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interfaces com o sistema de protecao especial

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INTERFACES DA EDUCAÇÃO COM O
SISTEMA DE PROTEÇÃO ESPECIAL
VOLPI, M. Interfaces da educação com o sistema de proteção especial. FUNDESCOLA/MEC/Brasília, 2000.
Profª Msc. Milena Coelho
Educação Inclusiva
UNIP-DF
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
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Rede de Proteção Social.
Na área da educação: Livro Didático; Saúde do Estudante; Merenda Escolar; Gestão Eficiente; Complemento ao FUNDEF; FUNDESCOLA.
Na área do trabalho: Manutenção do Seguro-Desemprego; Abono Salarial; Qualificação Profissional.
Na área da saúde: Combate às Carências Nutricionais; Farmácia Básica do SUS; Programa
Nacional de Imunização; Piso Assistencial Básico do SUS; Saúde da Família; Atenção Integral à Saúde da Mulher.
Na área da assistência social: Apoio à Criança Carente; Apoio ao Cidadão, à Família e ao Deficiente; Apoio à Pessoa Idosa; Benefício ao Idoso e à Pessoa Portadora de Deficiência (LOAS); Apoio ao Combate ao Trabalho Infantil; Apoio Integral à Criança e ao Adolescente no Enfrentamento à Pobreza; Participação da União em Programas de Garantia da Renda Mínima.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
A origem das chamadas políticas sociais remonta ao período da Revolução Industrial na Europa e tem sua fonte mais específica na Lei dos Pobres da Inglaterra. A lógica desta iniciativa da intervenção do Estado para regular as relações do mercado com o trabalho era de diminuir as disparidades que desestabilizavam o sistema social. 
Seguindo esse caminho e pressionado por um lado pela classe trabalhadora organizada e por outro pelas demandas de contenção da pressões sociais o Estado se constitui num Estado de Bem-Estar Social, assumindo para si funções de regulação social que pudessem assegurar assistência mínima àqueles que não tinham trabalho, não pudessem trabalhar (incapacidade física ou mental) e àqueles cujo rendimento do seu trabalho não permitia o suprimento das necessidades básicas.
Entre o econômico e o jurídico há um hiato preenchido, talvez tardiamente, pelo social.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
Os programas sociais que tinham o objetivo de atender a demandas sociais, diminuir tensões e “humanizar” as relações de trabalho passaram a se constituir em políticas permanentes de controle social. 
Nos últimos 30 anos essas políticas constituíram-se em uma Rede de Proteção Social que tinha por objetivo assegurar a integração do indivíduo ao mercado (como força de trabalho e como consumidor). 
Daí essa rede ser composta de programas de garantia de renda mínima, salário-desemprego, auxílios sociais monetários e não monetários diversos (creche, escola, moradia)
Evita-se a instabilidade do sistema
Estado de Bem-Estar Social nunca se deu de forma efetiva no Brasil, a grande maioria de sua população está socialmente excluída.
Não há uma Rede de Proteção Social tradicional, pois não se trata de proteger direitos assegurados e, sim, de assegurar direitos por meio de políticas sociais de inclusão.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
A realidade brasileira aponta para um déficit das políticas sociais e do seu funcionamento carregando, historicamente, mecanismos próprios de exclusão.
A política educacional brasileira: inadequação dos currículos e da metodologia 
A política de saúde: apoiada exclusivamente no trinômio centro de saúde, hospital e médico, concentrando os serviços nas redes tradicionais, ignorando atividades de medicina popular e preventiva, colaborando para o agravamento das condições de saúde dos mais pobres.
Política habitacional: benefícios à classe média apenas.
