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Letícia Fernandes Pereira
EFETIVO ACESSO A JUSTICA 
Juiz de Fora
2017
Letícia Fernandes Pereira
EFETIVO ACESSO A JUSTICA 
Monografia	de	Conclusão	de	Curso
apresentada	ao	curso	de	Direito	das
Faculdades Integradas Vianna Júnior como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Direito.
Orientador (a): Prof.ª. Leandro Guedes Bissoli
Juiz de Fora
2017
Leticia Fernandes Pereira
EFETIVO ACESSO A JUSTICA 
Monografia de Conclusão de Curso submetida
ao curso de Direito das Faculdades Integradas
Vianna Júnior como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em Direito e
aprovada pela seguinte banca examinadora:
Prof.ª Leandro Guedes Bissoli (Orientador)
Faculdades Integradas Vianna Junior
Prof. ª Juliana Jacob (Examinadora)
Faculdades Integradas Vianna Junior
Juiz de Fora
2017
Dedico este trabalho aos meus mestres por me inspirarem diariamente com a matéria, servindo de exemplo do tipo de profissional que eu almejo ser. Graças a alguns deles desenvolvi meu amor por Civil e Processo Civil e serei eternamente grata. Em especial a Prof. ª Laura Dutra, Prof. Leandro Guedes Bissoli, Prof. Luis Antonio Bittencourt, Prof. ª Ivone Almeida
AGRADECIMENTOS
	Agradeço ao privilegio de ter tido como mestres pessoas tão capacitadas como foi durante a minha graduação, especialmente na área de Direito Civil e Direito Processual Civil. Agradeço ainda ao meus pais por acreditarem em mim, pois sem eles essa jornada teria sido impossível. 
	Não posso deixar de mencionar a minha introdução no ambiente forense como um fator principal a tornar-me a graduanda de hoje, por isso agradeço ao padrinho Wagner Fernandes, escrivão do Juizado Especial Cível, na época, que me convidou a realizar estagio voluntario. O obrigada pela paciência e ensinamentos eu direciono também ao meu coordenador do setor de conciliação do juizado especial, Luciano Macedo Cardoso, que acabou tornando-se um grande amigo.
Por fim, mas não menos importante agradeço a Deus, por nunca me abandonar e estar sempre olhando por mim, sem Ele eu não sou nada, tanto no campo pessoal quanto profissional.
"Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça." (Eduardo Juan Couture)
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: JUSTICA ; ACESSO ; 
TRIBUNAIS ; SOLUCAO DE CONFLITOS ; CONCILIACAO ; MEDIACAO ; ARBITRAGEM ; DIREITO INDIVIDUAIS ; SOCIAL ; 
ABSTRACT
KEY-WORDS: JUSTICE ; ACESS; COURT ; CONFLICT RESOLUTION ; CONCILIATION ; MEDIATION ; ARBITRATION ; INDIVIDUAL RIGHTS ;SOCIAL
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------09
CAPITULO 1 – ACESSO A JUSTICA ----------------------------------------------------------------10
1.1 – Obstáculos ---------------------------------------------------------------------------------------------10
1.2 - 
09
INTRODUÇÃO
Esse trabalho visa trazer a discussão sobre o efetivo acesso a justiça, os meios pelos quais as partes tem de aciona-las e qual a real efetividade dos tribunais, órgãos auxiliares e legislação no cumprimento dessa tarefa em meio a uma enorme demanda e como novo código de processo civil influenciou nessa questão, inclusive com a dada merecida importância a conciliação e mediação.
Durante os anos de graduação em direito e com os estágios que eu prestei na área durante quatro dos cincos anos de curso em órgãos públicos, pude me deparar na pratica como se da o acesso a justiça e como os tribunais de fato valorizam alguns instrumentos, implicando totalmente na efetividade do exercício destes.
O objetivo desse estudo é demonstrar como o posicionamento de determinadas instituições podem influir diretamente nos instrumentos disponibilizados para uma solução do problema que é o acesso à justiça, tendo em visto a demanda sempre crescente e o funil que se torna o judiciário, com ajuizamentos cada vez maiores e acumulo de litígios a espera de uma solução.
Iremos retratar também o importantíssimo papel da conciliação e mediação nos tribunais e fora deles, como esse meio acaba por vezes tornado uma solução que agrade e solucione muito mais certas pendencias do que uma sentença judicial, dado por um terceiro estranho ao processo e muitas vezes sem a sensibilidade e tato de percepção da real demanda que muitas vezes é implícita.
Por fim temos como intuito fazer um comparativo da evolução do direito processual ate aqui e demonstrar no que ainda pode melhorar e como.
10
1 O ACESSO A JUSTICA, SUA EVOLUCAO E OBSTACULOS. 
.
Com a EC 45 houve uma reforma no judiciário, como a consagração do principio do direito a razoável duração do processo e a instalação do Conselho Nacional de Justiça.
Houve uma evolução normativa no cenário brasileiro, desde a lei 1060/50 ao projeto de lei 166/2010, que após sanção passou a ser o Código de Processo Civil/15, como observa o mestre Cristiano Nascimento em sua tese de mestrado do IDP.
A atual conjuntura social faz uma pressão no sistema judiciário, tendo em vista a alta demanda e grande demora na solução do litigio.
A tese do referido mestre, começa a partir do reconhecimento do direito como instrumento das relações sociais, neste ponto reforço a ideia de que o acesso a justiça é fundamental para uma sociedade justa e sem um massacre ao hipossuficiente por parte dos hipossuficientes.
Justiça, segundo o dicionário é: “ 1 qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que é direito, justo; 2. o reconhecimento do mérito de alguém ou de algo; 3. conjunto de órgãos que formam o poder judiciário ; 4. o conjunto de pessoas que participam do exercício da justiça; 5. cada uma das jurisdições encarregadas de administrar a justiça.”. No entanto a concepção de justiça e muito mais ampla, a palavra possui varias abordagens.
