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CONCURSO DE CRIMES 1 - O concurso de crimes se da quando um agente comete dois ou mais delitos (crimes), mediante uma única ou mais ações ou omissões. Pode se ocorrer de que o fato aponte também concurso de crimes e pessoas e pode ser dois ou mais agentes. INTRODUÇÃO 2 - O concurso de crimes tem por consequência um concurso de penas, no qual se dará diante das circunstancias da ação e resultado. 3 - Sua modalidade se da por analisada diante dos sistemas que tratarão da aplicação da pena que é resultado destes crimes. 4-O CP Brasileiro adota: O concurso material, o calculo é feito por cumulação (penas somadas). O concurso formal calcula-se por exasperação o magistrado sentencia com a maior pena aumentando em 1/6 à ½. O crime continuado, o calculo se da por exasperação o magistrado sentencia com pena maior aumentando de 1/6 a 2/3. As hipóteses de concurso podem ocorrer entre crimes dolosos e culposos, consumados ou tentados, comissivos ou omissivos Segundo Fernando Capez, no crime material pratica-se dois ou mais resultados, idênticos ou não, mas todas vinculadas pela identidade do agente, não importando se os fatos ocorreram na mesma ocasião ou em dias diferentes. CONCURSO MATERIAL OU REAL Se o agente mediante diversas ações, pratica vários crimes, em lugares diversos, executando-os de maneira diferente e com largo intervalo de tempo, configurasse o concurso material. Concurso material Homogêneo: Resultados idênticos. *Heterogêneo: Resultados diversas. Espécies O concurso material ou real está inserido no Código Penal Brasileiro em seu artigo 69, onde trás a hipótese de haver o concurso de crimes material, conforme cita a seguir: Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma açã omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de conclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela (Artigo com redação dada pela Lei nº 7.209/84) Havendo concurso material, a forma de aplicação das penas será o cúmulo material, que é aquele onde as penas dos diversos crimes são somadas umas as outras, não havendo benefício ao agente. Desta forma, o agente que mediante duas condutas, cometeu o crime de furto simples e recebeu pena de quatro anos de reclusão, e um homicídio qualificado, tendo recebido pena de doze anos de reclusão, terá as penas destes crime somadas para questões de cumprimento. Em caso as espécies de penas não sejam iguais, cumpre-se primeiro a mais grave, assim, a reclusão deve ser cumprida primeiro que a detenção. Cúmulo Material Pode receber, acúmulo material, no qual são somadas as penas de cada infração. Exasperação No qual aplica-se a pena mais grave, ou uma delas ser igual. Conceito: Ocorre o concurso formal quando o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Requisitos: Uma única conduta (uma única ação ou omissão) Pluralidade de crimes (dois ou mais crimes) Concurso formal ou IDEAL (Art. 70) Homogêneo: O agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais idênticos. Heterogêneo: O agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais crimes diferentes. Espécies O agente produziu dois ou mais resultados criminosos, mas não tinha o desígnio de praticá-los de forma autônoma. Imperfeito/ impróprio (art.70, 2ª parte): Quando o agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais crimes dolosos, tendo o desígnio de praticar cada um deles.(desígnios autônomos). PERFEITO/PRÓPRIO (Art. 70, 1ª Parte) Concurso formal Perfeito/próprio (exasperação): Se for homogêneo, aplica-se a pena de qualquer um dos crimes, acrescida de um 1/6 à 1/2. Se for heterogêneo, aplica-se a mais grave aumentada de 1/6 à ½. Concurso formal Imperfeito/ impróprio (cumulação) As penas devem ser somadas, de acordo com a regra de concurso material. APLICAÇÃO DAS PENAS 16 Se, da aplicação da regra do concurso formal, a pena tronar-se superior à que resultaria da aplicação do concurso material, deve-se, seguir o critério do (art.70, parágrafo único): “Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art.69 deste código”. Concurso material favorável ou benéfico Origem Histórica Conceito e Previsão Legal Art. 71 CP “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.” CRIME CONTINUADO Pluralidade de Condutas Pluralidade de Crimes da mesma espécie NEXO de continuidade delitiva REQUISITOS Teoria da Unidade Real TEORIA DA FICÇÃO JURÍDICA ----------- adotada pelo CP Teoria Mista NATUREZA JURÍDICA TEORIA PURAMENTE OBJETIVA --------------adotada pelo CP TEORIA OBJETIVA-SUBJETIVA Art 71 “Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código” “Em sessão realizada hoje (4/06/2013), a 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo deu parcial provimento a recurso interposto pela defesa de Lindemberg Alves Fernandes e reduziu a pena do réu para 39 anos e 3 meses de reclusão com início em regime fechado e ao pagamento de 16 dias-multa, no piso legal e manteve no mais a sentença de 1ª instância. Em fevereiro de 2012, Lindemberg Alves Fernandes foi condenado pelo Tribunal do Júri de Santo André a 98 anos e dez meses de reclusão e pagamento de 1.320 dias-multa, no valor mínimo legal, negado o direito de recorrer em liberdade, pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel, e mais onze crimes.” http://www.tjsp.jus.br/Institucional/CanaisComunicacao/Noticias/Noticia.aspx?Id=18491 CASO LINDEMBERG O desembargador Pedro Menin, em seu voto, ressaltou que "superada a questão da fixação das penas-base, assim como a segunda fase da dosimetria, merece reparo a respeitável sentença quanto a aplicação do concurso material de crimes, considerado pela MMª juíza, sob o fundamento de que o acusado, ao praticar os delitos, assim o fez com os desígnios autônomos, ou seja, com intenção