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CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES.docx

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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL I
Profª PATRICY JUSTINO
APOSTILA I
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
Os crimes podem classificar, dentre outros critérios, em:
1) materiais ou Causais: “são aqueles em que a lei descreve a conduta do agente e o resultado que consuma o crime”. Ex.: art. 121 do CP - homicídio (matar alguém).
2) formais: “são aqueles que se consumam antecipadamente, sem dependência de ocorrer ou não o resultado desejado pelo agente, ou seja , são aqueles em relação aos quais a lei descreve uma ação e um resultado, mas a redação do dispositivo deixa claro que o crime consuma-se no momento da ação, sendo o resultado mero exaurimento do delito, logo o resultado não precisa ocorrer efetivamente para que se caracterize a consumação , basta que a ação do agente e a sua vontade de alcançar o resultado.” Ex.: art. 147 do CP – Crime de ameaça, art. 139 CP – Difamação, art. 140 do CP – Injúria.
3) de mera conduta ou de simples atividade : consumam-se com o mero comportamento. A lei só descreve a conduta, sem reportar-se a qualquer resultado. Ex.: art. 269 CP – Omissão de notificação de doença, art. 135 CP – Omissão de socorro , art. 150 CP - Violação de domicílio.
4) Crimes comuns : “ são aqueles praticados por qualquer pessoa.” 
Ex.: art. 121 CP- Homicídio.
5) Crimes Próprios ou Delito Especial: Só podem ser cometidos por determinada categoria de pessoas, por exigir o tipo penal certa qualidade ou característica do sujeito ativo. Ex.: art. 123 CP - Infanticídio 
6) Crime de mão própria : A conduta descrita no tipo penal só pode ser executada por uma única pessoa e por isso não admitem co-autoria. 
Ex.: art. 342 CP – Falso testemunho
7) Crimes Principais: Não dependem de qualquer outra infração penal para que se configurem. Ex.: art. 121 CP – Homicídio. 
8) Crime Acessório : Pressupõem a ocorrência de um delito anterior. Ex.: art. 180 CP – Receptação. 
9) Crimes Comuns ou Simples e Complexos - ( Bem Jurídico Tutelado )
*Comuns ou Simples – São os que ofendem um único bem jurídico . 
Ex.: art. 121 CP – Proteção da Vida.
* Complexos – São os que ofendem a mais de um bem jurídico.
Ex.: art. 159 CP – Extorsão mediante seqüestro – neste caso há fusão de dois delitos o do art. 148 CP ( Seqüestro ) e o art. 158 CP ( extorsão )
10 ) Crimes Progressivos : Ocorre quando o sujeito para alcançar um resultado mais grave, passa por um crime menos grave. Ex.: art. 121 CP – Para que o resultado seja a morte tem que haver uma lesão corporal.
11 ) Delito Putativo ( Imaginário ) : É quando o agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime mas na verdade constitui um fato atípico. 
Ex.: art. 217 CP – Sedução – O agente seduz mulher de 22 anos acreditando que está cometendo um delito. 
 Neste caso não há crime, pois o fato não infringe a norma penal.
Delito Putativo em Sentido Amplo pode ser : 
*Crime Putativo por erro de proibição : Quando o agente supõe violar uma norma penal, que na verdade não existe.
*Delito Putativo por erro de tipo : Quando a errônea suposição do agente não recai sobre a norma mas sobre os elementos do crime. 
Ex.: art. 124 CP – Aborto – Mulher pensa que está grávida.
*Delito Putativo por obra do agente provocador ( Flagrante Preparado ): Ocorre quando alguém de forma insidiosa provoca o agente à prática de um crime e ao mesmo tempo toma providências para que o mesmo não se consume. Súmula 145 do STF.
12) Crime de Flagrante Esperado : Ocorre quando por ex.: o indivíduo sabe que vai ser vítima de um delito e avisa a Polícia, que põe seus agentes de sentinela, os quais apanham o autor no momento da prática ilícita, cabe salientar que não se trata de crime putativo, pois não há provocação . 
13) Crime Falho ( corresponde à tentativa perfeita ou acabada ) : O agente pratica todos os atos necessários para o resultado mas este acaba não ocorrendo.
14) Crime Exaurido ou Esgotado : É o consumado nos termos da lei, com desdobramentos posteriores que não mais alteram o fato típico. Ex.: art.159 CP - Extorsão mediante seqüestro.
15) Crimes Vagos : São aqueles em que o sujeito passivo é a coletividade sem personalidade jurídica. Ex.: art. 233 CP – Ato Obsceno
16) Crime Privilegiado: Tem circunstâncias no tipo que privilegiam, reduzindo a pena. Ex.: art.155,§ 2º CP - furto de coisa de pouco valor, por agente primário.