Segundo o professor Mauro Capelletti, em sua obra, acesso à Justiça (CAPELLETTI, Mauro e GARTH, Bryant), “a efetividade do acesso a justiça no contexto de um dado direito substantivo poderia ser expressa como “igualdade de armas”, seria uma garantia que apenas méritos jurídicos relativos as partes antagônicas fossem o fator determinante para o resultado final de um litigio”, no entanto o mesmo reconhece ser uma ideia utópica.
A referida obra traz um conceito de acesso a justiça como “meio de afastar a pobreza no sentido legal - a incapacidade que muitas pessoas tem de utilizar plenamente a justiça.” E ainda versa sore os obstáculos a serem transpostos. Vale ressaltar que a obra não é brasileira e por conta disso nesse momento irei elucidar os pontos observados por Capelletti fazendo minha própria observação deste no contexto nacional e na atual realidade.
- Obstáculos
Um dos grandes obstáculos jurisdicionais são as custas judiciais, em geral costuma ter um valor muito alto, tantos os honorários advocatícios, quanto a sucumbência, ambos devidos pelo vencido da demanda. O valor nunca pode ser previsto com exatidão, pois existem inúmeras variáveis que influenciam diretamente na formação de um numerário corresponde a tais ônus, ou seja, dessa forma o litigante deve observar o risco financeiro ao 
qual irá se expor ao demandar uma ação pois o mesmo nunca terá certeza de vitória, tendo em vista a incerteza inerente ao processo, que do espaço ao contraditório e muitas vezes ha normativas que abrangem lados antagônicos de um mesmo fato. Tal situação cria uma barreira de acesso, poiscom esse risco ele poderá chegar a conclusão de que o ajuizamento de uma demanda não vale a pena. No direito brasileiro temos a aplicação atual da assistência judiciaria gratuita, prevista para os hipossuficientes no sentindo financeiro, pobre na acepção jurídica, no entanto apesar de tal beneficio contemplar a parte com a isenção do pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais e custas, não torna a demanda gratuita pra esse sujeito, tendo em vista que ainda ha os honorários contratuais do profissional de direito que irá demandar a ação em seu nome, visto que, existe a necessidade de capacidade postulatória, esta conferida ao advogado. 
Pensando nisso surgiu na justiça brasileira a Lei 9.099/95 que rege sobre os juizados especiais. Essa lei tira a necessidade de capacidade postulatória ate o valor máximo da causa de vinte salários mínimos, tornando a necessidade de advogado facultativa, e ainda prevê a ausência de custas e honorários em primeira instancia, resolvendo assim o problema financeiro do acesso a justiça, principalmente porque muitas vezes as “demandas de baixo valor eram mortas por ausência de meio de exercer um direito, tendo em vista o alto custo da demanda muitas vezes ultrapassar o valor controverso ou consumir todos o conteúdo do pedido a ponto de tornar a demanda um futilidade”, assim aponta o professor Capelletti.
Outro obstáculo enfrentado pelos litigantes é o tempo, na maioria das vezes, mesmos nos juizado especiais que foram criados para ter um procedimento mais célere, os demandantes têm que aguardar dois, três anos para uma solução, Mauro afirma que “essa delonga, especialmente se considerar os indicies de inflação podem ser devastadores. Acaba por pressionar os economicamente fracos a abandonar suas causas ou aceitar acordos inferiores a aqueles que teriam por direito.”
A Lei 9.099/95 previu a existência de uma audiência de conciliação, como “pontapé “ inicial do processo, ou seja, o primeiro ato processual apos o ajuizamento de uma ação e a celebração de uma audiência de conciliação, com o intuito de dar uma resolução de conflitos entre as partes, isso é, além de acabar com a demanda rapidamente evitando um abarrotamento de processos, traz consigo a possibilidade de uma justiça mais efetiva, onde as próprias partes em comum acordo, chegam numa solução, melhor para elas, tornam-se “donas de seu próprio destino”, de acordo com as possibilidades e necessidades de cada uma, podendo ter a sensibilidade e adequação para chegar na melhor solução possível.
A conciliação passou a ter um papel principal e agora valorizado pelos tribunais, tendo em vista os pontos arguidos anteriormente, sua importância foi reconhecida a ponto de aparecer no Novo Código de Processo Civil como requisito de inicio da demanda, assim como a priori acontecia nos juizados especiais.
Apesar desse importante instituto ter um papel fundamental no andamento processual, por si só não solucionou o problema do tempo. Com minha experiência de estagiaria no juizado especial estadual da comarca de juiz de fora, pude observar que as audiências são marcadas com um lapso temporal de seis meses do ajuizamento da ação, tornando o início do processo demorado, tendo em vista que é um requisito para o inicio do andamento processual.
Ainda sobre o obstáculo tempo Mauro fala sobre “a Convenção Europeia para Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades fundamentais que reconhece explicitamente em seu art. 6, paragrafo 1, que a justiça que não cumpre suas funções dentro um prazo razoável é para muitos uma justiça inacessível”.
A desigualdade social e econômico/financeira como barreira ao acesso
As pessoas que possuem mais recursos financeiros acabam por serem privilegiadas na sociedade de um modo geral, no acesso à justiça não é diferente, mesmo partindo a presunção de honestidade das partes e dos institutos, o sistema e (acento) feito de forma a favorecer os com maior poder aquisitivo, mesmo que não intencionalmente, na pratica é isso o que acaba acontecendo na maneira em que o sistema é moldado.
Primeiramente existem as “vantagens obvias, sobre a capacidade arcar com os custos do litigio, ter acesso aos melhores profissionais e suportar a delonga da demanda”, essas vantagens observadas por Capelletti, nas mãos de uma única parte pode ser uma arma poderosa.
