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ASAS E SONHOS

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ASAS E SONHOS
GILZETE MARÇAL
Direitos autorais reservados
QUEM SOU
Sou Gilzete Marçal e escrevo poesia desde os 17 anos.
Escrevi dois livros: Periferia e Em Possível.
Em 1993, aceitei Jesus e comecei a fazer poesias evangélicas.
Participei de Antologias.
Escrevi dois romances.
Contato com a autora: 
Rua Água Branca,173 
Bairro: Jardim Laila 
CEP: 06813-230 Embu das Artes – SP
Fone residencial: 11 4149-2033
email: gilzetemarcal@gmail.com
Facebook.com/gilzetemarcal
	PREFÁCIO
Palavras da autora
Desde criança tenho estas histórias em mente. Minha vida é sonhar.
Escrever o livro, foi um exercício diário. Com disciplina e usando a imaginação. Pois coisas que eu nem sonhava, escrevi.
Acredito no poder criativo das pessoas e as crianças tem a imaginação fértil.
Que o diga minhas amiguinhas!
Bom o mais, é ler e viajar...
Quando meu filho era pequeno, eu contava histórias de minha infância para ele. Ele dava rizada.
	Quando eu era menina, eu imaginava muita coisa...
	No dia 27 de dezembro de 2009, Deus me deu um livro, que são as lembranças de menina e muita imaginação.
	É claro que a história é fictícia e não tem nada a ver com o que aconteceu de verdade. Só foi inspiração.
	Todos os dias, eu orava pedindo a Direção para o que eu iria escrever. Me surpreendi	. Deus me dava cada história, que eu não havia imaginado ainda.
	E assim foi. 
	Até que no dia 22 de fevereiro de 2010, quando Deus me deu o hino que as irmãs dela cantam, assinei meu nome.
	Ai, perguntei: É final, senhor?
	Senti de Deus só acrescentar:
	“A história continua na nossa imaginação...”
	Meditem na história de José.
	Gênesis 37 ao 47, menos o 38.
.
O COMEÇO DOS SONHOS
	Lucélia ia em direção à minação, um poço onde a água mina da pedra.
	Lata d’água na cabeça, vestido florido de chita, pés no chão, cabelo crespo e nariz achatado.
	Era magra.
	Tinha sete anos. A mãe começou a pedir ajuda para a filha.
	Ela levava meia lata, mas ajudava.
	Observou os rastros no chão. Tamanhos diferentes de pés. Uns, usavam sandália. Mas a maioria, eram descalços.
	Era seca. O sol tremia no mato. Parecia uma fumaça encantada.
	Chegou em casa, observou o sol nascendo, avermelhando o céu.
	A mãe foi logo falando:
	- Vamos para a roça, vou te ensinar a capinar.
	Os olhos da mãe eram de mel e seu jeito de falar, era agradável.
	Foram.
	Com a enxada, abriram covas próximas e em cada uma, plantaram 3 sementes de feijão. As covas do milho, eram mais espaçadas e as sementes, cinco.
	Lucélia, mais conhecida como Luz, observava aquilo.
	Parecia um lugar mágico.
	Na hora de ir para a escola, ela chamou a prima Gracinha e foram.
Iam a escola em grupos. Era um quilometro de distancia.
	Quem dava aula, era um professor muito sábio.
	Ai aconteceu:
	Como numa visão, sonho misturado com realidade, ela ia para a fonte buscar água. 
	Sentia-se só.
	Começou a conversar com aquela amiga invisível. Mas não falava alto, falava em pensamento.
	Deu-lhe o nome de Afrodite, tirado de uma história que ela ouvira.
	“Será que existe Deus?” perguntou ela à “amiga”.
	“Deus existe. Você já olhou o céu, as flores, os bichos e a chuva, que só vem quando quer? “ Disse a amiga”
3	
	“Realmente, a chuva faz o maior espetáculo e só vem quando quer” Disse Luz. “Neste sertão da Bahia, no mundo perdido, a gente nem sabe o que acontece com o resto do mundo”
	“Meu avô lê muito jornal, que vem de Irecê. Ele ouve a “Voz do Brasil”. Ele deve saber o que se passa.”
	Seu avô Salomão Macário, sabia muita coisa. Era como um professor, mas não dava aula. O que ele ensinava, a gente admirava.
	De repente, começou a imaginar se avô, descobrindo novas terras. Dando presentinhos sem importância para os índios e cercando aquele mundo todo.
	“Ai meu avô construiu uma casa simples, para ele e minha vó”. Fizeram uma roça nos fundos.
	Começou com uma criação de porcos e galinhas. Depois, comprou uma vaca e um boi.”
	Estava chegando perto de casa, ela se despediu de Afrodite e orou um Pai Nosso.
	Coou a água dentro do pote. Esta era a última viagem.
	A mãe, ela e a irmã, foram para a roça.
	- Filha, estes são os pés de feijão, estes, de milho e estes, de mandioca. - Dizia sua mãe.
	- Ali no alagadiço, tem arroz, não confunda com capim!
	Deu-lhe uma enxada leve.
	Lucélia pegou com força demais.
	__Não é assim, precisa ser mais suave. Não precisa tanta força. Senão, cansa depressa.
	Ela foi “capinando”, como dizia lá. Olhava o eito para traz e estava satisfeita de ser útil.
	A irmã Sonia brincava com sabugo de milho, dizendo que era sua boneca.
	O sol tinia. Esquentando os miolos.
	Um arco íris, enfeitava o horizonte.
	“Aquele arco da velha, bem que podia ser verdade que tem um pote de ouro” Pensava Luz.
	Deus mostrava Sua grandeza através da natureza.
	As árvores dançavam, louvando ao Senhor. Os pássaros cantavam louvor.
4
As plantas cresciam. O orvalho brilhava como pedra preciosa.
Um Bem te vi, cantou ao longe:
- Bem te vi! Vi! Eu vi!
- Mãe, o Bem te vi, vê tudo? Perguntou Luz.
- Vê minha filha. Ele segue a gente dizendo: “Vi, Vi!”. Disse sua mãe Raimunda.
Se o Bem te vi vê tudo, imagine Deus. Ele contempla o nosso deitar e o nosso levantar, como fala o Salmo 139. Ele conhece a gente, mesmo antes de nossa criação.
Davi foi sábio neste Salmo, pois não adianta fugir de Deus. Ele te vê e te guarda onde quer que você vá.
E se quer algo com você, é com você e não com outro.
