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DIREITO PENAL II Prof. Me. Raquel Soveral CONCURSO DE AGENTES | Arts. 29 – 31, CP. | Concursus delinquentium TEORIAS | Pluralística: tanto crimes quanto agentes; | Dualística: um crime para atividade principal e outro crime para atividades secundárias y 1 crime = executor partícipe | Monística/Unitária: todo aquele que concorre para o crime causa-o na sua totalidade CP: teoria monística (regra) teoria dualística (exceção) REQUISITOS | Pluralidade de participantes e de condutas | Relevância causal de cada conduta | Vínculo subjetivo entre os participantes | Identidade de infração penal Conivência ??? CONCEITO | Em síntese, comente quando duas ou mais pessoas, unidas pelo liame subjetivo, levarem a efeito condutas relevantes dirigidas ao cometimento de uma mesma infração penal é que poderemos falar em concurso de pessoas (Greco) AUTORIA | O conceito de autoria não se limita a quem pratica pessoal e diretamente a figura delituosa, mas abrange também quem se serve de outrem como instrumento (autoria mediata). É possível igualmente que mais de uma pessoa pratique a mesma infração penal, ignorando que colabora na ação de outrem (autoria colateral), ou, então, consciente e voluntariamente coopere na ação de outrem, quer praticando atos de execução (coautoria), quer instigando, induzindo ou auxiliando (participação) na realização de uma conduta punível (Bitencourt) AUTOR | Conceito restritivo = núcleo do tipo y Teoria objetivo-formal (autor ≠ partícipe) (descrição) y Teoria objetivo-material (autor ≠ partícipe) (perigosidade) | Conceito extensivo = contribuição y Teoria subjetiva (animus auctoris ≠ animus socii) TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO | Autor é quem tem o poder de decisão sobre a realização do fato. | Consequências: y Autoria = realização pessoal e responsável y Autoria mediata = é autor quem executa utilizando outrem como instrumento y Domínio funcional do fato = é autor aquele que realiza parte do plano, mesmo que não seja a resolução delitiva comum. Crimes Dolosos E quem não detém o domínio funcional ? AUTORIA MEDIATA | Aquele que se utiliza de outra pessoa como instrumento para a realização do tipo penal. | Ex: arts. 22, 62, III, 20, §2º, CP. | Pressupostos de punibilidade: “homem de trás” Crimes próprios Crimes de mão própria Executor com dolo e consciência ??? COAUTORIA | Realização conjunta. | Liame psicológico | Princípio da divisão do trabalho | O domínio do fato pertence aos vários intervenientes Coautoria sucessiva Acordo prévio ??? Autor intelectual Art. 62, I, CP. PARTICIPAÇÃO | Intervenção em um fato alheio | Atividade secundária (contribui, estimula ou favorece a execução da conduta proibida) ESPÉCIES DE PARTICIPAÇÃO | Instigação y Estimulando, reforçando (moral) | Induzimento (determinação) y Faz surgir no pensamento a ideia (moral) | Cumplicidade y Auxílio (material) REQUISITOS DA PARTICIPAÇÃO | Eficácia causal | Consciência de participar na ação de outrem Se não há nem tentativa ??? Conhecimento de cooperação TEORIAS SOBRE A PARTICIPAÇÃO PRINCÍPIO DA ACESSORIEDADE | Teoria da Acessoriedade extrema: punibilidade do partícipe estaria associada a do autor (fato típico, ilicitude, culpabilidade) | Teoria da Acessoriedade mínima: se a conduta do autor for típica o partícipe também responderá | Teoria da Acessoriedade limitada: participação deve ser punida se a ação do autor for típica e antijurídica, não é necessário que o autor seja culpável Maioria doutrina | Provocação de aparente excludente: y A (instigador) induz B (terceiro) a agredir C (sempre armado). A tem a intenção de matar o próprio B. Assim, B agride injustamente C, que reage em legítima defesa e mata o agressor induzido por A. Pela teoria da acessoriedade limitada A pode ser punido como partícipe? OBSERVAÇÕES Nos crimes culposos é admitida a coautoria, mas não a participação Desistência voluntária e arrependimento eficaz se aplicam ao autor da infração, mas não ao partícipe Arrependimento do partícipe??? | Participação em crime omissivo | Participação por omissão | Cumplicidade Favorecimento real AUTORIA COLATERAL | Duas ou mais pessoas, ignorando uma a contribuição da outra, realizam condutas convergentes objetivando a execução da mesma infração PUNIBILIDADE DO CONCURSO DE PESSOAS | Art. 29, CP. y A pena reagirá na medida da culpabilidade entre autor e partícipe. | Participação de menor importância: art. 29, §1º | Cooperação dolosamente distinta: art. 29, §2º CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS | Art. 30, CP. | Dados, fatos que circundam o fato principal. y Objetivos (fato, ex: condições da vítima, tempo, ...) y Subjetivos (agente, ex: qualidade, estado, parentesco, ...) | Circunstâncias e condições de caráter pessoal y Não se comunicam | Circunstâncias objetivas elementares do tipo y Se comunicam se entrarem na esfera de conhecimento dos participantes Qualificadora: uso de arma? Qualificadora: recurso que dificulte a defesa da vítima? Peculato: funcionário público? Motivo fútil? CASOS DE IMPUNIBILIDADE | Art. 31, CP. | A participação em um crime que não chegou a se iniciar, não teve eficácia causal, não há que se falar em participação. Tentativa de participação? Art. 286, CP? | Pecados provocavam a fúria dos deuses. | Vingança. | Lei de talião. (1780 a.C.) | Penas estatais. Cruéis. Perseguições e torturas. (reis e igreja). (a partir de 1200) | Princípio da humanidade (após 1750) | “o fim das penalidades não é torturar e afligir um ser sensível, nem desfazer um crime que já está praticado” (Dos delitos e das penas. Beccaria) | Igualdade na lei e perante a lei! | Penas mais brandas. | Bem-estar social = legitima ao Estado a imposição de penas | Princípio da individualização das penas. AULA 2 DIREITO PENAL II | Num primeiro momento pensava-se na pena como consequência do delito, somente (Escola Clássica). | Após surgem duas teorias para justificar os fins das penas – retribucionista e prevencionista – as quais nasceram para justificar o direito de punir. PENAS | “Quando o agente comete um fato típico, ilícito e culpável, abre-se a possibilidade para o Estado de fazer valer o seu ius puniendi” (Greco) | Art. 5º, XLVIII; XLVI; XXXIX; XLV, CF. ORIGEM | Código de Hamurabi e de Manu; | Até século XVIII = penas caracterizavam-se pela aflição, o agente pagava com o corpo; | Ilumismo = modificações; | Declaração Universal dos Direitos do Homem = preocupação com a integridade física e mental EVOLUÇÃO | Antiguidade: contenção e guarda até julgamento | Idade média: detenção temporal e pena perpétua; prisão canônica (penitência) | Idade Moderna: workhouses; galés flutuantes TEORIAS DA PENA: PREVENÇÃO GERAL E ESPECIAL Finalidades das Penas Teorias Absolutas Teorias Relativas Ideia de retribuição Ideia de prevenção Reprovação Prevenção Geral (+/-) Especial (+/-) Teoria absoluta: Reprovação Teoria relativa: Prevenção Caráter retributivo da pena Prevenção geral: prevenção por intimidação Prevenção especial: ressocialização Prevenção geral negativa Prevenção geral positiva Prevenção especial negativa Prevenção especial positiva Prevenção por intimidação propriamente dita Integradora. Consciência geral Neutralização do infrator Caráter ressocializador Críticas à prevenção por intimidação e ressocialização ? Fere dignidade Sistema penal falido Teoria Mista / Unificadora da Pena: Art. 59, CP.| “Um mal (o fato punível), possa ser anulado pelo fato de que agregue um segundo mal (a pena)” (críticas à teoria retribucionista) Se o mal já está feito, por que punir? “Difícil compreender que se possa ser justo que se imponha um mal a alguém para que outros omitam cometer um mal” (Roxim) SISTEMAS PENITENCIÁRIOS AULA 3 DIREITO PENAL II HISTORICAMENTE | Pensilvânico (1790) y Filadélfia ou celular; isolamento; y Arrependimento; leitura da Bíblia; | Auburniano (NY, 1818) y Menos rigoroso; permitia trabalho; y Isolamento noturno; silent system. | Progressivo (XIX, progressivo em 3 estágios) y 1º período de prova – isolamento; y 2º período progressão – trabalho comum, isolamento e silêncio noturno; y 3º período de public work-houses – vantagens maiores, podendo atingir o livramento condicional Cruel; não reabilitador Silêncio desumano; proibição visitas NO BR: Art. 33, CP. CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO | Estabelecimentos Penais: y todos aqueles utilizados pela Justiça com a finalidade de alojar pessoas presas, quer provisórios quer condenados, ou ainda aqueles que estejam submetidos à medida de segurança; | Estabelecimentos para Idosos: y estabelecimentos penais próprios, ou seções ou módulos autônomos, incorporados ou anexos a estabelecimentos para adultos, destinados a abrigar pessoas presas que tenham no mínimo 60 anos de idade ao ingressarem ou os que completem essa idade durante o tempo de privação de liberdade; | Cadeias Públicas: y estabelecimentos penais destinados ao recolhimento de pessoas presas em caráter provisório, sempre de segurança máxima; | Penitenciárias: y estabelecimentos penais destinados ao recolhimento de pessoas presas com condenação à pena privativa de liberdade em regime fechado; | Penitenciárias de Segurança Máxima Especial: estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas com condenação em regime fechado, dotados exclusivamente de celas individuais; | Penitenciárias de Segurança Média ou Máxima: estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas com condenação em regime fechado, dotados de celas individuais e coletivas; | Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares: y estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas que cumprem pena em regime semi-aberto; | Casas do Albergado: y estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas que cumprem pena privativa de liberdade em regime aberto, ou pena de limitação de fins de semana; | Centros de Observação Criminológica: y estabelecimentos penais de regime fechado e de segurança máxima onde devem ser realizados os exames gerais e criminológico, cujos resultados serão encaminhados às Comissões Técnicas de Classificação, as quais indicarão o tipo de estabelecimento e o tratamento adequado para cada pessoa presa; | Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico: y estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas submetidas a medida de segurança. CENÁRIO ATUAL | Em junho de 2013, o Brasil tinha 574.027 pessoas presas - a quarta maior população carcerária do mundo, atrás de Estados Unidos, China e Rússia. | A taxa de encarceramento, índice que calcula o número de presos em cada grupo de 100 mil habitantes, saltou de 287,31 para 300,96 em apenas seis meses. | A nova população carcerária brasileira é de 711.463 presos. Os números apresentados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dados apurados até 2014, levam em conta as 147.937 pessoas em prisão domiciliar. | Segundo os novos dados do Ministério da Justiça, mais de 43,8% dos presos brasileiros não têm condenação definitiva (no balanço anterior, de dezembro de 2012, eles somavam 41,8%). Esse quadro é responsável pela superpopulação das unidades prisionais e pelo consequente aumento nas violações contra os internos. | Apuração em 2014 é que, além de alterar a população prisional total, a inclusão das prisões domiciliares no total da população carcerária também derruba o percentual de presos provisórios (aguardando julgamento) no País, que passa de 41% para 32%. | Entre 1992 e 2013, a taxa de encarceramento (número de presos por cada grupo de 100 mil habitantes) do País cresceu aproximadamente 317,9%, passando de 74 para 300,96. Nos Estados Unidos, o aumento foi de quase 41%. Na China, de 11%. A Rússia foi o único país do grupo a registrar redução de cerca de 4%. | Hoje, 45,6% das mulheres e 24% dos homens encarcerados respondem por crimes relacionados às drogas. Em 2005, esses índices eram, respectivamente, de 24,7% e 10,3%. | Ranking – Com as novas estatísticas, o Brasil passa a ter a terceira maior população carcerária do mundo, segundo dados do ICPS, sigla em inglês para Centro Internacional de Estudos Prisionais, do King’s College, de Londres. As prisões domiciliares fizeram o Brasil ultrapassar a Rússia, que tem 676.400 presos. Déficit – O novo número também muda o déficit atual de vagas no sistema, que é de 206 mil, segundo os dados mais recentes do CNJ. “Considerando as prisões domiciliares, o déficit passa para 354 mil vagas. Se contarmos o número de mandados de prisão em aberto, de acordo com o Banco Nacional de Mandados de Prisão – 373.991 –, a nossa população prisional saltaria para 1,089 milhão de pessoas” ESPÉCIES DE PENAS Penas privativas de liberdade, restritivas de direitos, pecuniárias e alternativas AULA 4 DIREITO PENAL II SANÇÃO PENAL | Pena y Sanção penal de caráter aflitivo imposta pelo Estado, em execução de uma sentença condenatória, consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao culpado e promover a sua readaptação social, além de prevenir novas transgressões | Medida de segurança y Sanção penal imposta pelo Estado cuja finalidade é exclusivamente preventiva, visando tratar o inimputável e o semi-imputável que demonstram, pela prática delitiva, potencialidade para a prática de novas ações danosas. Privativa liberdade; restritiva direitos; pecuniárias Internação em hospital de custódia ou tratamento psiquiátrico PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE | Previstas no preceito secundário de cada tipo penal (ex: art. 121; 123; 155; 163) | Penas privativas de liberdade (gênero): y Reclusão y Detenção | Na forma de execução são iguais, mas suas consequências diferem Mais graves = fechado, semi-aberto e aberto. Menos graves = semi-aberto e aberto. Art. 33, CP CONSEQUÊNCIAS QUE JUSTIFICAM ESSE SISTEMA TRADICIONAL DUPLO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE | A) limitação na concessão de fiança = pode em detenção e reclusão, desde que a pena máxima não seja superior a 4 anos (art. 322, CPP) | B) espécies de medidas de segurança y Reclusão = medida detentiva y Detenção = tratamento ambulatorial (art. 97, CP) Quando sujeito a esse tratamento o delinquente deve comparecer ao hospital nos dias em que o médico determinar, para que, de tal forma, seja aplicada a terapia prescrita. implica internação. | C) incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela = somente aplicável aos crimes punidos com reclusão | D) prioridade na ordem de execução = executa-se 1º reclusão e depois a de detenção, arts. 69 e 76, CP | E) influência decisiva nos pressupostos da prisão preventiva = art. 313, I, CPP. REGIMES PENAIS | Determinados pela espécie e quantidade de pena, bem como, pela reincidência, aliadas ao mérito do condenado | Art. 33, §§1º, 2º, CP Espécie de pena Quantidade de pena Reincidência mérito Regime inicial Pena de RECLUSÃO Regime inicial Pena de DETENÇÃO Fechado Semiaberto Aberto Semiaberto Aberto Pena aplicada + 8 anosPena aplicada + 4 ano e -/= 8 anos Pena aplicada =/- 4 anos Réu reincidente: regime inicial obrigatório é o fechado S. 269, STJ Pena aplicada + 4 anos Pena aplicada -/= 4 anos Réu reincidente: regime inicial semiaberto | A fixação do regime inicial de cumprimento de pena é de competência do juiz quando profere a sentença condenatória (art. 59, CP); | Poderá haver a progressão de regime, art. 66, III, LEP | Obs: súmula 719, STF | Obs: súmula vinculante 26, STF (pode outro regime que não o fechado) (HC 109583/MS, STF, 2012) http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s 1=HC(109583%20.NUME.)&base=baseAcordaos REGIME FECHADO ART. 34, CP | Condenado cumpre pena em estabelecimento penitenciário de segurança máxima ou média; | Trabalho em comum; | Isolamento noturno (art. 34, § 1º, CP e art. 88, LEP) | 1/6 pena (arts. 37 e 41, II, LEP) REGIME SEMIABERTO ART. 35, CP | Executado em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; | Trabalho comum diurno; | Pode frequentar cursos; | Pode trabalho externo; STJ, HC 97.615/SP REGIME ABERTO ART. 36, CP | A pena será cumprida em casa de albergado; | Autodisciplina; | Apenado somente permanecerá recolhido durante o repouso noturno e nos dias de folga; | Condenado deverá trabalhar; frequentar cursos ou exercer atividades fora do estabelecimento e sem vigilância; | Tem que estar trabalhando (sem remição) REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO | Art. 52, LEP (alterado pela Lei 10.792/03) | Duração máxima 360 dias (possível repetir desde que não ultrapasse 1/6 da pena) | Cela individual | Banho de sol de 2 h e visitas semanais. PRISÃO DOMICILIAR | Art. 117, LEP. | STF: se não houver casa de albergado pode cumprir pena em regime aberto sob a forma de prisão domiciliar PROGRESSÃO DE REGIME | Arts. 33, §2º, CP; 112 e 118, LEP. | Evolui-se de um regime mais rigoroso para um regime menos rigoroso Fechado Semiaberto Aberto 1/6 Bom comp. 1/6 Bom comp. Inverso ? | Lei 11.464/07 = crimes hediondos y 2/5 réu primário y 3/5 reincidente | Art. 33, §4º, CP. Súmulas: 269 341, STJ; 716, 717, 718, 719, STF. REGIME ESPECIAL | art. 37, CP. | Tratamento especial às mulheres; | Filhos em amamentação; | Art. 5º, XLVIII e L, CF. DIREITOS DO PRESO | Art. 38, CP. | Perde: liberdade e políticos, art. 15, III, CF. | Respeito à integridade física e moral, art. 5º, XLIX, CF e art. 40, LEP. | Deveres: arts. 38, 39, 44 ao 52, LEP. | Direitos: arts. 10 ao 27, 41, LEP. DETRAÇÃO PENAL | Art. 42, CP | Permissão para descontar na pena ou na medida de segurança o tempo de prisão ou de internação que o condenado cumpriu antes da condenação; | Considera-se para fixação de regime inicial de cumprimento de pena, art. 387, §2º, CPP. REMIÇÃO PELO TRABALHO E PELO ESTUDO | Art. 39, CP. | Pelo trabalho ou pelo estudo o preso fica desobrigado de cumprir determinado tempo de pena. | Art. 126, LEP (contagem) - 1 dia de pena para cada 12 horas de estudo - 1 dia de pena para cada 3 dias de trabalho Falta grave, art. 127, §8º, LEP. $ pelo menos ¾ s.m. SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL | Art. 41, CP | O tempo de internação será computado no tempo de prisão. | A medida de segurança não poderá ter duração superior ao correspondente à pena diminuída E se a enfermidade persistir ? PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS Arts. 43 e ss. CP AULA 5 DIREITO PENAL II PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO | Natureza: restritivas e pecuniárias | Sanções modernas | Art. 44, CP: penas autônomas e, em alguns casos, substituem a pena privativa de liberdade. Normas penais: preceito +sanção Art. 44 e incisos (flexibilidade) REQUISITOS | Objetivos y Quantidade de pena aplicada | Não superior a 4 anos (dolo/culpa) y Natureza do crime | Privilegia-se os crimes culposos y Modalidade de execução | Sem violência ou grave ameaça (não se aplica ao culposo) Violência contra coisa (art. 155, §4º,I) ??? Redução