Mas ha também as vantagens não tão obvias, conhecidas na pratica do dia a dia judicial. Falamos aqui sobre os Juizados Especiais, como uma solução que surgiu para dar mais acesso a justiça, ultrapassando os obstáculos apontados existentes anteriormente a ele, no entanto ha alguns lados negativos do juizado especial que muitas vezes são ignorados pelo ambiente forense em geral. 
A ausência da necessidade de capacidade postulatória embora tire um pouco a onerosidade do litigio, deixa também as partes desassistidas vulneráveis, por conta de sua grande maioria se tratar de pessoas com pouca ou nenhuma instrução, juridicamente leigas. 
A assistência jurisdicional proporcionada pelo Juizado Especial é fraca, pobre e superficial. Ela é dada por estudantes ainda em formação, ainda em aprendizado, com pouca ou nenhuma supervisão direta de agente especializado, as partes ficam a mercê da sorte de pegar um estudante mais experiente, ou não. Ha ainda a vulnerabilidade durante as audiências de conciliação e instrução e julgamento. Durante as audiências quando uma parte chega “munida” por advogados, profissionais de direito, e a outra desassistida, esta acaba muitas vezes aceitando propostas de acordo em valores muitos menores do que tinha a capacidade de ganhar, ou as vezes por falta de instrução exigem valores muitos superiores aos trabalhados no âmbito jurisdicional e perdendo propostas realmente boas.
Além das vantagens aferidas ás pessoas com poder aquisitivo superior citadas, podemos enquadrar também “a aptidão para reconhecer um direito e propor uma ação ou sua defesa”, também pontuada na obra Acesso a Justiça. A vantagem de possuir uma capacidade processual, se da por diferenças na educação, ambiente social, poder econômico, e vários outros fatores sociais nos quais as pessoas serão submetidas, e pessoas com maior poder econômico tem mais acesso a informações e instruções dos que as que tem pouca ou nenhuma condição financeira.
Uma ajuda na solução para essa limitação do acesso a informação é por órgãos auxiliares, como por exemplo o PROCON, SEDECOM, CEJUS. As publicidades feitas por órgãos como esses ajudam a instruir a população, e além delas, esses órgãos também possuem suas sedes para atendimento ao publico, visando suprir essa carência, é importante contar também com os programas de TV, como telejornais que as vezes convidam advogados ou profissionais do direito para esclarecer algumas questões, informando a população sobre determinados assuntos.
“ Na medida em que o conhecimento daquilo que esta disponível v=constitui pré-requisito da solução do problema da necessidade jurídica não atendida, é preciso fazer muito mais para aumentar o grau de conhecimento do publico a respeito dos meios disponíveis de como utiliza-los” (Abel-Smith,B.,Zander, M.&Brooke, R., nota supra n 25, p.222)
Litigantes habituais e Litigantes eventuais
Capelleti teve a sensibilidade de dar atenção a questão da experiência das partes.
“Baseado na frequência de encontros com o sistema judicial” (Vide Galanter, nota supra n 10, Galanter, nota supra n 23)
Grandes empresas, por sua enorme atuação, acabam por serem sempre demandadas em ações judiciais, fazendo com que tornem-se litigantes habituais, mesmo nos casos em que se enquadram no polo passivo de uma demanda. Por essa razão não e difícil constatar que elas se tornam experientes no meio forense. 
Por exemplo, uma empresa de telefonia atende a uma quantidade enorme de clientes, e (acento) muito comum que cometam erros, com diversos desses clientes, no entanto cada um possui sua individualidade, o erro com um cliente não se comunica com o do outro cliente, no entanto muitos deles decidem ajuizar uma ação contra a empresa.Para o cliente individual, muitas vezes é um fato isolado, uma situação anormal, ele pode nunca ter tido contato com o ambiente forense anteriormente, e aquela situação especifica acabou o levando a ter esse contato, mas para a empresa, aquilo é uma situação rotineira, comum, por conta da enorme quantidade de demanda que lhe e (acento) encaminhada diariamente.
Os litigantes habituais tem uma grande vantagem em cima dos litigantes eventuais, em uma comarca como Juiz de Fora por exemplo, o ambiente forense é de médio porte, o departamento jurídico das empresas já conhecem o entendimento dos magistrados, já sabem a forma de pensar e de construir um julgamento de cada um, pelo fato de terem muitas demandas em muitas varas, se não em todas, não se trata somente de experiência jurídica por si só, mas tais conhecimentos colabora com a elaboração das teses dessas empresas. 
2. JUDICIARIO E SEUS PROBLEMAS ADMINISTRATIVOS
	
Como citamos anteriormente, o modo de funcionar da maquina judiciaria influi diretamente da execução dos direitos abstratos e execução das filosofias já positivadas.
	Muito foi falado sobre o tempo razoável do processo, e como o tempo excessivo inviabiliza o acesso a justiça, portanto é importante nos questionarmos sobre o porquê da demora excessiva do andamento do processo, e aqui acho importante a citação de alguns deles.
2.1 Interferência dos magistrados na secretaria
	Durante meu tempo de estagio dentro da secretaria cível ouvi por diversas vezes os chefes de secretaria cobrando coisas especificas por determinação do magistrado responsável por aquele processo. Ao mesmo tempo em que se dava prioridade para as exigências do magistrado, eram procrastinados outros pontos, afetando no funcionamento da secretaria, tirando a forma organizacional que esta funciona. Para cumprir uma cobrança imediata, parava o andamento de itens mediatos, fazendo com que a morosidade processual acontecesse de qualquer forma, porem era feita para satisfazer a ordem de seus superiores.
	Como sabemos algo similar a isso acontece nos julgamentos, por essa razão no novo CPC veio o art. 12, para dispor sobre o assunto.