A glória, a honra e o poder, pertencem ao Senhor. Dele é tudo que temos, fazemos ou pensamos.
A Ele, pertence nossa vida.
O seu poder é tremendo, não há como descrever. Só crendo para ver e experimentar. Inexprimível.
Vai além dos sonos e da imaginação.
O cabelo loiro de Raimunda, todo mal cuidado, esvoaçava.
Só se ouvia um “crec, crec” das enxadas.
Uma saúva picou o pé de Luz. Ela coçou.
Foi até o rancho onde estava sua irmã. Sonia a olhou como se dissesse alguma coisa. Aqueles olhos castanhos e expressivos. Parece que estava filmando-a por dentro e por fora.
Sentiu uma empatia. Uma coisa esquisita. Uma simbiose. Uma parecia que adivinhava os pensamentos da outra.
- Você quer brincar? Disse a inocência da Sonia.
- Quando for a noite ou fim de semana, eu brinco. Respondeu Luz.
Luz, se você tem este apelido, porque não alumia nossa família?
“Isso é sem pé e nem cabeça, pensou Lucélia. “Não sou Jesus, que o Padre diz que Ele é a luz do mundo... Sou apenas uma menina.”
Pegou a moringa. Colocou água no copo de alumínio e bebeu de uma só vez. Queria voltar ao trabalho e se livrar daquela pergunta embaraçosa, que não encontrava resposta.
5
Olhou o céu. Meio dia em pino. Conferiu a sombra. Estava ajustada à ela, realmente, era meio dia. Sentiu fome.
Viu a mãe chegando suada:
- Vamos comer minhas filhas.
E lá se foram as três, pelo caminho estreito e comprido. Na bíblia fala que este é o caminho que leva ao Senhor.
Mudas, só se ouvia o farfalhar do vento e o som da cigarra, parecendo uma panela de pressão, girando.
Uma preá cruzou correndo. Entrou no mato depressa.
Em casa, almoçaram.
Ela tomou um banho: Colocou água na bacia, entrou na despensa e tomou banho.
Olhou no espelho.
Aquela estrela preta na testa. Porque Deus quis que ela nascesse com este sinal?
A estrela era pequena, mas bem preta.
A mãe havia lhe falado que ela ia ter muita sorte. Tomara.
Vestiu a saia cheia de pregas, azul. A blusa branca.
Almoçou. Chamou a prima Gracinha e foram.
Elas eram amigas.
Chegaram na casa de Maria, que já tinha 15 anos.
Maria. Tinha o cabelo alisado a chapinha. Os pais dela, tinham morado em São Paulo.
Lá na escola, o Professor Leonardo falou da escravidão.
Luz olhou para Maria e para si. Pensou no preconceito que a pobre sofria. Todos chamando-a de negra encardida.
A parede caiada de barro branco. Nos buracos da parede, as marmitas.
O professor falou:- Agora lição é para o primeiro ano. Vou escrever o alfabeto e vocês repetem:
A – bê – cê – dê – é – fê- guê – agá – i – ji – l^^e – mê – nê – ó – pê – quê – rê – si – tê – u – vê – xis – zê. Ká – dábliu - ipslone.
6
Eles acompanhavam o abc baiano dos anos 70. Depois, vinha com um papel furado e perguntava:
 - Que letra é esta: 
- “Gue” 
- E esta? 
- “I”.
- Você já sabe as letras, disse ele à Lucélia. Agora, vou te ensinar o be-a-bá, junto com os que estão no be-a-bá.
O professor era esquelético. Óculos de sabe-tudo nos olhos. Nariz grande e fino.
A sala de aula, era para alunos da primeira até a quarta série.
Cada um recebia sua lição. Assim, todos aprendiam.
Na porta, entrou um pardal e começou a catar migalhas, saltitante. Deus cuida das aves, imagina da gente!
Lucélia escrevia as letras com dificuldade, cobrindo o pontilhado do professor.
- Precisa se esforçar para desenvolver a escrita. Disse Leonardo. O Professor sabe tudo. Aquilo soou como uma palmatória em sua mão.
Ela olhou a palmatória. Lembrou das aulas de Aritmética. Tomara que hoje não tenha!
O Professor olhou o relógio:
- Hora da comida e do recreio! Falou.
Ouviu-se um “Eh”! Comprido e delicioso da turma.
Cada um pegou sua lata.
Comeram e descansaram um pouco. Depois, fizeram fila para brincarem a dança da jiboia.
A fila formava uma cobra e círculos. Todos cantavam:
__ Sindô lê lê!
O sindô Lê lê lá lá.
Arreda do caminho
Deixa a jiboia passas.
A jiboia diz que tem
 Um sapato de fivela.
É mentira da jiboia
Que o sapato é da mãe dela.
7
A música do folclore baiano era comprida. Falava de uma jiboia que tudo dela, era emprestado ou de terceira classe.
- Está na hora de estudar! Falou o professor, olhando o relógio.
O professor disse:
- Agora é a lição para quem está aprendendo a soletrar. Luz, é para você também.
Ele escreveu no quadro: “Ba, be, bi, bo, bu”
- Vamos soletrar:
Um bê com a: bà; um bê com é: bé; um bê com i: bi; um bê com ó: bó; um bê com u: bu. Ba, bé bi, bó bú. Repitam o bê-a-bá!
- Bá , bé, bí , bó, bu! Os alfabetizando repetiam em coro.
Naquela tarde, ela entendeu: Era só juntar as letras. Elas formavam sílabas; que formavam palavras, depois frases, parágrafos, sentenças, histórias e livros.
Entendeu tudo e se esforçou para aprender depressa.
Também, depois que o professor explicou a eles, foi fácil.
Chegou a hora de irem embora.
Elas foram pela estrada de terra. De ambos os lados, cercas vivas de espinho. Elas tomariam cuidado, para não se machucarem.
Eram dezessete horas. O sol despedia-se do dia.
Elas vinham na algazarra de criança. Apostando corrida, para aquele quilometro ficar mais curto.
Luz pegou uma flor.
Cheirou aquele perfume adocicado e agradável.
Era sexta feira e domingo, a mãe iria na feira.
Chegou em casa. Deu a flor para a mãe.
Vestiu a roupa velha e foi brincar com Sonia e Gracinha.
Elas colocavam roupas nos sabugos de milho e diziam que eram suas filha.
Na verdade, as roupas, eram trapos velhos que a mãe não queria.
A janta foi simples: arroz, feijão, torresmo e maxixe.
O fogão de lenha, empretecia todo telhado, apesar da chaminé.
