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Biologia ano 1 NÍVEIS HIERÁRQUICOS DE ORGANIZAÇÃO Uma maneira de se iniciar um estudo da Biologia é utilizar a ideia de níveis hierárquicos de organização. Por meio dessa abordagem a constituição de um ser vivo é avaliada em diferentes níveis, desde os mais simples até os mais complexos. Podemos adotar o organismo como um nível de referência. A análise de um organismo como o humano, por exemplo, nos revela a existência de sistemas que proporcionam o suporte necessário ao desenvolvimento de suas atividades. Cada sistema, por sua vez, é constituído por um conjunto de órgãos. Estes, quando submetidos à análise microscópica, evidenciam que são constituídos por uma sucessão de camadas, que correspondem aos tecidos. Cada um dos diferentes tecidos é formado por pequenas unidades que exibem similaridades morfológicas e funcionais – as células. As células apresentam no seu interior um conjunto de organelas que, ao serem estudados sob o ponto de vista bioquímico, se mostram estruturados por arranjos de moléculas que, por sua vez, são formados pela reunião de determinados átomos. Assim, átomos e moléculas reunidos levam à formação de um organelas. Organelas diferentes coexistem no interior de uma célula trabalhando de forma integrada. Células semelhantes na forma e na função constituem um tecido. Tecidos reunidos entram na composição de um órgão. Órgãos envolvidos em uma mesma atividade fazem parte de um sistema. Sistemas diferentes acabam sendo componentes de um organismo. DO ORGANISMO À BIOSFERA Podemos verificar nos mais diferentes ambientes que os organismos não vivem isoladamente. Eles exibem uma tendência a viverem agrupados, sejam ou não da mesma espécie, estabelecendo interações entre si e com o meio. Organismos da mesma espécie vivendo em determinada área geográfica constituem uma população daquela espécie, naquele ambiente. Populações diferentes, de diferentes espécies, convivendo em uma mesma área geográfica, levam à formação do nível de organização conhecido como comunidade. Uma comunidade pode ser, então, em termos biológicos, considerada como um conjunto das diferentes populações de espécies coexistindo em um determinado meio. Em outros termos, podemos dizer que a comunidade corresponde à reunião dos componentes vivos ou bióticos do meio ambiente. Por outro lado, a interação da comunidade com os componentes não-vivos ou abióticos do meio conduz a outro nível de organização – o ecossistema. Cada ecossistema é definido pela interação, em um certo ambiente naturalmente delimitado, de um componente biótico (a comunidade) com um abiótico (componentes físico-químicos). Ecossistemas naturais interagem, não são isolados. Da somatória de todos os ecossistemas existentes na Terra, chega- se ao último nível de organização, a biosfera. BIOLOGIA • Bio = Vida • Logia = Estudo PRINCIPAIS ÁREAS DA BIOLOGIA Citologia: ramo da biologia que estuda a célula; Histologia: ramo da biologia que estuda os tecidos; Botânica: ramo da Biologia dedicado ao estudo das plantas; Ecologia: ramo da Biologia dedicado ao estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente; Embriologia: ramo da Biologia dedicado ao estudo da formação do animal a partir de uma única célula indiferenciada; Evolução: ramo da Biologia dedicado ao estudo da descendência das espécies e evolução destas; Fisiologia: ramo da Biologia dedicado ao estudo do funcionamento do organismo; Microbiologia: ramo da Biologia dedicado ao estudo dos micróbios; Zoologia: ramo da Biologia dedicado ao estudo dos animais CITOLOGIA A citologia foi criada no final do século XIX, e é o ramo da biologia que estuda a célula do ponto de vista estrutural e funcional. O termo célula (do grego kytos = cela; do latim cella = espaço vazio), foi usado pela primeira vez por Robert Hooke (em 1655) para descrever suas investigações sobre a constituição da cortiça analisada através de lentes de aumento. TEORIA CELULAR A teoria celular, porém, só foi formulada em 1839 por Schleiden e Schwann, onde concluíram que todo ser vivo é constituído por unidades fundamentais: as células. Assim, desenvolveu-se a citologia (ciência que estuda as células), importante ramo da Biologia. As células provêm de outras preexistentes. As reações metabólicas do organismo ocorrem nas células. Os princípios gerais desta teoria se baseiam em alguns aspectos fundamentais: • Todos os seres vivos são formados por uma ou mais células. • Toda célula se origina de outra pré-existente, por um processo chamado divisão celular. • A célula é a unidade estrutural e funcional de todos os organismos vivos. • A atividade de um organismo depende da atividade total de células independentes. • Todas as