Ao nos referirmos a uma Rede de Proteção Social ou, mais especificamente, a uma Rede de Proteção Especial, queremos identificar uma conjunto de políticas sociais estruturadas, capazes de resgatar o cidadão de sua exclusão social e incluí-lo numa participação crítica e ativa na sociedade como um sujeito capaz de interferir na sua própria história e na história da sociedade na qual se integra.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional (exerce uma função de caráter social e não jurídica, seu papel caracteriza-se por contribuir com as crianças e os adolescentes em situação de vulnerabilidade para promover sua inclusão social e não a aplicação de castigos ou punições), encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Cada Município deverá ter pelo menos um Conselho Tutelar composto por 5 pessoas escolhidas pela comunidade por indicação regulamentada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O papel do Conselho Tutelar é assegurar de forma imediata os direitos infanto-juvenis, podendo inclusive requisitar serviços e aplicar medidas protetivas. Caracteriza-se por ser um órgão de caráter comunitário e operacional.
Conta com uma retaguarda de serviços e programas que permitam agilizar os processos de prevenção e atendimento às situações de ameaça ou violação de direitos. Essa retaguarda se constitui de serviços de proteção transitórios e permanentes.
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SERVIÇOS DE PROTEÇÃO TRANSITÓRIOS
Abrigos
Destina-se àquelas crianças e adolescentes que estão impedidos da convivência familiar por ausência ou impedimento dos pais. 
No período em que a criança ou o adolescente estiverem abrigados, o diretor do abrigo tem responsabilidade de guarda
Casa aberta
São unidades de atendimento, em geral, a meninos e meninas de rua. Constitui-se também em um programa transitório destinado a propiciar um processo de auto-conhecimento e de reorganização de sua vida.
Escola aberta
Alternativa metodológica ao ensino formal. 
A transposição de uma criança que vive nas ruas para dentro de uma sala de aula representa uma transição entre universos extremamente diferenciados. Para atenuar essa distância as escolas abertas se propõem a ser um momento intermediário de estímulo à criança ou ao adolescente para voltar à escola e, ao mesmo tempo, são um laboratório de criatividade para gerar novas metodologias que contaminem a escola formal para que se torne mais atrativa e interessante.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
Educação social
Em alguns lugares também chamados de “plantão social”, são programas destinados a dar apoio aos Conselhos Tutelares em situações emergenciais as mais diversas. Atuam nos casos em que é preciso providenciar cesta básica de alimentos; assegurar passagem de ônibus para migrantes; promover atendimento imediato de apoio sócio-familiar ou a aproximação do núcleo familiar com o estabelecimento de contatos periódicos em reuniões e visitas domiciliares, planejadas na perspectiva de não invadir arbitrariamente o núcleo familiar, mas respeitando os limites da individualidade e promovendo o diálogo e abertura para uma relação solidária; sugestão e estímulo ao encaminhamento a serviços especializados nos casos de graves desajustes como abuso de álcool e drogas e/ou maus-tratos; apoio terapêutico para a gerência a administração de conflitos interpessoais entre os membros da família quando assim o desejarem.
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SERVIÇOS DE PROTEÇÃO PERMANENTES
As políticas sociais básicas, através das suas redes de serviços, constituem a base dos serviços de proteção permanente. A escola, o centro de saúde, os programas sócio-educativos em meio aberto, as ações complementares à escola, as atividades de cultura, esporte e lazer são os pilares de todo o sistema de proteção aos direitos das crianças e adolescentes.
A permanente interlocução do Conselho Tutelar com essa rede de serviços é a estratégia básica para uma prevenção primária à violação dos direitos.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
A ATUAÇÃO EM REDE
O conceito de rede está inserido na própria definição do Estatuto da Criança e do Adolescente sobre a política de atendimento como um conjunto articulado de ações
governamentais e não governamentais da União, dos Estados e dos Municípios, com a respectiva definição de papéis e responsabilidades. Na comunidade, a articulação em rede implica o conhecimento dos atores sociais existentes, suas propostas, atribuições e responsabilidades. Esse conhecimento é adquirido a partir de um processo permanente de diálogo e da formalização de momentos específicos de apresentação e troca de experiências.