Foram dormir. Luz falou com Deus antes de dormir:
- Deus, mude esta situação. Faça com que a nossa vida melhore.
8
Dormiu. Sonhou que voava pelos campos e roças. Ia em cada casa e pousava. Dava um abraço nos vizinhos e partia.
Ela viu de perto as estrela. Grandes e quentes. Brilhantes.
Voltou à Terra. Foi até um rio. Bebeu água.
A água refletia a lua e as estrelas. Seu reflexo tremulavam nas ondas.
Quando voltou, viu seu corpo na cama.
Se encaixou no corpo e continuou a dormir.
No outro dia, Tia Ester foi em sua casa e falou com sua mãe:
- Deixa eu levar Luz para a Igreja de crente. Essa noite tive um sonho que Deus quer que ela seja crente. Ô Raimunda, deixa a menina ir!
A mãe pensou por cinco minutos e respondeu:
-Tá bom, eu deixo!
- Olha, você e a Sonia devia ir também. Lá é bom. Jesus fala com a gente.
-Vou pensar. Disse Raimunda, numa voz seca de desdém.
Naquela tarde, o pai chegou de Irecê, onde foi resolver umas coisas.
Foi ela que avistou o cavalo e o pai, como herói.
Chegou, apeou e desceu. Ela parecia com o pai. Correu ao encontro:
- Pai, que saudade!
Abraçou o pai. Comovida.
Ele entrou.
Raimunda logo preparou uma água quente com sal para ele lavar os pés.
Jantaram. Raimunda matou uma galinha e a janta estava ótima.
Depois, colocou as panelas debaixo da mesa do pote, para não azedarem. 
Acendeu o candeeiro. Fazia sombras.
Luz brincou com a irmã, fazendo bichos. Cada jeito da mão, uma sombra.
Às vezes cachorro, coelho ou gato.
Raimunda falou:
-Vamos dormir, estamos cansados.
9
Os quatro sonharam com uma cidade onde as ruas eram de ouro. Havia um rio tão limpo, que dava para ver a areia brilhando, no fundo.
Uma voz falou para seu pai e sua mãe:
- É melhor aceitar Jesus, só Ele é Fiel.
Aquele ser luminoso, sobrevoava o quarto do casal.
Luz e Sonia, dormiam em outro quarto.
No domingo, Alcides e Raimunda puseram o sonho em ação e foram para a Igreja.
A palavra foi em Apocalipse 21. 1-8: O novo céu e a nova Terra.
Ele lembrava que o padre fizera um sermão sobre o céu. Mas ninguém o fizera experimentar uma certeza que moraria lá um dia, como aquela explicação plausível.
“É o que Deus quer”. Pensou.
No fim do culto, o Pastor falou:
- Alguém quer aceitar Jesus? Ser crente?
Alcides e Raimunda, foram à frente, chorando. As meninas também.
Na barriga de Raimunda, um novo mundo de gente se formava. Estava grávida de sete meses.
A Igreja orou por eles.
Cantaram: Saudai Jesus, Hino quarenta e dois da Harpa Cristã.
Tia Ester, deu as pazes para os dois. 
Enquanto isso, o “Gloooória, glória, glória” do hino, ecoava na Igreja. Parecia um coro celestial. Um dia, cantaremos no céu.
Na volta, contaram o sonho e a confirmação de Deus.
Jesus os tinha chamado pelo amor e eles obedeceram ao chamado de salvação.
No outro dia, Luz foi pegar água.
“Oi” Disse Afrodite.
Oi, estou feliz, porque ontem fui na Igreja de crente”
Conversou com Afrrodite e quando estava perto de casa, despediu-se.
10
MENINA DE OUTRO PLANETA
Todo dia, Luz continuava seus afazeres.
Sempre encontrava um jeito de sonhar de olhos abertos. Às vezes, no caminho da minação, outras, na roça e muitas vezes, antes de dormir.
De noite, ainda sonhava.
Aquele dia, ela se imaginou num planeta mágico. Tudo que queria, nem precisava pedir, que aparecia.
Naquele planeta, ninguém trabalhava nem estudava. Ficava à vontade, esperando as bênçãos do céu.
Tinha árvore de panela, de fruta, de roupa...
Era uma árvore para cada coisa que precisava.
A cada dia de trabalho, Luz sonhava com um planeta diferente e tinha um sonho diferente.
As vezes, sonhava acordada. Outras, dormindo.
Provérbios 21.1 diz: Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do Senhor; a tudo quanto quer, o inclina.
Ela já tinha dez anos e sabia ler. Lia de tudo.
Enquanto mais lia, mas a imaginação aumentava.
Lia bastante a bíblia e imaginava como seria aquele tempo.
Jesus poderia ser até verde, que ela o amava assim mesmo.
Adorava-O de todo seu coração.
Seus escapes da realidade, ia principalmente para a Nova Jerusalém, onde iremos um dia.
“Ai eu caso, meu marido compra um sítio próximo a uma cidade grande. Na cidade grande, estudo para ser professora. Trabalho como professora e sou a melhor professora de lá. Depois, me transformo em Diretora...”
A lata d’água fez: “bluft” no chão.
Ela olhou aquela água quando refez do susto. 
“Eu não quero que meus sonhos vão por água a baixo”. Pensou. 
Mas até a realidade, naquele lugar, cujo nome era Encantado, era mágica.
Parecia um sonho-realidade a realidade como se fosse um sonho.
11
Vitória de três anos, veio a seu encontro:
- Luz, você é trabaiadeira! Disse ela, com os olhos vivos.
Luz olhou para aquele cabelo de índio. Pensou: ”Cada irmã, de um jeito. A Sonia, com cabelo loiro que nem a mãe. Eu, cabelo pixaim igual ao pai e Vitória, cabelo lisodo Vô.”
Era sábado.
Foi ao quintal. A roseira estava repleta de rosas.
Lembrou-se que Deus fez tudo. Quando Deus estava formando aquele botão de rosa, deixou um pouco se Si nele. Em toda a Terra, a gente encontra a presença de Deus.
Até no tempo ruim, Deus está lá. Te guardando, livrando e dando uma lição.
Mãe, vou ver se acho uns coquinhos e milho de galinha.
Saiu pelas capoeiras.
“E se tudo fosse verde? Se em vez da gente ir atrás dos coquinhos, tivesse bastante fruta?”
Era seca. O sol tinia no céu.
Luz imaginou um mundo onde a gente não trabalhava. Onde existia paz e união.
Lembrou-se da Nova Jerusalém.