células possuem, basicamente, a mesma constituição química. • As reações metabólicas e bioquímicas ocorrem no interior das células. • A célula contém informação genética e hereditária que é passada para outras células durante o processo de divisão celular. VÍRUS E os vírus? Embora não consistam em células, provavelmente evoluíram de organismos celulares, e muitos biólogos os consideram organismos vivos. Os vírus não realizam funções fisiológicas por si sós, mas parasitam para que o maquinário das células hospedeiras faça essas funções por eles – incluindo a reprodução. Uma partícula viral completa é chamada de vírion, a qual consiste do material genético (DNA ou RNA) envolvido por uma estrutura de origem protéica denominada de capsídeo. O capsídeo é formado por unidades idênticas da mesma proteína conhecidas como capsômero e a estrutura constituída pelo material genético e o capsídeo que o envolve é denominado nucleocapsídeo (vírus nu). Os vírus que parasitam os seres humanos e os outros animais são chamados de vírus animais. A infecção por esse vírus ocorre com a penetração do ácido nucleico e da cápsula, se for do tipo envelopado, os receptores deste envoltório se combinam aos também existentes na membrana celular, fundindo o envelope à bicamada lipoproteica da célula, inserindo a cápsula viral, liberando DNA ou RNA no interior do hospedeiro, saindo da célula por lise ou brotamento, lembrando que os vírus que escapam por brotamento se tornam envelopados. Além de possuírem informação genética, eles certamente evoluem (como sabemos, a evolução do vírus da gripe exige mudanças anuais nas vacinas criadas para combatê-los). Os vírus estão vivos? O que você acha? PARTES DA CÉLULA De uma maneira geral, independentemente do formato, todas as células são constituídas por um envoltório denominado membrana plasmática, um citoplasma e material genético, sendo que as células procarióticas possuem material genético solto no citoplasma, são pobres em membranas, e as eucariontes possuem o núcleo delimitado por uma membrana nuclear. PRINCIPAIS TIPOS Célula Procarionte Célula Eucarionte Vegetal Célula Eucarionte Animal Para você compreender melhor as diferenças dos tipos de células, vamos conceituar cada célula individualmente, assim, você terá maior clareza em desvendar como os seres compostos por células procariontes, considerados primitivos, ainda nos causam tantas preocupações. As células procariontes não possuem um sistema de membranas, deixando seu material genético solto no citoplasma, além de serem extremamente pequenas e com poucas organelas. As células procariontes também podem ser chamadas de protocélulas, não possuem um sistema de membranas compartimentando o citoplasma, seu DNA se apresenta na forma de anel e não estão associadas aproteínas (histonas). Têm formato geralmente simples em esfera, bastonete, ou em hélice, podendo formar colônias em alguns casos. Como essas células não possuem citoesqueleto, como as eucariontes, sua forma é definida por uma parede extracelular que sofre síntese no citoplasma e se posiciona na superfície externa da membrana plasmática. Essa parede rígida possui 20 nm de espessura, é constituída por peptidoglicanos e tem como função proteger a célula das ações mecânicas. A bactéria Escherichia Coli é uma das mais estudadas por sua reprodução rápida e estrutura simples. A figura abaixo demonstra a representação de uma E.coli, com destaque para sua parede celular Podem surgir células procariontes autótrofas, que possuem em seu citoplasma algumas membranas, paralelas entre si, associadas à clorofila ou a outros pigmentos responsáveis pela captação de energia luminosa. Entretanto, a maioria dos procariontes é heterotrófica, ou seja, depende de uma fonte externa de alimentos e realiza essa alimentação por absorção com vários mecanismos de fermentação e de respiração. Nas células eucariontes é bem visível o núcleo envolto em uma membrana nuclear e elas possuem muitas organelas. O núcleo foi observado inicialmente em 1802 por Franz Bauer, no entanto, somente em 1831 Robert Brown identificou essa estrutura como de extrema importância para célula. Brown escolheu o nome núcleo (do grego nux – semente) por imaginar que fosse a semente da célula, comparando com os frutos das plantas. As células eucariontes de animais, vegetais, protozoários e fungos se diferenciam em alguns aspectos, elas são semelhantes por possuir núcleo bem definido e organizado. Em geral, possuem um único núcleo por célula, entretanto algumas células podem ter mais de um núcleo. São células ricas em membranas, que as deixam com um citoplasma compartimentado, possuem muitas organelas que atuam em diferentes processos, podem ser comparadas a pequenos