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RESUMO PROCESSO CIVIL II 3º bimestre

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RESUMO PROCESSO CIVIL II – 3º BIMESTRE
O procedimento comum costuma ser dividido em quatro fases básicas: de postulação (arts. 319-346); de saneamento (arts. 347-357); de instrução (arts. 358-484) e de decisão (arts. 485-508). Eventualmente acontecem mais duas fases a de liquidação e a satisfativa.
Petição inicial (art. 319-321).
A função jurisdicional só é exercida mediante provocação da parte interessada. Através da demanda é exercido o direito subjetivo público de ação que dá origem ao processo. A demanda (causa) é exteriorizada através da Petição Inicial que contém o pedido de providência jurisdicional. Revela ao juiz a lide e contém pedido da providência jurisdicional, que o autor julga necessária para compor o litigio. 
O autor faz duas manifestações na PI: a demanda da tutela jurisdicional do Estado, que causará a instauração do processo, com a convocação do réu; o pedido de uma providência contra o réu, que será objeto do julgamento final da sentença de mérito.
 Requisitos da Petição inicial (art. 319).
I – o juízo a qual é dirigida: indica-se o órgão judiciário;
II – os nomes, prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número do cadastro de pessoas físicas ou no cadastro de pessoas físicas ou no cadastro nacional de pessoas jurídicas, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu: são necessários para a perfeita individualização dos sujeitos da relação processual e para prática dos atos de comunicação que a marcha do processo reclama.
III- fatos e fundamentos jurídicos do pedido: todo direito nasce de um fato. Ao postular a prestação jurisdicional, o autor tem de indicar o direito subjetivo eu pretende exercitar contra o réu e apontar o fato do qual ele provém. Cabe ao autor descrever não só o fato material ocorrido como atribuir-lhe um nexo jurídico capaz de justificar o pedido constante da inicial.
A petição deve ser escrita em vernáculo (art. 192)
No Brasil adota-se a teoria da substanciação da causa de pedir, por força desta o exercício do direito de ação deve se fazer à base de uma causa pretendi que compreenda o fato ou o complexo de fatos de que se extraiu a conclusão a do direito subjetivo que passa ao primeiro plano como requisito que deve der identificado desde logo. E por força desta teoria aplica-se a petição inicial o princípio da concentração pelo qual o juiz julgará procedente ou não o pedido em face/conforme a situação descrita. Se houver outro fundamento que não foi alegado este não poderá ser considerado.
IV – o pedido com as suas especificações: é a revelação do objeto da ação e do processo. O autor pede duas medidas ao juiz: uma sentença que consiste no pedido imediato e uma tutela especifica ao seu bem jurídico que considera violado ou ameaçado que consiste no pedido mediato.
V – valor da causa conforme o art. 291
VI – as provas que o autor pretende demonstrar a veracidade dos fatos alegados cabe ao autor o ônus de provas os fatos alegados e para isto deve indicar na petição inicial os meios de prova de que se vai servir.
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação;
Após o devido exame da petição o juiz poderá tomar decisões de natureza diversa:
Determinação da citação: se a petição estiver em termos o juiz a despachará, ordenando citação do réu para responder. É o chamado despacho positivo.
Saneamento da petição: quando esta apresentar algum defeito ou vícios sanáveis, o juiz não a indeferirá de plano, este concederá um prazo para que o autor a emende ou a complete. É o chamado juízo neutro.
Indeferimento da petição: é o chamado juízo negativo. Ocorre quando a petição possui vícios insanáveis ou o autor não atende o juiz, não corrigindo os defeitos. 
Obs: o indeferimento da inicial não impede que o autor volte a propor a mesma ação (corrigindo os defeitos alegados anteriormente).
De improcedência liminar do pedido: o juiz profere julgamento de rejeição do pedido, mediante julgamento de mérito negativo imediato, independentemente de citação do réu. Este pronunciamento judicial assume natureza de sentença e desafia o recurso de apelação.
