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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX Processo criminal nº MATEUS, já qualificado os autos do processo em epígrafe oferecido pelo Ministério Público, vem na presença de Vossa Excelência, através de seu advogado infra-assinado, na forma do artigo 396 e 396-a, ambos do Código de Processo Penal apresentar: RESPOSTA À ACUSAÇÃO Com base nos fatos e fundamentos ora expostos: DOS FATOS: O acusado foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática nos crimes previstos nos artigos 217-A, c/c art. 234-A, III, do Código Penal, pois teria constrangido a jovem de nome Maísa a praticar conjunção carnal, em sua residência no mês de agosto de 2016, valendo-se de sua incapacidade de oferecer resistência por ser deficiente mental, fato este que gerou a gravidez. DOS FUMDAMENTOS: A) Da atipicidade do fato Verifica-se nos autos que o fato narrado é atípico, pois o acusado não tinha conhecimento de qualquer tipo de doença e o relacionamento era consentido. Além disso, não consta nos autos, prova de debilidade mental ou violência e grave ameaça. Os fatos narrados estão configurados nos art. 217-A do Código Penal e 397, III do CPC. Segundo NUCCI, Se, por um lado, mostra-se louvável a preocupação da lei em estender especial proteção a tais indivíduos, por outro, é preciso cuidado para que não haja indevida e prejudicial ingerência do Estado na intimidade de pessoas portadoras de deficiência, cuja prática sexual é, muitas vezes, de suma importância para o próprio desenvolvimento pessoal. Neste aspecto, foi bastante positiva a mudança legislativa. Isto porque, em se tratando de deficientes e enfermos mentais, a vulnerabilidade foi expressamente relativizada, na medida em que o dispositivo contempla apenas aqueles que não tiverem o necessário discernimento para a prática do ato. Ou seja, ainda que possuam precária esfera cognitiva e volitiva, tais pessoas podem ostentar capacidade suficiente para compreensão do ato, e aquiescer com sua prática (NUCCI, Guilherme). Segundo a Jurisprudência, TJ-RN - Apelação Criminal ACR 2359 RN 2009.002359-3 (TJ-RN)/ Rel. Des. Armando da Costa Ferreira. TRF-1 – Apelação Criminal : ACR 136267520104013200/ Rel. Des. Federal Hilton Queiroz. B) Da ausência de justa causa Não há justa causa, pois não consta nos autos provas da vulnerabilidade e não há indícios de autoria uma vez que as provas demonstram conhecimento. Previsto no art. 395, III. De acordo com Maria Thereza Rocha de Assis Moura “o fato ou o conjunto de fatos que justificam determinada situação jurídica, ora para excluir uma responsabilidade, ora para dar-lhe certo efeito jurídico”. Segundo a Jurisprudência, STJ – Agravo Regimental no agravo em Recurso Especial: AgRg no AREsp 513965 MT 2014/0107151-0/ Rel. Maria Thereza de Assis Moura. DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: 1) A absolvição sumária do réu com base no art. 397, III do CPP 2) Caso Vossa Excelência não rejeite o pedido anterior, deverá rejeitar a ação penal na forma do art. 395, III do CPP 3) A intimação das testemunhas para deporem em juízo. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Advogado OAB/UF ROL DE TESTEMUNHAS 1) Olinda, qualificação, 2) Alda, qualificação.
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