órgãos, intracelulares. O material genético está separado do citoplasma por uma membrana dupla chamada de carioteca, os filamentos de DNA estão associados a proteínas histonas, formando fios espessos chamados de cromatina e dentro da cromatina estão os nucléolos. Ocorre grande variabilidade na forma das células eucarióticas. Geralmente, o que determina a forma de uma célula é sua função específica. São células eucariontes animais (Reino Animalia), se diferem das células vegetais pela ausência de parede celular e plastos. O citoplasma é constituído por uma substância fundamental amorfa, composta por água, proteínas, íons, aminoácidos, entre outros. Mergulhados no hialoplasma estão as organelas e os grânulos de depósito de substâncias diversas, como glicogênio ou gorduras. Os organoides possuem funções específicas, sendo alguns revestidos por membranas e outros, não. A célula eucarionte vegetal é semelhante à célula animal, mas possui algumas diferenças estruturais e metabólicas, você lembra dos seres autótrofos e heterótrofos, correto? Uma das razões para essa diferença está na capacidade que as células vegetais têm de produzirem seu alimento, sendo autótrofas. Para realizar a fotossíntese possuem organelas específicas, como os plastos; outra diferença marcante é a presença de uma parede celular que protege as células e vacúolos muito grandes. Os cloroplastos ou plastídeos são organelas que só aparecem em células vegetais e se diferenciam de acordo com a função que executam. Podemos diferenciar os plastos com pigmento, cromoplastos, e entre eles ainda podemos citar os cloroplastos, no entanto, também temos amiloplastos que acumulam amido, chamados de grão de amido. Estrutura celular: MEMBRANA PLASMÁTICA E CITOPLASMA A constituição das membranas por uma bicamada lipídica é fundamental para o funcionamento celular, pois graças a ela o líquido intracelular fica dentro do citosol. Membrana plasmática A estrutura da membrana plasmática é comum, mesmo atuando em diferentes células e funções, sendo constituídas por moléculas de lipídios, de proteínas e carboidratos (glicoproteínas e glicolipídios). As membranas plasmáticas ou celulares não podem ser visualizadas em microscópio óptico, no entanto, os primeiros pesquisadores deduziram sua existência com base em experiências e técnicas de coloração e contrastes. Com a microscopia eletrônica, na década de 1950, foi possível identificar com clareza suas características e se concluiu que a composição das membranas é semelhante em todos os tipos de células e organelas, sendo muito delgada, formada por lipídios, carboidratos, proteínas e hidratos de carbono que se ligam aos lipídios e proteínas. Mas você imagina como são dispostos esses elementos? Se apresentam em duas camadas de moléculas lipídicas, com as cadeias apolares no interior da membrana, e nas exterminadas estão as moléculas polares, já as proteínas ficam inseridas na camada de lipídios com a parte apolar no centro e polar nas superfícies, algumas destas proteínas se apresentam como transmembranas por atravessar toda a camada da membrana. As membranas celulares também possuem composição química semelhante, isto é, principalmente fosfolipídios, o que representa uma combinação entre lipídios e fosfatos, e proteínas. Sendo que os lipídios mais frequentes são os fosfoglicerídeos, esfingolipídios, colesterol, glicolipídios e glicoesfingolipídios. Já as proteínas se apresentam em dois grupos: intrínsecas e extrínsecas. E os carboidratos, estão presentes nas membranas? A parte externa da membrana é recoberta por resíduos de carboidratos ligados em proteínas, chamados de glicoproteínas, e lipídios chamados de glicolipídios, formando o glicocálix. Para representar as estruturas da membrana plasmática, foi aceito o modelo mosaico fluido, idealizado por Singer e Nicholson, que descreve como os fosfolipídios e as proteínas estão combinados, formando a bicamada. O nome do modelo se dá devido à capacidade das proteínas de se moverem na camada homogênea de fosfolipídios. Podemos destacar também as funções do glicocálix, que em células animais protege a membrana e ainda efetua o reconhecimento celular, sendo, por exemplo, de grande importância em transplantes. Assim, quanto mais parecido o glicocálix de uma pessoa for com o de outra, mais fácil a compatibilidade da doação. Você percebeu que as proteínas das membranas são vitais para as funções, estão envolvidas na maioria dos processos, e ainda são responsáveis pela formação das enzimas que atuam nas membranas catalisando algumas reações. A estabilidade do meio interno da célula depende totalmente da membrana celular, no entanto, algumas substâncias atravessam essa barreira com facilidade, mas algumas moléculas