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.             (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)           (Vigência)
	No entanto, em relação ao procedimento dentro das secretarias, o código foi omisso prevalecendo então a antiga habitualidade. Minha crítica nesse ponto é que, o funcionamento da secretaria de forma organizada reflete tanto na morosidade processual quanto o tempo de se dar uma decisão.
	Por conta disso, em algumas secretarias era possível ver os processos que continham instruções especiais bagunçar o andamento dos demais por conta da necessidade de seu imediatismo.
2.2 Falta de produtividade dos servidores
Os funcionários públicos que exercem suas atividades nos tribunais são concursados, como deve ser, e isso traz a eles um certa segurança de que seu cargo não será arriscado pela baixa produtividade, como acontece na iniciativa privada. Apesar de algum controle da corregedoria nacional de justiça, a produtividade e é pouco observada, a não ser que esteja em níveis grosseiros. Portanto apesar da pouca efetividade do trabalho, o salario e cargo não são afetados, fazendo com que o servidores não se preocupem tanto com a velocidade em que a tarefa e (acento) feita ou com um acumulo de tarefas a serem feitas.
	Uma boa solução para esse problema poderia ser a criação de metas sob pena de corte de pessoal por improdutividade, com critérios bem objetivos para não ameaçar o cargo de servidores produtivos por questões politicas internas.
2.3 Super. Salários e Auxílios
	A classe dos funcionários públicos judiciários tem bastante privilegio em relação aos demais funcionários públicos, um reflexo disso e (acento) que nos deparamos muitas vezes com super salários de juízes e promotores, ultrapassando ate mesmo o teto constitucional pela existência de diversos tipos de auxílios, aos meus olhos, injustificados.
	O salario de juízes e promotores e é alto, por conta disso não vejo a necessidade de os mesmos receberem auxílios moradia, alimentação, educação para os filhos e para si mesmo, despesas medicas, etc.
	No TJMG foi aprovado o auxilio de despesas medicas mensais, sem necessidade comprovação de gastos. No Paraná, por exemplo, ainda tem auxilio-livro.
	As ferias que os magistrados gozam também são privilegiadas, os mesmos possuem direito a duas ferias de 30 dias por ano, ou seja, 60 dias por ano, e contado em dias uteis, isso significa que o recesso forense, de aproximadamente 15 dias, não entra na contagem das ferias, assim como finais de semana e feriados também não.
	Essa despesa grande injustificada tem suas consequências, com o valor destinado a esses benefícios seria possível a contratação de muito mais pessoal, ou seja, mais mão de obra e mais produtividade, que consequentemente resultaria em menos tempo de duração do processo, além ainda da geração de empregos e do alivio aos cofres públicos.
ASSITENCIA JUDICIARIA
Capelleti cita em sua obra o “Sistema Judiciarei, um programa que nasceu na Europa e se baseia na assistência judiciaria como um direito de pessoas que se encontrem em termos previamente estabelecidos em lei”.
Esse sistema prevê a assistência judiciaria dada por advogados particulares, que se inscrevem como interessados em participar, e o pagamento é feito pelo estado, caso a pessoa que utilize o programa faca (cê-cedilha) jus a ele. “Sendo assim não ha distinção de prestação jurisdicional para quem pode e quem não pode pagar, deixando a distinção apenas quanto ao devedor da conta, que nesse caso, deixa de ser o assistido e passa a ser o estado”.
O programa foi uma grande reforma na assistência judiciaria de diversos países europeus, ele ainda é benéfico ao advogado particular que tem um significativo aumento na demanda e consequentemente em sua renda. 
Aqui no Brasil, é empregado um outro modelo de assistência jurídica, que consiste em contratação de uma “advocacia publica”, funcionários públicos advogados, chamado Defensoria Pública, que é uma instituição pública que presta assistência judiciaria gratuita para pessoas que não podem pagar um advogado particular. Porem a demanda permanece muito alta nos departamentos, e o estado apesar de gastar com estrutura e pessoal, ainda sim não supre a demanda da população de ”igual para igual” a quem pode pagar por um advogado.
Ambos sistemas possuem suas falhas, enquanto “o programa Judicare foi criticado pelas suas exigências muito restritivas e por não prover assistência para processos a serem realizados perante a maioria dos tribunais especiais” (Vide, por exemplo, “Firs Reporto f the Legal Aid Legislation Workin Party” em “25th Legal Aid Annual Reports (1974-1975), London HMSO., 1975, P.55; POLLOCK, S., Legal Aid – The First 25 Years. (Assistencia Judiciaria – Os Primeiros 25 Anos) London, Oyez, 1975, p. 110-15,117-19, DWORKING, “The Progress and Future of Legal Aid in Civil Litigation.”(o Progresso e o Futuro da Assistencia Judiciaria no Processo Civil). In. Modern Law Review, v. 28, 1965, p.432,444-46.), o programa da advocacia publica se depara com a impossibilidade financeira de contratação de pessoal o suficiente para suprir a demanda.
“Por esse motivo alguns países escolheram um modelo misto, mesclando o Judicare com a Advocacia Publica” (CAPELLETTI, Mauro, GARTH, Bryan, Acesso a Justiça) dessa forma um sistema supre onde o outro falha e juntos atingem uma maior massa populacional.
3.1 Alternativas de Expansão de Assistência Jurídica
	Outra maneira de maneira de expandir essa assistência judiciaria seria o incentivo de programas de advocacia pro-bono, como por exemplo, oferecer incentivos fiscais a advogados que prestam assistência judiciaria gratuita a pessoas que não podem arcar com os custos, poderia inclusive incidir sobre a anuidade cobrada pela OAB em forma de desconto ou algosimilar.
	Os escritórios escola das faculdades de direito já auxiliam bastante nessa prestação, ajuda na formação dos seus alunos e ainda ao atendimento a população, porem eu acredito numa potencialidade ainda maior desses escritórios, tendo em vista o grande numero de alunos de direito que o Brasil possui.
