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ECA AULA - 1

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ECA AULA - 1
Introdução ao Estudo do Direito da Criança e do Adolescente
Introdução
Nesta aula, você irá reconhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente, seu papel e sua importância no estudo do Direito da Criança e do Adolescente, assim como as fontes de estudo da nossa disciplina, Diplomas Nacionais e Internacionais de proteção.
Você também irá analisar um conteúdo histórico, como surgiu o Estatuto e qual foi a sua base de criação e desenvolvimento.
É muito comum nos referirmos à disciplina “Direito da Criança e do Adolescente” como ECA. Na verdade, isto é um erro, já que ECA é a abreviatura do Estatuto da Criança e do Adolescente, a base normativa legal mais importante desta disciplina, mas não a única.
Se tratássemos somente do Estatuto, estaríamos limitando nosso estudo, já que estaríamos considerando apenas a Lei 8069/90 e suas alterações trazidas por diversas leis. Ao contrário, tratar a disciplina como Direito da Criança e do Adolescente nos permite estudar não só o Estatuto, mas todas as demais legislações que embasaram e embasam este direito, tais como:
... Além de legislações extravagantes.
Enfim, podemos, desta forma, estudar um sistema jurídico amplo, de garantia de direitos às crianças e aos adolescentes, baseado nos metaprincípios da prioridade absoluta e da proteção integral.
Podemos também afirmar que o Estatuto da Criança e do Adolescente, embora adote outros princípios, possui uma tríplice base principiológica fundamental:
Além da importância dos diplomas nacionais e internacionais, a jurisprudência, principalmente a dos Tribunais Superiores, também apresenta grande influência em nosso estudo. Destacamos os Enunciados Sumulados do STJ cuja leitura é muito importante também:
Como se vê, a disciplina “Direito da Criança e do Adolescente” é bastante ampla.
Devido à sua relevância, este direito foi incluído, em caráter obrigatório, no currículo do ensino fundamental, sendo adicionado o parágrafo 5º ao artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
SAIBA MAIS
Ao longo da história, é possível observar que crianças e adolescentes não possuíam direitos, pois os pais eram detentores de poderes absolutos sobre seus filhos. A mudança deste cenário se deu a partir do triste caso da menina Mary Ellen, ocorrido em 1874, nos Estados Unidos da América (EUA), que deu origem ao 1º Tribunal de Menores do mundo. Leia sobre o caso Mary Ellen.
O caso Mary Ellen: A menina, Mary Ellen, era espancada pela madrasta e foi encaminhada à Sociedade de Prevenção de Crueldade contra Animais, já que não havia qualquer instrumento específico de proteção à criança. No ano seguinte, instituiu-se, em Nova Iorque, a Sociedade de Prevenção de Crueldade contra Crianças. Após este fato, Mary Ellen foi afastada do convívio da família, tendo sido adotada pela família da advogada e responsável pelo resgate, Etta Wheeler. Mary faleceu em 1956, aos 92 anos.
A partir de então, foram firmados vários documentos internacionais de suma importância. Dentre eles, podemos citar:
Na mesma linha de diplomas internacionais, o constituinte adotou a doutrina da proteção integral, no artigo 227, da Constituição, em substituição à antiga doutrina da situação irregular.
Na verdade, a adoção da doutrina da proteção integral representa uma quebra de paradigma. Crianças e adolescentes deixam de ser meros objetos de proteção para se transformarem em sujeitos de direitos.
A doutrina da proteção integral representou um grande avanço se comparada àquelas anteriormente adotadas no Brasil, tais como:
A doutrina do direito penal indiferenciado, que chegou a possibilitar a responsabilidade penal de menores, o que ocorria na época do Brasil Império.
A doutrina da situação irregular, que era adotada pela legislação
anterior ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
ATENÇÃO
Apesar do artigo 2, do ECA, indicar como únicos beneficiários da norma as crianças e os adolescentes, ele admite a aplicação do ECA, de forma excepcional, às pessoas entre 18 e 21 anos de idade (ex.: 121, parágrafo quinto, do ECA), e não há que se falar na revogação deste artigo pelo Código Civil, tendo em vista que a motivação de se fixar a idade de 21 anos em nada se relaciona com a antiga maioridade civil do Código de 1916, mas sim com o prazo máximo da medida de internação, que é de 3 anos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente baseia-se em fontes mediatas e imediatas:
O Direito Internacional Público representa uma fonte imediata do Estatuto da Criança e do Adolescente, que também possui fontes mediatas, tais como o Direito Internacional, Civil, Penal, Administrativo, Tributário, do Trabalho, Processual Civil e Penal, além das ciências humanas: Criminologia geral, Psicologia, Criminologia crítica e Psiquiatria forense.
