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Direito Administrativo I - Aula 2 e Aula 8

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Data: 25/02/2016
Direito Administrativo I
Aula 2
Princípio da Impessoalidade -> A administração tem que tratar todos de forma unipessoal, não pode haver tratamento diferenciado. Exemplo: Quando se quer comprar algum bem tem que se fazer licitação.
A própria administração tem que ser impessoal. Todos que trabalham na administração fazem as vontades do Estado e não vontade deles próprio.
Princípio da Moralidade -> Esse princípio aparece no artigo 37 LINC (conferir) e no artigo 2 da lei 9094 conferir).
Súmula Vinculante Nº 13 -> Essa súmula trata do nepotismo e se aplica aos agentes administrativos, aos cargos administrativos. Essa súmula não se aplica aos agentes políticos.
E quem são considerados agentes políticos?
• Os detentores de cargos eletivos. Exemplos: Vereador, Prefeito, Governador, Deputado, etc.
• Ministros e Secretários Estaduais e Municipais
• Magistrados
-> Os Magistrados são considerados agentes políticos pois possuem parcelar de poder do Estado.
• Membros do MP
* Ministros dos Tribunais de Contas. Eram considerados agentes políticos, mas agora não são mais. Portanto, se o Governador, por exemplo, quiser colocar o irmão como chefe do Tribunal de Contas é nepotismo, pois Ministros dos Tribunais de Contas são considerados, hoje, agentes administrativos.
Portanto, como a Súmula não se aplica aos agentes políticos por decisão do STJ, se o Prefeito, por exemplo, quiser colocar o filho como Secretário Municipal ele pode fazer, pois não será considerado nepotismo.
Alguns remédios que servem como proteção do princípio da moralidade:
• Ação popular
• Ação civil pública
• Controle externo exercício pelo Tribunal de Contas
• Comissões parlamentares de inquérito
Princípio da Publicidade -> A ideia é de que os atos da administração tem que ser públicos, precisam ser publicizados, afim de controlar os atos da administração. Portanto, a ideia desse princípio é de aplicar os outros princípios e realizar o controle da administração pública.
Dois instrumentos jurídicos para reclamar sobre o princípio da publicidade:
• Princípio da certidão
• Princípio da proteção (conferir)
Princípio da Eficiência -> Esse princípio entrou na Constituição depois que ela foi promulgada, ele entrou através de Emenda. Isso não significa dizer que antes disso o Estado tinha que ser ineficiente, apenas queriam tornar essa princípio expresso.
Esse princípio tem a finalidade de manter a eficiente do poder público, a fim de gerar econômica para o Estado e não que o Estado gaste os recursos desnecessariamente.
Também se aplica ao servidor público, a fim de que ele desempenhe a sua função de forma eficiente.
Princípios Reconhecidos
Princípio da Supremacia do Interesse Público -> Esse princípio traduz o significado de Estado e o poder que o Estado tem.
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Publico -> Todos os atos da administração precisam visar o interesse público.
Princípio da Autotutela -> A administração está obrigada, tem o poder-dever de estar de olho nos próprios atos. Quando ela identificar um ato ilegal ela tem que anular esse ato, tendo efeito ex nunc. Quando ela identificar um ato que não tem mais necessidade, que não é mais conveniente, ela revoga esse ato. Exemplo: O Município faz um procedimento licitatório para comprar 10 carros. Entretanto, o Estado doa 10 carros para prefeitura. Neste caso, a prefeitura não precisa mais continuar com o procedimento licitatório, podendo revogar esse ato.
-> É possível revogar ato vinculado (ato praticado como a lei estabelece)? Não, pois quando um ato é praticado em desconformidade com a lei esse ato é ilegal, devendo ser anulado e não revogado.
Aula escutada:
Princípio da Impessoalidade -> Existem duas observações acerca desse princípio. A primeira observação é que a administração tem que tratar todo mundo de forma impessoal, em razão da isonomia, do princípio da isonomia, não podendo a administração dar tratamento diferenciado entre um e outro. Exemplo: Quando a administração quer contratar alguém é necessário abrir um concurso público. Quando a administração quer adquirir, comprar alguma coisa, algum bem, é necessário fazer licitação.
Outra observação é que a própria administração tem que atuar de forma impessoal. Os agentes públicos representam a vontade do Estado, não é a vontade do agente público, é a vontade do Estado, o agente público não pode aproveitar a situação para se promover pessoalmente. O agente público está ali naquela função para atuar de acordo com o interesse público. Por exemplo, em uma obra pública, como a construção de uma rodovia, a construção de uma praça, etc., não se pode colocar naquelas placas que informam sobre a obra que aquela obra é realizada, é de iniciativa de alguém. O máximo que se pode colocar nessas placas é a construtora que está realizando a obra, o preço, tempo de duração, número do contrato, etc., o que não pode é colocar nas placas que tal pessoa é quem está realizando a obra. Ou seja, o que se pode colocar nessas placas são informações técnicas.
Também não é correto quando o agente público realiza uma obra e quer associar essa obra a ele, como por exemplo, o prefeito de uma cidade colocar a cor que ele utilizou na campanha, trocar a cor dos uniformes das escolas municipais e colocar a cor que ele utilizou na sua campanha, etc., pois neste caso ele está violando a impessoalidade. Ele não pode querer associar as obras públicas, uniformes, os bens públicos a ele, pois neste caso ele não está atuando de forma impessoal, uma vez que está se utilizando dos bens públicos, o dinheiro para promoção pessoal. O agente público não pode alegar em sua defesa que a lei de improbidade administrativa não se aplica aos agentes públicos, porque se aplicam sim.
