto Rodrigo M. F. de Andrade quanto Lúcio Costa julgavam que era necessário restaurar somente o que fosse imprescindível, não agregando artifícios desnecessários a obra em questão, valorizando a parte artística.
Na ausência de documentos ou informações que transmitissem as características primitivas dos monumentos, os projetos eram baseados em verdadeiras deduções, interpretando os traços restantes, usando a lógica racionalizada referente as origens e a história da arquitetura brasileira.
Lúcio Costa
Rodrigo Mello Franco de Andrade
Luis Saia
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Embu - 1908
Uma das primeiras obras a receber cuidados especiais do SPHAN
 Estava bastante danificada e o convento desabitado e em ruínas, somente sua situação estrutural encontrava-se em melhor estado.
Sua fachada principal havia sido reconstruída na década de 20.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Embu - 1920
"A fachada da igreja, reformada neste século, foi na realidade deformada com impetuosa estultice." - Mário de Andrade
Os estudos para a restauração da igreja tiveram início em 1938, sob os cuidados do arquiteto Luis Saia. O problema principal era identificar com precisão suas formas primitivas.
Luis Saia e Lúcio Costa então se basearam em uma documentação fotográfica de Washington Luiz de 1908, encontrada por Mário de Andrade.
Houveram divergências de interpretação quanto a reconstituição do frontão da igreja e da antiga torre sineira, pois as fotos já apresentavam resultados de uma outra reforma anterior.
IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
Igreja de Nossa Senhora da Escada, Guararema
Igreja de Nossa Senhora da Escada, Guararema (Luis Saia recorreu a ela como exemplo para a reconstituição do frontão da Igreja de Nossa Senhora do Rosário)
Croqui Igreja Nossa Senhora do Rosário
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Embu - Atualmente
Por fim a soluções adotadas foram uma fusão entre a ideia de Luis Saia para o frontão, e a de Lúcio Costa para a reconstituição da torre sineira. Dando a igreja a peculiar fisionomia que possui hoje.
Capela de São Miguel (era o exemplo escolhido por Lúcio Costa que dizia que ela parecia reproduzir o "espírito da época" que eles buscavam no projeto)
Capela de São Miguel
Igreja de São Cosme e Damião, Igarassu – PE – Antes da Intervenção
Intervenções em tempo limitado (1942-1958) para restituir as formas perdidas.
O pedido inicial, em 1942, para
que fossem reparadas as venezianas das janelas do coro acarretou na sua simples eliminação, "ficando a vista as antigas portas" e que, por sua vez, levou a se pensar na substituição de seus atuais gradis de ferro por outros de madeira, mais condizente com o templo.
Croqui Igreja de São Cosme e Damião, Igarassu – PE 
Julgou-se, depois, que "a pequena platibanda que esconde a meia água do lado esquerdo da igreja" deveria ser demolida, devido aos prejuízos causados na composição da fachada.
A seguir apresentou-se o problema com os elementos de modernatura que ornamentavam a fachada pois eles não parecem os primitivos.
IGREJA DE SÃO COSME E DAMIÃO
Igreja de São Cosme e Damião, Igarassu – PE - Atualmente 
Entre outras modificações os responsáveis por essa restituição aos poucos removeram ou alteraram características da igreja que foram considerando inadequadas e que havia transformado a fachada em algo incoerente como que eles deduziam ser o aspecto primitivo que a fachada deveria ter.
 
Croqui Igreja de São Cosme e Damião, Igarassu – PE 
Capela do Padre Faria – Século 19
CAPELA PADRE FARIA
As mesmas intenções revestiram as obras realizadas no princípio da década de quarenta na Capela do Padre Faria, ocasião em que se procurou recompor a frontaria alterada em época incerta.
Capela do Padre Faria – Atualmente
Viollet Le - Duc
Esses processos se assemelham a ideia de Viollet Le-Duc de restauração de estilo. Ele dizia que: “Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento.”
Bibliografia
http://www.arqpop.arq.ufba.br/node/131
http://joaquimdepaula.com.br/index.php/tag/lucio-costa/
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/173
http://www.saocarlosagora.com.br/entretenimento/noticia/2012/03/21/28010/exposicao-luis-saia-memoria-e-politica-no-centro-cultural/
https://fabiolamusarra.wordpress.com/2014/11/24/sao-longuinho-mora-em-guararema/
http://capeladesaomiguel.org/
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/13.151/5245
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.195/6176
https://bonjourparis.com/history/eugene-viollet-le-duc-the-visionary-behind-notre-dames-restoration/

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