O art. 330 traz os casos de indeferimento da inicial. Que resumidamente divide-se em três espécies: de ordem formal; de inadmissibilidade da ação; e por motivo de improcedência do próprio pedido.
O indeferimento pode ser total ou parcial. Será parcial quando, houver diversos pedidos manifestados pelo autor, o despacho negativo relacionar-se apenas com um ou alguns deles, de modo a admitir o prosseguimento do processo com relação aos demais. E será total quando o indeferimento trancar o processo do nascedouro, impedindo a subsistência da relação processual. O indeferimento da inicial desafia o recurso de apelação com eventual juízo de retratação conforme o art. 331.
Improcedência liminar do pedido pode ocorrer em duas hipóteses art.332: a) quando contrariar: enunciado de súmula do STF ou do STJ; acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos; entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. Essas medidas ligam-se ao principio da economia processual, bem como a valorização da jurisprudência; e b) quando se constatar a ocorrência de prescrição ou decadência.
O pedido (art. 322-329).
É o elemento objetivo do processo. É a revelação da pretensão com dupla finalidade: obter a tutela do Estado e fazer valer o direito subjetivo em face do réu. A manifestação inaugural do autor é chamada de pedido imediato, no que se relaciona à pretensão a uma sentença, a uma execução ou a uma medida cautelar; e pedido mediato é o próprio bem jurídico que o autor procura proteger com a sentença.
O pedido põe marcha ao processo, fixa os limites do ato judicial mais importante que é a sentença. Pelo princípio da congruência, correlação ou adstrição o teor do pedido limita o âmbito de decisão de mérito a ser proferida. É dirigido contra o Estado, mas visa atingir o réu em suas últimas consequências.
A causa de pedir pode ser próxima que consiste na qualidade jurídica; e remota que consiste nos fatos.
 Requisitos do pedido (art. 322 e 324).
O pedido deve ser certo e determinado. Entende-se como certo o pedido expresso, ou seja, saber o que está pedindo, ter clareza naquilo que se pede. Não pode deixar pedidos implícitos, salvo exceções previstas em lei onde o juiz pode conhecer ex officio. Já determinado refere-se aos limites da pretensão, o autor deve ser claro e preciso naquilo que espera obter da pretensão jurisdicional. Somente é determinado o pedido se o autor das conhecer com segurança, o que pede que seja pronunciado pela sentença. Tem a ver com valor ou quantidade.
 Espécies de Pedido
Pedido Genérico: A Lei permite nos casos do art. 324, §1º e incisos de I a III.
O objeto imediato do pedido nunca pode ser genérico e há sempre de ser determinado. Porém, o pedido mediato pode ser genérico, nos casos do artigo supra citado. A indeterminação, nunca pode ser total ou absoluta. Na sua generalidade o pedido deve ser sempre certo e determinado. Não se pode, por exemplo, pedir qualquer prestação. O autor terá, assim, de pedir a condenação a entrega de certas coisas indicadas pelo gênero ou o pagamento de uma indenização de valor ainda não determinado. A indeterminação ficará restrita à quantidade ou qualidade das coisas ou importâncias pleiteadas.
Pedido de Prestações Periódicas (art. 323). 
Tem como ex: aluguéis, juros, alimentos, salários... que a doutrina chama de “obrigação de trato sucessivo”. Tudo que se deixou de pagar irá ser incluso na sentença. Trata-se de um pedido implícito. 
Pedido Alternativo (art. 325).
O pedido pode ser atendido por mais de um meio e a escolha cabe ao devedor. É o que reclama prestações disjuntivas ou uma prestação ou outra. A alternatividade refere-se ao pedido mediato, ao bem jurídico que o autor pretende extrair da prestação judicial. Por exemplo,um depositário que pede a restituição de um bem ou o equivalente em dinheiro.
Pedido Subsidiário ou Eventual (art. 326).
Quando o primeiro pedido por algum motivo não pode ser atendido e então pede uma outra opção. É no mesmo pedido. Trata-se de uma situação fática. Pode se dar tanto em pedido imediato ou mediato. Há um pedido principal e um ou vários subsidiários, que só serão examinados caso o primeiro não venha a ser atendido.