-> As vezes uma determinada conduta acaba violando mais de um princípio. No caso do exemplo acima, houve a violação não só do princípio da impessoalidade, mas também do princípio da moralidade, do princípio do interesse público e, também, do princípio da eficiência.
-> A lei de improbidade administrativa se aplica aos agentes públicos, agente políticos e, às vezes, até as pessoas que não tem vínculo com a administração, como advogados por exemplo.
-> A jurisprudência do STJ é unânime do sentido que a lei de improbidade administrativa se aplica aos prefeitos.
-> Quando falamos Estados, estamos nos referindo a União, Estados e Municípios.
Princípio da Moralidade -> O princípio da moralidade aparece tanto no artigo 37, CF (este artigo é conhecido como L.I.M.P.E), como aparece também no artigo 2 da lei 9.784/99.
Como funciona essa modalidade? Cabe ressaltar que uma coisa é a moralidade administrativa e outra coisa é a moralidade social, que é aquela situação de reprovação, que causa uma certa repulsa na sociedade por causa de valores sociais, como por exemplo o tipo de roupa que uma pessoa está vestindo.
A moralidade administrativa é aquela em que o agente público busca atuar de forma honesta, eficiente, não ter desvio de conduta que cause prejuízo ao erário (conjunto de recursos financeiros), como por exemplo não desviar dinheiro público.
-> L.I.M.P.E -> Princípio da legalidade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade, princípio da publicidade e princípio da eficiência.
Súmula Vinculante Nº 13 -> A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada em administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Essa súmula importa no princípio da moralidade. A súmula fala de designações cruzadas, ou seja, por exemplo, o Desembargador de um Tribunal nomeia o filho para trabalhar com ele. Neste caso, fica claramente caracterizadoo nepotismo.
Essa súmula quando foi criada, as pessoas acharam que acabaria com o nepotismo, ou seja, o agente público não poderia mais empregar todo mundo as custas do erário (recursos financeiros). Entretanto, pouco tempo depois da criação dessa súmula, o STJ e até mesmo o STF fragilizaram o poder dessa súmula. E por que? Pouco tempo depois de criada a súmula, o STJ analisando alguns casos, chegou à conclusão de que cargos políticos, agentes políticos não são alcançados por essa Súmula Vinculante número 13. Segundo o STJ e o STF, a Constituição Federal, em seu artigo 37, não faz restrição nenhuma aos agentes políticos, podendo estes serem nomeados e exonerados livremente. Portanto, não cabe ao doutrinador e a jurisprudência fazer essa restrição. Sendo assim, a Súmula Vinculante número 13 não se aplica aos agentes políticos, somente aos agentes administrativos, aos cargos administrativos, quando o que mais se desejava é que essa súmula se aplicasse justamente aos agentes políticos para acabar ou, ao menos, tentar acabar com a corrupção.
Portanto, agora precisamos saber quem são os agentes políticos. E quem são? Os detentores de cargos eletivos (eletivos porque são as pessoas que os elegem), ou seja, por exemplo: Vereador, Prefeito, Governador, Deputados, Senadores, etc.
Também são considerados agentes políticos os Ministros e secretários estaduais e municipais. Sendo assim, por exemplo, o prefeito pode colocar o filho como secretário de esporte e lazer, secretário de turismo, secretário de educação, secretário de saúde, etc., uma vez que o prefeito é agente político.
Os magistrados, membros do MP também são considerados agentes políticos, uma vez que eles detém parcela de poder do Estado. Já a Defensoria Pública não é considerado agente político.
* Ministros dos Tribunais de Conta -> Estes não são considerados mais agentes políticos. E por que não são mais? O STJ, até 2011, tinha o entendimento de que os Ministros dos Tribunais de Conta eram considerados agentes políticos. O entendimento mudou por conta de um caso que ficou famoso no Paraná, na época. O Governador do Paraná nomeou o irmão para ser chefe do Tribunal de Conta do Estado, pois sem faria a apreciação, a análise das contas do Governador seria o seu irmão. Quando ele fez isso, o entendimento do STJ e do STF era no sentindo de que o Ministro do Tribunal de Conta era considerado agente politico, ou seja, o Governador, que também é agente político, poderia nomear quem ele quisesse para a respectiva função que não seria considerado nepotismo. Entretanto, quando esse caso chegou ao STJ, o entendimento mudou, passando o STJ a entender que Ministro do Tribunal de Conta não é considerado agente político e sim agente administrativo, logo é alcançado pela Súmula Vinculante número 13, o que portanto é considerado nepostismo.
-> Recentemente ocorreu um caso no Estado de Roraima, onde a Governadora das 18 secretarias que tem no Estado, colocou parentes em 15 secretarias, sendo que a secretaria de estado ela colocou o filho de 19 anos que não tem o segundo grau completo. (31:30)
OBS: A Constituição Federal não permite mais que os Municípios tenham Tribunais de Conta, mas os Municípios que possuem, estes devem ser respeitados, que é o caso do Rio de Janeiro e São Paulo.
-> Livro de direito administrativo - Autor: Mateus Carvalho.

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