da defesa da vítima (violência presumida) ??? | Subjetivos y Réu não reincidente em crime doloso | Em tese, não se substitui p.p.l. por p.r.d. aos casos de reincidência em crime doloso | (§3º) y Prognose de suficiência da substituição | Devem ser analisados, rigorosamente, os critérios de culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do condenado OBSERVAÇÕES | §2º: y condenação =/< 1 ano multa ou p.r.d. y condenação > 1 ano multa e p.r.d ou 2 p.r.d. | §4º: y Conversão da p.r.d. em p.p.l. y Deverá cumprir o preso somente o período restante, mas não poderá ficar preso menos que 30 dias y Art. 181, §§ 1º, 2º, 3º, LEP | §5º: y Condenação posterior a p.p.l. conversão não obrigatória y Juiz pode decidir pela subsistência da pena restritiva de direitos sempre que o seu cumprimento for compatível com a nova sanção ESPÉCIES DE PENAS RESTRITIVAS | Finalidade: reparar o dano causado com a infração penal | Destinatário principal: Vítima e dependentes | Outro destinatário: entidade pública ou privada com destinação social y Se não houver dano a reparar y Não houver vítima imediata Prestação Pecuniária: art. 45, §1º, CP | Se houver condenação civil = desconta-se o montante pago como prestação pecuniária | §2º: prestação inominada (ex: cestas básicas) | §3º: perda de bens e valores y Confisco generalizado do patrimônio ilícito do condenado y Destinatário: Fundo Penitenciário Nacional (LC 79/94 e Dec. 1093/94) y Teto: montante do prejuízo ou do proveito obtido com o delito | Dever de prestar determinada quantia de horas de trabalho não remunerado e útil para a comunidade durante o tempo livre, em benefício de pessoas necessitadas ou para fins comunitários. | Atividades atribuídas devem guardam compatibilidade com as aptidões pessoais | 1h de tarefa por dia de condenação y §4º: >1 ano = pode cumprir mais horas, para cumprir a pena em menos tempo, mas não inferior a metade Prestação de serviços à comunidade ou à entidades públicas: art. 46, CP Relação de emprego? | Pena específica, aplicável a determinados crimes | Considera que tem grande impacto e potencial preventivo | Obs: as hipóteses do art. 47, I e II y Deve haver correlação entre o delito praticado e o mau uso do direito interditado y Crimes praticados com abuso ou violação dos deveres inerentes ao cargo/emprego/atividade. Interdição temporária de direitos: art. 47, CP | I – proibição do exercício do cargo, função ou atividade pública e mandato eletivo: y Funcionários públicos, art. 327, CP y Não precisa ser crime contra a Adm. Púb., mas deve ter sido cometido com violação dos deveres inerentes ao cargo (ex: arts. 312, 311, §1º, CP) | II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, licença ou autorização do poder público: y Qualquer profissional que seja condenado por crime praticado no exercício do seu mister, com infringência aos deveres que lhes são inerentes, poderá sofrer essa sanção Pode retornar ao cargo? | III – Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo y Modalidade aplicada somente aos crimes culposos de trânsito (art. 57, CP) | IV – Proibição de frequentar determinados lugares y Restringe-se ao lugar que foi cometido o delito y Lugar infração agente | V – Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos y Busca evitar fraudes em provas y art. 311-A, CP. | Consiste na obrigação de o condenado permanecer aos sábados e domingos por 5 horas em casa de albergado ou estabelecimento adequado,de modo a permitir que a sanção seja cumprida em dias de “descanso” | Ex: 1 mês de pena = 10h por semana Limitação dos finais de semana: art. 48, CP. ATENÇÃO | Penas restritivas como incidentes de execução | Art. 180, LEP. | Para as p.p.l de curta duração que não foram substituídas ou suspensas podem ser substituídas por p.r.d. durante a execução: y Restante da pena de até 2 anos y Esteja em regime aberto y Já tenha cumprido ¼ da pena y Antecedentes e personalidade CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS: ART. 44, §§ 4º, 5º. | Conversão da p.r.d em p.p.l. | Hipóteses: y Descumprimento injustificado da restrição imposta y Nova condenação por outro crime (se não puder cumprir de forma simultânea) MULTA: PENA PECUNIÁRIA: ART. 49-52, CP | Art. 5º, XLV, CF. | A essência da pena pecuniária é o pagamento em favor do Estado de determinada quantia em dinheiro | Classificação tradicional: confisco, multa reparatória, multa | Conceito: pagamento ao Fundo Penitenciário de quantia fixada na sentença calculada em dias-multa | Características da multa penal (≠ civil, adm) y Possibilidade de sua conversão em pena de prisão, caso não seja paga.* y Caráter personalíssimo (impossibilidade de ser transferida para herdeiros e sucessores) *arts. 44, §4º; 51, CP SISTEMA DIAS-MULTA | O valor de um dia-multa deverá corresponder à renda média que o autor do crime aufere em um dia, considerando-se sua situação econômica e patrimonial | Princípio da proporcionalidade e igualdade | Limites da pena de multa: y Valor mínimo: trinta avos do maior salário mínimo y Valor máximo: 5 vezes esse salário y Limite mínimo: 10 dias-multa y Limite máximo: 360 dias-multa Art. 60, §1º triplo | Dosimetria da pena de multa: | Juiz considera renda média que o condenado aufere por dia gravidade do delito e culpabilidade do agente 1ª operação: fixa a quantidade de dias-multa, considerando a gravidade do delito, culpabilidade do agente, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos, consequências; 2ª operação: fixa o valor de cada dia-multa, levando em consideração a situação econômica do condenado. OBSERVAÇÕES | Concurso de pessoas: mesma quantidade de dias, mas o valor pode ser diferente. | Detração não é cabível. OBSERVAÇÕES | A multa enquanto pena restritiva pecuniária pode ser convertida em pena privativa de liberdade, art. 44, §4º, CP. | A multa enquanto pena autônoma não poderá ser convertida em pena privativa de liberdade, art. 51, CP. A PENA DE MULTA PODE: | Estar prevista isoladamente no preceito secundário do tipo penal | Estar contemplada juntamente com a pena privativa de liberdade (+) | Substituir a pena privativa de liberdade S. 171, STJ | Pagamento da multa: art. 50, CP. | 10 dias do trânsito em julgado (art. 164, LEP) | Pode parcelar | 3 modalidades: y Pagamento integral: forma “normal”, recolhe o valor para o Fundo Penitenciário Nacional; y Pagamento parcelado: em prestações mensais e sucessivas; y Pagamento em folha: prestações mensais descontadas na remuneração mensal; limitada a ¼ do salário Revogação: atraso ou melhora na situação £ Juízo das execuções criminais S. 693, STF | Prescrição da pena de multa: y A multa aplicada isoladamente prescreve em 2 anos contado do trânsito em julgado | Da cominação das penas: | Arts. 53-58, CP. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA Dosimetria da pena AULA 6 DIREITO PENAL II INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA | Idade Média: arbítrio judicial | Direitos fundamentais e segurança jurídica: definição de crimes e respectivas sanções | O que é preferível: a indeterminação absoluta ou a absoluta determinação? Individualização das penas: máx. e mín. MOMENTOS DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA | Individualização legislativa y Estabelece critérios de fixação entre as penas máximas e mínimas ao fatos puníveis; | Individualização judiciária y Elaborada em sentença, concretizando a pena abstratamente prevista; | Individualização executória y Cumprimento da pena; ELEMENTARES DO CRIME | São elementos essenciais constitutivos de um delito que integram a descrição da conduta típica. | Ex: art. 121 Matar alguém; art. 123 infanticídio (estado puerperal) | Se retirar a elementar não tem crime ou tem crime diverso. Concurso de pessoas: elementar do tipo de comunica (seja ela subjetiva ou objetiva) CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME | Influenciam na dosagem da pena, mas não fazem parte da figura típica. | Se retirar a circunstância não se altera a caracterização do crime; | Podem ou não existir; No concurso de pessoas não se comunicam se forem subjetivas. | As circunstâncias que não constituem e nem qualificam o crime são circunstâncias judiciais, legais ou causas de aumento e de diminuição de pena. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS: ART. 59, CP | Culpabilidade y Analisa-se a maior ou menor exigibilidade de conduta diversa; y Analisa-se, novamente o dolo, quanto mais intenso maior a pena. | Antecedentes y Fatos (bons ou maus) anteriores praticados pelo réu; y Maus antecedentes = merecem reprovação da autoridade pública; decisões condenatórias irrecorríveis Processos em andamento? OBS: MAUS ANTECEDENTES E REINCIDÊNCIA | Reincidência: arts. 63 e 64, CP. | Indivíduo que volta a cometer crimes depois de condenado com trânsito em julgado por outro crime; | A reincidência estará desnaturada após o transcurso do lapso temporal de 5 anos; | Crimes políticos e propriamente militares não geram reincidência y LSN (7170/83) y CPM | Sentença condenatória estrangeira: homologação, art. 105, i, CF. | Contravenções penais? | Personalidade y Síntese das qualidades morais e sociais do réu; y Desvio de caráter; y Pode considerar aqui as infrações penais praticadas pelo réu enquanto menor de idade; | Conduta social y Conduta do agente em seu meio social; família, amigos, trabalho, sociedade, etc. | Circunstâncias do crime y Não são as dos arts. 61, 62, 65 e 66, CP; y Forma, natureza, objetos, tempo, execução, do crime E se nos autos não for comprovada a conduta social? Se analisados em outro momento, não utiliza aqui (bis in idem é vedado) | Consequências do crime y Não se confundem com as consequências naturais do crime; y Analisa-se a maior ou menor danosidade decorrente da ação delituosa y Ex: homicídio = morte? Família perdeu o provedor? | Comportamento da vítima y Por vezes a vítima contribui decisivamente para a consecução do delito; y Não justificam o delito, mas podem minorar a censurabilidade do comportamento delituoso; y Ex: furto de veículo cujo dono deixou o vidro aberto. CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS: ATENUANTES E AGRAVANTES GENÉRICAS: ARTS. 61, 62, 65 E 66, CP. | Valoram-se as atenuantes/agravantes sempre que não constituam elementares, qualificadoras ou causas de aumento ou diminuição de pena; | CP não estabeleceu limites de aumento e diminuição aqui, doutrina tem sugerido 1/6; | Atenção: art. 67, CP. (preponderam as circunstâncias subjetivas) y STF: <21 anos sempre prepondera y Se houver 1 agravante e 1 atenuante = afastam-se as duas AGRAVANTES | Reincidência y Art. 63, CP. | Ter o agente cometido o crime por motivo fútil ou torpe y Fútil: insignificante y Torpe: repugnância | Ter o agente cometido o crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime y Crime meio praticado para sucesso do crime fim; praticar delito a fim de ocultar outro ou para garantir a impunidade deste; | Ter o agente cometido o crime à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou outornou impossível a defesa do ofendido y Traição: ataque súbito, sorrateiro; y Emboscada: tocaia; y Dissimulação: ocultação da intenção hostil; | Ter o agente cometido o crime com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum y A maldade e os meios cruéis aumentam a reprovabilidade; | Ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge y Parentesco comprovado (natural/adoção) | Ter o agente cometido o crime com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica | Ter o agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão y Refere-se aos servidores públicos | Ter o agente cometido o crime contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida y Até 12 anos (ECA); | Ter o agente cometido o crime quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade y Ofende-se a vítima e o Estado; | Ter o agente cometido o crime em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido y Calamidades; | Ter o agente cometido o crime em estado de embriaguez preordenada y Aqui é o caso da embriaguez preordenada para o cometimento do delito. Existem agravante no caso do concurso de pessoas, art. 62, CP. (quem organiza, pensa; autoria mediata; comete o crime e recebe $) ATENUANTES | Ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença y < 21 e > 70 | O desconhecimento da lei y Atua como redutora, mas o agente continua tendo culpabilidade; y Quanto maior a influência do desconhecimento da lei, maior será a redução de pena | Ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral y Social: atende aos interesses sociais; y Moral: atributo pessoas do agente (ex: honra) | Ter o agente procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano y Diminui as consequências do seus atos; y Não se confunde com o arrependimento posterior (art. 16) | Ter o agente cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima y Possibilidade de resistir há diminuição de pena; se irresistível ? | Ter o agente confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime y Confessar a autoria do delito perante a autoridade (polícia ou judiciária); | Ter o agente cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou y Ex: brigas entre torcidas; Circunstâncias atenuantes inominadas (ex: juiz pode considerar o ambiente no qual o réu se densevolveu) CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA: MAJORANTES E MINORANTES | Estabelecidas em quantidades fixas (ex: triplo; metade) ou variáveis (ex: de 1 a dois terços); Qualificadora Majorante São tipos penais Causas modificadoras de pena Pena base Pena definitiva Ex: 121, §2º Ex: art. 155, §1º Diferenças Majorantes e Minorantes Agravantes e Atenuantes (circunstâncias genéricas) Em relação a colocação no CP Nos tipos penais (parte geral e especial) Parte geral Em relação ao quantum de valoração Estabelecem uma quantia fixa ou variável Arbítrio do magistrado Em relação ao limite de incidência O juiz não está preso aos limites fixados abstratamente Atenuantes podem reduzir a pena aquém do mínimo*; mas o juiz está limitado ao máximo de pena em abstrato * Doutrina majoritária e jurisprudências tem entendido que é possível fixar a pena provisória aquém do mínimo legal DOSIMETRIA DA PENA: ART. 68, CP | Todas as operações realizadas na dosimetria da pena que não se resumem a uma simples operação aritmética devem estar devidamente fundamentadas; | Art. 5º, XXXIX e XLVI, CF. 3 FASES | 1º pena base y Analisa-se as circunstâncias judiciais | 2º pena provisória y Analisa-se as circunstâncias genéricas (atenuantes e agravantes) | 3º pena definitiva y Analisa-se as causas de diminuição e de aumento de pena (majorantes e minorantes) PENA BASE: CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS | Art. 59, CP. | “É a pena inicial fixada em concreto, dentro dos limites estabelecidos a piori na lei penal, para que, sobre ela, incidam, por cascata, as diminuições e os aumentos decorrentes de agravantes, atenuantes, majorantes ou minorantes” (BOSCHI) | Nulidade absoluta da decisão: ausência de fundamentação ou de análise (deficiente) das circunstâncias judiciais | O cálculo da pena deve iniciar a partir do limite mínimo e só excepcionalmente, quando as circunstâncias judiciais revelarem especial gravidade, se justifica a fixação da pena base afastada do mínimo legal; Se as operadoras do art. 59: mínimo legal: favoráveis pena base fica algumas desfavoráveis pena base afasta conjunto desfavorável aproxima-se do termo médio (média da soma dos dois extremos) PENA PROVISÓRIA: AGRAVANTES E ATENUANTES | Arts. 61; 65, CP. | Encontrada a pena base o juiz examinará as circunstâncias legais aumentando ou diminuindo a pena em certa quantidade, resultando a pena provisória; | Analisa-se as circunstâncias legais genéricas, enfatizando-se as preponderantes quando concorrerem agravantes e atenuantes y Ex: concorrem: reincidência e motivo de relevante valor social = prevalece qual? OBS: | Nenhuma circunstância atenuante pode deixar de ser valorada, ainda que não seja invocada pela defesa, bastando que se encontre comprovado nos autos; | Se houverem duas qualificadoras, uma é invocada enquanto qualificadora e a outra como agravante genérica, desde que elencada nestas circunstâncias. y Ex: art. 121, §2º, II e III PENA DEFINITIVA: MAJORANTES E MINORANTES | Analisam-se as causas de aumento e de diminuição, incidindo sobre a pena provisória (2ª fase) ou sobre a pena base (1ª fase) no caso de não existirem atenuantes ou agravantes; | Se houver mais de uma majorante ou mais de uma minorante, os aumentos ou diminuições se operam em cascata, primeiro se aplicam as causas de aumento e depois de diminuição (incidem umas sobre as outras); y Atenção: art. 68, parágrafo único. DOSIMETRIA DA PENA: ART. 68, CP | Todas as operações realizadas na dosimetria da pena que não se resumem a uma simples operação aritmética devem estar devidamente fundamentadas; | Art. 5º, XXXIX e XLVI, CF. 3 FASES | 1º pena base y Analisa-se as circunstâncias judiciais | 2º pena provisória y Analisa-se as circunstâncias genéricas (atenuantes e agravantes) | 3º pena definitiva y Analisa-se as causas de diminuição e de aumento de pena (majorantes e minorantes) PENA BASE: CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS | Art. 59, CP. | “É a pena inicial fixada em concreto, dentro dos limites estabelecidos a piori na lei penal, para que, sobre ela, incidam, por cascata, as diminuições e os aumentos decorrentes de agravantes, atenuantes, majorantes ou minorantes” (BOSCHI) | Nulidade absoluta da decisão: ausência de fundamentação ou de análise (deficiente) das circunstâncias judiciais | O cálculo da pena deve iniciar a partir do limite mínimo e só excepcionalmente, quando as circunstâncias judiciais revelarem especial gravidade, se justifica a fixação da pena base afastada do mínimo legal; Se as operadoras do art. 59: mínimo legal: favoráveis pena base fica algumas desfavoráveis pena base afasta conjunto desfavorável aproxima-se dotermo médio (média da soma dos dois extremos) PENA PROVISÓRIA: AGRAVANTES E ATENUANTES | Arts. 61; 65, CP. | Encontrada a pena base o juiz examinará as circunstâncias legais aumentando ou diminuindo a pena em certa quantidade, resultando a pena provisória; | Analisa-se as circunstâncias legais genéricas, enfatizando-se as preponderantes quando concorrerem agravantes e atenuantes y Ex: concorrem: reincidência e motivo de relevante valor social = prevalece qual? OBS: | Nenhuma circunstância atenuante pode deixar de ser valorada, ainda que não seja invocada pela defesa, bastando que se encontre comprovado nos autos; | Se houverem duas qualificadoras, uma é invocada enquanto qualificadora e a outra como agravante genérica, desde que elencada nestas circunstâncias. y Ex: art. 121, §2º, II e III PENA DEFINITIVA: MAJORANTES E MINORANTES | Analisam-se as causas de aumento e de diminuição, incidindo sobre a pena