17 ) Crime Qualificado: Tem circunstâncias no tipo que o qualificam, ampliando a pena. Ex.: art.155,§ 4º, inciso I CP furto com rompimento de obstáculo.
18) Crimes de Ação Múltipla ou de Conteúdo Variado : São aqueles em que a lei descreve várias condutas ( possui vários verbos ), logo à prática de qualquer uma das condutas constitui crime único. Ex.: art. 122 CP - Suicídio
19 ) Crimes de Ação Livre : É aquele que pode ser praticado por qualquer meio de execução, uma vez que a lei não exige comportamento específico. Ex.: art. 121 CP – ( arma ou faca )
20 ) Crimes de Ação Vinculada : São aqueles em relação aos quais a lei descreve o meio de execução de forma pormenorizada. Ex.: art. 136 CP – Maus Tratos.
21) Crime Habitual : É aquele cuja caracterização pressupõe uma reiteração de atos. Ex.: art. 284 CP – Curanderismo, art. 282 CP – Exercício ilegal da Medicina.
O tempo do crime ( art. 4º CP ) ocorre no momento da caracterização da habitualidade. 
22) Crime à Prazo : Ocorre quando a caracterização do crime ou de uma qualificadora depende do decurso de determinado tempo. Ex.: art. 159 ,§ 1º CP- Extorsão mediante seqüestro.
23) Crime unissubsistente : É aquele cuja ação é composta por um só ato e por isso não admite tentativa. Ex.: art. 140 CP – Injúria
24 ) Crime Plurissubsistente: É aquele cuja ação é representada por vários atos formando um processo executivo que pode ser fracionado, logo admite tentativa. Ex.: art. 121 CP, art. 155 CP - Furto
25) Quase- Crime : Ocorre nas hipóteses de crime impossível art. 17 CP – Crime Impossível. 
26) Crime Instantâneos: consuma-se instantaneamente e não prosseguem os seus efeitos. Ex.: art. 121 CP - homicídio
27) Crime Permanentes: consumam-se, porém seus efeitos continuam em função da ação do agente, ou seja , o momento consumativo se prolonga no tempo por vontade do agente. Ex.: art. 148 CP- seqüestro
O tempo do crime ( art. 4º CP ) - é o tempo de sua duração.	
28 ) Crimes instantâneos de efeitos permanentes: consumam-se e os efeitos continuam independendo da vontade do agente, ou seja , é aquele cuja a consumação se dá em determinado instante mas seus efeitos são irreversíveis. 
Ex.: art. 121 CP – homicídio, art. 235 CP - bigamia, art. 259 do CP - difusão de doença ou praga.
29 ) Crimes comissivos: depende de ação, ou seja , é aquele praticado através de uma ação, consiste num fazer - atividade positiva. Ex.: art. 121 CP – homicídio, art. 155 CP - furto.
30) Crimes omissivos: caracterizam-se pela falta de ação. 
Ex.: art. 135 CP – Omissão de Socorro.
O tempo do crime ( art. 4º CP ) - ocorre no último momento em que o agente poderia realizar a ação obrigada ou impedir o resultado. 
Dividem-se em:
*Omissivos Próprios ou Puros: praticados mediante o não agir independente de resultado, ou seja quando a omissão é descrita no próprio tipo legal. 
Ex.: art. 135 CP – omissão de socorro.
*Impróprio ou Comissivo por Omissão: o agente é obrigado a fazer algo, e não fazendo provoca o resultado. Ex.: mãe obrigada a amamentar o filho e que, deixando de fazê-la, produz o resultado morte.
31) Crimes de dano: lesão um bem legalmente protegido. 
Ex.: art. 121 CP – homicídio
32) Crimes de perigo: basta colocar o bem em perigo, ou seja, são os que se consumam com a mera situação de risco a que fica exposto o objeto material do crime – lesão potencial. Ex.: art. 130 CP - perigo de contágio venéreo, art.131 CP –perigo de contágio de moléstia grave.
Subdividem-se em :
* Perigo Abstrato ou Presumido : A lei descreve uma conduta e presumi que o agente ao realizá-laexpõe o bem jurídico a um risco, ou seja, é o que se consuma com a simples conduta independentemente da efetiva demonstração do perigo. 
Ex.: art. 288 CP – Quadrilha ou Bando, art.253 CP 
* Perigo Concreto :É o que só se consuma com a efetiva demonstração do perigo. Ex.: art.250 CP - Incêndio 
Concurso de Crimes.
33) Concurso material: Art.69 CP -Conceito
34) Concurso Formal: Art. 70 CP -Conceito
35) Crime Continuado: Art. 71 CP-Conceito
36) Crime Consumado ou Crime Perfeito : É aquele que reúne todos os elementos de sua definição legal. Art. 14, I CP.- Conceito.