possuem dificuldade ou são impedidas de completar a passagem, assim denominamos as membranas como tendo permeabilidade seletiva. LIPOSSOMAS E MICELAS Os lipossomas são constituídos de uma ou mais bicamadas concêntricas, separadas por fases aquosas e englobando um compartimento aquoso interno. Esses sistemas organizam-se na presença de água, sendo que, em parte, a orientação de bicamada é determinada pela natureza dos grupos polares e das cadeias carbônicas. Os lipossomas são constituídos por compostos anfifílicos. Os compostos anfifílicos caracterizam-se por possuir em sua estrutura uma região polar (iónica ou não) capaz de interagir com a água e uma região apolar que tende a proteger-se do contato com a água. Esta última pode ser constituída por uma ou duas cadeias carbonadas com mais de 8 átomos de carbono. Várias moléculas com características anfifílicas, contendo duas cadeias carbonadas, incluindo desde fosfolipídios naturaisaté compostos totalmente sintéticos, podem ser utilizados como elementos estruturais de lipossomas. Estes, em meio aquoso organizam-se espontaneamente para formar as referidas “bolinhas” microscópicas, que podem ser constituídas por uma bicamada apenas ou mais bicamadas concêntricas, separadas por fases aquosas, e englobando um compartimento aquoso interno. O tamanho e a morfologia destes agregados podem ser controlados durante o processo de preparação. Estrutura química da Dimiristoilfosfatidilcolina (DMPC), anfifílico estrutural de lipossomas. A grande vantagem da utilização dos lipossomas prende-se com o fato de se assemelharem à membrana das células. Por isso, estas partículas interagem mais intimamente e com maior eficiência com as células e tecidos do organismo. Micelas são agregados moleculares, possuindo ambas as regiões estruturais hidrofílica e hidrofóbica, que dinamicamente se associam espontaneamente em solução aquosa a partir de certa concentração crítica, formando grandes agregados moleculares de dimensões coloidais, chamados micelas. A combinação destas propriedades distintas confere à molécula características únicas na dissolução aquosa. por possuírem apenas uma camada lipídica sua camada interna é hidrofílica. CITOPLASMA Espaço existente entre a membrana plasmática e nuclear, formado por uma substância colóide com 85% de água e proteínas solúveis e insolúveis (microfilamentos e microtúbulos) que apresenta a propriedade de reverter seu estado físico de gel (consistência gelatinosa) para sol (consistência fluida) e vice-versa. A reversão do estado físico permite os movimentos celulares como a emissão de pseudópodes (falsos pés). Quando mais viscosa, é denominada citogel. Quando mais aquosa, é denominada citosol, composta por líquido em movimento. Podemos dividir o citoplasma em duas regiões: o ectoplasma (região mais periférica ou externa) e o endoplasma (região mais interna), normalmente as regiões marginais da célula são mais viscosas que o interior. Sua função é estrutural, mantendo a consistência e a forma da célula, além de proporcionar o meio de suspensão dos organelas celulares e armazenar substâncias químicas. Quanto às organelas presentes, existem diferenças na constituição devido ao tipo celular (célula animal ou vegetal). ORGANELAS As mitocôndrias se replicam com DNA próprio e são fundamentais para o funcionamento celular, responsáveis pela síntese de ATP com uso de oxigênio, envolvidas no ciclo de Krebs e na cadeia respiratória. Plastos ou Plastídios, são orgânulos encontrados em todas as células vegetais e em alguns protistas. São inexistentes nos outros grupos de seres vivos, como os animais. Os plastos são dotados de uma dupla membrana de natureza lipoprotéica. A externa é lisa e a interna faz dobras ou franjas (lamelas) que se dispõem como lâminas paralelas no sentido do maior eixo do plasto. Nelas há clorofila, substância extremamente importante para a realização da fotossíntese. São portadores de DNA, RNA, ribossomos e se auto-reproduzem. Algumas variedades que se distinguem em função dos pigmentos de que são portadores (cloroplastos - verdes - com clorofila; leucoplastos - brancos - com amido ou lipídios; amarelos - xantoplastos; pardos - feoplastos; vermelhos - eritroplastos). Ribossomos são Grânulos de 15 a 25 nm de diâmetro, formados por duas subunidades e constituídos por proteínas e RNA ribossômico. Originam-se do nucléolo e podem ser encontrados associados ao RE ou livres no citoplasma. Sua função está relacionada à síntese de proteínas. Retículo Endoplasmático (RE) é um sistema de endomembranas que delimitam canais e vesículas. Esses canais se comunicam com a membrana nuclear, sendo um canal de comunicação entre o citoplasma e o núcleo. Aumentam a superfície interna