Pedidos Cumulados (art. 327).
Quando juntam num mesmo processo duas demandas que poderiam ser propostas separadas. É uma cumulação de ações, pois cada pedido distinto represente uma lide a ser composta pelo órgão jurisdicional. O art. 327, § 1º traz os requisitos legais para a cumulação de pedidos:
Os pedidos devem ser compatíveis entre si, juridicamente há de existir a conciliação entre eles;
O juízo deve ser competente para todos os pedidos;
O tipo de procedimento deve ser adequado para todos os pedidos, não há como cumular pedidos de um processo de execução com um de conhecimento;
A cumulação pode ser simples: o acolhimento de um não implica, necessariamente, o acolhimento do outro; pode ser sucessiva: o acolhimento de um pedido pressupõe o do pedido anterior; e superveniente: quando ocorre a denunciação da lide ou chamamento ao processo no curso da ação principal
Pedido com Prestação Indivisível (art. 328).
Quando vários credores são titulares de uma relação jurídica que representa obrigação indivisível. Qualquer um deles é parte legítima para satisfazer a obrigação.
Pedidos Implícitos 
Exemplos: art. 323; arts. 82, § 2º, 85 e 322, §1º; art. 398 CC
Da Defesa do réu (art. 335-343).
É forma de exercício do direito público de defesa, através da resistência à pretensão do autor. O réu não é “obrigado” a responder, a ele incumbe apenas o ônus da resposta. O réu pode ter três ações distintas: permanecer inerte, dar resposta ou reconhecer a procedência do pedido. A resposta do réu deve ser formalizada em petição escrita, no prazo de 15 dias, subscrita por advogado, endereçada ao juiz da causa (art. 335).
Quando ocorre litisconsórcio passivo o prazo é comum a todos. Só há prazo separado quando cada réu manifesta o desinteresse pela conciliação em petição distinta. O inicio do prazo de resposta só se verifica após a citação do último litisconsorte documentada por uma das formas previstas nos incisos I a VI do art. 231, caput.
 Princípios Aplicáveis à Defesa
a). Princípio da Concentração (art. 336): deve alegar toda matéria de fato e de direito. Não se pode esconder nada, ou deixar para alegar depois. No caso de fatos novos aplica-se o art. 342.
b). Princípio da Impugnação Específica (art. 341): cabe ao réu impugnar ponto a ponto da afirmação do autor sob pena de o juiz considerar verdadeira a alegação do autor e dispensar a produção de provas. A este princípio cabe exceções aquele o qual é designado um curador especial, pois a este é liberado a contestação por negativa geral.
c). Princípio da Eventualidade (art. 337): é como se dissesse “trata-se disso, porém se o juiz entender desta outra forma é assim...”. Mesmo que já havia coisa julgada deve fazer a defesa sob pena de não ter decisão de mérito.
3.2. Espécies de Defesa
Entre as partes do litígio duas relações jurídicas distintas podem ser apreciadas:
a). a relação processual, que é ordem pública e nasce da propositura da ação, vinculando autor ao réu;
b). a relação de direito material, que é objeto da controvérsia existente entre as partes que configura o mérito da causa, comumente de natureza privada. Identifica-se pela causa pretendi e pelo pedido que o autor formula na petição inicial.
Quando o réu responde o autor, tanto pode defender-se no plano da relação processual (preliminares) como no direito material (questão de mérito).
3.2.1. Defesa Processual
Tem conteúdo apenas formal, pode também ser chamada de defesa de rito. É indireta, porque ela visa obstar a outorga da tutela jurisdicional pretendida pelo autor mediante inutilização do processo, do instrumento que se valeu, sem a oportunidade para a composição da lide, sem a apreciação de mérito pelo juiz. São exemplos dessa defesa as que invocam a inexistência de pressupostos processuais ou de condições da ação. (art. 337).
