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Aula 8 – Padronização das Demonstrações Contábeis Prof. Dr. Alexsandre Lira Cavalcante 1 Objetivo da Aula: Apresentar por que as demonstrações financeiras publicadas, mesmo que estejam expressas em moeda corrente, precisam ser padronizadas, ou seja, reclassificadas e condensadas para fins de análise. 2 1. Introdução • As demonstrações financeiras devem ser preparadas para a análise, da mesma forma que um paciente que vai submeter-se a exames médicos. (MATARAZO, 2010) 3 2. Revisão Prévia • Antes de iniciar a análise, devem-se examinar detalhadamente as demonstrações financeiras. (MATARAZO, 2010) 4 3. Conceito • Padronização das demonstrações financeiras consiste numa crítica às contas das demonstrações financeiras, bem como a transcrição delas para um modelo previamente definido. 5 4. Motivos para Padronizão • Seis Principais Motivos: i. Simplificação ii. Comparabilidade iii. Adequação aos objetivos da análise iv. Precisão nas classificações de contas v. Descoberta de erros vi. Intimidade do analista com as demonstrações financeiras 6 4. Motivos para Padronizão i. Simplificação: • Um balanço apresentado segundo a Lei das S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas. Isso dificulta a visualização do balanço como um todo. • Quando se colocam lado a lado três balanços com 60 valores cada um e se calculam os percentuais de variação de um ano para outro, bem como a composição percentual de cada balanço, chega-se a 540 números, o que complica enormemente o trabalho de um analista. • A padronização visa reduzir ao máximo o número de contas !! 7 4. Motivos para Padronizão ii. Comparabilidade: • Com exceção das companhias que operam num ramo onde existe um plano de contas legal obrigatório (bancos, seguradoras etc), toda empresa tem seu próprio plano de contas, com maior ou menor grau de detalhes e com títulos de contas em que é difícil descobrir a origem. • Como a análise se baseia em comparação, só faz sentido analisar um balanço após o seu enquadramento num modelo que permita comparação com outros balanços. • A padronização visa tornar os balanços comparáveis !! 8 4. Motivos para Padronizão iii. Adequação aos objetivos da análise: • Há pelo menos uma conta que deve sempre ser reclassificada: Duplicatas Descontadas. • Do ponto de vista contábil, é uma conta retificadora de duplicatas a receber. • Do ponto de vista de financiamentos, é uma conta que representa recursos tomado pela empresa junto aos bancos, devido à insuficiência de recursos próprios. • Em nada se distingue de empréstimos bancários, do ponto de vista financeiro. • Por isso, as Duplicatas Descontadas devem aparecer no lado do Passivo Circulante. • A padronização visa reclassificar contas dos balanços !! 9 4. Motivos para Padronizão iv. Precisão na classificação de contas: • É frequente encontrarem-se balanços e demonstrações de resultados com falhas nas classificações de contas. • Exemplos: a) Investimentos de caráter permanente que aparecem no Ativo Circulante; b) Despesas do próprio exercício que aparecem como Despesas do Exercício Seguinte; c) Gastos indevidamente lançados como Ativo Intangível quando deveriam fazer parte das despesas ou perdas do exercício; d) Empréstimos de curto prazo que aparecem no Exigível a longo prazo. • Tudo isso, visa “embelezar os balanços”. • Se o analista conhecer os principais itens de manipulação dos balanços, desconfiará das contas citadas e solicitará esclarecimentos à empresa em análise. • A padronização visa obter a correta classificação de contas dos balanços !! 10 4. Motivos para Padronizão v. Descoberta de erros: • É também possível a presença de erros, intencionais ou não, nas demonstrações financeiras. • Exemplos: a) Estoques finais ou iniciais da Demonstração do Resultado do Exercício não coincidem com os estoques dos balanços; b) Provisão para devedores duvidosos do balanço não coincide com a que foi constituída na Demonstração de Resultados do Exercício. c) Impossível conciliar o Patrimônio Líquido Final com os resultados do exercício mais o Patrimônio Líquido Inicial. • Nesses casos, deve-se desconfiar da veracidade das demonstrações financeiras e suspender a análise até que se esclareçam as dúvidas. • A padronização visa descobrir erros de lançamento !! 11 4. Motivos para Padronizão vi. Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa: • A padronização obriga o analista a pensar em cada conta das demonstrações financeiras e a decidir sobre sua consistência com outras contas, sobre a classificação que deve dar a ela, enquanto a transcreve para o modelo predefinido de padronização. • Ao terminar seu trabalho, o analista adquire grande familiaridade com os números da empresa e, em consequência, poderá enxergar detalhes que, de outra forma não conseguiria ver. • A padronização visa gerar intimidade com as demonstrações financeiras !! 12 5. Características do Modelo de Padronização • As principais características do modelo de padronização são: i. O Ativo e o Passivo apresentam apenas contas essenciais. ii. O Ativo Circulante é dividido em Operacional e Financeiro iii. O Passivo Circulante também é dividido em Operacional e Financeiro, sendo que as “Duplicatas Descontadas” fazem parte desse último. iv. No lado do Passivo, acha-se um subtotal representado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante). v. No Patrimônio Líquido aparecem apenas o “Capital Social” já deduzidos de eventuais “Capital a Realizar” e somado às Reservas. vi. A “Demonstração de Resultado” evidencia apenas os valores fundamentais para análise, já considerando a correção integral em dólares. vii. A Receita Líquida de Vendas está deduzida das “Devoluções e Abatimentos” e “Impostos”. viii. As Receitas e Despesas Financeiras estão líquidas dos efeitos inflacionários. 13 6. Modelo de Padronização 14 CONTAS 31/12/2014 31/12/2015 31/12/2016 VA AV AH VA AV AH VA AV AH ATIVO ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (ACF) Disponível Aplicações Financeiras SOMA ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (ACO) Clientes Estoques SOMA Total do Ativo Circulante Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Total do Ativo Não Circulante PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (PCO) Fornecedores Outras Obrigações SOMA PASSIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (PCF) Emprestimos Bancários Duplicatas Descontadas SOMA Total do Passivo Circulante PASSIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos Bancários Financiamentos Bancários SOMA CAPITAIS DE TERCEIROS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital e Reservas Lucros Acumulados Total do Patrimônio Líquido TOTAL DO PASSIVO Modelo de BP Padronizado 6. Modelo de Padronização 15 CONTAS 31/12/2014 31/12/2015 31/12/2016 VA AV AH VA AV AH VA AV AH RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (=) LUCRO BRUTO (-) Despesas Operacionais (+/-) Outrs. Rec./Desp. Operacionais (=) LUCRO OPERACIONAL (Antes dos resultados financeiros) (+) Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras (=) LUCRO OPERACIONAL (-) Resultado não Operacional (=) LUCRO ANTES IR e CSLL (=) LUCRO LÍQUIDO Modelo de DRE Padronizada Obrigado... 16
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