da célula ampliando a atividade das enzimas. Há dois tipos de retículos: rugoso e liso. - RE rugoso - retículo endoplasmático associado a ribossomos, por isso também denominado RE agranular. É o local de síntese de proteínas de exportação (que são enviadas para fora da célula). Conseqüentemente, é muito desenvolvido em células de função secretora, como o pâncreas. - RE liso - retículo endoplasmático sem ribossomos. É o local de síntese de lipídios e de carboidratos complexos, atua também na degradação de substâncias variadas (desintoxicação), como o álcool e medicamentos. Conseqüentemente, é muito desenvolvido em células do fígado. - Complexo Golgiense é um sistema de bolsas achatadas e empilhadas (dictiossomos), de onde se destacam as vesículas. Descoberto por Camilo Golgi em 1868, armazenam, empacotam e secretam substâncias produzidas pela célula. A maior parte das vesículas transportadoras que saem do retículo endoplasmático e, em particular, do retículo endoplasmático rugoso (RER) são transportadas até ao complexo de Golgi, onde são modificadas, ordenadas e enviadas em direção dos seus destinos finais. Além disso, sintetizam polissacarídeos, participam da formação do acrossomo, lamela média e lisossomos. O acrossomo é uma bolsa de enzimas, existentes no espermatozóide, que digerem a membrana do óvulo na fecundação. A lamela média é a parede que separa duas células vegetais recém-formadas e o lisossomo será explicado adiante. O complexo de Golgi está presente na maior parte das células eucarióticas, mas tende a ser mais proeminente nas células de órgãos responsáveis pela secreção de certas substâncias, tais como pâncreas, hipófise, tireóide etc. Citoesqueleto forma uma rede proteica no citoplasma celular, e participa de algumas funções muito importantes para a vida celular, como movimento, estrutura e transporte, no entanto, as fibras proteicas que formam o citoesqueleto se relacionam com funções de contratação muscular e também atuam em funções de diversas células epiteliais (inclusive nas vias respiratórias). Os Lisossomos são pequenas vesículas que contêm enzimas digestivas; destacam-se do complexo de Golgi e juntam-se aos vacúolos digestivos. Existem sempre nas células animais. Têm função de fazer a digestão intracelular; em alguns casos, extracelular, degradando substâncias provenientes de fora da célula, bem como componentes celulares envelhecidos. Atuam intensamente na autólise e autofagia. Quando um orgânulo envelhecido é digerido no lisossomo, ocorre a autofagia e quando há necessidade da destruição total da célula, os lisossomos se rompem e seu conteúdo se derrama no citoplasma, realizando a autólise (metamorfose dos sapos, por exemplo). os peroxissomos são importantes na transformação de hidrogênio em oxigênio, utilizam a enzima catalase em seus processos e disfunções relacionadas a eles podem causar intoxicação celular por peróxido de hidrogênio, que se forma nas reações de transformação do peroxissomo. Uma particularidade dos persoxissomo é a capacidade de se replicar utilizando as proteínas do citoplasma. Os centríolos são fundamentais para divisão celular, são formados por microtúbulos do citoesqueleto, disposto por nove trios, formando cilindros que se posicionam duplamente próximo ao núcleo celular. Os vacúolos aparecem nas células eucariontes, principalmente nos vegetais, são revestidos por uma membrana e estão relacionados com a contenção de substâncias tóxicas e resíduos do metabolismo das células. TEORIA ENDOSSIMBIÓTICA Como surgiram as organelas que estão envolvidas nos processos energéticos das células? As organelas envolvidas nos processos energéticos das células são as mitocôndrias responsáveis pela respiração celular, ocorrendo essencialmente em todos os seres eucariontes e os cloroplastos responsáveis pela fotossíntese, estando presente apenas em eucariontes fotossintéticos, como as plantas. Essasorganelas se originaram de bactérias que foram fagocitadas por células eucarióticas e que escaparam do processo de digestão celular. Os ancestrais de mitocôndrias e cloroplastos eram endossimbiontes, ou seja, estabeleceram uma relação de simbiose, pois ambas as células constituiram uma relação benéfica, que com o passar dos anos acabou se tornando irreversível. Mais especificamente, esta teoria defende que os cloroplastos e mitocôndrias dos organismos eucariontes têm origem num procarionte heterotrófico, com possibilidades de ser um antepassado das cianobactérias que viveu em simbiose dentro de outro organismo, também unicelular, mas provavelmente de maiores dimensões, obtendo assim proteção e fornecendo ao hospedeiro a energia fornecida pela fotossíntese.
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