Porém, nem todas defesas processuais visam a total e imediata inutilização do processo, razão pela qual elas podem ser subdivididas em peremptórias e dilatórias.
a). São peremptórias as que levam o processo à extinção, como a de inépcia da inicial, ilegitimidade da parte, litispendência, coisa julgada, perempção etc. (art. 485). O vício do processo é tão profundo que o inutiliza como instrumento válido para obter a prestação jurisdicional.
b) São dilatórias as defesas processuais que, mesmo quando acolhidas, não provocam a extinção do processo, mas apenas causam ampliação ou dilatação do curso do procedimento. Assim, quando se alega nulidade da citação, incompetência do juízo, conexão de causas, deficiência de representação da parte ou falta de autorização para a causa, ou ausência de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar (art. 337, I, II, VIII, IX, XII), em todos esses casos a defesa provoca apenas uma paralisação temporária do curso normal do procedimento, enquanto o obstáculo processual não seja removido. 
Ambas alegações devem ser feitas em preliminar de contestação (art. 335).
3.2.2. Defesa de Mérito
Quando o réu ataca o fato jurídico que constitui o mérito da causa. Pode atingir tanto o fato arguido pelo autor (quando, por exemplo, nega a existência do dano a indenizar), ou suas consequências jurídicas (quando reconhecido o fato, nega-lhe o efeito pretendido pelo autor). A defesa de mérito é direta “porque é dirigida contra a própria pretensão do autor e objetivando destruir lhe os fundamentos de fato ou de direito”. É a negação do fato constitutivo do direito do autor. 
Porém, pode ser indireta quando, embora se reconheça a existência e eficácia do fato jurídico arrolado pelo autor, o réu invoca outro fato novo que seja “impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor” (art. 350). Ex: prescrição e a compensação. Podem ser dilatórias ou peremptórias conformem visem à total exclusão do direito material do autor, ou apenas à procrastinação do seu exercício.
3.2.3 Questões Prejudiciais 
É uma questão de direito material que condiciona (prejudica) a decisão quanto ao seu mérito. Por exemplo, numa ação de alimentos quando o réu alegue não ser o pai da criança (questão prejudicial).
Reconvenção (art. 343).
É uma ação movida pelo réu (reconvinte) contra o autor (reconvindo) no mesmo feito em que está sendo demandado. É uma espécie de contra ataque do réu ao autor, propondo dentro do mesmo processo uma ação diferente e em sentido contrário àquela inicialmente deduzida em juízo. Funda-se no princípio da economia processual, porém deve ter um liame entre o que o autor alega na inicial ou com o que será alegado na defesa (art. 343). A reconvenção é mera faculdade, não obsta o réu ajuizar uma ação em paralelo contra o autor.
4.1 Pressupostos¹: 
1. Conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa: “É necessário que o pedido reconvencional apresente um liame jurídico com a ação principal, seja em relação ao pedido, seja quanto à causa de pedir ou com as razões expressadas na contestação.” (WAMBIER, p. 162).
2. Legitimidade: pode trazer terceiros no polo ativo ou passivo da reconvenção [*novo!!] e §5º (dono de direito vs dono de direito). “A reconvenção deve necessariamente ser proposta por alguém que figura como réu contra alguém que ocupa a posição de autor, no mesmo processo. [...] Quando o autor for substituto processual (i.e., estiver formulando pretensão alheia em nome próprio), a reconvenção será possível desde que o réu se afirme titular de uma pretensão contra o substituído.” (WAMBIER, pp. 165-166).
3. Compatibilidade para cumulação de ações (pedidos) – art. 327.
É cabível em processos de conhecimento que não comportem pedido contraposto (ações dúplices) –no Juizado Especial não cabe.[1: ¹ Para Wambier, os três pressupostos objetivos são: (a) Conexão com a ação principal ou com o fundamento na defesa; (b) Competência; (c) Identidade procedimental; já para o Humberto os pressupostos são: Cabimento da reconvenção e Pressupostos específicos da resposta reconvencional que engloba: (a) legitimidade da parte; (b) conexão; (c) competência; (d) rito.]