37) Crime Tentado : Art. 14, II CP – Conceito.
38) Crime Doloso : Art. 18, I CP – Conceito.
39) Crime Culposo : Art. 18, II CP.- Conceito. ( INI ) – Imprudência, Negligência ou Imperícia.
40) Crime Preterdoloso ou Preterintencional: É aquele em que a ação causa um resultado mais grave que o pretendido pelo agente. Ex.: Art. 129 CP – Lesão Corporal e ocorre a morte da vítima .
41 ) Crimes Conexos: É aquele que existe um liame ( elo ), ou seja um nexo entre os dois delitos, a conexão pressupõe a existência de pelo menos 2 infrações penais.
A conexão pode ser:
* Teleológica ou Ideológica : Quando o crime é praticado para assegurar a execução de outro . Ex.: A mata B ( art. 121 CP ) para estuprar C ( art.213 CP ).Regra do art. 69 CP – Concurso Material.
* Conseqüencial ou Causal: Quando o crime é cometido para assegurar a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro. Ex.: art. 155 CP – furto c/c art. 250 CP - incêndio .
*Ocasional :É quando o crime é cometido por ocasião da prática de outro. Ex.: art. 155 CP – furto da vítima estuprada ( art.213 CP ).
42 ) Crimes a Distância : É aquele em relação ao qual a execução ocorre em um país e o resultado em outro.
43) Crime Plurilocais: É aquele que ocorre dentro de um mesmo país, com localidades diversas. Ex: Rio de Janeiro a vítima é ferida e vem a morrer em São Paulo.
44) Crime de Dupla Subjetividade Passiva : São aqueles que têm, em razão do tipo, dois sujeitos passivos ao mesmo tempo. 
Ex: Art. 151 CP. (remetente e o destinatário)
45) Crime Multitudinário : É aquele praticado por uma multidão em tumulto, sem ter o agente provocado. Ex: Art. 65, III,e CP – Trata de circunstância atenuante.
46) Crime de Ímpeto: É aquele em que a vontade delituosa do agente é repentina, sem preceder deliberação. Ex: Art.121, § 1º, 2ª parte, 3ª figura CP.
47) Crime Gratuito: É o delito praticado sem motivo.Ex: Art.121CP.
48) Crimes Internacionais: São os referidos no art.7°,II,a ,CP. Ex: Tráfico de Mulheres, de Entorpecentes.
49) Crimes Hediondos: São delitos repugnantes, decorrentes de condutas que, pela forma de execução ou pela gravidade objetiva dos resultados, causam intensa repulsa. (Lei nº 8.072/90, alterada pela Lei n°8.930/94).
50) Crime Organizado: É aquele praticado por ações de quadrilha ou bando.
Ex: Art.288 CP.
51) Crime Profissional: É o praticado por quem exerce uma determinada profissão, valendo-se dela para atividade delitiva.Ex: Aborto praticado por médico.
52) Crime Funcional: É o praticado por funcionário público, relacionado com cargo ou função. Ex: Art.312 CP, Art. 316 CP.
53) Crime Militar: É aquele previsto no Código Penal Militar.
54) Crime Político: É aquele que põe em risco a segurança interna ou externa do país. Ex: Crimes contra a segurança nacional. 
55) Crime de Circulação ou de Trânsito: É aquele praticado através de automóvel.
Ex: Art. 303 da Lei 9.503/97.
56) Crime Transeunte: É aquele que não deixa vestígio. 
Ex: Art.140 CP – Injúria Verbal.
57) Crime Não- Transeunte:É aquele que deixa vestígio. Ex: Art.121 CP.
58) Crime Passional : É aquele praticado sob influência da paixão; de acordo com art. 28, I Código Penal, a emoção não exclui a imputabilidade.
59) Crime Bilateral ou de Encontro : é o que exige para sua configuração mais de uma pessoa, mesmo que alguma delas não seja culpável. Ex: Art. 235 CP.
60) Crime de Atentado ou de Empreendimento : é aquele no qual a pena da tentativa é a mesma do crime consumado, sem qualquer redução. Ex: Art. 352 CP.
61) Crime de Concurso Necessário: é o que exige mais de um sujeito ativo para a sua prática. Ex: Art. 288CP.
62) Crime de Expressão Interna: É o que se caracteriza por exprimir uma convicção interna do autor. Ex: Art. 342 CP. – Há desconformidade entre o que o agente sabe e o que ele informa.
63) Crime de Tendência : É aquele que exige do agente um elemento subjetivo especial, que caracteriza o dolo do agente. Ex: Crimes sexuais, que , em regra, exigem uma intenção libidinosa.

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