provisória (2ª fase) ou sobre a pena base (1ª fase) no caso de não existirem atenuantes ou agravantes; | Se houver mais de uma majorante ou mais de uma minorante, os aumentos ou diminuições se operam em cascata, primeiro se aplicam as causas de aumento e depois de diminuição (incidem umas sobre as outras); y Atenção: art. 68, parágrafo único. CONSIDERE A SITUAÇÃO ABAIXO, E NA CONDIÇÃO DE JUIZ QUE ESTEJA PROFERINDO SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA, REALIZE A DOSIMETRIA DA PENA. |O réu Antônio, com 20 anos de idade, cometeu e confessou o cometimento do delito de furto tipificado no art. 155, do CP, durante o período de repouso noturno. |No transcurso do processo foi comprovado, por documentos e testemunhas, que o réu possuía boas condições financeiras, personalidade difícil e comportamento social desviante. CONSIDERE A SITUAÇÃO ABAIXO, E NA CONDIÇÃO DE JUIZ QUE ESTEJA PROFERINDO SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA, REALIZE A DOSIMETRIA DA PENA. |Em 2014, José, de 40 anos dos idade, matou por asfixia João, de 72 anos de idade. |José já havia cumprido pena por outro crime, tendo findado o cumprimento desta em 2007. |Nenhuma outra comprovação restou demonstrada nos autos. CONCURSO DE CRIMES Primeira parte AULA 7 DIREITO PENAL II CONCURSO DE CRIMES: ARTS. 69, SS., CP. | Um único sujeito, mediante unidade ou pluralidade de comportamentos, praticar dois ou mais delitos. | Concursus delictorium | 1 agente | Unidade ou pluralidade de condutas | Dois ou mais crimes SISTEMA DE APLICAÇÃO DA PENA | A) Cúmulo material: y Soma-se as penas de cada um dos delitos componentes do concurso | B) Exasperação: y Aplica-se a pena mais grave, aumentada de determinada quantidade em decorrência dos demais delitos | C) Cúmulo jurídico: y A pena aplicada deve ser maior do que a cominada a cada um dos delitos, mas não há soma | D) Absorção: y A pena do delito mais grave absorve a do menos grave ESPÉCIE DE CONCURSO DE CRIMES | Concurso Material y Pluralidade de condutas e de crimes y Se crimes idênticos = concurso material homogêneo y Se crimes diferentes = concurso material heterogêneo | O agente, mediante mais de uma conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Ex: dois homicídios; um estupro e um homicídio | Concurso Formal: y Unidade de ação y Pluralidade de crimes | O agente, mediante uma só conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. | Unidade do elemento subjetivo que impulsiona a ação. | Concurso formal próprio: y O agente deve querer realizar apenas um crime, obter 1 resultado danoso. y Não devem existir desígnios autônomos. | Concurso formal impróprio: y O agente deseja a realização de mais de um crime, tem consciência e vontade em relação a cada um deles. y Ocorrem desígnios autônomos (unidade de ação e multiplicidade de eventos). DOSIMETRIA NO CONCURSO DE CRIMES | Concurso material y Sistema de cúmulo material | Concurso formal próprio y Sistema da exasperação | Concurso formal impróprio y Sistema de cúmulo material Art. 70, p.ú. DOSIMETRIA | 1. Fulano, armado com um revolver, atira em Cicrano e depois atira em Beltrano. y Concurso material: art. 121 y Penas: somam-se | 2. Fulano queria matar o pai, porque ele era uma pessoa violenta, e espancava sua esposa e seus irmãos. Fulano oferece o chá ao pai que toma e morre por envenenamento. Porém, a mãe de Fulano, acidentalmente, toma o chá envenenado e também morre em decorrência do envenenamento. y Concurso formal próprio: art. 121 y Penas: uma das penas, aumentada de 1/6 até metade | 3. Fulano atropela duas pessoas, uma delas morre y Concurso formal: art. 121, art. 129 y Penas: aplica-se a mais grave, aumentada de 1/6 até metade y Atenção: se essa aplicação resultar em pena maior do que a do concurso material, aplica-se o sistema de cúmulo material. | 4. Fulano quer matar os pais para ficar com a herança da família. Ele coloca veneno no chá e oferece aos pais, que tomam e morrem por envenenamento y Concurso formal impróprio: art. 121 y Penas: soma-se CRIME CONTINUADO, ERRO NA EXECUÇÃO E RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO AULA 9 DIREITO PENAL II CRIME CONTINUADO | Art. 71, CP. | Ficção jurídica concebida por razões de política criminal, que considera que os crimes subsequentes devem ser tidos como continuação do primeiro. | Tratamento unitário = pluralidade de atos | Diversas ações, cada uma em si mesma criminosa, que a lei considera, por motivos de política criminal, como crime único. | CP: Teoria objetiva y Apuram-se os elementos da continuidade delitiva objetivamente, independentemente do elemento subjetivo (programação do agente) y É o conjunto das condições objetivas que forma o critério aferidor da continuação criminosa. | Exige-se homogeneidade y Bens jurídicos atingidos y Processo executório REQUISITOS | Pluralidade de condutas y O mesmo agente deve praticar duas ou mais condutas | Pluralidade de crimes da mesma espécie y Crimes que se assemelham nos seus tipos fundamentais, por seus elementos objetivos e subjetivos, violares de um mesmo interesse jurídico | Nexo da continuidade delitiva y Circunstâncias de tempo, lugar, modo de execução e outras semelhantes y Analisa-se no conjunto, não separadamente | Ementa: APELAÇÕES CRIMINAIS. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBOS TENTADOS MAJORADOS PELO EMPREGO DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS. MÉRITO. [...] CONTINUIDADE DELITIVA. Demonstrada a prática de dois ou mais crimes da mesma espécie, nas mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução, mediante mais de uma ação, caracterizada está a hipótese do crime continuado. O aumento da pena deve levar em conta o número de crimes cometidos pelos agentes. No caso, sendo dois os delitos, o aumento deve ser reduzido para 1/6. PENA DE MULTA. Réus pobres. Manutenção da cobrança. A pena de multa tem caráter cumulativo com a privativa de liberdade, inadmitindo-se seu afastamento da condenação. Redução ao mínimo legal. APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PROVIDA E RECURSO DOS RÉUS PROVIDO EM PARTE. (Apelação Crime Nº 70060158995, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Alberto Etcheverry, Julgado em 03/09/2015) CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO | Art. 71, parágrafo único, CP | Vítimas diferentes | Violência ou grave ameaça | Crime doloso | Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. TRIBUNAL DO JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO, DUPLA TENTATIVA DE HOMICÍDIO E RECEPTAÇÃO. INSURGÊNCIA DEFENSIVA. MANUTENÇÃO DO ÉDITO CONDENATÓRIO. I. MÉRITO. DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS. TESE DESACOLHIDA. 1. A decisão dos jurados está em conformidade com a prova dos autos, haja vista que demonstradas as qualificadoras de homicídio e tentativas de homicídio cometidos mediante recurso que dificultoua defesa da vítima, resultando ausente a mencionada contrariedade. 2. No caso em apreço, o recorrente efetuou disparos de arma de fogo em plena via pública, diretamente contra as vítimas, visando atingi-las, tanto que, de efeito, acarretou o óbito de uma delas, restando presentes o elemento doloso e o animus necandi. [...] CRIME CONTINUADO. A continuidade delitiva deve ser reconhecida, tendo em vista que, além dos critérios objetivos identificados, a unicidade de desígnios - critério sub já que o mesmo contexto fático que envolve os delitos conduz à conclusão de que o propósito do réu ao atirar contra os três ofendidos era um só. Desse modo, preenchidos os requisitos objetivos e não havendo dúvida sobre a existência da unicidade de desígnio, impõe-se a aplicação do art. 71 do CP. Decisão por maioria. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Crime Nº 70050500883, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandro Luz Portal, Julgado em 17/09/2015) ERRO NA EXECUÇÃO | Art. 73, CP. | É o acidente ou o erro no uso dos meios de execução. | Ex: Tício atira em Mévio, mas o projétil atinge Caio, que estava nas proximidades, matando-o. Tício responderá pelo crime como se tivesse cometido contra Mévio. | Aberratio ictus com unidade simples y Resultado único y Art. 73, caput, primeira parte. | Aberratio ictus com unidade complexa y Resultado duplo y Aplica-se a regra do concurso formal próprio y # se houver dolo eventual? | Ementa: LESÕES CORPORAIS. ART 129 DO CP. ERRO DE EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS). ART. 73 DO CP. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA REFORMADA. 1- Demonstrado que a ré agrediu a vítima com uma pedrada, ainda que na intenção de acertar pessoa diversa, a condenação é a consequência necessária. 