ACESSO A INFORMACAO
	Já falado aqui anteriormente, para ter efetivo acesso a justiça a população tem que saber, ou pelo menos, ter uma breve noção sobre seus próprios direito, pois não adiantaria assistência judiciaria se a pessoa não fizer a menor ideia de quando aciona-la, citei ainda órgãos de proteção ao consumidor que ajudam nessa missão, porem direito trata-se de uma matéria muito ampla, com muitas outras áreas a serem exploradas e usufruídas pela população.
	O senador Romário Faria, ex-jogador, elaborou um PL n 70/2015, a fim de inserir novas disciplinas obrigatórias nos currículos dos ensinos médio e fundamental. O projeto fala sobre inclusão da disciplina Constitucional e conteúdo que verse sobre crianças e adolescentes a luz do ECA.
	A proposta é interessante no sentido de inserir aos jovens essa noção básica, fazendo com que formem mais instruídos sobre direitos de que fazem gozo, além de poder ter mais participação na sociedade a partir de uma nova percepção.
	Com a disseminação do conhecimento, mesmo que superficial da matéria, fica mais acessível ao jovem a busca por justiça, fazendo com que o direito possa entrar mais a fundo na sociedade de uma forma geral, e não só aos profissionais da área.
MEIOS EXTRA JUDICIAIS DE SOLUCAO DE CONFLITOS
Apontamos nesse estudo os problemas do acesso a justiça e a responsabilidade do sistema judiciário brasileiro nessa questão. Essa contestação nos leva a outra reflexão, como o enfoque direcionado para os tribunais.
Os tribunais são mantidos pelo poder publico, desde sua estrutura e manutenção até os seus servidores. Mesmo quando ha o pagamento de custas o valor é ínfimo frente ao enorme gasto.
Tendo em vista esses panoramas eu levanto a questão para os meios extrajudiciais de solução de conflitos, tais como arbitragem, conciliação e mediação. Algumas dessas abordagens são prevista no meio judicial, como a conciliação e a mediação, no entanto nada impede que sejam feitas fora dos tribunais, de forma extra judicial, trazendo a mesma segurança jurídica, no entanto com custos menores para as partes e para o estado, tendo em vista que esses meios podem ser executados a partir de particulares de direito privado e mesmo nas previsões em que esses métodos utilizem os tribunais para acontecerem, o custo desses e (acento) mais barato que um litigio.
5.1 Arbitragem ou Juízo Arbitral
	Trata-se de um método de solução de conflitos, no qual as partes elegem uma pessoa ou entidade privada para ser o arbitro de um possível litigio, não aciona o poder judiciário.
	É uma instituição que já existe há muito tempo, antigas comunidades políticas e sociais, já elegiam esse método para solução de suas controvérsias, tendo em vista a celeridade e ausência de burocracia complexa, pode ser considerada informal, no entanto os julgadores devem ter formação técnica e conhecimento jurídico. Apesar da informalidade, a arbitragem possui regras que são definidas pelas partes e/ou pelos órgãos que a fazem.
	A sentença arbitral é muito mais rápida que a sentença judicial, e possui o mesmo efeito, pois as decisões vinculam as partes envolvidas, e ainda possui o uma limitadíssima possibilidade de recurso.
	Para a eleição desse método as partes devem convencionar por meio de uma clausula arbitral em um contrato ou posteriormente realizar um compromisso arbitral, que se trata de um acordo no qual elegem o juízo arbitral.
	Esse método não está totalmente livre de acionamento ao poder judiciário, mas evita-se ao máximo faze-lo. Em casos bastante específicos que envolvam urgência, execução da sentença arbitral ou ate mesmo da validade da arbitragem em si. 
	Embora célere a escolha do juízo arbitral pode ser tornar bastante oneroso, por as partes terem que arcar com os custos dos honorários do juiz arbitral.
	A Câmara Arbitral possui regras e procedimentos próprios, esses previstos na Lei 9.037/96, e atuam da solução de conflitos que versem sobre direito patrimonial disponível, e compõe-se de profissionais especializados em variadas áreas. 
	Essa alternativa, embora eficaz, não soluciona o problema o do ônus do litigio, e nao atende aqueles financeiramente vulneráveis. Portanto torna-se eficaz somente para quem possa custeá-lo, ajuda na solução de desaforamento do judiciário, e só assim pode indiretamente refletir, mesmo que pouco, em algum beneficio geral.
Conciliação 
 
 	Trata-se, na minha opinião, da melhor forma de solução de conflitos. Não existe a necessidade de um julgamento realizado por terceiro, as próprias partes convencionam para uma solução do litigio, em seus próprios termos, o terceiro envolvido, conciliador, só atua na função de aproxima-las e orienta-las, de formar voluntaria, como facilitador do acordo entre os envolvidos, criando contexto harmônico de aproximação dos interesses.
	Para ser conciliador, a pessoa deve ter um treinamento especifico, onde desenvolve técnicas que visam solucionar o litigio, como percepção da vontade das partes, ajuda na busca de um denominador comum, esclarecimento sobre a matéria, orientação de comportamento, entre outras.
	A conciliação é mais aceita pelas partes, por se tratar de uma solução bilateral, com direta participação delas, e mesmo que não cheguem nos termos inicialmente pretendidos, e mais satisfatória do que uma sentença unilateral de juiz, seja arbitral ou judicial.
	Esse método soluciona quase todos os problemas do litigio, quando, é claro, as partes conseguem realiza-lo. A conciliação e um método barato, e muitas vezes gratuito, e rápido solucionando o problema da onerosidade e da morosidade, além disso e também eficaz e pacifica. No entanto a melhor da qualidade desse método, na minha opinião, e que existe somente nessa alternativa, que não há a possibilidade de injustiça. Nenhum dos outros métodos estão isentos dessa responsabilidade, porem a conciliação por ser realizada pelas próprias partes não traz a figura de um perdedor, podemos dizer que ambas as partes ganham com esse método.
