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Reclamação Trabalhista AV1

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1 
 
EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA......VARA DO TRABALHO DE MACAÉ/RJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FULANO DE TAL, brasileiro, casado, marítimo, inscrito no CPF (MF) sob o nº 
XXXXXXXXXX, residente e domiciliado à Rua XXXXXX, nº XX, Bairro XXXXXX, XXXXXXX/PA CEP 
XXXXXXX, vem, por seu procurador judicial infra-assinado (procuração em anexo), propor a presente 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA contra EMPRESA 
TAL S/A, empresa inscrita no CNPJ (MF) sob o nº XXXXXXXXXXXXXXXX, com endereço na Rua 
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, Rio de Janeiro - RJ, CEP XXXXXXXXXXXXXXX, e, empresa EMPRESA 
QUAL S/A inscrita no CNPJ (MF) sob o nº XXXXXXXXXXXXX, com endereço na Rua 
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, Rio de Janeiro - RJ, CEP XXXXXXXXXXXXXXX, pelas razões que passa a 
expor: 
 
 
I – DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA SEGUNDA RECLAMADA. 
 
Uma vez que o autor, ao longo do período imprescrito, laborou com exclusividade para a 2ª 
Reclamada, EMPRESA QUAL S/A, insurge-se também contra esta, tomadora dos serviços prestados 
pelo obreiro, atraindo para essa a responsabilização subsidiária, nos termos da súmula 331, IV do C. 
TST. 
 
 
II – CONTRATO DE TRABALHO. 
 
O reclamante foi contratado pela empresa y S.A em 08.07.2003, para trabalhar como 
Marinheiro de Convés, sendo esta empresa sucedida pela empresa Tal S/A, ora demandada, em 
01.11.2013, como a anotado às fls. 41 de sua CTPS, em anexo. 
 
2 
 
O local da contratação foi no Município de Macaé/RJ, também onde, ao longo do liame 
empregatício, ocorreram os últimos embarques do autor, sendo, portanto, esse Juízo competente para 
instrução e julgamento do feito. 
 
Em 09.12.2016 de forma abrupta e sem justa causa, teve rescindindo seu contrato de 
trabalho, com o recebimento de Comunicação de Dispensa, na forma de Telegrama (doc. anexo), e 
Aviso Prévio, também datado em 09.12.2016. 
 
A remuneração do autor no mês anterior à ruptura do pacto laboral (novembro/2016) foi no 
valor liquido de R$ 6.254,97 (seis mil, duzentos e noventa e quatro reais e noventa e sete centavos), 
conforme contracheque em anexo. 
 
Expirado o prazo legal para adimplemento das verbas rescisórias, a primeira demandada 
não adimpliu com nenhuma de suas obrigações contratuais, com exceção apenas da baixa em sua 
CTPS (que foi remetida pelo autor via postal - SEDEX), sem que a empresa tenha fornecido o TRCT, 
guias de seguro-desemprego, ou chave de conectividade para o saque de seu FGTS. 
 
Em 06.01.2017 a primeira reclamada, através de outro telegrama (doc. em anexo), 
comunicou ao obreiro que não iria lhe pagar suas verbas rescisórias, e outras, sob o pretexto de 
que havia entrado com pedido de recuperação judicial em 13.12.2016 (Processo nº 0425144-
44.2016.8.19.0001), sem dar maiores detalhes sobre referido pedido. 
 
 Em razão desses fatos, vem o autor se socorrer dessa Justiça especializada para ter seus 
direitos garantidos. 
 
II - DO DIREITO. 
 
2.1 DA CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA PARA LEVANTAMENTO DOS DEPÓSITOS DO 
FGTS DO AUTOR E EMISSÃO DE GUIAS DE SEGURO DESEMPREGO. 
 
 Nos termos do art. 300 do CPC, aplicável ao processo do trabalho por força do art. 3º, IV, da 
Instrução Normativa nº 39/2016 do C. TST, o juízo poderá antecipar os efeitos da tutela pretendida 
toda vez em que houver probabilidade do direito e o perigo de dano. 
 