COMENTÁRIO
Agora que você já conhece as fontes do Direito da Criança e do Adolescente, poderá melhor compreender a natureza jurídica desse direito, que é público, fazendo com que todos, inclusive o poder público, sejam obrigados a cumprir e respeitar suas normas.
Princípios
Partindo-se do pressuposto de que os princípios fornecem a segurança necessária para delimitarmos a conduta, a conclusão a que se chega é que o ECA se funda em 6 princípios norteadores:
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA
Previsto no artigo 227, da Constituição Federal e no artigo 4º, parágrafo único, do ECA.
Esse artigo estabelece que a garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR
Com origem anglo-saxônica, foi adotado na Declaração de direitos da criança, em 1959 e na antiga legislação menorista. Atualmente, é parte integrante da doutrina da proteção integral.
PRINCÍPIO DA MUNICIPALIZAÇÃO
Consagrado no artigo 88 do Estatuto da Criança e do adolescente.
PRINCÍPIO DA CIDADANIA
Sendo sujeitos de direitos, crianças e adolescentes são cidadãos e assim precisam ser orientados e ensinados que cidadania consiste no exercício social de direitos e de deveres.
PRINCÍPIO DO BEM COMUM
O Estatuto representa um conjunto de normas e princípios representando o bem comum, não se podendo prejudicar um para defender o outro. Com base nesse princípio, é possível, em tese, a expulsão de um aluno de uma escola, a punição de um infrator etc.
PRINCÍPIO DO PECULIAR DESENVOLVIMENTO
Crianças e adolescentes são pessoas em um estágio peculiar de desenvolvimento, o que precisa ser considerado em diversos momentos, até mesmo na interpretação do Estatuto, conforme nos dita o artigo 6º.
ATENÇÃO
Uma vez que o Direito da Criança e do Adolescente possui fontes e princípios próprios, há que se afirmar que ele é autônomo.
Conceito de criança e adolescente
Como podemos observar, o artigo 2º define criança como a pessoa que tem até 12 anos incompletos e adolescente quem tem entre 12 e 18 anos de idade. Esses 18 anos de idade devem ser lidos como incompletos, pois, a partir do momento em que a pessoa completa 18 anos, ela é considerada adulta. Aquele que completa 18 anos passa a ter plena capacidade tanto na esfera cível quanto também na penal, podendo ser considerado imputável.
No entanto, há casos em que o ECA se aplica ao maior de 18 anos. O próprio parágrafo único, do artigo 2º traz tal disposição. À época da entrada em vigor do ECA, poder-se-ia apontar três artigos em que a Lei 8.069/1990 se aplicava até os 21 anos de idade incompletos:
Art. 36 — tutela
Art. 42 — adoção
Art. 121, par. 5º — internação
Com a entrada em vigor do novo Código Civil, a capacidade plena passou a ser adquirida aos 18 anos. Logo, não se poderia falar em tutela para alguém maior de 18 anos. Também não havia razão para impedir a adoção por aqueles que tivessementre 18 e 21 anos. Ou seja, os limites antes previstos nos artigos 36 e 42 do ECA foram tacitamente alterados pelo Código Civil.
Com o advento da Lei 12.010/2009, estes artigos foram expressamente alterados, passando a neles constar a idade de 18 anos.
Artigos 36 e 42:
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, à pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.
SAIBA MAIS
Quanto ao limite máximo de idade para perdurar a internação, esse permanece sendo o de 21 anos. Como já vimos, tal limitação em nada se relaciona à antiga maioridade civil, mas sim ao limite máximo que um adolescente poderia permanecer internado: três anos.
Dessa forma, se pensarmos em um adolescente que deixa para praticar o ato infracional no último momento de sua menoridade, calculando que seja possível uma internação por um prazo máximo de três anos, poderia ele ficar internado até praticamente os 21 anos, quando sua desinternação é compulsória.
Estudo de Caso
Carlos cometeu um ato infracional próximo de completar 18 anos de idade. Foi julgado e recebeu uma medida socioeducativa de internação.
Caso Carlos impetrasse um habeas corpus alegando que não mais poderia cumprir a medida ao atingir 18 anos, ele estaria correto?
SIM: Você errou, a resposta é: ele não estaria correto.
Porque trata-se de hipótese de aplicação excepcional do ECA para pessoas entre 18 e 21 anos, consoante artigo 2º e artigo 121, parágrafo 5º, do ECA.