Mas ela queria esse novo lar, agora.
Sentou-se embaixo de um pé de umbu. Fechou os olhos.
Se imaginou voando para o céu. Ela e uma porção de irmãos. Seguindo o cavalo branco de Jesus.
Um dia Jesus viria. Acabaria com a seca. 
Lá no céu não tem sofrimento, só paz.
Outro dia, lá foi ela, buscar água.
Devia ter outros planetas, outros lugares melhores.
Imaginou o planeta das cores: Tudo colorido.
As folhas das árvores eram de várias cores, o céu furta cor, bichos rosa, azuis, verdes, lilás, amarelos e vermelhos.
A onça, era toda colorida. O tatu, com listras variadas. 
As galinhas de várias cores, botavam ovos desenhados como obra de arte.
Na lição de arte, ela desenhou este mundo diferente.
12
Professor Leonardo não entendeu nada. Nem era para entender.
Ela lia tudo.
Professor Leonardo emprestava livros e ela devorava.
Imaginou Jesus, andando de seu lado e Afrodite do outro.
Ela “conversava” com os dois em pensamento.
Ela ia na estrada em direção a casa da Tia Ester.
A poeira pintava as árvores de vermelho.
Quando passava um carro, levantava uma nuvem de poeira.
Tia Ester, recebeu-a de braços abertos.
Cantaram hinos, leram a palavra do Senhor e falaram de Jesus.
De repente, a chuva caiu.
Tia Ester, fez pipoca. Parecia que a chuva estava dentro da panela.
Dali a pouco, passou a chuva. Um arco íris enfeitou o céu.
As duas absortas, olharam-no.
Como Deus é lindo!
- Luz, no céu vai ser mais lindo. Disse Tia Ester.
As duas conversaram sobre o que Jesus fez.
Seu pai já era Diácono. Sua mãe, regente do círculo de oração.
Ela e as irmãs, formavam um Trio e cantavam para Jesus.
Depois que aceitaram a Jesus, sempre houve chuva e boa colheita.
Luz gostava da Tia Ester. Gostava da Escola Dominical e das histórias que a Tia contava.
A Tia era professora na cidade.
Na volta, ela imaginou num planeta onde cada árvore dava todas as frutas.
Jaca, coquinho, manga, banana, laranja, uva e outras frutas numa árvore só.
A gente comia o que tinha vontade.
Outras árvores davam bolachas, doce, requeijão e macarrão.
Tudo que precisava, estava nas árvores.
Cada árvore era variada de alimentos ou frutas.
Ano que vem, ela iria estudar na cidade. Iria de bicicleta com as amigas.
13
Imaginou uma bicicleta de quatro rodas, tipo um carro.
Ela pedalava sentada no meio e a bicicleta andava.
Ah, a bicicleta tinha asas. Se ela estivesse com pressa, era só voar.
Orou o pai nosso. Falou com Jesus sobre seus sonhos e porque nunca falara nada com ninguém.
O sol escondia atrás da serra azul.
A serra longínqua, limitava o horizonte. Mas não limitava seus sonhos.
Pedalava de bicicleta, imaginando que voava. Ia apressadamente para chegar em casa.
Leu até escurecer.
Dormiu.
Sonhou que casava e morava em outra cidade.
Seus filhos no caminho do Senhor e ela fazendo a obra.
Almas salvas, libertas e curadas.
Acordou. Foi lavar roupa.
Afrodite a acompanhava “conversando” com ela.
Ela contava os sonhos para Afrodite.
“Sonhos malucos”. Dizia sua amiga imaginária.
“Maluco nada, um dia, realiza”. Disse Lucélia.
“Para realizar um sonho, precisa ter fé, estudo e trabalho”. Disse Afrodite.
E lá ia ela, com a bacia de roupa até o tanque. Chegou lá, começou a lavar. Cantarolava hinos para Jesus.
As brancas, colocava para quarar com anil.
Enquanto quarava, ela brincava. Afinal, era criança.
Pegou dois gravetos e disse:
- Eu sou o anjo Gabriel. Maria, Deus vai te dar um filho e se chamará Jesus.
O outro graveto respondeu:
- Cumpra em mim o que Deus quiser. Que seja feita a vontade de Deus.
14
Pegou um terceiro gaveto, José:
- Ah não, eu não posso me casar com ela!
- O filho que ela está gerando é do Espírito Santo de Deus. Não temas recebe-la como esposa. Disse o anjo.
Um bem te vi assustou-a:
- Bem te vi, olha você aí, eu vi!
Ela deu risada. Enxaguou a roupa e foi embora.
A lua marcara um encontro com o sol. Estavam próximos. Lua de dia.
Um dia, vai ter o casamento do sol e da lua. As estrelas vão ser os convidados...
15
SONHOS ABSURDOS
Sonhou que pilotava um avião.
Tinha sete turbinas. Cada turbina, uma fumaça de uma cor. Ela fazia acrobacias e deixava o céu todo colorido.
Eram caracóis, letras e espirais coloridos.
Acordou.
Orou a Jesus. Pediu que ele realizasse seus sonhos. Pelo menos, os mais normais.
No outro dia, imaginou que ganhava três mil reais todo mês.
Deus provia, sem ela saber como.
“Mas eu só tenho onze anos.”
Sonhou que aprendia japonês enquanto dormia. Além de japonês, outras línguas também.
Imaginou-se sempre viajando e vivendo do evangelho.
Visitando outros países, outros planetas.
Sendo a primeira mulher a pilotar um foguete.
Imaginou-se sendo uma sereia de asas.
Nadava até o fundo do mar. Depois, alçava voo até as mais altas montanhas.
Mergulhava e voava.
“È bom sonhar, mas é bom a gente estudar também e conhecer a fundo as coisas.” Disse ela em pensamento.
Chegou em casa, pegou o caderno e começou a escrever aquelas histórias malucas.
Começou a escrever. Fez uma bela história e mostrou para a mãe.
- Interessante! Disse Raimunda. Continue escrevendo!
O pai era tropeiro. Sempre levando os burros cheios de cargas e vendendo as mercadorias.
“Onze anos. Sou uma moleca de onze anos e com a vida toda pela frente. Preciso estudar, para ser gente. Ser professora”
Imaginou-se atravessando a parede.
E quando chovesse, deveria chover doce, fruta, dinheiro. Menos canivete!
16
As chuvas lavavam a terra. As enxurradas, arrastavam tudo pela frente.
Imaginou Deus. Dentro de uma enorme máquina de botões, controlando tudo.