3 
 
A antecipação de tutela nada mais é do que se antecipar os efeitos de uma sentença de 
mérito, mediante determinados requisitos, dentre eles probabilidade do direito e o perigo de dano, caso 
se aguarde o final da marcha processual. 
 
Com efeito, no caso em tela, restam incontroversas a dispensa imotivada do reclamante 
e a inadimplência da reclamada quanto às verbas rescisórias, como atestam os documentos juntados 
com a peça vestibular: Aviso Prévio, Comunicado de Dispensa, CTPS e Telegrama. Portanto, o 
direito do autor ao levantamento dos valores depositados nas contas de FGTS não só é provável, 
como é inequívoco. 
 
 Também incontroverso é o direito do obreiro à emissão de guias de seguro-desemprego. 
 
 Diante da situação de penúria do autor pelo inadimplemento de suas verbas rescisórias, e 
como até o presente momento e se encontra impossibilitado de fazer o levantamento de seu FGTS, 
a demora na prestação da tutela jurisdicional poderá agravar ainda mais a precariedade de seu estado 
financeiro, pondo em risco a própria sobrevivência e de seus familiares. Portanto, o perigo de dano 
também resta demonstrado. 
 
 Demonstrada a dispensa sem justo motivo é direito líquido e certo do trabalhador a 
expedição do respectivo alvará para liberação do FGTS e de ofício para habilitação no seguro 
desemprego, ante a natureza alimentar das parcelas e o risco de lesão de difícil reparação, em especial 
em casos como o presente, onde sequer as verbas rescisórias foram pagas. 
 
 O aresto, abaixo transcrito, baliza os pleitos do reclamante: 
 
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00014236520145020020 SP 00014236520145020020 A28 
Data de publicação: 22/10/2015 
Ementa: Litigância de má-fé. Alvará para levantamento de FGTS. É de conhecimento público a 
praxe da Caixa Econômica Federal de, ao ser comunicada da dispensa sem justa causa do 
empregado, lançar no extrato de conta vinculada o saque do saldo do FGTS, embora este só seja 
efetivamente realizado quando apresentado o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho ou 
decisão judicial determinando o levantamento dos valores. Dessa forma, a recorrente não agiu 
com má-fé ao requerer a expedição de alvará judicial, já que a medida foi imprescindível para 
possibilitar o saque do saldo de FGTS existente na sua conta vinculada. Recurso da autora a que 
se dá provimento para excluir a condenação em litigância de má-fé. 
4 
 
 
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00013414020125020461 SP 00013414020125020461 A28 
Data de publicação: 27/02/2015 
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. DIFERENÇAS DE FGTS. 
DEPÓSITO NA CONTA VINCULADA. OBRIGAÇÃO LEGAL. LEI 8.036 /90, ART. 18. 
Independentemente da forma de ruptura do contrato de trabalho, as diferenças de FGTS devem 
ser depositadas na conta vinculada do reclamante, nos termos do art. 18 da Lei 8.036 /90, 
notadamente pelo fato de que sobre os valores depositados na conta vinculada incidem 
cominações previstas na própria lei do FGTS. Diante desse quadro, impõe-se a reforma a 
sentença apenas para consignar que após a comprovação do depósito do FGTS deverá ser 
liberado o alvará para levantamento do FGTS. 
 
TRT-5 - AGRAVO DE PETIÇÃO AP 00007967520115050281 BA 0000796-75.2011.5.05.0281 
Data de publicação: 04/11/2015 
Ementa: FGTS. LEVANTAMENTO POR MEIO DE ALVARÁ. Se existe crédito a favor do 
empregado, despedido sem justa causa, em sua conta vinculada, tal valor deve ser, de logo, 
colocado à sua disposição, até porque tal medida não implica qualquer prejuízo a agravada, já 
que a quantia levantada será oportunamente deduzida do montante devido a título de indenização 
substitutiva e impede o enriquecimento ilícito do reclamante. Recurso provido. 
 
