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DIREITO INTERNACIONAL

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Diferenças entre Direito Internacional Público e Direito Internacional Privado
O DIPri é um ramo do Direito Privado
O DIPri é um conjunto de normas que tem o objetivo de determinar o direito aplicável (normas indicativas) e uma relação jurídica de direito privado com conexão internacional. ELE NÃO REGULA NADA (subdireito). Os países decidem como aplicarão a norma estrangeira (exceção ao princípio da territorialidade), e a norma jurídica a ser aplicada deve ser aquela com a relação jurídica esteja mais adequada.
- Objeto do DIPri
Disciplinar a solução de conflito, indicando norma nacional ou estrangeira aplicável.
Regular questões pessoais de interesse internacional;
Regulamentar a cooperação jurídica internacional;
Tutelar o reconhecimento de direitos adquiridos no exterior.
	
	Direito Internacional Público
	Direito Internacional Privado
	
	Lida com a relação dos países (soberania)
	Lida com o conflito no espaço, entre pessoas ou países diferentes e busca qual a lei que deve ser utilizada
	elementos
	ESTADO, POVO, TERRITORIO, SOBERANIA, SUPREMACIA
	Observa sempre o elemento e o objeto de conexão
	Jurisdição
	É limitada aos limites do Estado, salvo exceções
	Pode ter aplicação em diferentes países
	Regulamentação
	Sociedade Internacional
	Conflitos de leis no espaço (indicação da norma aplicável)
	Aplicação da norma
	Direta
	Meramente indicativas do Direito aplicável
	Regras
	Estabelecidas em normas internacionais;
Direito internacional do público
	Estabelecidas em normas internacionais ou internas;
DIP ou do direito interno
	Atores
	Estado
	Pessoas naturais e jurídicas
	Natureza das normas
	Tratados, convenções e o direito interno
	Direito interno, com indicação de tratados e convenções
	Fontes
	Leis, costumes, tratados, convenções, regras das Ois
	Normas de Direito Interno
	Objetivo
	Resolver conflito entre os Estados
	Resolver conflitos internacionais no âmbito privado
Fontes do Direito Internacional
1. Rol das fontes do Direito Internacional:
Conforme art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), de 1920, são fontes do Direito Internacional: as convenções internacionais, os costumes internacionais e os princípios gerais do Direito. A doutrina e a jurisprudência são meios auxiliares, não constituindo fontes em sentido técnico.
1.1. Características do art. 38:
Eis a redação do art. 38 do Estatuto da CIJ: “1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias que sejam submetidas, deverá aplicar: 2. As convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 3. O costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito; 4. Os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas; 5. As decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior competência das diversas nações, como meio auxiliar (...) 6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex aequo et bono, se convier às partes”.
Infere-se, de sua leitura, que se trata de um rol exemplificativo, não é cerrado e nem fechado, haja vista que há outras fontes. E, em regra, não há hierarquia, ou seja, o art. 38 não traz uma ordem sucessória ou hierárquica. Dessa forma, um costume internacional pode derrogar tratado, bem como tratado pode derrogar costume.
2. Fontes em espécie:
2.1. Convenções internacionais: a principal e mais concreta fonte, com forte carga de segurança jurídica. Sem denominação específica, eis a razão de poderem ser denominadas como tratados, convenções, acordos, pactos etc. São elaborados de forma democrática, com a participação de todos os Estados, disciplinam matérias variadas e dão maior segurança, pois exigem a forma escrita.
2.2. Costumes internacionais: segunda grande fonte. Há uma atual tendência de codificação das normas internacionais. Foi a primeira a aparecer, é, nessa linha, fonte-base anterior a todo Direito das Gentes. Nessa linha, para que um determinado comportamento omissivo ou comissivo configure costume internacional, fonte em sentido técnico, deve cumular dois elementos, quais sejam: 1 – o material ou objetivo (“prova de uma prática geral”); e 2 – o psicológico, subjetivo ou espiritual (“aceita como sendo o direito”), a "opinio juris". Caso configure regra aceita como sendo o direito, é uma fonte jurídica, cujo descumprimento é passível de sanção internacional. Resta cristalino que sua conceituação faz emergir a ideia de uma prática constante, geral, uniforme e vinculativa. Dica importante: quem alega um costume tem o ônus de prová-lo.
2.3. Princípios gerais do Direito: apesar de difícil identificação são fontes autônomas. A própria "pacta sunt servanda", a boa-fé e outras são exemplos. O Direito moderno passa a depender cada vez mais dos princípios. São modernamente classificados como fontes secundárias do Direito das Gentes. O fato de estarem previstos em tratados não tira sua característica de princípios.
3. Novas fontes:
Com exceção da equidade, as novas fontes do Direito das Gentes (ou Internacional) não estão previstas no rol art. 38 do Estatuto da CIJ.