As coisas deviam se farem sozinhas: As louças se lavarem, a roupa, se lavar e se passar, a comida, cozinhar, o vento, varrer o chão...
As árvores bem que pediam ter pés como gente e dançar literalmente.
E lá estava ela, indo para a escola na cidade.
Estava na quinta série.
Lia não, devorava tudo que tinha letra.
A Professora viu suas histórias. Trazia livros e mais livros.
O nome da cidade: Educaz.
Ali era pobre, mas eles incentivam aos estudos.
“Educaz, estude e seja capaz” Pensava ela.
Estavam construindo um hospital em Educaz.
Ela falou com Dr. Lucas, o Prefeito da cidade, para fazer um prédio gigante, onde teria todo tipo de médico, remédio e exame.
Dr. Lucas ajeitou o bigode e com seus olhos penetrantes, falou:
- Menina, você está no mundo da lua!
Fizeram o hospital simples e térreo.
Na inauguração, a Igreja foi chamada para fazer um culto. Deus falou pela Palavra, que ficou no coração de Luz.
“Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.
Luz entrou na mata para buscar lenha.
O beija flor bailou em sua volta. Ela sorriu.
Viu a luz do sol atravessar as árvores e formar raios.
As árvores faziam vários desenhos.
Chegou em uma árvore caída e seca. Quebrou os galhos e fez um feixe de lenha. Amarrou com caroá. Colocou o feixe de lenha na cabeça.
Em outra árvore, uma fileira de formiga saúva, carregava as folhas. Entendeu.
Pegou o feixe de lenha e foi embora.
Da mata, ouvia-se a orquestra dos bichos.
17
Ela escrevia suas histórias e sonhos num caderno.
A professora de Português, incentiva-a a ler e escrever mais.
Na cidade Educaz, o prefeito inaugurou uma biblioteca.
Ela fez uma carteirinha e pegava sempre livros.
Os caminhões “pau de arara”, levavam e traziam os alunos da roça. Estavam evoluindo...Luz estudava de manhã. O caminhão chegava seis horas e pegava todos dos povoados.
Eles iam na algazarra de adolescentes. As amigas gostavam dela.
À noite, iam na Igreja. Fazia parte do Grupo de adolescentes. 
Era a solista. Voz harmoniosa, como de um rouxinol.
Lágrimas caíam.
Almas se rendiam aos pés do Senhor.
Jesus lá do alto, vendo e aprovando tudo. Toda glória a Ele.
Ela sonhou dormindo, que era dona de uma fábrica de doces. Seus doces eram anunciados nos veículos de comunicação. Ela era a presidente da fábrica, com onze anos.
Maioridade? Que nada! Ela já agia como se fosse adulta.
Vestido longo, salto alto. Lá ia ela, requebrando.
Toda polida, dava ordem aos funcionários.
- Sim, Dona Luz!
- Luz! Ouviu uma voz chamando. 
- Luz!
Ela acordou sobressaltada:
- Que foi, mãe?
- Ora de ir para a escola!
Tomou café e pegou um pedaço de cocada de coquinho. Para da próxima vez, o sonho voltar melhor.
Na escola, ela encenou uma peça de teatro. Ela dera as dicas para a Professora escrever.
Seu personagem, usava três chapéus sobrepostos. Um vestido colorido e uma sandália de couro cru.
O nome: Aleivosia.
Ela saía dançando e espantando os outros.
Músicas folclóricas eram entoadas.
No final da história, Jesus vencia a aleivosia.
18
SONHOS DE DEUS
Seu aniversário de 13 anos, foi uma surpresa que os jovens lhe fizera.
Naquele dia, ela foi na Igreja. O culto transcorrera normalmente.
No fim, louvaram e trouxeram o bolo. Chamaram Luz e falaram:
- Surpresa!
Oraram pelo bolo, enquanto ouviam uma música Gospel. Todos saborearam o bolo.
Seus pais e as irmãs, posaram para a foto.
Luz começou a fazer o discipulado. Ia se batizar.
Ela, Gracinha e Miriam, suas amigas.
Os rapazes: José, Daniel e Amarildo.
Cada aula, ela aprendia sobre o sacrifício de Jesus e Seu amor por nós.
O batismo: 17 de agosto as 15:00.
O pai já estava equipado com máquina fotográfica.
Sonia a irmã, nesta época tinha dez anos.
Vitória trazia um vestido longo, rodado e branco. Um arco florido, enfeitava lhe o cabelo.
A mãe, de vestido verde e o pai, de preto.
Foram batizados um a um. A água era fria. Ela sentiu uma paz imensa.
- Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo! Disse o Pastor Paulo.
Mergulhou-a na água.
Quando saiu, seu corpo estremeceu. A língua enrolou, falando mistérios.
Muitos jovens também falaram em línguas.
O mais lindo, foi uma senhora de setenta anos que aceitara Jesus e se batizava. Nunca é tarde para Jesus operar.
No outro fim de semana, eles iam para a Igreja de Irecê.
Deus lhe mostrou uma Igreja cheia de galerias. Uma cabine onde um irmão controlava o som e filmava.
“Eu vou sentar na galeria”, disse ela para si, convicta.
19
O ônibus pulava igual canguru. Cada buraco... Parecia que haviam jogado umas bombas na estrada.
A eletricidade havia chegado aos rincões. Existia água encanada do posto artesiano, na cidade. O prefeito que era “Pafrentex”, fez implantou na cidade o tratamento esgoto.
Meu Deus, como Educaz evoluiu!
O verde da chuva, coloria o caminho. Flores e frutas e um cheiro agradável.
À noite, chovera.
“Êta Irecê longe...”
O ônibus ia. Ela nunca tinha ido tão longe! Seus pais e as irmãs, iam também.
“Irecê, irei ser...” Disse ela com os zíperes, botões e colchetes da roupa.
Avistou a cidade. Um mundaréu de transito organizado. Semáforo e guarda de transito.
Chegou na Igreja.
- Mãe, eu quero ficar na galeria! Disse Lucélia, ainda no ônibus.
A mãe ficou em silêncio.
Para a honra e glória de Jesus, realmente a galeria era do jeito que Deus lhe mostrara.
Seu pai que era Presbítero, foi para o púlpito. Sua Igreja foi para a galeria, onde tinha banco para sentar.
Os instrumentos e o coral, cantavam hinos a Deus. Foi lida a palavra.
Foi lido em Mateus 13.8:
- E outra semente caiu em boa terra, e deu fruto: Um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.