* Ao polo ativo e passivo podem ser inclusos terceiros legitimados em litisconsórcio com a parte originária. (art. 343, §§ 3º e 4º).
* A reconvenção será feira na própria contestação, porém o réu pode apenas reconvencionar sem contestar, assim ele será revel naquela ação e nela sucumbirá.
* A desistência da ação principal ou ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito, não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
* Extromissão: é a substituição do réu no processo. Sai o réu “errado” para entrar o novo.
Revelia 
É a situação de fato do réu que não contesta validamente a ação. Em consequência a esta atitude os atos processuais passam a ocorrer sem intimação ou ciência do réu. Há revelia tanto quando o réu não comparece ao processo no prazo da citação, ou quando comparece mas deixa de oferecer citação válida, ou quando contesta faltar requisitos, ou está sem representante, caso o advogado não corrija o vício ou não indique local de endereço, ou quando contesta por negativa geral. 
 Efeitos da Revelia 
Materiais
Art. 344: “se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor”. Está dentro do poder instrutório do juiz a determinação de provas mesmo quando ocorra a hipótese do art. 344 se ele entender necessária/necessárias outras provas para a formação de seu convencimento.
O art. 345 trata dos casos onde a revelia é afastada: (a) havendo pluralidade de réus, algum deles responder; (b) o litígio versar sobre direitos indisponíveis; (c) a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento público que a lei considere indispensável à prova do ato; (d) as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante nos autos. 
Com a revelia há restrição aos meios de prova (art. 346-349). Com a ausência de contestação, preclui para o réu o direito de produzir prova sobre suas alegações de fato. Não pode trazer alegações de fato modificativo, impeditivo e extintivo. Só poderá alegar matéria de ordem pública. 
Processuais (formais)
 Dispensa de intimação do atos, correndo os prazos sem sua comunicação formal;
 Julgamento antecipado de mérito (art. 355, II): se for desnecessária, no entendimento do juiz, a dilação probatória;
 Inocorrência de questão prejudicial apta a fazer coisa julgada (CPC, art. 503, §1º e seu inciso II).
Providências Preliminares 
São medidas eventualmente tomadas pelo juiz que dão inicio a fase saneadora, que se aperfeiçoa com o julgamento conforme o estado do processo. “(...) certas medidas que o juiz, eventualmente, deve tomar logo após a resposta do réu e que se destinam a encerrar a fase postulatória do processo e a preparar a fase saneadora”. (JUNIOR THEODORO, Humberto, p. 833). Essas providências resultam da necessidade de manter o processo sob o domínio do princípio do contraditório.
Findo o prazo de resposta do réu, os autos são conclusos ao juiz, que, em cinco dias, conforme o caso, poderá tomar uma das seguintes providências: 
Verificação da ocorrência de revelia sem a incidência de seus efeitos (art. 348). Juiz ordena a especificação das provas;
Verificar se o réu alegou de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor – defesa indireta -. Art. 350. Nesse caso cabe réplica do autor em 15 dias. No antigo CPC esse era o momento da ação declaratória incidental, que acabou no código de 15.
Verificar a alegação de preliminares de irregularidades sanáveis (art. 351). Se verificada a ocorrência o juiz deverá mandar supri las num prazo nunca superior a 30 dias.
Julgamento Conforme o Estado do Processo
“Julgamento” tem o sentido de o que se vai fazer com o processo. O que vai acontecer com o processo. Decide o que acontece com o processo naquela fase. Com o julgamento conforme o estado do processo o juiz encerra as preliminares e realiza o completo saneamento do processo.
Possui quatro encaminhamentos possíveis: 
(a). art. 354 – extinção do processo com (art. 487, II e III) ou sem (art. 485) resolução de mérito
(b). Julgamento antecipado de mérito (art. 355). O juiz dispensa a fase probatória quando, por exemplo, não há necessidade de produção de outras provas ou o réu for revel, ocorrendo os efeitos da revelia. O juiz se vê na possibilidade de resolver o mérito da causa seja porque há provas documentais o suficiente ou quando não há provas a produzir. Se funda na economia do processo e na razoável duração deste, pois esses atos seriam “inúteis”.