NÃO: Isso mesmo, ele não estaria correto.
Você mostrou que sabe que trata-se de hipótese de aplicação excepcional do ECA para pessoas entre 18 e 21 anos, consoante artigo 2º e artigo 121, parágrafo 5º, do ECA.
Interpretação do ECA
Uma determinada disposição do ECA não pode ser utilizada, no caso concreto, para prejudicar os interesses da criança ou adolescente. Levando em conta que o objetivo precípuo da lei é proteger de forma integral, assegurando com absoluta prioridade a efetivação de todos os direitos da pessoa humana e ainda os inerentes à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, todos os dispositivos devem ser interpretados em favor do superior interesse do menor, em apreço à doutrina da proteção integral.
Dessa forma, o legislador deixou claro, no artigo 6º, que a interpretação do ECA deve levar em conta os fins sociais aos quais ela se dirige, às exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos e à condição peculiar do menor de 18 anos de pessoa em desenvolvimento.
Trata-se de interpretação dirigida aos objetivos traçados pelo legislador, que demonstram o compromisso firmado pelo Brasil de garantir a efetivação de todos os direitos previstos na Convenção Internacional dos Direitos da Criança.
Ao introduzirmos o Direito da Criança e do Adolescente, além de conhecer sua origem e os princípios que regem o Estatuto, é fundamental entender algumas das alterações mais importantes que ele sofreu nos últimos anos.
A Lei 12.955/14 incluiu o parágrafo 9º, no artigo 47, passando a prever que:
Dentre outras alterações, a Lei 12.962/14 incluiu o parágrafo 2º, no artigo 23, do ECA, estabelecendo que:
Já a Lei 13.010/14 alterou o artigo 18 do ECA, vedando a utilização de castigo físico e de tratamento cruel ou degradante. Ao incluir os artigos 18 A e 18 B, a lei conceituou esses tipos de tratamentos e elencou medidas que podem ser aplicadas pelo Conselho Tutelar para aqueles que desrespeitarem tais previsões.
A referida lei também incluiu, no ECA, o artigo 70-A, e alterou o artigo 13.
Ainda em 2014, tivemos a Lei 13.046, que promoveu a inclusão do artigo art. 70-B, estabelecendo que:
E inclui ainda o art. 94-A:
SAIBA MAIS
Na parte concernente aos crimes, veremos ainda que, em 2015, a Lei 13.106 alterou o artigo 243, tornando crime o fornecimento de bebida alcoólica a menor de 18 anos.
A Lei 13.257/16 surge na tutela da primeira infância, entrando em vigor no dia 09 de março de 2016 e realizando diversas alterações no ECA. Essa lei é também responsável por conceituar a primeira infância, como os 6 primeiros anos de vida da criança ou os 72 primeiros meses de vida.
No Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei 13.257/16 realizou as seguintes alterações:
Foi incluído o parágrafo único, no artigo 3º, para dispor que os direitos enunciados no ECA aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
No artigo 8º, o caput passa a estabelecer que é assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher...
Leia mais: 02
No artigo 8º, o caput passa a estabelecer que é assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
A anterior redação mencionava apenas a garantia de atendimento pré e perinatal à gestante, através do Sistema Único da Saúde. O parágrafo primeiro do referido artigo passa a dispor que “O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.”
O parágrafo segundo passa a estabelecer que “Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher”.
O parágrafo terceiro, também alterado, passa a dispor que “Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação.”
Com a alteração do parágrafo quinto, a assistência psicológica passa a ser direcionada também a gestantes e mães que se encontrem em situação de privação de liberdade.
Ainda no artigo 8º, foram incluídos os parágrafos 6º a 10, para estabelecer que:
a gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato;
a gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança;
a gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos;
a atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto e que incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho, na primeira infância, que se encontrem sob custódia, em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.
O art. 9º passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos: § 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas...
Leia mais: 03
O art. 9º passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementarsaudável, de forma contínua.
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano.
No artigo 11, houve certa adequação para a preservação de um melhor diálogo de fontes entre o ECA e o Estatuto da pessoa com deficiência, Lei 13146/2015...
Leia mais: 04
No artigo 11, houve certa adequação para a preservação de um melhor diálogo de fontes entre o ECA e o Estatuto da pessoa com deficiência, Lei 13146/2015. Dessa forma, o artigo passa a ter a seguinte redação:
É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas.
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças, na primeira infância, receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário.