2- O erro na execução, previsto no art. 73 do CP, não exime a ré de responsabilidade, pois assumiu o resultado danoso e o risco de produzi-lo. 3- Da mesma forma, a paixão ou a violenta emoção ou ainda a embriaguez voluntária ou culposa (art. 28 do CP) não excluem a imputabilidade e não isentam a ré de pena. 4- Afastada a tese de excludente da legítima defesa porque não resultou minimamente comprovada. RECURSO MINISTERIAL PROVIDO. (Recurso Crime Nº 71004160149, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Relator: Cristina Pereira Gonzales, Julgado em 25/02/2013) RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO | Art. 74, CP | Aberratio delicit | Exs: y Agente arremessa pedra para quebrar vitrine da loja e atinge, também, a balconista | Responde pelo crime de dano e pela lesão corporal culposa y Agente arremessa a pedra para ferir um transeunte e acaba quebrando, também, a vitrine | Somente responderá pela lesão corporal dolosa, pois o crime de dano não tem a figura na modalidade culposa SURSIS Suspensão Condicional da Pena AULA 10 DIREITO PENAL II ARTS. 77, SS. CP. | Suspensão parcial da pena privativa de liberdade, durante certo tempo e mediante determinadas condições. | Direito público subjetivo do condenado (art. 157, LEP) | Alternativa aos meios sancionatórios tradicionais. y Obs: dificilmente se executa a p.p.l. de curta duração em casos de réus não reincidentes e de prognose favorável REQUISITOS OBJETIVOS | Natureza e quantidade de pena y Pena privativa de liberdade y Não superior a dois anos | Inaplicabilidade de penas restritivas de direitos y A aplicabilidade de penas restritivas de direitos afasta automaticamente a possibilidade de suspensão condicional da execução REQUISITOS SUBJETIVOS | Não reincidência em crime doloso y Condenação por contravenção penal ou crime culposo não obsta a concessão do Sursis | Uma condenação por crime doloso não impossibilita a obtenção posterior do sursis pela prática de crime culposo | Prognose de não voltar a delinquir A confirmação de duas condenações revoga os dois benefícios, a não ser que a soma de ambas não ultrapasse o limite de 2 anos. Teoricamente é possível que um condenado já beneficiado com o Sursis receba novamente esse mesmo benefício, enquanto aguarda eventuais recursos. ESPÉCIES | SURSIS SIMPLES OU COMUM y Condenado fica sujeito ao cumprimento de prestação de serviço à comunidade ou limitação do final de semana | SURSIS ESPECIAL y Ao condenado que preencher além dos requisitos simples, os seguintes: | Reparar o dano (salvo na impossibilidade) | Circunstâncias do art. 59, CP. inteiramente favoráveis | Obs: as condições do §1º são substituídas pelas do §2º | SURSIS ETÁRIO y Cidadão com mais de 70 anos y Limite de pena até 4 anos y Período de 4 a 6 anos | SURSIS POR RAZÃO DE SAÚDE y Qualquer idade, desde que as razões de saúde justifiquem y Pena não superior a 4 anos | Obs: os requisitos gerais do sursis simples também são aplicados ao etário e ao de saúde. CONDIÇÕES DO SURSIS | Legais y Lei estabelece y Art. 78, §§1º, 2º | Judiciais y Margem de discricionariedade ao juiz y Adequadas ao fato e ao condenado y Não tem um rol Sentenciado pode recusar ? PERÍODO DE PROVA | Lapso temporal em que o beneficiário tem a execução da pena suspensa. | Período comum = 2-4 anos | Período etário = 4-6 anos | Deverá ser fixado segundo a natureza do crime, personalidade do agente e intensidade da pena, não podendo o juiz, senão em hipótese excepcional, estabelecê-la no prazo máximo. | Tem início após o trânsito em julgado. y Faz-se a audiência de admoestação (admonitória) para que o juiz advirta o beneficiário sobre as consequências do descumprimento das condições | A revogação do sursis obriga o sentenciado a cumprir integralmente a pena suspensa, independentemente do tempo já cumprido deste período de prova CAUSAS DE REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIAS ART. 81, CP. | Condenação em sentença irrecorrível por crime doloso y Não importa a data do fato, aqui basta condenação transitada em julgado. | A condenação a pena pecuniária não é causa de revogação do sursis; nem a condenação estrangeira (mas é impeditivo para sua concessão) | Frustrar, embora solvente, a execução da pena de multa y O simples não pagamento não é causa de revogação. y O condenado deverá criar embaraços que obstem a cobrança da multa. | Não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano y Ex: situação econômica é justificativa | Descumprir a prestação do serviço à comunidade ou a limitação de fim de semana y Descumprimento injustificado | Não comparecimento, injustificado, do réu à audiência admonitória y Cassação do sursis (art. 161, LEP) CAUSAS DE REVOGAÇÃO FACULTATIVA ART. 81, §1º, CP. | Descumprimento de outras condições do sursis y Discricionariedade do juiz, que pode decidir por prorrogar o período de prova (se já não estiver no máximo) y São as condições do §2ª, art. 78 e as condições judiciais (art. 79, CP) | Condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção penal à pena privativa de liberdade y Não entra a pena de multa | Prática de nova infração penal y Doutrina e jurisprudência tem trabalhado, em unanimidade, no sentido de que a prática de nova infração penal não é causa revogadora de sursis. | E se o sujeito em sursis cometer mais duas, três, quatro outras infrações? PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA | Art. 81, §2º, CP. | A prorrogação facultativa, como alternativa à revogação, é apenas uma das possibilidades de prorrogação, que desaparecerá se o período probatório já estiver fixado no máximo. | Prorrogação automática/obrigatória: se o beneficiário do sursis estiver sendo processado por outro crime ou contravenção penal durante o período de prova, tal prorrogação prolonga-se até o julgamento definitivo do novo processo. | Se houver nova condenação, revoga-se o sursis e o condenado cumprirá as duas penas. yProrroga-se somente o prazo depurador, não as condições. EXTINÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE | Decorrido o período probatório sem que tenha havido causa(s) para a revogação, estará extinta a pena privativa de liberdade . | Art. 82, CP. | Ementa: REVISÃO CRIMINAL. CRIME DE LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA (ARTIGO 129, § 2º, III, DO CP). Os requerentes foram denunciados pelo delito acima referido, sendo condenados, mediante sentença de fls. 161/164 nos termos da denúncia, o que restou referendado no acórdão de fls. 195/199 do volume principal dos autos em apenso. Pretensão da defesa referente à aplicação do sursis. Afastada, corretamente, a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, uma vez que o delito foi cometido com violência contra a pessoa, não estando preenchido o requisito insculpido no artigo 44, inciso I, do CP. Cabível, entretanto, a concessão da suspensão condicional da pena, por satisfeitos os requisitos do artigo 77, do CP, como pretendem os requerentes. REVISÃO CRIMINAL PROCEDENTE. POR MAIORIA. (Revisão Criminal Nº 70064265127, Primeiro Grupo de Câmaras Criminais, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Antônio Cidade Pitrez, Julgado em 02/10/2015) QUESTÕES | No dia 26 de janeiro de 2011, João Porto, 21 anos, ofendeu a integridade corporal de seu vizinho, Jorge Antônio, ao desferir- lhe um soco no olho esquerdo, causando-lhe a perda da visão. O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado pelo crime de lesão corporal de natureza grave, art. 129, §1º, inciso III (debilidade permanente de sentido), do CP. A peça vestibular foi recebida no dia 14 de fevereiro de 2011. A ação penal foi julgada procedente, condenando João Porto à pena de um ano de reclusão, dada a sua condição de primário, de bons antecedentes e com circunstâncias judiciais favoráveis. A sentença condenatória foi publicada no dia 29 de março de 2014, que se tornou definitiva para as partes em abril do mesmo ano. Assim, na hipótese apresentada, e com base na pena aplicada, confere-se ao condenado o direito à | a)suspensão condicional da pena. | b)substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos. | A suspensão condicional da pena | a) é incabível nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. | b) obriga, necessariamente, à prestação de serviços à comunidade ou à limitação de fim de semana no primeiro ano do prazo. | c) é incabível para o condenado reincidente, independentemente da natureza do crime que originou a agravante. | d) é estendida às penas restritivas de direitos e à multa. | e) é subsidiária em relação à substituição por pena restritiva de direitos. | | Com relação ao sursis, é correto afirmar: | a) Pode ser concedido a réu reincidente. | b) É especial aquele em que o condenado, no primeiro ano do período de prova, deverá prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação de fim de semana. | c) É simples (ou comum) aquele em que o condenado arcará, dentre outras, com a condição de não se ausentar da comarca onde reside sem autorização judicial. | d) O descumprimento injustificado de condição estabelecida em sua versão simples implica causa facultativa de revogação. | e) A duração máxima do período de prova é de quatro anos. LIVRAMENTO CONDICIONAL Arts. 83, ss., CP. Arts. 131, ss., LEP AULA 11 DIREITO PENAL II CONCEITO | O instituto do livramento condicional, modernamente, é considerado como fase final da execução da pena privativa de liberdade e, portanto, é parte integrante desta. | É uma antecipação, limitada, da liberdade. | Assim, o condenado a pena privativa de liberdade pode sair do estabelecimento antes do término fixado na sentença condenatória, claro, sempre que houverem determinadas circunstâncias e preenchidas determinadas condições. NATUREZA JURÍDICA | Direito público subjetivo do apenado. | Período de prova: integrado pelo resto de pena, iniciando com a audiência admonitória | Art. 137, LEP. Pena < a 2 anos: pode beneficiar-se com a suspensão condicional da pena Pena > a 2 anos: pode ter o livramento condicional Pena de exatos 2 anos: pode ambos (conf. caso) REQUISITOS OBJETIVOS | A) Natureza e quantidade de pena: art. 83 y Pena privativa de liberdade y Igual ou superior a 2 anos | B) Cumprimento