(c). Julgamento Parcial de Mérito. O juiz julgará parte e o restante continuará sendo discutido. Já possui o entendimento de resolver parte do problema, não faz sentido esperar todo o processo para resolver o que já pode ser resolvido. 
Contra essa decisão cabe agravo de instrumento.
(d). Saneamento do Processo (art. 357). Fase em que constata os problemas e como resolve los; passa para a fase instrutória. 
O grau de estabilidade do julgamento conforme o estado do processo varia conforme seu conteúdo: 
(a). Decisão negativa de resolução de mérito, total ou parcial, não poderá ser revista pelo órgão judicial que a proferiu, ressalvado o oportuno juízo de retratação ou provimento de recurso.
(b). Julgamento imediato do mérito, parcial ou total, não poderá ser revista pelo órgão judicial que a proferiu, ressalvado o oportuno juízo de retratação ou provimento de recurso.
(c). Saneamento, juiz não fica impedido de, constando a presença de respectivos fundamentos, negar o julgamento do mérito ou julga-lo independentemente de novas provas. Com a ressalva de que: (i) juiz não pode surpreender as partes, devendo submeter ao contraditório e (ii) se já há provas deferidas, esta precluso o poder do juiz de agora indeferi-las para julgar o mérito diretamente
(d). A estabilidade da decisão de saneamento varia conforme seu conteúdo: (357,§1). Partes tem cinco dias para pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes contados da realização do saneamento. Escoado o prazo sem que nenhuma das partes tenha se manifestado, a decisão de saneamento se torna estável e vinculante para as partes e juiz. (Estabilização não absoluta, excepcionalmente caberá agravo).
- se rejeitado a existência de defeito, a questão poderá ser depois revista;
- se o juiz constatar outra questão fática ou jurídica relevante que foi deixada de falo, impõe-se a ele que então a inclua (submetendo-se ao contraditório). Se já definiu uma questão fática como controvertida não poderá depois exclui-la do objeto da instrução.
- se o juiz constatar a necessidade de um meio probatória para a adequada instrução, cumpre-lhe determinar sua produção. Mas se o juiz deferiu um meio, não poderá depois nega-lo.
- inversão do ônus da prova: contraditório e reabrir procedimento probatório.
Teoria Geral das Provas (art. 369-380).
É o conjunto de normas e princípios que regem as provas em espécie e teoria geral.
*Conceito de prova: é instrumento processual adequado a permitir que o juiz forme convencimento sobre os fatos pertinentes a situação jurídica objeto da atuação jurisdicional.
No criminal o juiz busca a verdade real sempre presumindo a inocência do réu caso nada prove. Que é diferente da verdade material onde o juiz deve, no processo, buscar uma solução mesmo que esteja convencido. Deve-se provar, levar provas para o juiz poder extrair a verdade. O juiz não pode achar que sim e dar a sentença se não estiver no processo.
A prova pode ter três perspectivas:
(a). Atividade que se realiza para a verificação da veracidade dos fatos;
(b). Técnica ou meio para realizar essa atividade (elementoobjetivo);
(c). Formação do convencimento do juiz (elemento subjetivo).
8.1. SUJEITOS DA PROVA:
* O juiz é o destinatário da prova. 
* A prova pertence ao processo, independentemente da parte que a produziu, é irrelevante a autoria da prova.
* Poderes instrutórios do juiz: 
Deferir as provas requeridas pelas partes que sejam pertinentes;
Indeferir aquelas que sejam inúteis;
Determinar de ofício as provas que se façam necessárias, independentemente da iniciativa das partes.
* As partes têm o direito de provar as alegações que fazem no processo. Apesar de o juiz ser o principal destinatário, as provas têm fundamental importância para as partes.
