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O PSICÓLOGO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO DE PESSOAS com deficiencia e projeto sos inclusao

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O PSICÓLOGO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS 
Alexandra Anache Ayach
Profª Msc Milena V. Coelho
Disciplina Educação Inclusiva
UNIP-DF
Atuação profissional deve estar comprometida com uma práxis transformadora, a atividade material do homem que transforma o mundo natural e social para fazer dele um mundo humano”. 
Necessidade de elaborar uma proposta política e pedagógica que vise à transformação da cultura escolar. 
Necessidade de promover ações voltadas para o esclarecimento das determinações ideológicas e filosóficas, das tendências educacionais e da concepção de educação/ensino, urgência de investimentos na formação profissional e pessoal, visando garantir espaços de interlocução para proporcionar reflexões sobre crenças, valores e preconceitos presentes no âmbito educacional.
As intervenções nas relações interpessoais se apresentaram como necessárias para promover a qualidade de ensino dos envolvidos em diferentes situações e espaços, institucionalizados ou não. 
Cabe ao psicólogo escolar observar os aspectos intersubjetivos constitutivos na relação entre os agentes educacionais para favorecer a construção de uma cultura fundamentada na perspectiva da educação inclusiva. 
Necessário questionar-se sobre o tipo de inclusão que se propõe e o que se executa. 
Há necessidade de investimentos do psicólogo escolar junto aos órgãos gestores da instituição na construção de um trabalho coletivo, envolvendo direção, professores, servidores, comunidade, fóruns de deliberações, conselhos e outras instâncias que se fizerem oportunas para promover estratégias e ações comprometidas com a qualidade da educação para todos, indistintamente. 
Avaliação da aprendizagem como foco
É preciso que se reconheça que a deficiência mental se caracteriza pelo modo diferenciado de aprender. No entanto, essa é uma questão ainda silenciada. Sabemos que o aluno pode aprender, mas não sabemos como ele o faz.
Diante disso, as práticas pedagógicas ficam limitadas ao treino de habilidades. 
Tentativas nessa direção ocorreram pelas diferentes matrizes teóricas que versam sobre aprendizagem, mas que ainda priorizaram o aspecto cognitivo em detrimento das demais dimensões implicadas no processo de aprender. 
Nesse referencial, a contribuição de Vigotski (1989) sobre a ZDP impõe a necessidade de se construírem novos caminhos rumo a uma proposta pedagógica que atenda às necessidades dessas crianças. 
Assim, é imprescindível que o psicólogo consiga descobrir, junto a professores, crianças e familiares, formas que favoreçam a organização e a reorganização da pessoa submetida ao processo de avaliação, e não se limitar a confirmar o que a professora do ensino comum havia lhe informado.
Os profissionais tendem a encaminhar os alunos para as salas de recursos, de modo a não deixá-los desamparados em relação à fragilidade acadêmica. 
Tal dilema se reflete no silêncio das políticas educacionais no combate ao fracasso. 
O problema da exclusão em relação à pessoa com deficiência mental não será resolvido apenas pela extinção de um serviço especial, porque o simples ato de “colocar” essas crianças em salas do ensino comum não tem garantido sua escolarização. 
O ensino especial é viável na medida em que as práticas instituídas nas diferentes modalidades de ensino sejam revistas, a fim de que seja possível observar o tipo de inclusão que se pretende. 
Há uma fragilidade das políticas educacionais incorporadas pelos profissionais da educação, que afirmam o lugar do dito especial. Agora não só os deficientes, mas todos os que de alguma forma não cumpriram as formalidades do processo de ensino são colocados na condição de incapazes de aprender – todos incluídos como portadores de necessidades educacionais especiais. No entanto, tal generalização também é excludente, na medida em que se perde a pessoa de referência.
A avaliação da deficiência mental requer cuidados e exige a formação de uma equipe especializada, na qual está incluso o psicólogo. Entretanto, isso não tem garantido qualidade nesse processo e, consequentemente, no êxito acadêmico desses estudantes.
Se por um lado o psicólogo precisa ter cuidados quanto à sua onipotência em assumir o diagnóstico da deficiência mental, por outro a sociedade lhe conferiu legitimidade para a realização de exames psicológicos com base em normas sociais dominantes. Eles representam uma forma de poder, na medida em que transformam cada pessoa em objeto de conhecimento por meio do uso de técnicas como observação, classificação e análise de comportamentos, entre outras, pretendendo tornar visível o invisível.
É necessário rever a atitude profissional de quem avalia, no caso específico o psicólogo, que atualmente vem encontrando dificuldades para definir o seu espaço de atuação no âmbito escolar. 
O trabalho do psicólogo na escola não pode se restringir à avaliação; não adianta o psicólogo chegar à escola e ditar as regras de como se deve atender as crianças com deficiência mental. A avaliação deve se constituir como fonte mobilizadora, e não conformadora das práticas de exclusão, exigindo que o profissional não se limite a olhar a deficiência que criança tem, mas sim a criança apresentada como deficiente.
Importância dos aspectos subjetivos na avaliação
Avaliação contínua
Avaliação deve trazer informações sobre a extensão da deficiência, mas também possibilidades.
Não patologização do aluno que não consegue obter êxito no ensino-aprendizagem.
É necessário que o psicólogo indague quem é a criança que se apresenta como problema, e não qual é o problema da criança.
A família precisa ser conquistada pela escola, e não culpabilizada. 
o psicólogo assume o papel de agente que mobiliza, desmobiliza e organiza o trabalho dentro da escola, averiguando os determinantes sociais da ação do sujeito, principalmente no caso dos alunos que apresentam dificuldades para escolarizarem-se. 