de parte da pena: y Mais de 1/3 da pena imposta para os condenados não reincidentes em crimes dolosos e com bons antecedentes y Mais da metade se for reincidente Art. 83, v, CP +2/3 Crimes hediondos Reincidente em crime culposo pode: +2/3 e requisitos | C) Reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade y Como um dos efeitos da condenação é a reparação do dano (art. 91, I, CP), a efetiva impossibilidade deve ser comprovada y Não basta apenas atestado de pobreza. Para receber o benefício, o condenado precisa passar pelas três fases de regime de cumprimento de pena? REQUISITOS SUBJETIVOS | A) Bons antecedentes: y Se o condenado não tiver bons antecedentes, terá de cumprir mais da metade da pena para fazer jus ao benefício. y Ex: outras condenações (que não reincidência) y Consideram-se fatos ocorridos antes do início de cumprimento da pena | B) Comportamento satisfatório durante a execução: y Abrange todo tempo de execução, não só o encarceramento y Deve-se verificar a capacidade de readaptação do condenado | C) Bom desempenho no trabalho: y Dentro e fora da prisão y Autogerir | D) Aptidão para prover a própria subsistência com trabalho honesto: y Sujeito deve ter disposição para trabalhar de forma honesta. y Realidade social; bom-senso y (art. 132, §1º, a, LEP) REQUISITO ESPECÍFICO | Art. 83, parágrafo único, CP. | Destinada aos autores de crimes violentos (justamente por não existir medida de segurança ao imputável) | Verifica-se se cessou a periculosidade do sujeito y Obs: o juiz pode pedir exame pericial, a fim de verificar se o condenado demostre que voltará a cometer delitos CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO CONDICIONAL | Art. 85, CP. | Pelo livramento condicional o liberado conquista a liberdade antecipadamente, mas apenas em caráter provisório e sob condições CONDIÇÕES DE CARÁTER OBRIGATÓRIO | Art. 132, §1º, LEP. | A) Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável y No menor tempo possível, o liberado deverá obter ocupação lícita e informar aos órgãos de execução y O que é razoável? y Comprovação de procura ao emprego | Deficiência física que torne o apenado incapaz para o trabalho, por si só, não obsta a obtenção do livramento condicional | B) Comunicar ao juiz, periodicamente, sua ocupação y Comunicar ao juiz da execução, o qual fixará prazo máximo de intervalo dessas comunicações (art. 26, II, LEP) | C) Não mudar do território da comarca, sem prévia autorização judicial y A fim de facilitar o acompanhamento do liberado. y Breves saídas? CONDIÇÕES DE IMPOSIÇÃO FACULTATIVA | Condições judiciais | Imposição facultativa, mas de cumprimento obrigatório (art. 137, III, LEP) | Adequadas ao fato delituoso e à personalidade do sujeito. y Podem ser modificadas no transcorrer do livramento (art. 144, LEP) Se o condenado não aceitar as condições? EXEMPLIFICATIVAMENTE | A) Não mudar de residência sem comunicar ao juiz e às autoridades incumbidas da observação e proteção cautelar | B) Recolher-se à habitação em hora fixada | C) Não frequentar determinados lugares | D) Abstenção de práticas delituais y Exigir que o liberado não cometa outro delito enquanto estiver em livramento condicional REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL | Além do descumprimento das condições legais ou judiciais, existem outras causas que, se ocorrerem, revogarão obrigatoriamentea liberdade concedida; e outras causas de revogação facultativa, onde o liberado deverá ser ouvido antes da revogação CAUSAS DE REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIAS | Art. 86, CP. | A) Condenação irrecorrível por crime cometido durante a vigência do livramento condicional y Decisão condenatória transitada em julgado à pena privativa de liberdade. y Doloso ou culposo. | Se a condenação for por contravenção ou por crime mas à pena restritiva de direitos e/ou multa, a revogação não é compulsória | B) Condenação por crime cometido antes da vigência do livramento condicional y Aqui, a causa da condenação é anterior ao benefício y Admite-se a soma de que trata o art. 84, CP. | A nova pena deve ser somada a que estava sendo cumprida, em suas totalidades. E, se o tempo de pena cumprida convalidar a concessão do livramento, a revogação não se operará. | Ver arts. 143 e 145, LEP. CAUSAS DE REVOGAÇÃO FACULTATIVA | Art. 87, CP. | Ocorrendo uma das causas facultativas o juiz poderá, em vez de revogar, advertir o liberado ou agravar as condições do livramento | O juiz deverá orientar-se pela y gravidade da causa ocorrida y situação penal do apenado y consequências do comportamento do apenado | A) Deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença y Quais? y condições obrigatórias (art. 132, §1º, LEP) y condições facultativas (art. 132, §2º, LEP | B) Condenação por crime ou contravenção a pena que não à privativa de liberdade y Não importa o momento que a infração penal ocorreu, desde que a punição seja de multa ou pena restritiva de direitos (condutas de menor censurabilidade) | Obs: a doutrina defende que a condenação a p.p.l. por contravenção poderá levar a revogação do livramento condicional | Obs: art. 142, LEP. Caso haja a revogação, não se computará na pena o tempo em que o apenado esteve solto SUSPENSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL | Art. 145, CP. | Suspensão Revogação provisório definitiva ficará no aguardo da decisão final sobre o novo crime, que se for condenado, haverá a revogação do livramento EFEITOS DA NOVA CONDENAÇÃO | Art. 88, CP. | Dividem-se em 4 hipóteses, exigindo-se exame individual | 1ª) Condenação irrecorrível por crime praticado antes do livramento condicional y Após a concessão do benefício o liberado não praticou outras infrações, terá tratamento excepcional y a) terá direito à obtenção de novo livramento, mesmo em relação à pena a que estava cumprindo y b) as duas penas podem ser somadas para efeito de obtenção de novo livramento | Somam-se as penas integralmente, se o tempo cumprido, incluído o período em que esteve solto, possibilita o livramento, este nem será revogado, pois o apenado já cumpriu tempo suficiente para obter a liberdade antecipada y c) o tempo em que esteve em liberdade condicional é computado como de pena efetivamente cumprida | 2º) Condenação irrecorrível por crime praticado durante a vigência do livramento | Resultado do fracasso da tentativa de possibilitar ao apenado o retorno antecipado ao convívio social y a)Impossibilidade de concessão de novo livramento em relação à mesma pena | A 1ª pena não se somará a 2ª condenação para fins de recebimento do benefício y b) Não se computa o tempo em que esteve solto, em liberdade condicional, como pena efetivamente cumprida. | Considera-se o período efetivamente cumprido, desprezando- se o período de prova | 3ª) Descumprimento das condições impostas na sentença y A rebeldia do apenado obrigá-lo-á a cumprir sua pena integralmente; não poderá obter novo livramento em relação a esta pena. | 4ª) Condenação por contravenção penal y Se revogado conforme o art. 87, CP., terá os mesmos efeitos que a hipótese 3ª, não será computado o tempo em que esteve solto e não poderá obter novo livramento em relação a mesma pena. PRORROGAÇÃO DO LIVRAMENTO E EXTINÇÃO DA PENA | Arts. 89 e 90, CP. | Se o liberado não der causas de revogação, o livramento condicional é cumprido e a pena considera-se extinta. | O juiz antes de declarar extinta deve ouvir o MP. | A prorrogação do livramento condicional ocorrerá enquanto estiver correndo processo por crime cometido durante a vigência do benefício. | Prorroga-se somente o período, não as condições. | HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROVIMENTO MONOCRÁTICO DE RECURSO ESPECIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. LIVRAMENTO CONDICIONAL. FALTA GRAVE (FUGA). DATA-BASE DE RECONTAGEM DO PRAZO PARA NOVO LIVRAMENTO CONDICIONAL. ORDEM CONCEDIDA. 1. Além de revelar o fim socialmente regenerador do cumprimento da pena, o art. 1º da Lei de Execução Penal alberga um critério de interpretação das suas demais disposições. É falar: a Lei 7.210/84 institui a lógica da prevalência de mecanismos de reinclusão social (e não de exclusão do sujeito apenado) no exame dos direitos e deveres dos sentenciados. Isto para favorecer, sempre que possível, a redução das distâncias entre a população intramuros penitenciários e a comunidade extramuros. Tanto é assim que o diploma normativo em causa assim dispõe: "O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança" (Art. 4º), fazendo, ainda, do Conselho da Comunidade um órgão da execução penal brasileira (art. 61). 2. Essa particular forma de parametrar a interpretação da lei (no caso, a LEP) é a que mais se aproxima da Constituição Federal, que faz da cidadania e da dignidade da pessoa humana dois de seus fundamentos (incisos II e III do art. 1º). Mais: Constituição que tem por objetivos fundamentais erradicar a marginalização e construir uma sociedade livre, justa e solidária (incisos I e III do art. 3º). Tudo na perspectiva da construção do tipo ideal de sociedade que o preâmbulo de nossa Constituição caracteriza como "fraterna". 