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Texto sobre Jung com exercícios

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Curso de Psicologia 
 UNESA/Macaé
PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE
Coletânea das Principais Teorias 
Elaborado pela profa Dra. Aline Vilhena Lisboa
Macaé
2016 
PERSONALIDADE PARA A PSICANÁLISE
Ao invés de usar a palavra personalidade, Freud mostra que o sujeito possui uma estrutura psíquica que norteia sua posição em relação aos objetos. A estrutura implica uma disposição complexa, estável e precisa do aparelho psíquico. A constituição ou estrutura da personalidade se referem ao modo de organização permanente mais profundo do indivíduo, aquele a partir do qual se desenrolam os ordenamentos funcionais ditos “normais”, bem como os mórbidos ou patológicos.
A teoria freudiana mostra alguns pressupostos teóricos que permitem identificar as estruturas psíquicas que, basicamente, são três – neurose, psicose e perversão:
(1) sentido latente do sintoma, grau atingido pelo desenvolvimento libidinal, 
(2) grau de desenvolvimento do ego e do superego, 
(3) a diversidade e capacidade de elaboração, 
(4) sutileza e eficácia dos mecanismos de defesa.
A noção de normalidade vincula-se de modo subjetivo às realidades profundas de cada um, estando tão ligada à vida e a morte, utilizando o potencial do primeiro e buscando retardar as restrições da segunda, na medida em que toda normalidade apenas pode coordenar as necessidades pulsionais com as defesas e adaptações, os dados internos hereditários e adquiridos com as realidades externas, as possibilidades caracteriais e estruturais com as necessidades relacionais.
Para Bergeret (1998), o sujeito sadio não é aquele que se declare como saudável e nem doente e sim um sujeito que conserve em si fixações conflituais, não encontrando em seu caminho dificuldades internas ou externas superiores ao seu potencial afetivo.
Antes de Freud, dividiam-se os humanos em duas grandes categorias psíquicas: os “normais” e os doentes mentais (nos quais se dispunham em blocos os neuróticos e os psicóticos). Ao invés do referencial comportamental de análise das patologias da personalidade humana, ele estuda e classifica o funcionamento psíquico do sujeito em três estruturas básicas: neurose, psicose e perversão. A estrutura psíquica influencia na maneira como o sujeito se posiciona no mundo e nas relações. A noção de normalidade de uma personalidade é reservada a um estado de adequação funcional feliz, unicamente no seio de uma estrutura neurótica fixa, seja esta neurótica ou psicótica, sendo que a patológica corresponderia a uma ruptura do equilíbrio dentro de uma mesma linhagem estrutural.
As personalidades pseudonormais não correspondem a uma estrutura estável nem definitiva (limítrofes). Podem se constituir de modo bastante durável, embora precário, segundo diversos arranjos nem sempre tão originais que forçam tais sujeitos a se parecerem normais, às vezes até mais hipernormal do que original, para não se descompensarem na depressão. Há uma necessidade protetora de hipomania permanente – contrainvestimentos energéticos antidepressivos em virtude da precariedade da adaptação às realidades internas e externas. Sua hipomania pode corresponder às necessidades narcisistas do contexto social, mas resistem mal a uma prova durável de confrontação com outros ou com o real.
A organização limítrofe ou aneestrutural de uma personalidade não se beneficia nem do estatuto neurótico dos conflitos entre superego e pulsões, com todos os compromissos estáveis possíveis, nem da linhagem psicótica, de uma operação de clivagem do ego também levando a uma relativa estabilidade. Nas organizações limítrofes constata-se uma luta incessante para manter o anaclistismo obsedante, uma segurança narcísica que cubra os permanentes riscos depressivos (self artificial ou falso self de Winnicott – organizações mais exitosas das defesas contra a depressão). O sujeito apresenta comumente hiperatividade relacional, apego aos objetos, aos pensamentos do grupo, com dependência afetiva sem, contudo, permitir um desinvestimento objetal sério, grande labilidade nos conflitos exteriores, pobreza afetiva e pouca originalidade, dada a mobilidade dos investimentos e seu nível superficial. Segundo David, os dois fundamentos principais desses pseudonormais são constituídos pela falha narcísica e pelo fracasso na distribuição entre investimentos narcísicos e objetais.