	O acesso a conciliação também e simples, e requerida por pelo menos uma das partes, ela pode ser feita em centrais de conciliação, que tem tido um grande aumento em órgãos especializados, como Procon e sedecom e também em órgãos do próprio tribunal como o CEJUS.
	O CNJ “abraçou” a conciliação e tem se dado a merecida importância a ela, cada vez mais a ideia tem se difundido entre o meio jurídico pelos inúmeros benefícios já elencados aqui.
	E importante frisar a importância da capacitação, pois a má condução de uma conciliação pode não só inviabilizar o acordo naquele momento como futuramente, dando forca a divergência e fazendo o papel oposto ao qual e destinada. 
	Na pratica o que tem acontecido e que ha pouco acesso ao curso de capacitação de conciliadores, e por conta disso ha inúmeros praticantes da função de conciliador sem o devido preparo para tal, em alguns setores ele e feito de forma totalmente intuitiva, o que torna isso totalmente prejudicial em alguns casos, em outros setores apesar da ausência de capacitação formal, há uma capacitação informal, ou seja, os conciliadores tem acesso ao conteúdo de instrução do curso, no entanto não o fizeram nos moldes exigidos pelo CNJ.
	O que tem se deparado na pratica e exatamente a pouca oferta desses cursos de capacitação formal, ate mesmo nos casos da conciliação judicial.
Mediação 
A mediação pode ser “definida como a interferência – em uma negociação ou em um conflito – de terceiro com poder de decisão limitado ou não autoritário” (MORAIS; SPENGLER, 2012 p.131). A interferência deste terceiro vira no sentindo de auxiliar as partes a chegarem de maneira voluntaria a uma solução, que vira em forma de acordo. O mediador terá a função dereestabelecer o canal de comunicação entre as partes, assim como a conciliação pode ser definida como auto compositiva, pelo fato de as próprias partes decidirem a solução, e o terceiro somente intermedia a favor da harmonia a fim de satisfazer as partes que fazem parte do litigio, tem também o beneficio de afastar o risco de injustiça.
A mediação deve ser realizada em um espaço informal e democrático, e o litigio para o qual ela é destinada são aqueles entre partes com que possuem relacionamento prologado, por conta disso e muito utilizada no direito de família, ela visa restabelecer relações que foram interrompidas ou perdidas por conta de um litigio.
Assim como os demais, esse método e mais célere que um processo judicial, e por abranger relações pessoal e muito mais eficaz. E um ambiente destinado ao diálogo, propicio a debates dos conflitos, por conta dessa oralidade que seu resultado e tão positivo.
A reaproximação das partes e o reestabelecimento da relação entre eles e o objetivo principal da mediação. Esse método proporciona a maior possibilidade de alcance de paz social, não erradicando a existência de conflitos, mas sim administrando-os de forma adequada.
A mediação e sigilosa, os encontros são feitos de portas fechadas, e somente os participantes, mediadores e auxiliares podem participar. “Tem como características a economia financeira, e de tempo, oralidade, autonomia, e principalmente o equilíbrio da relação entre as partes, a prevenção e o tratamento de conflitos” ( MORAIS; SPENGLER, 2012).
O mediador e o ponto crucial para execução adequada do método, tendo em vista que ele, de forma neutra e imparcial, tentara reestabelecer a conexão entre as partes, identificando o pontos que geram o conflito e ajudando no dialogo. O mediador não interfere no acordo propriamente dito, nem mesmo com sugestões.
Trata-se de um meio democrático, durante o procedimento acolhe o conflito e trabalha-se com ele através do dialogo, a fim de resultar uma evolução social.
Na legislação brasileira a mediação está prevista na Resolução n 125 do CNJ, no Novo Código de Processo Civil e na Lei 13.140/2015 que dispõe sobre a mediação em seu artigo 1.
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a auto composição de conflitos no âmbito da administração pública. 
Parágrafo único.  Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. 
	“A mediação difere de outras praticas por conter em suas bases o pluralismo de valores, busca-se atingir o consenso entre as partes a partir da aceitação das diferenças e da diversidade. Discute-se mediação enquanto método qualitativo, que permite as partes a apropriação do seu problema , tornando-as responsáveis pela construção de uma solução que lhes agrade e pareça justa” (SPENGLER, 2010)
	Diferente da conciliação que e um método mais direto, a mediação não trabalha unicamente na estruturação de um acordo, e sim numa melhor expectativa da relação das partes, através de um amadurecimento das relações e emoções, infere diretamente na sociedade como forma de evolução. 
TRIBUNAIS ESPECIALIZADOS
Cappelletti fala sobre especialização da instituições e procedimentos judiciais, ele traz a discussão essa possibilidade a fim de reformar o judiciário.
O nosso direito já reconhece o hipossuficiente e o protege, como eh o caso de consumidores perante comerciantes e empregados perante empregadores por exemplo. Apesar desse conhecimento deve-se adotar meio de evolução legislativa substancial.
Falamos sobre reformas nos tribunais regulares, como vem sido crescente o seu papel e desenvolvimento. No entanto sua forma atual, com “procedimentos contraditórios altamente estruturados, utilizando advogados bem treinados e pericias dispendiosas, podem ser de importância vital nos litígios de direito publico, mas colocam severas limitações de acessibilidade de nossos tribunais a pequenas causas intentadas por pessoas comuns” (Cappelletti, Mauro, Acesso a Justiça). 
A preservação dos tribunais da maneira que são hoje, e obviamente necessária, no entanto a necessidade de criação de ambientes forenses mais acessíveis são igualmente importantes. 