3. O livramento condicional, para maior respeito à finalidade reeducativa da pena, constitui a última etapa da execução penal, timbrada, esta, pela idéia-força da liberdade responsável do condenado, de modo a lhe permitir melhores condições de reinserção social. | 4. O requisito temporal do livramento condicional é aferido a partir da quantidade de pena já efetivamente cumprida. Quantidade, essa, que não sofre nenhuma alteração com eventual prática de falta grave, pelo singelo mas robusto fundamento de que a ninguém é dado desconsiderar tempo de pena já cumprido. Pois o fato é que pena cumprida é pena extinta. É claro que, no caso de fuga (como é a situação destes autos), o lapso temporal em que o paciente esteve foragido não será computado como tempo de castigo cumprido. Óbvio! Todavia, a fuga não "zera" ou faz desaparecer a pena até então cumprida. 5. Ofende o princípio da legalidade a decisão que fixa a data da fuga do paciente como nova data-base para o cálculo do requisito temporal do livramento condicional. 6. Ordem concedida. (STF. HC 94163, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 02/12/2008, DJe-200 DIVULG 22- 10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL-02379-04 PP-00851) | RECURSO DE AGRAVO. LIVRAMENTO CONDICIONAL. PRÁTICA DE FALTA GRAVE. NÃO INTERRUPÇÃO DO LAPSO TEMPORAL. CUMPRIMENTO DE MAIS DA METADE DA PENA. INFORMAÇÕES CONTRADITÓRIAS E IMPRECISAS ACERCA DO COMPORTAMENTO DO CONDENADO. DE OFÍCIO DECLARADA NULA A DECISÃO. RECURSO PREJUDICADO. O cometimento de falta grave durante a execução da pena, embora não interrompa o prazo para a obtenção do livramento condicional, por constituir requisito objetivo não contemplado no artigo 83 do Código Penal, afasta o preenchimento do requisito subjetivo, obstando a concessão do benefício. (TJPR - 4ª C.Criminal - RA 1004193-7 - Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Miguel Pessoa - Unânime - J. 16.05.2013) | EXECUÇÃO PENAL.HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. LIVRAMENTO CONDICIONAL. REQUISITO OBJETIVO. MAUS ANTECEDENTES. AÇÕES PENAIS EM ANDAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. NOVA CONDENAÇÃO POR CRIME DOLOSO. UNIFICAÇÃO DAS PENAS. ALTERAÇÃO DA DATA-BASE PARA CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL. I - Em respeito ao princípio da presunção de inocência, inquéritos e processos em andamento não podem ser considerados como maus antecedentes e, por conseguinte, equiparados à reincidência para exacerbar o tempo de pena a cumprir previsto para fins de concessão do livramento condicional. II - Sobrevindo nova condenação ao apenado no curso da execução da pena - seja por crime anterior ou posterior - interrompe-se a contagem do prazo para a concessão do benefício do livramento condicional, que deverá ser novamente calculado com base na soma das penas restantes a serem cumpridas. Ordem parcialmente concedida. (STJ. HC 131.975/RN, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 13/08/2009, DJe 05/10/2009). | INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA - AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL - UNIFICAÇÃO DE PENAS - MARCO INICIAL PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS DA EXECUÇÃO. - O marco inicial para a concessão de novos benefícios na execução penal, após a unificação das penas, será a data do trânsito em julgado da nova sentença condenatória, independente se o crime foi praticado antes ou após o início do cumprimento da pena. (TJMG. Inc Unif Jurisprudência 1.0704.09.136730-7/002, Relator(a): Des.(a) Silas Vieira , CORTE SUPERIOR, julgamento em 22/08/2012, publicação da súmula em 14/09/2012) EXERCÍCIOS | 1) NÃO é requisito para obtenção do livramento condicional: | a) Cumprimento de mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo ou assemelhado. | b) Pagamento da pena de multa. | c) Reparação do dano, salvo impossibilidade de o fazer. | d) Cumprimento de mais de um terço da pena se não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes. | e) Cumprimento de mais da metade se for reincidente em crime doloso. | 2) Luan é reincidente na prática do crime do Art. 217-A do Código Penal. Os fatos que justificaram ambas as condenações ocorreram em 2010 e 2014. Nesse caso, é correto afirmar que o benefício do livramento condicional | a) poderá ser concedido após cumprimento de 2/3 da pena. | b) poderá ser concedido após cumprimento de 3/5 da pena | c) não poderá ser concedido a Luan. | d) poderá ser concedido após cumprimento de 1/2 da pena. | | 3) Após ter cumprido a metade da pena por crime não hediondo, um indivíduo reincidente obteve livramento condicional pelo período de cinco anos. Faltando dois anos para a reaquisição integral da liberdade, ele foi denunciado pela suposta prática de homicídio que teria sido praticado durante o período de prova do livramento condicional. Nesse caso, | a) haverá a revogação obrigatória e imediata do livramento condicional. | b) haverá a revogação facultativa do livramento condicional. | c) ao final do livramento condicional em gozo, não ocorrendo decisão definitiva no novo processo, haverá extinção da pena pelo cumprimento. | d) ao final do livramento condicional em gozo, não havendo decisão definitiva, deverá o livramento condicional ser prorrogado até o trânsito em julgado no novo processo. | 4) N. G. foi condenado a penas privativas de liberdade que somam sessenta anos de reclusão. Sabendo-se que N. G. é primário e de bons antecedentes, e que nenhum dos crimes pelos quais foi condenado é hediondo ou equiparado, este condenado somente poderá obter livramento condicional depois de cumpridos mais de : | a) dez anos de pena. | b) quinze anos de pena | c) vinte anos de pena. | d) trinta anos de pena. | 5) “X”, primário e de bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento, pena de vinte anos de reclusão em regime fechado, pela prática do crime de latrocínio. Até o momento, “X” cumpriu quatorze anos do total da pena. Nesse caso, a resposta correta para a pergunta – “X” tem direito à concessão de algum benefício? – é: | a) “X” tem direito ao livramento condicional. | b) “X” tem direito à concessão da liberdade provisória. | c) “X” tem direito à concessão do sursis. | d) “X” tem direito à concessão da suspensão condicional da pena. MEDIDAS DE SEGURANÇA Arts. 96, ss., CP. AULA 12 DIREITO PENAL II MEDIDA DE SEGURANÇA | Aplica-se, como regra, ao inimputável que houver praticado um conduta típica e ilícita, não sendo, porém, culpável. | Tem fim diverso da pena, pois destinam-se a cura ou tratamento (além da prevenção) | Arts. 26, caput e parágrafo único, CP. | Fundamenta-se na periculosidade (potencialidade de praticar ações lesivas) ESPÉCIES | Art. 96, I e II, CP. | O tratamento poderá ocorrer dentro ou fora de um estabelecimento hospitalar | Assim, pode ser y detentivas (internação) ou y restritivas (tratamento ambulatorial) INÍCIO DO CUMPRIMENTO | Arts. 171 e 173, LEP. PRAZO DE CUMPRIMENTO | Como é providência judicial curativa, não tem prazo certo, persistindo enquanto houver a necessidade de tratamento | Perícia médica constatará a cessação ou não da periculosidade y Art. 97, §§1º, 2º, CP. y Art. 175, LEP | Constitucionalmente isto é possível??? | Pena perpétua??? y STJ: medida de segurança não pode ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente prevista ao delito y STF: medida de segurança não pode exceder 30 anos DESINTERNAÇÃO OU LIBERAÇÃO CONDICIONAL | Art. 97, §3º | Ocorrendo a desinternação, o doente deixa o tratamento realizado em regime de internação junto ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico e dá início ao tratamento ambulatorial | Se não houver mais a necessidade de tratamento, haverá a sua liberação. | Condições: art. 178, LEP. ATENÇÃO | A suspensão da medida está condicionada ao prazo de 1 ano de liberação ou desinternação sem a prática de fato indicativo de periculosidade | A prescrição e outras causas extintivas de punibilidade são aplicáveis à medida de segurança | O inimputável é absolvido e aplicada a medida; o semi-imputável deverá ser condenado com a respectiva pena, para após, comprovado a necessidade de tratamento, a pena ser substituída pela medida de segurança SUBSTITUIÇÃO DA PENA POR MEDIDA DE SEGURANÇA PARA O SEMI-IMPUTÁVEL | Art. 98, CP. | 2 hipóteses y Semi-imputável (art. 26, p.ú., CP) y Superveniência de doença mental | Aqui o prazo de duração da medida não pode ser superior ao correspondente à pena substituída y E se findar esse prazo e o sujeito ainda apresentar problemas??? DIREITOS DO INTERNADO | Art. 99, CP. | O sujeito que recebe a medida de segurança tem direito à tratamento adequado e não será recolhido a prisão. EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DA REABILITAÇÃO DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO | Arts. 91 e 92, CP. | Principal consequência do trânsito em julgado da sentença penal condenatória é: ________ | Existem efeitos secundários gerados pela sentença condenatória. | Natureza extrapenal (os de natureza penal estão espalhados pelo CP, CPP, LEP) | Art. 91 = efeitos genéricos | Art. 91 = efeitos específicos (juiz deverá declara- los, motivadamente, na sentença) * | Finalidade y Os efeitos específicos da condenação objetivam afastar o condenado da situação criminógena; y Reforçam a proteção dos bens jurídicos violados e previnem a reiteração da conduta. EFEITOS GENÉRICOS | Automáticos (ope legis) | Art. 91, I e II, CP. Precisa determinação expressa na sentença ??? Aplica-se aos crimes dolosos e culposos TORNAR CERTA A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR | I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime | A sentença
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