Esclarecimento:
Escolha anaclítica de objeto = escolha de objeto por apoio: Tipo de escolha de objeto em que o objeto de amor é eleito a partir de um modelo das figuras parentais na medida em que estas asseguram à criança alimento, cuidados e proteção. Fundamenta-se no fato de as pulsões sexuais se apoiarem originalmente nas pulsões de auto-conservação.
Clivagem do objeto = Mecanismo descrito por Melanie Klein e por ela considerado como a defesa mais primitiva contra a angústia. O objeto, visado pelas pulsões eróticas e destrutivas, cinde-se em um “bom” e um “mau” objeto, que terão, então, destinos relativamente independentes no jogo as introjeções e das projeções. A clivagem do objeto é particularmente atuante na posição paranóide-esquizóide, incidindo sobre objetos parciais. Aparece também na posição depressiva, incidindo então sobre o objeto total.
Referência: 
Bergeret, Jean. A personalidade normal e patológica. Porto Alegre: Artmed, 1998.
PERSONALIDADE PARA CARL GUSTAV JUNG – VIDA (1875 – 1961) E OBRA - PSICOLOGIA ANALÍTICA
“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda”
“A experiência humana é singular, extraordinária e única”
Carl Gustav Jung nasceu na Suíça em 1875, formou-se em psiquiatria e desenvolveu uma técnica de associação de palavras para revelar os complexos emocionais de seus pacientes. Acolheu, com entusiasmo, a obra psicanalítica de Freud e a defendeu, apesar de suas controvérsias. Discordâncias intelectuais fizeram com que ele rompesse seu relacionamento com Freud. Jung achava que Freud enfatizava excessivamente o papel da sexualidade e subestimava o potencial do inconsciente para contribuir de forma positiva para o crescimento psicológico.
Carl Gustav Jung chama de personalidade total ou psique vários sistemas isolados, mas que atuam um sobre o outro. Formulou uma concepção de grande complexidade do ser humano, ao relacionar a personalidade do homem com a alquimia. Abrange a construção constante da identidade em sua articulação com uma subjetividade bastante peculiar. Ele apresentava grande interesse pelos fenômenos místicos. Dando continuidade a explorações subjetivas do inconsciente, ele realizou estudos sobre alquimia e esoterismo. Relatou várias experiências pessoais de fenômenos parapsicológicos que compreendia como manifestações de um inconsciente coletivo, mais amplo e transpessoal. Jung propôs uma teoria da personalidade que atribui um papel predominante ao inconsciente. Acreditava que os desenvolvimentos mais interessantes da personalidade ocorriam na idade adulta e não na infância. Ele preferia descrever a psique empregando a linguagem da mitologia e não da ciência.[1: Ver o conceito em http://www.infoescola.com/quimica/alquimia/]
Principais conceitos desenvolvidos e interpretações de princípios por Jung:
Anima e Animus – o homem é essencialmente um animal bissexual, do ponto de vista psicológico. O arquétipo feminino no homem se chama anima e o másculo na mulher é animus. Há uma relação entre biologia e função psíquica sexual. 
Individuação - a individuação é um processo de diferenciação psicológica que tem como finalidade o desenvolvimento da personalidade individual. Esse objetivo é alcançado por meio de informações arquetípicas e depende da relação vital existente entre ego e inconsciente. A pessoa torna-se si mesma, inteira, indivisível e distinta de outras pessoas ou da psique coletiva.
Self – ponto central da personalidade, onde giram todos os outros sistemas, é alvo da vida, motiva o comportamento humano, procura a integração. Para Jung, as verdadeiras experiências religiosas são as que mais se aproximam
da natureza do self.
Inconsciente individual – representa uma religião adjacente ao ego, sendo composto por experiências reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas. É o inconsciente de cada indivíduo que se desenvolve a partir de experiências singulares da pessoa. 