TRT-1 - MANDADO DE SEGURANÇA MS 00108097520155010000 RJ (TRT-1) 
Data de publicação: 28/06/2016 
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA ANTECIPADA. EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ PARA 
LEVANTAMENTO DO FGTS E DE OFÍCIO PARA HABILITAÇÃO NO SEGURO DESEMPREGO. 
Restando incontroversa a dispensa do trabalhador sem justa causa, bem como o não pagamento 
das verbas do distrato, em razão de dificuldades financeiras alegadas pela ex-empregadora, 
mostra-se cabível cassar o ato judicial que indeferiu a antecipação de tutela para saque do FGTS 
e habilitação no seguro desemprego, em conformidade coma jurisprudência deste Colegiado. 
 
 Ante o acima exposto, estando presentes os requisitos autorizadores para a concessão da 
tutela pretendida, requer o autor que lhe seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela, com a 
expedição de alvará judicial para o saque de seu FGTS, nos termos do art. 300, do CPC. 
 
 O reclamante anexa com a presente peça os extratos das contas que deverão ter os valores 
liberados por alvará judicial, desde já informando que se trata de duas contas fundiárias, que não foram 
5 
 
unificadas pela primeira reclamada, apesar da sucessão empresarial ocorrida em 01.11.2013, como 
anotado às fls. 41 de sua CTPS, em anexo. 
 
 Trata-se, portanto, de grupo econômico, conforme anotação às fls. 42 da CTPS do obreiro, e 
não fora feita a unificação destas contas. 
 
 O aresto, abaixo transcrito, corrobora a tese do autor: 
 
 
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00007246620125020013 SP 00007246620125020013 A28 
Data de publicação: 27/11/2014 
Ementa: CONTA VINCULADA DO FGTS. SUCESSÃO DE EMPRESAS. UNIFICAÇÃO DE 
CONTAS. DIFERENÇAS DE MULTA DEVIDAS. No presente caso, há suficiente prova 
documental da existência de segunda conta vinculada, sendo certo que cabia à ré, na qualidade 
de empregadora, solicitar a unificação delas por ocasião da sucessão havida e observar a 
totalidade do saldo das contas vinculadas na rescisão. 
 
 Requer, também em sede de antecipação de tutela, a expedição de ofício à DRT para sua 
habilitação ao recebimento do seguro-desemprego. 
 
2.2 MULTA DE 40% SOBRE OS DEPÓSITOS DO FGTS E DIFERENÇAS. 
 
 Sendo incontroversa a rescisão do pacto laboral sem justa causa, pugna o autor para que 
sejam as demandadas compelidas a pagarem a multa de 40% sobre os depósitos do FGTS. 
 
 O reclamante requer seja determinado à primeira reclamada, que apresente todos os 
comprovantes de depósito do FGTS nas contas vinculadas do autor, sob as penalidades do art. 400 do 
CPC. 
 
 Na eventualidade de restarem incompletos os depósitos nas contas vinculadas do obreiro, 
requer-se a responsabilização das reclamadas pelo pagamento de diferenças, garantindo-se 
integralidade dos depósitos fundiários, inclusive para efeitos de cálculo da indenização compensatória 
de 40% do FGTS. 
 
 
6 
 
2.3 DEMAIS VERBAS RESCISÓRIAS 
 
 Conforme acima exposto, o reclamante foi dispensado sem justa causa na data de 
09.12.2016, sem ter recebido suas verbas rescisórias até a presente data. Desta forma entende 
também serem devidas as seguintes parcelas rescisórias: 
 
2.3.1 Aviso Prévio Indenizado: 
 
 O reclamante faz jus ao recebimento do Aviso Prévio Indenizado e proporcional ao tempo de 
serviço (69 dias, de acordo com a Lei 12.506/2011), em razão de sua despedida imotivada, como os 
acréscimos legais. 
 
 2.3.2 Saldo de salário do mês de dezembro/2016: 
 
 O reclamante faz jus ao recebimento de seu saldo de salário, na proporção de 9 (nove) dias 
trabalhados, com os acréscimos legais. 
 