Os direitos substantivos modernos, aqueles que surgiram recentemente, são mais difíceis de serem aplicados devidamente de forma individual, a desigualdade de poder de litigar entre indivíduos relativamente fracos contra corporações ou governos, litigantes organizacionais, prejudicam diretamente esses novos direitos. Os particulares nessa situação dificilmente os tem reconhecido, mesmo com o aumento continuo de movimentação em defesa dos direitos difusos, e técnicas gerais de diversificação podem superar as dificuldade a efetividades desses direitos em caráter individual. A proposta dessa reforma e conseguir preservar os tribunais atuais e especializar uma área do sistema judiciário, de forma que alcance esses indivíduos, atraindo-os e capacitando-os a desfrutar desses direitos.
“A necessidade urgente e de centrar o foco de atenção no homem comum – poder-se-ia dizer no homem pequeno – e criar um sistema que atenda suas necessidades” (KOJIMA, T., nota supra n 12, secção II).
Com o reconhecimento da necessidade de essa reforma, não só procedimental, como ideológica, impacta no conceito de justiça. Na aplicação atual, segundo Adolf Homburguer em Carta de Aldolf Homburguer a Mauro Cappelletti, “justiça tem significado de aplicação das regras corretas de direito aos fatos verdadeiros do caso”, a nova concepção segundo o professor Adolf trata-se de “uma mudança radical na hierarquia de valores servidas pelo processo civil”. 
O enfoque e sempre social, a fim de garantir a proteção de direitos individuais. As mudanças chamadas por Cappelletti de dramáticas, levantaria questões como o papel de quem julga, embora o mesmo reforça a ideia de que “os valores centrais do processo judiciário mais tradicional devem ser mantidos”. 
A proposta para atingir seu objetivo, qual seja, servir a pessoas comuns, deve ter onerosidade baixa, celeridade e informalidade, feitas por julgadores que possuam capacidade técnica e jurídica para tal, deve observar também a capacidade de lidar com conflitos que relações pessoais permanentes. Essas peculiaridades surgirão em formar promissoras de procedimento especializado. Tem a potencialidade de atrair as pessoas e habilita-las a exercer seus direitos contra os adversário mais poderosos. 
6.1 Tribunais de Vizinhança 
	
	A tendência da implantação da medição como marco evolutivo a sociedade se reflete em algumas das propostas postas por uma reforma do judiciário. Visando tratar aquelas relações diárias, foi pensado no tribunal de vizinhança para que com ele instalar uma espécie de “tribunais vicinais de mediação” com o enfoque em litígios decorrentes de um agrupamento de pessoas relativamente estável de trabalho ou habitação. A temática desses tribunais tem intuito de manter a harmonia de convívio daquele grupo de pessoas e afastar do judiciário questões menores, com baixo custo e tempo.
	A proposta visa ter um órgão que abriga as pessoas comuns que possuem conflitos relativamente de pouca importância, que não conseguem solucionar sozinhos, evitando trazer para exame dos tribunais regulares. 
	Dessa forma a proposta não só soluciona os pequenos problemas em sua origem, como também educam o conjunto de pessoas ali abrangidas sobre os conflitos em que vivem, em relação a natureza, origem e solução. 
PRESACAO DE SERVICOS JURIDICOS
Falamos sobre o custo de um assistência jurídica, em como o alto valor acaba por criar barreiras de acesso a justiça, no entanto surgem em vários países algumas alternativas da prestação de como e feita hoje. 
7.1 Parajuridicos
Um fenômeno que deve se ter uma atenção quem tem surgido em vários sistemas jurídicos de vários países, e a presença do parajurídico,assistente jurídico com diversos graus de treinamento em direito. Muito comum em países como Estados Unidos, a presença dessa profissional assume um importante avanço na dedicação de melhor o acesso a justiça. 
Muito dos serviços jurídicos não tem a necessidade de serem executados por um advogado altamente treinado e consequentemente oneroso. Os parajuridicos cada vez mais são utilizados para “fazer pesquisa, entrevistar clientes, investigar as causas e preparar os casos para julgamento” (HUBER, nota supra n 71, p.765).
Se tratam de “advogados leigos”, podem atuar em determinadas funções sem que seja exercício ilegal da profissão. Temos figuras de parajuridicos também nos tribunais. No juizado especial cível por exemplo já existe a figura do “Juiz Leigo” que auxilia o Juiz de Direito nos julgamentos das demandas, através de projetos de sentença que ficam vinculados a necessidade de homologação desta pelo juiz natural.
	Muito comum nos Estados Unidos, temos a figura da clinica jurídica, em que advogados prestam serviço pro bono de aconselhamento jurídico. Os advogados americanos tem que prestar aproximadamente 50 horas de serviço gratuito por ano, a quantidade de horas vai variar de estado para estado, por conta disso para os advogados, essas clinica se torna uma maneira viável de cumprir esse requisito.
Planos de Assistência Jurídica
Assim como acontece com a classe de saúde, como por exemplo, medica e odontológica, essa proposta visa a criação de um plano de assistência jurídica, como uma forma de convenio ou grupo. Esses planos tem alcance em larga escala. O objetivo e tornar os advogados acessíveis aos indivíduos de classe media e baixa. O numero de conflitos que surgem e sempre crescente, e o crescimento e inevitável, dessa forma, a proposta visa a promover a figura do advogado que tendem a ser dispensados em algumas reformas propostas, como já acontece nos Juizados Especiais.
A proposta e bem parecida com o modelo que já conhecemos, de seguros de saúde. As partes interessadas mantem uma prestação regular a um profissional ou escritório, e quando necessitam de auxilio jurídico, os tem por valores reduzidos ou gratuitos. Sendo assim os serviços tornam-se disponíveis por valores menores a um grupo de pessoas.