Entendemos que não basta revelar quem é o deficiente mental. O processo de avaliação psicológica não é tão onipotente a ponto de modificar posturas relacionadas à segregação do aluno que a ele se submeteu, mas confere poder de decisão, por isso precisa ser fidedigno ao estudante. 
É preciso que o psicólogo esteja atento para observar as implicações das orientações e intervenções construídas e, junto com a criança, professores e familiares, poder redimensioná-la, ou mesmo construir outras formas de atuação. 
A avaliação da aprendizagem do sujeito exige uma abordagem sistêmica, sendo que a unidade de estudo deve ser a atividade psicológica em toda a sua complexidade. 
 Inclusão escolar pela via da colaboração entre educação especial e educação regular
(Projeto SOS Inclusão) 
MENDES, E. G.; ALMEIDA, M. A.; TOYODA, C. Y. 
Profª Msc Milena V. Coelho
Disciplina Educação Inclusiva
UNIP-DF
Oferecer aos professores da escola comum suporte para qualificar o trabalho pedagógico desenvolvido por eles com seus alunos com necessidades educacionais especiais. 
Ações de formação para educadores com base no formato de cursos de curta duração.
Oferecer informações e quebrar mitos e preconceitos; garantir formação permanente para todos os profissionais envolvidos no processo; valorizar o professor, que é o responsável por importantes tarefas da escola; e estabelecer sistemas de colaboração e/ou de cooperação, criando e/ou fortalecimento uma rede de apoio.
Dentre as formas de trabalho colaborativo na escola encontramos dois modelos: “o coensino” ou “ensino colaborativo”, e a “consultoria colaborativa”.
Coensino: “dois ou mais profissionais dando instruções substantivas para um diverso ou misto grupo de alunos num único espaço físico”, é um modelo de prestação de serviço de educação especial no qual um educador comum e um educador especial dividem a responsabilidade de planejar, instruir e avaliar a instrução de um grupo heterogêneo de estudantes. 
Consultoria é um processo que tem seis características: 
1) é uma ajuda ou processo de resolução de problemas; 
2) ocorre entre alguém que recebe
ajuda e alguém que dá a ajuda e que tem a responsabilidade pelo bem estar de uma terceira pessoa; 
3) é uma relação voluntária; 
4) tanto quem dá ajuda quanto quem a recebe compartilha a solução do problema; 
5) a meta é ajudar a resolver um problema de trabalho atual de quem busca a ajuda; e 
6) quem ajuda se beneficia da relação, de modo que os futuros problemas poderão ser controlados com mais sensibilidade e habilidade. 
A consultoria para o professor é um processo de resolução de problema que toma parte num período de tempo e segue determinados estágios. Durante este processo, o consultor assiste o professor de sala de aula para maximizar o desenvolvimento educacional dos estudantes
Projeto sos inclusão
Objetivo geral implementar e avaliar um programa de consultoria colaborativa para as escolas regulares com a intenção de colaborar no processo de inclusão escolar de crianças com necessidades educacionais especiais. Assim, o projeto inicial teve como objetivo investigar as possibilidades de trabalho colaborativo em dois momentos: formação dos estudantes na universidade e formação continuada de professores de crianças com necessidades educacionais especiais
O trabalho colaborativo era realizado em diferentes instâncias: 
nas reuniões de supervisão na Universidade, envolvendo pesquisadores colaboradores, 
e na escola, envolvendo visitas semanais de pelo menos um membro de cada equipe na sala de aula onde professores tivessem alunos com necessidades educacionais especiais. 
os problemas e dificuldades dos professores eram analisados coletivamente nas reuniões de grupo na universidade até as estratégias possíveis serem coletivamente identificadas e negociadas com os professores para uma possível implementação na escola regular.
No ambiente escolar os estudantes iam para sala de aula onde faziam observação participante. Cada universitário ficava responsável por colaborar com uma professora e seu aluno durante todo o semestre letivo.
O que tem sido observado ao longo dessa história foi a construção de uma cultura de colaboração, de modo que a cada ano tem se tornado mais e mais fácil atingir um estágio de colaboração com os professores desde o início do trabalho.
A aprendizagem colaborativa oferece grandes vantagens que não estão disponíveis em ambientes de aprendizagem mais tradicionais, uma vez que o grupo permite um grau mais significativo de aprendizagem e reflexão do que qualquer indivíduo poderia fazer de forma isolada. 
Durante todo o diálogo, a maneira que cada pessoa tem de pensar se torna público e ela explica e defende seu ponto de vista. Quando pessoas estão envolvidas em interações grupais, frequentemente podem superar situações que não são capazes de perceber quando estão sozinhas, trabalhando de forma independente. 
Ainda existe uma falta de preparo por parte dos professores para lidar com este tipo de trabalho colaborativo, prevalece uma tendência de atribuir tarefas e esperar que o colaborador assuma a responsabilidade da criança com necessidades especiais matriculada em suas salas de aula, enquanto eles preferem dedicar o seu tempo para os outros alunos. 
Quando isso acontece, é necessário negociar desde o início o papel do colaborador e uma possível solução poderia se desenvolver na formação inicial das competências desejáveis para um trabalho colaborativo nas escolas. 
Uma das mudanças mais desafiadoras para os professores seria abandonar este papel tradicionalmente individual, de controle absoluto da sala de aula, para começar a agir de forma a compartilhar objetivos, tomadas de decisões, instruções, responsabilidades, avaliação da aprendizagem, resolução de problemas e enfim tudo o que envolve a administração da sala de aula. Nesse sentido, os professores e profissionais precisam começar a pensar como “nossa” classe para superar medos e tensões inevitáveis associados às mudanças.

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