2.3.3 Segunda parcela do 13º Salário de 2016 e 13º proporcional de 2017. 
 
 Informa o obreiro que a primeira reclamada efetuou o pagamento da primeira parcela do 13º 
Salário, no valor de R$ 1.875,52, restando devida a segunda parcela. Contudo, em razão do Aviso 
Prévio Indenizado (30 dias + 39 dias proporcionais ao tempo de serviço de 13 anos), o tempo de serviço 
do autor foi prorrogado até 18.02.2016, devendo ser levando em conta esse período para pagamento de 
13º salário proporcional de 2017. 
 
 2.3.4 Férias Proporcionais + 1/3 de 2016/17: 
 
 O reclamante faz jus ao recebimento de Férias Proporcionais + 1/3, referente a 05/12 avos. 
Em razão da projeção do aviso prévio, também faz jus a 3/12 de férias indenizadas, igualmente 
acrescidas de 1/3. 
 
2.4 MULTAS DO ART. 466 E DO ART. 477, § 8º, DA CLT. 
 
 Com já exposto acima, a primeira reclamada não adimpliu com nenhuma de suas 
obrigações contratuais relativas ao pacto laboral, com exceção apenas da baixa da CTPS do obreiro. 
7 
 
Portanto, não foram fornecidos o TRCT, as guias de seguro-desemprego, ou chave de conectividade 
para o saque de FGTS, assim como, não houve o pagamento das verbas rescisórias no tempo 
oportuno. 
 
 Isso posto, requer o autor o pagamento das verbas incontroversas do pacto até a data da 
audiência inaugural, sob pena de acréscimo de 50% sobre o montante devido, conforme preceitua o art. 
467 Consolidado. 
 
 Requer também o pagamento de um salário do obreiro, nos termos do § 8º do art. 477 
Consolidado. A multa prevista no art. 477, § 8º da CLT, devida ao empregado no valor correspondente 
ao seu salário, há de ser interpretada em consonância com os dizeres do caput do mesmo dispositivo, 
que prevê ao trabalhador o direito de haver do empregador uma indenização paga na base da maior 
remuneração que tenha recebido na empresa. 
 
2.5 DO DANO MORAL PELO ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS 
 
A primeira reclamada rescindiu sem justa causa o pacto laboral estabelecido com o 
trabalhador e não efetuou o pagamento das verbas rescisórias quando do seu desligamento, o que 
deixou o obreiro em total desamparo, acarretando-lhe imenso transtorno. 
 
Constatado o erro de conduta da empresa, a ofensa à honra e à dignidade do autor e o nexo 
de causalidade entre ambos, há o dever de reparação do dano moral, por conta da violação aos 
princípios da dignidade da pessoa humana e na dignidade do trabalho, ambos presentes no 
ordenamento jurídico pátrio. 
 
É certo que quando se retira por inteiro do trabalhador os meios de prover a sua 
subsistência, ou seja, os meios de prover as suas necessidades básicas, lhe é subtraída a sua 
dignidade, causando-lhe com isto enorme sofrimento e constrangimento, gerando assim o dever da 
empresa em indenizar o trabalhador pelos danos morais suportados. 
 
Diante da inadimplência da primeira reclamada, o autor, que é o arrimo de sua família, se 
viu privado de seu meio de subsistência. Essa privação, por óbvios motivos, trouxe grande frustação e 
angústia ao obreiro, atentando contra sua dignidade, devendo as demandadas, por conta disso, serem 
compelidas a indenizá-lo pelos danos morais suportados. 
 
8 
 
A existência do dano moral é inegável. A dor experimentada pelo autor é irrefragável e 
absoluta, já que contava com seu salário e, no caso: com as demais verbas decorrentes de sua 
rescisão, para manter seu sustento. 
 