No artigo 12, foram incluídas as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários para que também tenham o dever de propiciar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
A redação do artigo 13 passa a estar adequada às expressões trazidas pela Lei 13.010/14, intitulada como Lei Menino Bernardo...
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A redação do artigo 13 passa a estar adequada às expressões trazidas pela Lei 13.010/14, intitulada como Lei Menino Bernardo, passando a dispor que:
“Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. ”
O antigo parágrafo único, atual parágrafo primeiro, passa a esclarecer que não haverá constrangimento no encaminhamento de gestantes ou mães que manifestem vontade de entregar seus filhos para adoção à Justiça da Infância e Juventude.
O novo parágrafo estabelece que:
“Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças, na faixa etária da primeira infância, com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar.”
O art. 14 passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos, numerando-se o atual parágrafo único como primeiro...
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O art. 14 passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos, numerando-se o atual parágrafo único como primeiro:
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.
§ 4ª A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.
No artigo 19, a disposição que mencionava a criação da criança e do adolescente em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes...
Leia mais: 08
No artigo 19, a disposição que mencionava a criação da criança e do adolescente em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes foi retirada e substituída por “em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.”
Ao parágrafo 3º foi dada nova redação: A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1º, do art. 23, dos incisos I e IV, do caput do art. 101 e dos incisos I a IV, do caput do art. 129 desta lei.
No artigo 22, foi incluído o parágrafo único, para estabelecer que a mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos no ECA.
O artigo 23, que estabelece que a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar...
Leia mais: 10
O artigo 23, que estabelece que a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar, tem nova redação em seu parágrafo primeiro: não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
Na comparação com a antiga redação, percebe-se a mera inclusão dos serviços oficiais de proteção, apoio e promoção, já que a antiga redação apenas fazia menção a programas.
O art. 34, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos...
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O art. 34, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:
§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora.
O artigo 87 prevê as linhas de ação da política de atendimento. O inciso II teve sua redação alterada...
Leia mais: 12
O artigo 87 prevê as linhas de ação da política de atendimento. O inciso II teve sua redação alterada. Na redação anterior, previa políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que deles necessitem.
Atualmente, estabelece o inciso serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências.
O art. 88, que estabelece as diretrizes da política de atendimento, passa a vigorar acrescido de três novas diretrizes...
Leia mais: 13
O art. 88, que estabelece as diretrizes da política de atendimento , passa a vigorar acrescido de três novas diretrizes, que passam a estar previstas nos incisos VIII, IX e X:
VIII — especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;
IX — formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que favoreçaa intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral;
X — realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência.
O artigo 92, estabelecendo princípios que devem ser adotados pelas entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional...
Leia mais: 14
O artigo 92, estabelecendo princípios que devem ser adotados pelas entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional, passa a vigorar acrescido do parágrafo sétimo:
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.
No rol das medidas de proteção, no artigo 101, o inciso IV deixa de prever a inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente para prever a inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente.
O artigo 102, estabelecendo que as medidas de proteção serão acompanhadas da regularização do registro civil...
Leia mais: 16
O artigo 102, estabelecendo que as medidas de proteção serão acompanhadas da regularização do registro civil, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:
§ 5º Os registros e as certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.
No rol das medidas aplicáveis a pais e responsáveis, no artigo 129, a medida antes intitulada “encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família”, no inciso I, passa a estar prevista como “encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família”;
Os seguinte parágrafos do art. 260, da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, passam a vigorar com a seguinte redação...
Leia mais: 18
Os seguinte parágrafos do art. 260, da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, passam a vigorar com a seguinte redação:
§ 1º-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância.
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.
Foi incluído o artigo 265 A: o poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social...
Leia mais: 19
Foi incluído o artigo 265 A: O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social. Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos.
Já a Lei 13306/16 alterou o inciso IV, do caput, do art. 54, que passa a dispor sobre atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; assim como o artigo 208, III, que passa a dispor:
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular: III — de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade.
Com essas disposições, o ECA passa a estar de acordo com a EC 53/2006, que deu nova redação ao Inciso IV, do artigo 208, da Constituição Federal. Vejamos:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
IV — educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
Na redação anterior, a idade era de seis anos. Também em decorrência da EC 53, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) já havia sido alterada pela Lei 12.796/13, que dentre várias alterações, aumentou em um ano o ensino fundamental (passando a se iniciar aos seis anos de idade).
A educação básica será ministrada de forma gratuita e obrigatória dos quatro aos dezessete anos de idade, dividida em educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
Consoante a Lei de Diretrizes e Bases, a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.

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