O Pastor explicou que a semente é a palavra de Deus e a terra é o nosso coração. Se o nosso coração receber bem a palavra e guardar, Jesus opera maravilhas.
Mas não é só guardar a palavra. Tem que fazer o querer do Senhor. Às vezes, chorando. Outras, doente, com sede, com fome...Mas se Jesus falou, tá falado!
Lucélia, embevecida, fechava os olhos e as lágrimas caiam.
A mãe, glorificava. Suas irmãs, ficavam sérias, prestando atenção.
Quem pregou foi seu pai.
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A Palavra: Romanos 8.1:
-Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
A cada explicação, Luz abria seus olhos.
A Igreja glorificava.
Era uma mistura de Teologia, comandada pelo Espírito Santo.
A Igreja estava coalhada de gente.
Tinha muito católico e macumbeiro. No fim, todos aceitaram Jesus.
Chegaram em casa eram zero hora. Luz ainda achou um tempo para escrever uma história. Deus também lhe dava poesias, peças e outros escritos.
O que ela mais escrevia, eram as histórias que Jesus lhe dava.
E Deus lhe concedera os dons e os frutos do Espírito Santo.
Luz sempre ajudava a mãe em casa. Era uma exímia dona de casa.
Lavava roupa e passava melhor de que ninguém.
Aos domingos, saía com o grupo de evangelismo.
Seu poder de persuasão, convencia até os corações de bronze.
A Igreja cresceu tanto, que abriram uma filial no bairro Rio da Vida.
Lá em Encantado, abriram outra filial.
Em encantado Luz foi trabalhar para Jesus.
Era um prazer e não um dever.
Um serviço que lhe dava muita alegria.
Na Igreja, ela lia as histórias que Jesus lhe dava.
O povo glorificava: 
- “Que Jesus lindo!”
As irmãs em Cristo, começaram a chama-la de Missionária.
Ela, (Como Jeremias), disse um dia para Jesus:
- Eu sou uma criança, não sei falar...
Mas Deus fez ela entender o seu chamado e aceita-Lo, apesar da idade.
Houve uma reunião com os pastores de Encantado, Educaz e Irecê. Eles queriam ungi-la para ser Missionária.
- Isso é absurdo! Uma criança! Disse Afonso, o Pastor de Irecê.
- Mas Jesus já ela em curas e maravilhas. Disse o Pastor de Educaz.
21
Através de suas pregações e histórias que Jesus lhe dava, muitas almas foram salvas. Disse o Pastor de Encantado.
O Pastor de Encantado calou. Cabia a ele a decisão. Um voto a favor, um voto contra. E agora?
Lembrou-se quando a menina Luz, começou a estudar na cidade, na quinta série.
Todos os seus colegas, haviam aceitado a Jesus.
Quer uma prova maior do que esta?
Rabiscou no papel um SIM e continuou em silencio.
Os três bateram palmas.
No dia da unção, foi explicado o motivo da escolha.
Como um dia Davi foi ungido quando Criança, Deus poderia ungi-la.
Pegaram o azeite e derramaram literalmente na cabeça de Luz.
Era um azeite perfumado de mirra. Os fios desciam sobre sua testa e sobre seu vestido branco.
Foi lido o salmo cento e trinta e três.
O seu pai, tirou foto.
As irmãs foi abraça-la. Unidas pela causa de Cristo.
A mãe vertia rios de lágrimas.
A Igreja era só glória.
Uma andorinha entrou pela porta, sobrevoou a Igreja e saiu pela janela.
O Pastor chamou Luz e Seu pai e disse:
- Vocês vão para Irecê. O Senhor vai ajudar o pastor de lá e Luz vai pregar o evangelho. Ela enquanto estiver de menos, ficará sob sua responsabilidade.
Lá se foi a mudança, no caminhão grande de carroceria aberta. As crianças, na cabine. Os pais, na carroceria.
Seu Tio Antônio, dirigia o caminhão.
Seu pai deixou a terra arrendada. Não dá para prever o futuro.
Em Irecê, eles iriam morar num sítio e seu pai, seria o capataz.
Luz ia louvando ao Senhor.
As árvores passavam depressa, dando a impressão que elas é quem viajavam.
Vilas cidades e povoados. Tudo ficava para trás.
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Irecê é tão longe...
Lá, ela cuidaria das ovelhas. O pai só ensinou.
Ela pegava uma vasilha de milho e ia chacoalhando. As ovelhas vinham atrás. Quando chegava onde tinha água, colocava água no cocho e elas bebiam. Luz alisava seus pelos, elas gostavam. E nenhuma se perdia.
- Bébé, bébé, bébé! Ia ela, chacoalhando a vasilha. As ovelhas, num balido triste, acompanhavam-na.
Dali até Irecê era perto. O ônibus fretadopela Prefeitura, buscavam os alunos.
O pai já conseguira comprar um caro.
Jesus operava maravilhas.
Lá tinha um poço artesiano que irrigava a plantação e servia para uso da família.
Aos sábados e domingos, Luz saía a convidar as amigas e colegas para a Igreja.
Os trabalhadores daquela fazenda, também aceitaram a Jesus.
Naquele povoado, cujo nome era Boa Terra, o Pastor Trajano, pai de Luz, fundou uma Igreja.
Os trabalhadores da fazenda, congregavam lá. Até os fazendeiros e os empregados de outras fazendas, aceitaram Jesus e congregavam lá também.
A Palavra de Deus, era plantada nos corações.
Luz aos domingos, saía com outros missionários pelos rincões.
À noite era acrescentado de cinco a dez pessoas.
A Igreja ficou pequena. Fizeram uma Senhora Igreja.
O Nome do Senhor Foi exaltado.
23
FLORESCER
Quinze anos. Teve a festa de debutante. Luz, vestida de Rosa, com uma coroa de flores na cabeça.
O bolo de três andares era colorido: Cada andar de uma cor.
Um andar verde, pois ela gostava da natureza. Outro andar, amarelo, pois ela estava sendo provada como ouro. Outro andar, branco. A vida da família era de paz e harmonia.
Luz era a calma em pessoa. Nada lhe tirava do sério.
Primeiro Colegial. 
Suas histórias eram publicadas no Correio do Sertão.
Muita gente lia as histórias e escrevia para ela.
Assim, ela começou a fazer a obra do Senhor por carta também.
Em todo tempo, não deixava faltar uma boa palavra da parte de Deus, para confortar os corações.
As frutas eram fartas: Umbus, mangas, jacas, mangas, bananas e laranjas. No sítio tinha de tudo.