individual de praticar cada um dos delitos a ele imputados, o que não me parece ser o caso dos autos. Ao contrário, deve-se aplicar a continuidade delitiva, com base no artigo 71 do Código Penal, já que os crimes foram praticados em um mesmo contexto fático, em iguais circunstâncias de tempo, lugar, modo de execução e em um curto espaço de tempo (no caso de 5 dias). Dessa forma, ficam também afastado o reconhecimento de concurso formal de crimes ou crime único, para qualquer dos delitos, requeridos pela Defensoria”. CASO LINDEMBERG A importância do estudo de concurso de Crimes é estabelecer critérios para aplicação das sanções. Utiliza-se 2 sistemas: Cúmulo material São somadas as penas de cada infração; Critério da exasperação Aplica-se a pena da infração mais grave ou uma delas se igual, acrescentando-se determinado percentual. Antes das Lei 12.015/2009, os crimes de estupro e atentado violenta ao pudor eram crimes distintos. Após o advento da Lei, as condutas foram fundidas – Art. 213 CP CONTROVERSIAS DOUTRINÁRIAS CONCURSO DE CRIMES - ESTUPRO Guilherme de Souza Nucci “É constituída de verbos em associação: a) constranger alguém a ter conjunção carnal; b) constranger alguém a permitir outro ato libidinoso; c) constranger alguém com que ele se pratique outro ato libidinoso. Rogério Greco “Como as referidas figuras típicas foram fundidas, não há mais qualquer argumento que justifique o entendimento de que conjunção carnal e atos libidinosos, embora do mesmo gênero, não são da mesma espécie”. crime único/defensores Vicente Greco Filho “[...] a situação em face do atual art. 213 é a mesma do que nas vigências dos antigos 213 e 214, ou seja, a cumulação de crimes e penas se afere da mesma maneira, se entre eles há, ou não, relação de causalidade ou consequencialidade. Julio Fabrini Mirabete "A mesma solução, que implica a inadmissibilidade do concurso e da continuidade delitiva num único contexto fático, enseja tratamento punitivo a condutas bastante diversas em termos de gravidade, independentemente do número e natureza dos atos sexuais violentos praticados, equiparando, por exemplo, a conduta de quem, com violência, acaricia as partes pudicas da vítima àquela outra na qual o agente, após assim agir, força-a à conjunção carnal, por diversas vezes, e, subsequentemente, a outros atos libidinosos as cópulas oral e anal”. CONCURSO DE CRIMES/DEFENSORES Conjunção carnal e ato libidinoso contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático – crime único: “A Sexta Turma desta Corte, no julgamento do HC nº 144.870/DF, da relatoria do eminente Ministro Og Fernandes, firmou compreensão no sentido de que, com a superveniência da Lei nº 12.015/2009, a conduta do crime de atentado violento ao pudor, anteriormente prevista no artigo214 do Código Penal, foi inserida àquela do art. 213, constituindo, assim, quando praticadas contra a mesma vítima e num mesmo contexto fático, crime único de estupro.” (STJ, HC 167.517/SP, Rel. Min. Haroldo Rodrigues - Desembargador convocado do TJCE -, 6a Turma, julgado em 17.08.2010) DIVERGÊNCIAS ENTRE AS TURMAS DO STJ Conjunção carnal e ato libidinoso contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático – tipo misto cumulativo: Quinta turma - 1. Com a vigência da referida lei, o art. 213 do Código Penal passa a ser um tipo misto cumulativo, uma vez que as condutas previstas no tipo têm, cada uma, 'autonomia funcional e respondem a distintas espécies valorativas, com o que o delito se faz plural'. 2. Tendo as condutas um modo de execução distinto, com aumento qualitativo do tipo de injusto, não há a possibilidade de se reconhecer a continuidade delitiva entre a cópula vaginal e o ato libidinoso diverso da conjunção carnal, mesmo depois de o Legislador tê-las inserido num só artigo de lei. 3. Se, durante o tempo em que a vítima esteve sob o poder do agente, ocorreu mais de uma conjunção carnal caracteriza-se o crime continuado entre as condutas, porquanto estar-se-á diante de uma repetição quantitativa do mesmo injusto. Todavia, se, além da conjunção carnal, houve outro ato libidinoso, como o coito anal, por exemplo, cada um desses caracteriza crime diferente e a pena será cumulativamente aplicada à reprimenda relativa à conjunção carnal. Ou seja, a nova redação do art. 213 do Código Penal absorve o ato libidinoso em progressão ao estupro - classificável como praeludia coiti - e não o ato libidinoso autônomo” (STJ, HC n. 105.533/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta turma, DJ 7.2.2011). DIVERGÊNCIAS ENTRE AS TURMAS DO STJ Para o autor Luiz Flávio Gomes, o entendimento da quinta turma do STJ está equivocado, pois, em sua opinião, afirmar que o art. 213 é um tipo penal cumulativo não significa que se deva reconhecer o concurso de crimes automaticamente. Para ele o maior desvalor do fato pode significar tanto um fato unitário punido mais gravemente quanto um concurso de crimes. Para o Procurador de Justiça Edison Miguel da Silva Júnior, a análise da natureza do “outro ato libidinoso” é que irá revelar se ele foi meio necessário ou prelúdio para a conjunção carnal, sendo necessário saber também qual foi o momento da prática, antes ou depois da conjunção carnal. OUTRAS OPINIÕES CAPÍTULO II- DOS CRIMES CONTRA O PATRIMONIO Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. LATROCÍNIO Tutelar o patrimônio em sua essência Roubo seguido de morte Mesmo que atingida uma terceira pessoa ocorre o latrocínio Há um só crime com dois sujeitos passivos Mortes consideradas na aplicação da pena base Artigo 59 do Código Penal Posicionamento: Julio Fabbrinni Mirabete, Rogério Greco e Fernando Capez Os três concordam que ocorre um crime único F I M AGRADEÇEMOS À TODOS
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