* Garantia do contraditório: as partes têm o direito de produzir provas e de acompanhar ativamente toda a atividade probatória.
* Princípio da necessidade das provas nos autos: o juiz só pode decidir com base nas provas que tenham sido trazidas para dentro do processo.
8.2. VALORAÇÃO DAS PROVAS:
Legal ou tarifada (resquícios no art. 406, ex. casamento prova-se apenas com certidão, que é um documento feito por instrumento público): a lei estabelece as regras de valoração da prova. Cada prova tem valor inalterável e constante estabelecido normativamente.
Livre convencimento puro: não precisa haver justificativa para a decisão do juiz.
Livre convencimento motivado (ou persuasão racional): adotado por nosso ordenamento jurídico, junto com o princípio da aquisição de prova (comunhão de prova). Esse convencimento é livre pois pode ser baseado em qualquer prova dos autos, é motivado pois a decisão do juiz deve ser fundamentada.
8.3. CARACTERÍTICAS DA PROVA:
Objeto: fatos alegados – os fatos devem ser (i) relevantes, (ii) controversos, (iii) pertinentes, (iv) não notórios, (v) não submetidos à presunção legal.[2: Relevante = quando tem influência no resultado. Influencia no convencimento do juiz.][3: Pertinente = estão relacionados com a causa de pedir.][4: Notório = de conhecimento do homem médio.]
Finalidade: convencimento do juiz;
Destinatário: o juiz (principal) e as partes (secundário) que detém o chamado direito à prova.
** Para alegar fato negativo deve ser determinado (ex. Maria não esteve em Londrina no dia 03/03/2011); Apenas fato negativo determinável é passível de prova.[5: Fato negativo ≠ negativa de fato. Esta nega um fato alegado, enquanto que aquela alega algo que não ocorreu. Na negativa de fatos, o ônus da prova é do autor, provando que o fato existiu.]
** Direito, em regra, não precisa ser provado, salvo previsto no art. 376 (direito estrangeiro, estadual, municipal, consuetudinário)
8.4. CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE PROVA:
Quanto ao objeto:
Direta: do fato principal da demanda;
Indireta: de fatos secundários (prova indiciária);
Quanto à forma:
Testemunhal (pessoal) – atestação por pessoa;
Documental;
Material (real) – atestação por coisa;
Quanto à preparação
Casual: obtida no curso do processo;
Pré-constituída.
8.5. MEIOS DE PROVA: “[...] são os diversos instrumentos pelos quais a constatação sobre a ocorrência ou inocorrência dos fatos chega até o sujeito que precisa formar sua convicção (no caso do processo, o juiz). São os mecanismos que permitem aos sujeitos do processo a investigação sobre os fatos da causa.” (WAMBIER, p. 245)
Meios típicos: são os expressamente previstos na ordem jurídica.
Meios atípicos (não especificados): “[...] não expressamente disciplinados na lei, permitem ao juiz a constatação da existência ou inexistência de fatos. Para tanto, é preciso que tais meios atípicos não sejam ilícitos nem moralmente inamissíveis [...].” (WAMBIER, p. 246)
8.6. MEIOS NÃO ESPECIFICADOS:
Prova emprestada (art. 372): “[...] a prova é transportada do primeiro para o segundo processo sob a forma documental. Ou seja, são apresentadas cópias dos documentos que a formalizaram no processo de origem.” (WAMBIER, o, 250) Para ser validade é necessário que:
 Tenha sido regularmente produzida no processo de origem;
A parte contra a qual ela vai ser usada tenha podido participar, em regime de contraditório, do processo de origem, que precisa ter grau de cognição igual ou superior ao do processo para o qual a prova está sendo emprestada; e
Seja ela submetida ao crivo do contraditório, no processo para o qual é trazida.
Reconstituição de fatos e/ou reconhecimento de pessoas: reconstituição determinada pelo juiz com a participação de todos os interessados exercendo o contraditório.