A CIDADANIA COMO OBJETIVO COMUM
A exclusão social de crianças e adolescentes tem em sua base a sonegação contínua de seus direitos mais elementares. Tanto as violências praticadas no contexto familiar, como as resultantes de estruturas sociais injustas, ou ainda as praticadas isoladamente por pessoas ou grupos, são componentes de um mesmo quadro de violência social, no qual crianças e adolescentes são as vítimas mais vulneráveis. Os múltiplos fatores que incidem sobre a produção da exclusão social da infância demandam múltiplas abordagens no seu enfrentamento. Mais do que procurar identificar se os fatores causais são de ordem estrutural ou conjuntural, é preciso considerar a complexidade da situação de ameaça e violação de direitos para não cairmos numa análise economicista que julga que, resolvidos os problemas econômicos, os sociais seriam resolvidos por consequência.
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Os programas de proteção especial ganham, portanto, um duplo sentido: servem como proteção nos casos de ameaça aos direitos e funcionam como mecanismos de inclusão para os que são violados e excluídos.
Varas especializadas da Infância e Juventude, com competência não só para a apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis, como também para conhecer os pedidos de adoção, ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, ou ainda ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento; aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente; e, finalmente, conhecer casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
Defensoria Pública é o órgão responsável por atuar na defesa do cidadão sempre que seus interesses estiverem em questão. Na área da criança e do adolescente, a Defensoria é fundamental para assegurar a ampla defesa e o contraditório sempre que algum litígio estiver presente. Nesse caso, a Defensoria deve fazer a defesa técnico-jurídica do acusado, atuando de forma gratuita no processo.
Os Centros de Defesa da Criança e do Adolescente – CEDECA são ONG criadas com o papel de fazer a defesa jurídico-social, a mobilização da sociedade e a defesa política, isto é, a advocacy num sentido amplo. Um Centro de Defesa, normalmente, tem profissionais das áreas de Direito, Serviço Social e Educação que, além de fazer a defesa jurídico-social da criança e do adolescente, desenvolvem atividades de popularização do Direito e de disseminação de uma cultura de cidadania mais ampla.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
Delegacias da Criança e do Adolescente, que têm o papel de investigar a participação de adolescente na prática de atos infracionais.
A ESCOLA E A PROTEÇÃO DOS DIREITOS INFANTO-JUVENIS
Com uma grande incidência na produção de valores, hábitos, atitudes, comportamentos e conhecimentos, a escola é um aliado fundamental na produção de uma cultura de respeito aos direitos e na vigilância para prevenir sua violação.
Um grande tarefa, nesse sentido, é a disseminação de informação, seja a respeito dos direitos, seja a respeito dos serviços existentes na comunidade e de como acessá-los. Mobilizando a comunidade educativa (pais, professores, alunos, comunidade), a escola também pode colaborar para a identificação de necessidades específicas e propor aos gestores públicos a criação dos serviços correspondentes.
Professores com papel importante no contato com as crianças e comunicação com o conselho tutelar.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP
APLICAÇÃO E EXECUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS: ROTINAS E PROCEDIMENTOS
Cabe ao Conselho Tutelar aplicar as medidas protetivas nas situações correspondentes, devendo para isso estruturar rotinas que lhe permitam ser ágil e eficiente.
O que o Conselho Tutelar pode fazer:
Ouvir a criança ou adolescente de forma reservada, assegurando-lhe privacidade e tranquilidade para expressar-se;
Atender e aconselhar os pais ou responsável e, se for necessário, proceder a encaminhamento a algum dos serviços de apoio sócio-familiar, de saúde, educação ou outro;
Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
Defender a criança e o adolescente representando à autoridade quando tiver sua liberdade de expressão e manifestação reprimida;
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Representar ao Ministério Público, para efeito das ações de perda ou suspensão do pátrio poder.
Também cabe ao CT assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
Cada CT é autônomo, subordinando-se aos procedimentos definidos em lei municipal que regulamenta seu funcionamento.
Para consolidar-se como base do Sistema de Garantias, suas atividades devem estar plenamente sintonizadas como os demais componentes do sistema e suas iniciativas, dirigidas a fortalecer o funcionamento de uma Rede de Proteção Social cujo objetivo maior é a inclusão social de crianças e adolescentes no exercício da cidadania plena.
Profª Msc. Milena Coelho- Educação Inclusiva- UNIP

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