3.1. Analogia e equidade: são soluções eficientes para enfrentar o problema da falta de norma. Podem ser colocadas como formas de complementação do sistema jurídico. Analogia: é a aplicação a determinada situação de fato de uma norma jurídica feita para ser aplicada a um caso parecido ou semelhante. Equidade: ocorre nos casos em que a norma não existe ou nos casos em que ela existe, mas não é eficaz para solucionar coerentemente o caso "sub judice". OBS.: art. 38, § 2º, do Estatuto da CIJ – a aplicação da equidade (ex aequo et bono) pela CIJ depende de anuência expressa dos Estados envolvidos em um litígio.
3.2. Atos unilaterais dos Estados: consistem em manifestação de vontade unilateral e inequívoca, formulada com a intenção de produzir efeitos jurídicos, com o conhecimento expresso dos demais integrantes da sociedade internacional.
3.3. Decisões das organizações internacionais (OI): atos emanados das OI na sua condição de sujeitos de direito internacional, na qualidade de pessoa jurídica, ou seja, seus atos precisam ser internacionais, não meramente internos. Decisões unilaterais "externa coporis".
3.4. “Jus cogens”: é norma rígida, o oposto de "soft law". Estão previstas na Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969, em seus arts. 53 e 64. São imperativas e inderrogáveis, opondo-se ao "jus dispositivm". Ainda que não haja hierarquia entre as fontes até aqui estudadas, há que se reconhecer que "jus cogens" é a exceção, estando acima de todas as outras. Versam normalmente sobre matérias atinentes à proteção aos direitos humanos, como a própria Declaração Universal de 1948.
3.5. “Soft law”: direito flexível ou direito plástico, oposto de "jus cogens". Para alguns, ainda é cedo para considerá-lo fonte. Surgiu no século XX com o Direito Internacional do Meio Ambiente. Preveem um programa de ação para os Estados relativamente à determinada conduta em matéria ambiental ou econômica.
Como são formados os tratados internacionais e como se realiza o processo de sua incorporação no ordenamento jurídico brasileiro
Os tratados internacionais são, no mundo moderno, a fonte principal do direito internacional, razão por que sua formação dar-se-á sempre formalmente, de acordo com os princípios e preceitos específicos. São leis do plano internacional, consubstanciadas em textos formais e escritos, celebrados por pessoas jurídicas de direito público externo, que podem ser Estados soberanos ou, ainda, organizações internacionais.
Segundo a doutrina (BASSO, s. d., p. 47), o processo de formação dos tratados internacionais passa por seis fases distintas, a saber: negociação, assinatura, ratificação, promulgação, registro e publicação.
Quer se trate de tratados celebrados por Estados, quer de tratados celebradospor organizações internacionais, sua formação segue as regras da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, com as alterações introduzidas em 1986, sem prejuízo das normas específicas de direito interno de cada Estado soberano. Essa convenção foi concluída em 23 de maio de 1969, aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo n.º 496, de 17 de julho de 2009 e promulgada pelo Decreto n.º 7.030, de 14 de dezembro de 2009.
Quanto à incorporação dos tratados internacionais ao direito dos Estados soberanos (ou, tecnicamente falando, seu consentimento definitivo), esta ocorre de acordo com as regras do direito interno do respectivo Estado, regras estas normalmente estabelecidas na Constituição, como é o caso da República Federativa do Brasil.
No mundo hodierno, a competência para esse consentimento definitivo do tratado internacional pode ser, conforme as regras internas, exclusiva do Poder Executivo, dividida igualmente com atos específicos entre os Poderes Legislativo e Executivo, ou com a primazia do Poder Legislativo.
No Brasil, a competência para incorporação ou consentimento definitivo do tratado internacional é compartilhada entre o Legislativo e o Executivo, com atuação específica de cada Poder, nos termos expressos da Constituição de 1988, passando por aprovação e promulgação, em três fases distintas, a saber: a celebração, o referendo ou aprovação e a promulgação. A celebração é ato da competência privativa do Presidente da República (Constituição de 1988, art. 84, inciso VIII), a aprovação ou referendo é da competência exclusiva do Congresso Nacional (Constituição, art. 49, inciso I; art. 84, inciso VIII), e a promulgação é da competência privativa do Presidente da República (Constituição de 1988, art. 84, inciso IV).
Relevante anotar, demais disso, que, por disposição expressa do art. 5.º, § 3.º, da Constituição da República, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 45, de 8 de dezembro de 2004, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados, em dois turnos, por três quintos dos votos dos membros da cada Casa do Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais. Uma particularidade que merece ser realçada: se é emenda constitucional prescinde da promulgação presidencial, uma vez que as emendas constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, como prevê expressamente o art. 60, § 3.º, da Constituição.

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