Prova indiciária: aquela que se baseia em indícios e presunção;
Indício: fato secundário que leva a crer na existência de um fato principal;
Presunção: é uma forma de raciocínio que leva a uma conclusão. Processo lógico-jurídico, admitido pelo sistema para provar determinados fatos. Dedução.
Presunção absoluta (IURIS ET DE JURE): não comporta prova em contrário.
Presunção relativa (IURIS TANTUM): comportam prova em contrário, apesar de sua coerência.
Legal (previsto em lei). A própria lei prevê que, diante da comprovação de determinado fato, se presuma a existência ou inexistência de outro fato. Ex. art. 322 do CC.
Hominis, comum (... judiciais);
 Indício
Prova indiciária Presunção Absoluta
 Relativa Legal
 Simples
** O juiz pode sentenciar baseado apenas em prova indiciária.
MEIOS DE PROVA ADMITIDOS:
Deve ser legal;
Deve ser moralmente legítima (lícita) – considera-se prova lícita aquela obtida com o conhecimento e consentimento da parte (ou autorizada previamente pelo juiz). O uso da prova ilícita só é admitido excepcionalmente quando, aplicando-se o princípio da proporcionalidade não existir outro meio para a prova daquele fato.
ÔNUS DA PROVA:
Encargo ou conduta processual exigida da parte. Atribuição da incumbência de comprovar fatos que lhe são favoráveis.
O ônus consiste na atribuição de determinada incumbência a um sujeito no interesse desse próprio sujeito. [...] ônus e dever são figuras jurídicas distintas em pelo menos dois aspectos: (i) o dever implica um correlato direito de outro sujeito, ou seja, é um conduta que a lei prescreve no interesse de outrem, enquanto que o ônus é estabelecido no interesse do próprio onerado; (ii) o descumprimento do dever pode implicar a incidência de uma sanção, ao passo que a inobservância do ônus apenas faz com que o onerado eventualmente perca a chance de desfrutar de uma situação melhor. (WAMBIER, p. 234)
Elementos:
Subjetivo: quem deve provar o quê.
Objetivo: o que ficou provado.
Elemento subjetivo: 
Regra estática: art. 373, I, II. “[...] no polo ativo, compete-lhe provar o fato constitutivo de seu pretenso direito. Se no polo passivo, cabe-lhe provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado pelo autor.” (WAMBIER, p.236)
	FATO
	DESCRIÇÃO
	Constitutivo
	Tem o condão de gerar o direito postulado pelo autor e que, se demonstrado, leva à procedência do pedido.[6: Ex. ação de cobrança de uma quantia, o mútuo da quantia e o vencimento da dívida;]
	Impeditivo
	Obsta um ou alguns dos defeitos que naturalmente ocorreriam da relação jurídica.[7: Ex. na ação de cobrança, um vício na vontade no contrato de mútuo;]
	Modificativo
	Implica a alteração (diminuição ou mudança de natureza) do direito que derivaria do fato constitutivo.[8: Ex. na ação de cobrança, um pagamento parcial;]
	Extintivo
	Fulminam no todo o direito invocado pelo autor, fazendo cessar a relação jurídica original.[9: Ex. na ação e cobrança, o pagamento total da dívida, ou seu perdão integral pelo credor, etc.]
Teoria dinâmica – art. 373, § 1º - deve acontecer na hora do saneamento, distribuição balanceada do ônus da prova, cabe agravo (art. 1015, XI). O juiz pode redistribuir o ônus da prova “[...] de modo diverso do previsto na regra geral, se houver impossibilidade ou excessiva dificuldade no cumprimento do encargo ou, ainda, se for mais simples aobtenção de prova do fato contrário. Mas o juiz está proibido de proceder tal redistribuição, se ela implicar a atribuição à parte de ônus impossível ou excessivamente difícil de ser cumprido (§ 2º).” (WAMBIER, p. 238). Tal decisão deve ser fundamentada.
Distribuição convencional (as partes convencionam)
PROCEDIMENTO PROBATÓRIO:
Requerimento
Deferimento
Produção (na audiência de instrução e julgamento)

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