As reclamadas são responsáveis, na medida em que assumiram as consequências de seus 
atos e omissões, já descritos. Ademais, nos precisos termos do art. 2º Consolidado, os riscos das 
atividades econômicas das requeridas não podem ser suportados pelo trabalhador, na medida em que 
este não detém poder algum de direção dos rumos do empreendimento, tal como o empregador. 
Portanto a obrigação de reparação do dano, decorrente da assunção do risco por parte das empresas 
rés da atividade que exploram, é de natureza objetiva. 
 
Com efeito, o próprio Código Civil fornece a definição de ato ilícito: 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
 
“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes". 
 
O mero dever genérico de não prejudicar não foi respeitado pelas reclamadas. Estas, como 
observado, foram omissas, negligentes e excederam em muito os limites decorrentes do liame 
empregatício, impostos tanto pelos seus fins econômico-sociais, como pelos bons costumes.O nexo etiológico é facilmente demonstrável, na medida em que foram as ações ou 
omissões das demandadas que custaram (e ainda custam) ao autor, dias seguidos de estresse, 
preocupações, constrangimentos e ofensas aos seus direitos e garantias fundamentais. 
 
O aresto, abaixo transcrito, corrobora a tese do autor: 
 
ACÓRDÃO TRT 8ª / 1ª T / RO 0010793-66.2015.5.08.0117 Data: 23/08/2016 
Ementa INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS 
RESCISÓRIAS. DANO IN RE IPSA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. A conduta da reclamada, de 
negligenciar o pagamento das verbas rescisórias do reclamante, tem o condão de macular o 
patrimônio imaterial do obreiro, já que o privou de verba necessária à sua própria sobrevivência, 
9 
 
violando direitos da personalidade do trabalhador, o que configura ato ilícito, passível de 
indenização, nos termos dos arts. 186 e 927, do Código Civil. Trata-se de dano in re ipsa, 
dispensando-se a apresentação de provas que demonstrem a ofensa moral da pessoa. O próprio 
fato de atraso no pagamento das verbas rescisórias do reclamante já configura o dano, pelo que 
deve ser indenizado. 
[urn:lex:br;justica.trabalho;regiao.8:tribunal.regional.trabalho;turma.1:acordao:2016-08-23;0010793-66.2015.5.08.0117] 
 
Em relação ao quantum indenizatório, este não deve ter apenas caráter de ressarcimento, 
pois a moral é inquestionavelmente imensurável, deve também imprimir caráter sancionatório, para que 
as requeridas não voltem mais a cometer a mesma desídia para com outros trabalhadores, pois 
saberão que o valor da condenação não será irrisório. 
 
Dessa forma, diante da presença dos requisitos ensejadores do dever de indenizar, tendo 
em vista o caráter disciplinar e desestimulador da indenização, do poderio econômico das empresas 
promovidas, das circunstâncias do evento e da gravidade do dano causado ao autor, requer a 
condenação das reclamadas ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 30.000,00 
(trinta mil reais). 
 
2.6 INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL - DESPESAS COM ADVOGADOS 
 
O autor, para ver seus direitos trabalhistas respeitados, teve que bater às portas desta 
Justiça especializada. Não concorreu para essa situação, cuja responsabilidade é integralmente das 
reclamadas. 
 
 Em que pese a possibilidade de o autor se valer do jus postulandi, não poderia abrir mão de 
contratar serviços advocatícios para essa lide, em razão, sobretudo, da complexidade dos temas 
envolvidos. Do contrário, haveria o trabalhador de se aventurar num desconhecido mundo jurídico, para 
tentar fazer prevalecer seus direitos, ainda que de forma não equânime, frente ao Judiciário. 
 
 Isso posto, entende o trabalhador que a contratação de profissionais habilitados para a 
defesa de seus interesses perante essa lide não decorre de um simples capricho ou vão desejo. Ao 
contrário: é imprescindível para que seus direitos, violados por culpa exclusiva das reclamadas, sejam 
restaurados e/ou compensados. 
 
10 
 
 Uma vez que o obreiro não deu causa para a situação em que se encontra, sendo esta 
responsabilidade exclusiva das rés, caberá a estas suportarem o ônus decorrente da contratação de 
advogados para que o reclamante faça valer seus direitos. Esse entendimento encontra previsão 
expressa em nosso ordenamento jurídico. 
 