Inconsciente coletivo – parece ser o depósito de traços de memória latente, herdados do passado ancestral do homem, um passado que inclui a história étnica, animal e pré-humana. O inconsciente coletivo é resquício psíquico da evolução do homem primitivo. Herdamos a possibilidade de vivermos experiências de gerações passadas. Ex.: o comportamento do sujeito desde o início de sua vida. Existe uma imagem virtual do mundo atual dentro de cada homem, no momento de seu nascimento. Jung descreveu o inconsciente coletivo como hereditário, presente na estrutura cerebral dos seres humanos e independente da experiência pessoal. O inconsciente coletivo contém, segundo Jung, imagens primordiais, denominadas arquétipos, semelhantes em todas as pessoas. Esses arquétipos são as unidades básicas do inconsciente coletivo e funcionam como instintos psíquicos que nos predispõem a vivenciar o mundo de certas maneiras universais. De acordo com Jung temos imagens que nos dizem como é ser mãe ou o que é um líder espiritual.
Persona – papéis sociais ou máscara usada pelo sujeito em resposta às convenções e tradições sociais e ás suas próprias necessidades arquetípicas internas. Além disso, compreende uma personalidade pública assumida por um indivíduo em contraponto com a personalidade privada. Isto quer dizer que ambas podem ser diferentes nos ambientes de vivência. 
Sombra – representa a parte instintual, animal do homem, que representa os elementos desagradáveis ou uma ação socialmente reprovada de um comportamento ou pensamento. 
Posições teóricas em relação ao:
Ego – compreende parte do centro da personalidade e parte consciente da mente. Para que se tenha consciência, é preciso passar pelo ego, que representa uma cancela entre o mundo real e a consciência. É no ego que encontramos a percepção, memória, pensamento e sentimentos conscientes. É responsável pelos sentimentos de identidade e continuidade.
Energia psíquica – energia vital (libido), que é a energia do organismo biológico. 
Arquétipo – são eventos imateriais, imagens primitivas inseridas no inconsciente coletivo, oriunda desde os primórdios da humanidade. O arquétipo é inerente ao ser humano e nasce da sucessiva experiência do homem, quando retrata a realidade do mundo. Para Jung, o arquétipo é uma fonte relevante de amadurecimento da mente. Estão presentes nos pensamentos, sentimentos, emoções, intuições, sensações e atitudes e aparecem na expressão simbólica de um comportamento, vivência e relacionamento. Exemplos que estão presentes em culturas, religiões: a figura materna, a imagem do pai, a criança, o herói e o divino. Os arquétipos modelam a psique.
	Amor – Apaixonar-se é uma promessa de restauração da peça faltante da psique que foi deixada para trás no inconsciente quando a personalidade consciente se desenvolveu. Essa experiência está fora do planejamento realista e consciente do ego e, nesse sentido, é irracional. Os amantes se sentem psicologicamente completos na companhia um do outro. Junto ao amante, sente-se a companhia do animus ao anima ainda não conscientemente desenvolvido.
Tipos Psicológicos:
A descrição feita por Jung dos tipos psicológicos ajuda a explicar porque algumas pessoas se apegam com entusiasmo as suas descrições da experiência mística e religiosa, enquanto outras as descartam como disparates não científicos.
Ele classifica os TIPOS PSICOLÓGICOS baseado em três grandes dimensões:
introversão x extroversão; 
pensamento x sentimento; 
sensação x intuição. 
Referência: 
HALL, Calvin e LINDZEY, Gardner. Teorias da personalidade. São Paulo: EPU, 1978 vol. I.
Parte Cópia Slide web aula Estácio
Exercícios sobre a Teoria Analítica da Personalidade
Responda as seguintes perguntas:
1 – Como a personalidade é defina por Jung?
2 – O que ele quis dizer com a frase “Qualquer árvore que queira tocar os céus precisa ter raízes tão profundas a ponto de tocar os infernos”?
3 – Qual a diferença entre o conceito de inconsciente para Jung e Freud?
4 – Com base nos conceitos de Jung, explique as funções abaixo:
5 – Dê um exemplo do que seria a sombra para a personalidade?

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