Um pouco de meus sonhos, estão se realizando, pensou ela.
Mas eu não vou deixar de sonhar e nem de escrever.
O que Jesus mandar escrever, escrevo, Quando vier o sonho, sonho.
Mas eu vou fazer o querer de Deus.
Pegava o ônibus à noite e ia para a escola, na cidade.
A professora elogiava-a. Ela sempre Tirava nota dez, desde criança.
O Pastor disse-lhe um dia:
- Reúne suas histórias e suas poesias. Vamos publicar um livro. Não se preocupe, a Igreja te ajuda. A única coisa que você tem que continuar fazendo, é trabalhar para Jesus.
Ela não respondeu. Conversou com seu pai e com Deus. Pediu confirmação do céu.
Um dia ela teve um sonho: Um livro sendo folheado. Quando ela fechou o livro, estava o título e o nome dela.
CONVITE
Convidamos a todos, para no dia 17 de agosto, virem ao lançamento do Livro: “Asas e Sonhos” de Luz Câmera.
Na Igreja de Boa Terra.
24
O livro foi um sucesso. As livrarias pediam centenas para a editora.
Luz ia nas Igrejas. Pregava e contava suas histórias.
Este sonho, ela nem tinha sonhado.
Mas o que não subiu ao coração do homem, é o que Deus tem preparado. I Coríntios 2.9.
Luz continuou estudando.
Sonhava também. Ela orava e Deus lhe dava visões espirituais.
Tudo se concretizava.
- Pelo amor de Deus, não me idolatrem. - Dizia Luz.
Ela tem razão. Devemos louvar só a Jesus.
Mateus de dezessete anos, lhe disse um dia:
 - Estou orando por nós.
 - Continue. Disse Luz.
Luz parecia inacessível. Todos os jovens de sua idade, namorava. Ela não. Só pensava em Jesus.
A mãe Raimunda, aconselhava-a. Na Igreja, o Pastor aconselhava os jovens.
Cada vez que lia a bíblia, conhecia melhor este Jesus que lhe amava de tal maneira, que morreu por todos nós.
Como era lindo!
Louvores, hinos, palavra...
E no culto, Deus a arrebatava.
Um dia, o arrebatamento foi tão profundo, que o culto terminou e ela ficou de olho fechado.
- Está arrebatada! Disse o Pastor.
Quando ela voltou, contou coisas inexplicáveis sobre o céu.
Os irmãos ficaram com temor. Levaram Jesus mais a sério.
Ela era Missionária, mas no dia do ensinamento, o Pastor em quem ministrava.
A seca era grande.
Os irmãos oravam, pedindo chuva.
Os católicos a seu modo, faziam penitências.
25
Um dia, ela foi numa Igreja Católica, falar com o Padre:
- Olha, aceite a Jesus. Tire os santo do altar. Deus não está se agradando de sua idolatria. É por isso que tem tanta seca.
- A primeira Igreja que surgiu, foi a Católica. Disse o Padre.
Ela abriu a bíblia em Atos e mostrou para ele, que na Igreja Primitiva, não existia imagem.
- Faz um teste: Tira este Jesus e estes santos. Se vier chuva, é que Deus quer sua Igreja salva. Disse Luz.
À noite, o Padre revirou na cama. Aquelas palavras o incomodavam.
No outro dia na missa, falou para os católicos adorarem em Espírito e em verdade e tirou as imagens.
Dali a pouco, uma chuva linda e forte, começou a cair.
Ele disse aos católicos:
- Eu aceito Jesus e transformo esta Igreja, numa Igreja de crente. Vou compra-la da Igreja Católica, tirar a cruz lá do alto.
Os irmãos católicos, disse que iam apoiá-lo.
E ele fez assim.
Foi excomungado da Igreja Católica. Mas ele sabia que seu nome estava escrito no livro da vida.
E de Padre, passou a ser Diácono.
Os católicos aceitaram a Jesus.
Quando Deus mandou Luz junto com os irmãos e Pastor, Para falar de Jesus para uma Macumbeira. A Macumbeira quis desafiá-los.
Eles se consagraram novamente, até o dia do desafio.
Jesus venceu. A macumbeira e todo terreiro de macumba, aceitaram a Jesus.
A obra crescia. Jesus operava maravilhas. Igrejas eram abertas.
Que Jesus lindo!
Luz continuava a ajudar seu pai no sítio e a mãe na cozinha.
Trabalhava até as vinte e duas horas e levantava às cinco.
Sempre achava um tempo para escrever suas histórias, orar e ler a bíblia.
Vencia os vendavais e as tempestades, firme com Jesus.
Esperava Nele e confiava. Sabia que a Vitória viria.
Apesar de ser sonhadora, a vida não era “Um mar de rosas”.
26
No quintal, tinha um jardim. Ela cuidava das plantas: Flores, pés de chás e pés de frutas. Toda manhã ia com o regador, cuidar.
Depois, iam para a roça.
Lá também tinha água encanada.
Deus lhe dava histórias em casa ou em outras horas do dia.
Muitas, ela escrevia. Outras, guardava para si.
Os sábados e domingos eram do Senhor.
Os cultos da semana à noite, pertencia a Jesus.
Naquela noite, ela sonhou com uma irmã que lhe dizia:
- Vá e pregue. Você vai viver da obra. Espere ficar de maior e se casar. Deus proverá.
Aquela voz foi tão audível... Ela acordou. Tudo escuro.
Foi até lá fora. Olhou as estrelas. Lembrou de Abraão.
Na verdade, seus pais saíram de sua terra e foram para Irecê.
Um corisco chispou o céu.
A estrela Dalva brilhava grande no horizonte. 
As três Marias estavam juntas, para não se perderem.
O Cruzeiro do Sul foi parar na bandeira do Brasil.
Aquele céu foi Deus que fez. Ele conhece cada estrela pelo nome. Cada galáxia, cada planeta...
Lembrou dos sonhos de Criança. Pensou:
“E eu continuo sonhando...”
27
REALIZAÇÕES
Dezoito anos. Corpo de moça. Sempre de cabelo alisado.
Sonia, sua irmã, estava com quinze e Vitória com dez.
As três continuavam louvando ao Senhor.
Luz era mil e uma utilidades, não se cansava de trabalhar.
Daniel e ela oravam desde que ele tina quinze e ela dezessete. Mas Deus não havia respondido.
Ela, temente a Deus, não quis namorar sem a permissão de Deus.