O art. 389 do Código Civil dispõe: 
 
"Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado." 
 
Já art. 404 do mesmo Codex assim dispõe: 
 
"Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros, custas e, 
sem prejuízo da pena abrangendo honorários de advogado convencional." 
 
 Resta patente, portanto, que a constituição de advogado para obter a satisfação de 
obrigações trabalhistas que as rés deveriam ter espontaneamente cumprido trouxe efetivo prejuízo ao 
autor, reduzindo o montante a que este faria jus, por ocasião do término do pacto laboral. 
 
 A reparação, portanto, encontra amparo nos supracitados arts. 389 e 404 do Código Civil, e 
ainda, no Enunciado 53 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, promovida em 
dezembro de 2007: 
 
"53. REPARAÇÃO DE DANOS - HONORÁRIOS CONTRATUAIS DE ADVOGADO. Os 
artigos 389 e 404 do Código Civil autorizam o Juiz do Trabalho a condenar o vencido em 
honorários contratuais de advogado, a fim de assegurar ao vencedor a inteira reparação do 
dano." 
 
Por sua vez, os arestos, abaixo colacionados, corroboram a tese do autor: 
 
TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00104118620135010069 RJ (TRT-1) 
Data de publicação: 16/06/2015 
11 
 
Ementa: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARTS. 389 E 404 DO CC/2002 . A interpretação 
sistemática dos arts. 389 e 404 do Código Civil implica no entendimento de que a ausência 
de cumprimento de uma obrigação faz com que o devedor tenha que pagar perdas e danos 
ao credor, sendo que essas englobam o valor referente aos honorários advocatícios. Esses 
dispositivos são amplamente compatíveis com o Processo do Trabalho, onde as obrigações 
do empregador, em geral, são pecuniárias. O princípio da reparação integral dos danos tem 
ampla aplicação no Direito do Trabalho, motivo pelo qual o empregado deve ser ressarcido 
pelos honorários que contrata para obter o reconhecimento do direito violado, mormente 
quando não há defensoria pública que o assista e o PJE - JT na forma como instalado nesta 
Região impossibilite o acesso real à justiça diretamente pelo trabalhador. Nesse sentido é o 
entendimento contido no Enunciado nº 53 da I Jornada de Direito Material e Processual do 
Trabalho. 
 
ACÓRDÃO TRT 3ª / Sétima Turma / 2014-04-03 Data: 03/04/2014 
EMENTA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS OBRIGACIONAIS. REPARAÇÃO DE DANOS. 
O princípio da reparação integral de danos, resguardado nas disposições dos artigos 389, 
395 e 404, do Código Civil, harmoniza-se com o princípio da proteção ao trabalhador, razão 
pela qual a conjugação de ambos autoriza o deferimento da reparação correspondente aos 
honorários advocatícios obrigacionais, mormente se inexiste dispositivo legal que afaste a 
aplicação do princípio da reparação de danos nesta hipótese. Entendimento em contrário 
imporia ao trabalhador a redução do seu patrimônio para garantir o exercício do direito 
constitucional de ação. 
[urn:lex:br;justica.trabalho;regiao.3:tribunal.regional.trabalho;turma.7:acordao:2014-04-
03;0000441-76.2013.5.03.0111] 
 
ACÓRDÃO TRT 8ª / 1ª T / RO 0000442-74.2014.5.08.0115 Data 14/04/2015 
EMENTA: INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS CORRESPONDENTE AOS 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL. CABIMENTO. 
Consoante o princípio da reparação integral dos danos, a indenização deve abranger não só 
o próprio direito violado, mas também todas as despesas efetuadas para a obtenção da 
reparação desse direito, sendo, portanto, devida a indenização com vistas a garantir a 
reparação total dos prejuízos sofridos pelo trabalhador que teve seus direitos lesados 
reconhecidos. Inteligência do artigo 944 do Código Civil Brasileiro, combinado com os 
artigos 389 e 404 do mesmo diploma legal. Recurso do reclamante provido em parte. 
12 
 
[urn:lex:br;justica.trabalho;regiao.8:tribunal.regional.trabalho;turma.1:acordao:2015-04-
14;0000442-74.2014.5.08.0115] 
 
 Isso posto, pugna o autor para que as rés sejam condenadas a arcarem com as despesas 
de honorários aos seus advogados, no percentual de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor da 
condenação final (total devido ao reclamante),conforme cópia do contrato de honorários estabelecidos 
entre as partes. 
 
III - BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA 
 
O reclamante declara ser pobre na forma da lei, não tendo condições econômicas de 
demandar em Juízo, sem prejuízo de seu sustento e de sua família, requerendo, por conseguinte, os 
benefícios da Justiça Gratuita, consoante o art. 98, caput, do CPC/2015. 
 
IV – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
 A antecipação dos efeitos da tutela, a fim de que sejam expedidos, nos termos do art. 300, do CPC, 
Alvará judicial, para que o reclamante possa sacar o seu FGTS, conforme extratos em anexo; bem 
como Ofício para sua habilitação do seguro-desemprego. 
 
Requer ainda, as seguintes parcelas: 
 MULTA DE 40% SOBRE O FGTS COM RESPONSABILIZAÇÃO DAS RÉS PELA 
INTEGRALIDADE DOS DEPÓSITOS FUNDIÁRIOS...........................................................ilíquido. 
 AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL.............................................................................R$ 14.386,43 
 SALDO DE SALÁRIO DO MÊS DE DEZEMBRO/2016.................................................R$ 1.876,49 
 SEGUNDA PARCELA DO DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO DE 2016.................................ilíquido. 
 DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO PROPORCIONAL DE 2017..............................................ilíquido. 
 FÉRIAS PROPORCIONAIS DE 2016/17 (5/12)............................................................R$ 2.606,24 
 1/3 S/ FÉRIAS PROPORCIONAIS DE 2016/17...............................................................R$ 868,75 
 FÉRIAS INDENIZADAS PROJEÇÃO DO A. PRÉVIO.................................................. R$ 1.563,74 
 1/3 S/ FÉRIAS INDENIZADAS PROJEÇÃO DO A. PRÉVIO...........................................R$ 521,25 
 MULTA DO ART. 467 DA CLT..............................................................................................ilíquido. 
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 DO ART. 477, § 8º, DA CLT..........................................................................................R$ 6.254,97 
 INSS SOBRE VERBAS RESCISÓRIAS.............................................................................. ilíquido. 
 INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - ATRASO VERBAS RESCISÓRIAS ..............R$ 30.000,00 
 INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL - CONTRATAÇÃO DE ADVOGADOS................ ilíquido. 
 
Demais requerimentos: 
 
 
 Que sejam as verbas ilíquidas apuradas em execução de sentença, por cálculos, com os devidos 
acréscimos legais. 
 
 Que seja a primeira reclamada compelida a juntar nos autos os demonstrativos dos depósitos 
realizados, mês a mês, na conta do FGTS do autor, para que se apurem as diferenças existentes, 
acrescidas de 40% (quarenta por cento), sob pena de execução direta por quantia equivalente. 
 
 Que seja a primeira reclamada compelida a juntar os recibos de pagamento do autor, sob as penas 
do artigo 400 do Código de Processo Civil, aplicável subsidiariamente ao texto consolidado (CLT - 
art. 769). 
 
 Ratifica o autor os pleitos de condenação subsidiária da segunda reclamada, bem como, da 
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita; ambos acima já fundamentados. 
 
 
Protesta por todo gênero de provas em direito admitidas, sem prejuízo de outras provas 
eventualmente cabíveis. 
 
 
 Dá-se à causa o valor de R$ 60.000,00 para fins de alçada. 
 
 Termos em que pede deferimento. 
 
 Belém, 02 de fevereiro de 2017. 
 
 
ADVOGADO 
 OAB/PA XXX

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