Esse plano tem um grande potencial tendo em vista que se trata de uma prevenção, e bom para o advogado que garante uma certa prestação fixa e bom para o grupo atendido.
SIMPLIFICACAO DO DIREITO
Direito se trata de uma matéria muito complexa, e constantemente complicado na maioria de sua aplicações. No entanto existe uma grande alçada de setores que podem ser simplificados a fim de atender melhor a sociedade.
Algumas dessas aplicabilidades são por exemplo nos divorcio e em casos de responsabilidade civil objetiva. Nesses casos em que a comprovação de culpa seja dispensada, não ha uma necessidade de grande produção de provas, nem mesmo de amplo contraditório, como acontece nos casos em que existe a necessidade dessa comprovação. Com essa simplificação, temos como resultado a diminuição dos encargos e do tempo do processo, além de diminuição da mão de obra para os profissionais envolvidos, desde os advogados ate o funcionários dos tribunais.
A simplificação traz uma desburocratização, e com isso torna o processo mais fácil, rápido e eficaz. Não traz risco de injustiça por conta do tipo de direito que envolvem os casos previstos, e possuem uma grande área a ser explorada.
Além dos exemplos citados poderíamos trazer a discussão como uma possibilidade a ser trabalhada por essa simplificação o direito do consumidor.
Na justiça americana foi proposta um “projeto de “ Departamento de Justiça Econômica” que daria aos consumidores uma reparação automática nas causas muito pequenas contra os comerciantes, sem necessidade de prova de mérito” (PALMER. “Accident Compensation in New Zealand : The First Tw Years).
Aqui no Brasil a proposta poderia ser feita utilizando os órgãos já disponíveis para esse tipo de demanda, como e caso do PROCON, SEDECON, que já funcionam como protetores do direito consumerista e atuam também como fiscalizadores dos envolvidos.
E importante ressaltar que o objetivo dessas propostas são sempre diminuir os custos de uma demanda, quanto mais afasta-las dos tribunais menos onerosos eles se tornam, no entanto devemos observar a legitimidade dada a essas propostas, e como seria feita uma filtragem das demandas que poderiam ser simplificadas, pois sem isso de nada adiantaria a simplificação, porque nos casos em que houvesse divergência, ou alguma das partes contestasse-a seriam encaminhadas para o judiciário da mesma forma, com um pouco mais de demora se levar em conta a tentativa de solução do litigio fora da via judicial.
Mesmo se encararmos a viabilidade da proposta de forma negativa, ela traz uma importante reflexão. 
O sistema brasileiro em geral e muito burocrático, no judiciário não é diferente. Apesar da necessidade de alguma formalidade em determinadas situações, deveríamos refletir sobre a real eficácia dessas formalidades e dos seus empecilhos. 
Burocracia normalmente vem seguida de morosidade e onerosidade, a necessidade do contraditório e ampla defesa e indispensável, no entanto pode ser feita de forma simplificada. O objetivo não e dar margem a má-fé, mas sim trazer soluções simples para situações simples. 
As novas correntes em torno disso crescem cada vez mais, e podemos dizer que já e uma realidade. A nova geração de profissionais que chegam ao mercado de trabalho hoje já possuem essa observância critica ao sistema e já possuem contato desde a graduação com métodos alternativos, podendo perceber nestes uma eficácia e de forma critica perceber também suas falhas.
CONCLUSÃO
Já evoluímos muito no acesso a justiça em um período recente, a vigência do novo código de processo civil ajudou muito, principalmente no que tange a importância dada aos institutos de conciliação e mediação, porem podemos avançar muito mais.
	O poder publico e carregado de muita responsabilidade sobre a matéria, mas como vimos aqui muito pode ser feito pelas pessoas de direito privado, ate como forma de oferecer um serviço diferencial a clientela, conforme passarmos a ter contato com métodos eficazes na pratica, menor ser a resistência do estado adotar as novas praticas.
	A solução de acesso a justiça não só atende a população de forma mais justa como também e benéfico para o estado que pode ter uma intensa redução de gastos, como para o advogado, que vai conseguir solução dos litígios com mais rapidez, melhor satisfação do cliente e retorno financeiro célere.
	A importância dada aos institutos alterativos e nas propostas ideológicas alternativas pelas faculdades de direito são muito importantes. Posso dizer que o aprendizado desde cedo pelos professores do Vianna Junior, em especial a Profa. Ivone Juscelina Almeida, contribuiu muito para a percepção da conciliação e mediação, tive ainda o privilegio de estar na faculdade quando houve a mudança do código de processo civil, com isso pude ver uma evolução diretamente na formação, os estágios nos tribunais e nos setores de conciliação foram igualmente importantes. 
REFERÊNCIAS
CAPPELLETTI, Mauro, GARTH, Bryan – Acesso a Justiça 
Luiz Roberto Nogueira Pinto, Arbitragem: A Alternativa Presente Para Descongestionar o Poder Judiciario; Arte & Ciencia.
Cristiano Nascimento, Dissertacao mestrado, DPI (http://youtu.br/EDYW-BMPFHI)
GALANTER, nota supra n(o) 10, e Galanter, nota supra n 23.
Abel-Smith, B., Zander, M. & Brooke, R., nota supra n(o) 25, p.222
Lei 9099/95
Lei 1050/50
PL 6953/2013
Vide, por exemplo, “Firs Reporto f the Legal Aid Legislation Workin Party” em “25th Legal Aid Annual Reports (1974-1975), London HMSO., 1975, P.55; POLLOCK, S., Legal Aid – The First 25 Years. (Assistencia Judiciaria – Os Primeiros 25 Anos) London, Oyez, 1975, p. 110-15,117-19, DWORKING, “The Progress and Future of Legal Aid in Civil Litigation.”(oProgresso e o Futuro da Assistencia Judiciaria no Processo Civil). In. Modern Law Review, v. 28, 1965, p.432,444-46.

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