O livro havia esgotado. Agora ela dedicava exclusivamente a fazer a Obra de Deus.
Continuava a sonhar e escrever.
Numa noite, teve um sonho: Ela vestida de noiva ao lado de Daniel.
Orava e continuava a buscar confirmação.
Ela temia a Deus.
No ensaio dos jovens, Daniel a chamou em particular:
- Sonhei que você estava vestida de noiva a meu lado. 
As lágrimas brilhavam no rosto de Luz.
- Que foi?
- Nada...
- Então vamos continuar orando?
- Olha, se for para namorar, eu não quero enrola, quero casar!
- Vou falar com seu Pai, disse Daniel.
- Primeiro, vamos falar com Deus.
Oraram e tiraram a palavra saiu em Cantares 2.
- Significa que Jesus é a Rosa de Sharon e o Lírio dos Vales Disse Luz.
- Mas Cantares é uma alusão ao amor. Disse Daniel, apaixonado.
- Está bem, eu falo com seu pai. Só namoro você na sua casa. Vamos ser prudentes, é melhor.
Domingo. As nuvens anunciavam chuva.
Lá ia Daniel, engravatado, perfumado e apaixonado.
Chegouna casa do Seu Felizmino. Raimunda lhe ofereceu café.
Luz, Sonia e Vitória, estavam na cozinha. Os dois, na sala.
28
Daniel, não sabia o que falava:
- Vim pedir para... ca-ca-casar com su-su-sua filha. Disse nervoso.
- Não precisa avexar, Daniel, vocês são jovens, é natural! – Disse Seu Felizmino.
- Então o Senhor aceita?
- Com muito gosto!
Ficaram quietos, depois, seu Felizmino chamou:
- Raimunda, traz o café. Luz, venha cá!
Raimunda levou o café e foi para a cozinha. Luz foi para a sala.
- Está aprovada, minha filha. Você agiu como uma moça temente a Deus! Disse Seu Felizmino.
Luz continuou a fazer a obra do Senhor. Daniel também. Sempre sobrava um tempo para eles. Os pais iam junto, supervisionando.
Daniel tinha vinte anos. Seus pais eram arrendatários, numa fazenda vizinha.
Ele juntou dinheiro desde os quinze. Queria comprar uma chácara.
No dia da Formatura do Terceiro Colegial, Luz declamou:
ASAS E SONHOS
Estudante,
Movendo Asas e Sonhos,
Na esperança de um dia, tocar o céu com o dedo.
Ampliar horizontes, 
Subir os montes da imaginação.
Calculando tudo
Com os pés no chão.
Saber que Deus
Te iluminou o tempo todo.
O Criador te capacitou.
Saber a química dos átomos,
Que não estão em inércia.
A matéria, coisa séria.
29
Entender todo Universo
E viver o mundo 
Com olhos críticos.
Aos estudantes,
Deixo esta mensagem.
Não esqueça que Deus
Lhes deu inteligência
Para irem além dos sonhos...
Luz Câmera
Foram distribuídos os diplomas.
 Ela e Daniel, não dançaram. Ficaram quietos, orando. Oraram por tudo: Principalmente, seus amigos desde criança.
Sua família também orou.
UMA VIDA TODA PELA FRENTE...
À noite, Luz também orou, agradecendo a Deus, por ter realizado alguns sonhos.
Orou pela família, vizinhos, família de Daniel, enfermidades, presidiários e tantos outros...
Olhou e viu uma vaca e um bezerrinho. Estavam lado a lado. O bezerro estava bem crescido e ainda mamava. A vaca parou e o bezerro mamou.
Luz começou a pensar como Deus é bom!
Tudo é feito com permissão Dele, para que Seu nome seja exaltado. E o ser humano descobrisse como é pequeno e dependente de Deus.
Chegou o dia do casamento.
A Igreja estava toda enfeitada de flores e frutos naturais.
No portal onde a noiva ia aparecer, havia uma árvore artificial com diferentes frutas naturais.
Abriu-se a porta da Igreja.
A noiva de roupa mais branca que a neve e um véu cheio de babado, apareceu.
Na cabeça, rosas feitas com meia de seda. Trabalho de habilidosa artista.
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A dama de honra, ia na frente, jogando pétalas de rosas.
O pai pegou em seu braço.
Ela tremia de emoção.
Lembrou-se do arrebatamento da Igreja, onde a noiva que é a Igreja, vai se encontrar com o noivo Jesus Cristo.
Sapato branco e baixo, para ela não cair do salto.
O pai, todo de branco, pois a paz de Cristo, excede todo entendimento.
O noivo, de branco.
Por que tanto branco?
Porque o branco tem todas as cores.
Lá se foi. Luz em Direção a Daniel.
Luz brilhava por dentro e o brilho vinha de dentro para fora.
No rosto, via a luz de Jesus.
Na testa, o sinal de nascença, de boa sorte.
A sorte era Jesus na sua vida.
Esse sim, é que dá muita sorte, saúde, paz e tudo que você quiser.Os convidados estavam comovidos com o casório. Todos unânimes em falar que Jesus é Fiel!
A marcha nupcial foi tocada.
Os passos curtos dela com seu pai ao altar, parecia a fé remove montanhas.
Chegou ao altar.
Daniel tomou-a pela mão e disse baixinho:
- Jesus nos ama!
“Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome. Venha nós o Teu reino, seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia, nos dai hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Não nos deixeis cair em tentação. Mas livre-nos do mal. Amém” Orou ela, em espírito.
O Pastor fez o casamento.
Lágrimas de pérolas, brilhavam nos rostos.
Os noivos, entraram no carro. As latas amarradas pelos jovens, fizeram barulho.
Fogos enfeitavam o céu, anunciando a todos da fazenda que Deus é amor.
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As irmãs de Luz ainda mocinhas, louvavam ao Senhor com o hino:
DEUS ABENÇOA
Ele é a Rocha eleita
A Ele devemos louvar.
Um dia, Ele virá.
Com o Seu cavalo branco
Nas nuvens anunciando:
Vim buscar os escolhidos,
Os lavados e os remidos.
No céu vai ter festa
Alegria e felicidade.
Ordem e tranquilidade
Saúde e prosperidade.
Prosperidade espiritual,
Pois a benção do Senhor
É a que enriquece
E não acrescenta dores.
Do passado a gente esquece.
Todos Unidos por Cristo
Lá na cidade de Luz.
E os anjos cantando:
Santo, Santo é Jesus.
E a história continua na nossa imaginação...
GILZETE MARÇAL
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