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Formação Sócio-Histórica do Brasil - SLIDE APOIO 1

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AULA DE APOIO I
FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL
Prof. Renato Bulcão
Formação sócio-histórica do Brasil
 Vamos pensar a formação social, política e econômica do 
Brasil sob uma perspectiva histórica, com destaque para a 
construção da cultura e da identidade nacional.
 Analisaremos o processo histórico de formação do Estado 
e da sociedade brasileira.
 Realizaremos uma reflexão crítica sobre a cultura e a 
identidade nacional.
Formação sócio-histórica do Brasil
 Compreender a questão social brasileira nos remete a 
expressões da desigualdade social, econômica e cultural.
 Vamos examinar o pensamento de pensadores brasileiros 
que ajudaram a construir a percepção contemporânea 
dessa formação.
 Todos os pensadores constroem suas visões a partir de 
um viés ideológico.
 Nos pensadores que apresentaremos, vamos perceber que 
há o pensamento de direita, de centro e de esquerda.
Formação sócio-histórica do Brasil
 Até a Proclamação da República, nossa história oficial era 
contada pelos portugueses.
 Coube ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro a missão 
de reconstruir a narrativa da nossa história, recontando os 
acontecimentos da história do Brasil de acordo com a nova 
visão republicana.
 Essa forma de compreender e reproduzir a história é 
considerada, hoje em dia, a forma tradicionalista.
 Foi somente na década de 1930 que começamos a pensar 
nossa história de uma forma marxista.
 Hoje em dia vemos o embate dessas visões espalhadas pela 
Internet e nas redes sociais. Mas temos de separar o que 
é política do que é conhecimento.
Formação sócio-histórica do Brasil
 Escolhemos os seguintes autores para permitir que você não 
apenas entenda os diferentes posicionamentos acadêmicos 
de direita, centro e esquerda, mas principalmente identifique 
as diferenças entre o pensamento acadêmico e as propostas 
político-partidárias atuais.
 São eles: 
 Gilberto Freyre – antropólogo – direita.
 Darcy Ribeiro – antropólogo – esquerda.
 Raymundo Faoro – jurista – centro.
 Celso Furtado – economista – centro.
 Otávio Ianni – sociólogo – esquerda.
 Marilena Chauí – filósofa – esquerda.
Formação sócio-histórica do Brasil
 Quando o Instituto Histórico e Geográfico foi fundado por D. 
Pedro II, sua missão era construir o sentido da brasilidade; 
O que é ser brasileiro?
 Como em todo mundo até o final do século 20, a história 
oficial dos países sempre foi contada pelos detentores 
do poder.
Formação sócio-histórica do Brasil
 Temos de lembrar que até a década de 1970, o Brasil era um 
país com a maioria da sua população no campo. Isso só foi 
modificado quando a migração do campo para a cidade, que 
começou ser sentida na década de 1950, e finalmente trouxe 
às cidades uma população urbana maior do que a 
população do campo.
 Lembramos que até hoje a maior riqueza do Brasil, em termos 
mundiais, advém da produção agrícola, seguida pela 
extração dos minérios.
 A produção industrial está majoritáriamente voltada 
para atender o mercado interno. 
Formação sócio-histórica do Brasil
 Outro dado importante é o da construção da vulnerabilidade.
 Hoje em dia sabemos que a primeira favela do Brasil foi criada 
no Morro da Providência no Rio de Janeiro, por soldados que 
tinham voltado da Guerra do Paraguai.
 A promessa de D. Pedro II de dar casas aos soldados não foi 
cumprida, e, assim, os soldados ocuparam aquela área. 
 O nome favela foi ensinado por Euclides da Cunha, que o 
aprendeu durante a Guerra de Canudos e entrou no 
vocabulário popular carioca para designar todo tipo 
de aglomeração de habitações precárias. 
Formação sócio-histórica do Brasil
 O crescimento dessas aglomerações de habitações precárias 
cresceu principalmente no Rio de Janeiro, depois da 
Lei Áurea.
 O motivo disso é a questão da propriedade: desde o início do 
desbravamento das terras brasileiras, os conquistadores 
portugueses consideraram o Tratado de Tordesilhas como 
uma determinação da propriedade das terras.
 Assim, todas as terras originalmente pertenciam ao Rei de 
Portugal. Foram então dadas por ele para outros donos, num 
processo que tornou toda terra brasileira privada.
 Mesmo depois da Proclamação da República, apenas as terras 
devolutas, aquelas que estavam abandonadas, foram 
consideradas do Estado Brasileiro. 
Formação sócio-histórica do Brasil
 O Estado teve de tomar de volta terras que originalmente 
tinham uma escritura lavrada por uma instância de governo.
 Uma das consequências disso, é que o desmatamento da 
Amazônia Legal é fortemente baseado no resgate de linhas 
de herança sucessória de documentos que remontam à 
séculos passados.
 O fechamento do acesso a praias e ilhas ocupadas pela 
especulação mobiliária segue a mesma linha de pretensa 
legalidade hereditária da posse.
Formação sócio-histórica do Brasil
 A marca maior da formação sócio-histórica do Brasil 
é a violência.
 Até hoje lembramos os ditos populares:
 Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
 Aos inimigos, a lei.
 Mas essa marca tem origem na própria formação de Portugal, 
pois o país foi fundado na Reconquista contra os muçulmanos 
e depois contra os espanhóis.
 Desde 1200 d.C. que o Rei de Portugal era ao mesmo tempo 
comandante supremo do exército, proprietário maior das 
terras e chefe de estado.
Formação sócio-histórica do Brasil
 Um exemplo importante dessa característica de Portugal está 
presente até hoje no Brasil:
 Quando Portugal decidiu se tornar uma nação comercial, e 
abraçou o início do capitalismo, chamado hoje em dia de 
capitalismo comercial.
 Os portugueses decidiram que os comerciantes 
estrangeiros podiam se estabelecer nos portos do país, 
desde que tivessem sempre um sócio português.
 O Brasil até hoje mantém essa ideia. 
 Muitos hábitos que formam a cultura brasileira, são 
derivados das formas históricas que Portugal encontrou 
para se tornar nação. 
Formação sócio-histórica do Brasil
 Gilberto Freyre e a primeira proposta de entendimento 
estrutural do Brasil:
 Casa Grande e Senzala
 Povo português miscigenado: descendentes de tribos 
celtas, árabes e judeus. Daí um preconceito menor.
 A pequena população de Portugal não estimulava a 
emigração. Daí as leis que reconheciam os casamentos 
entre portugueses e pessoas de outras etnias.
Formação sócio-histórica do Brasil
 Gilberto Freyre e a primeira proposta de entendimento 
estrutural do Brasil:
 Casa Grande e Senzala
 Sua tese propõe que a Casa Grande foi o centro de coesão 
da sociedade. Que a Casa Grande, completada pela Senzala, 
representava o centro do sistema econômico, social, 
político, religioso e sexual do país. E que a miscigenação 
que ocorria diminuiu a distância social entre negros e 
brancos no Brasil. Segundo ele, o regime de trabalho 
imposto após a abolição seria mais cruel com os 
proletários do que o regime escravocrata para 
com os escravos. 
Formação sócio-histórica do Brasil
 Gilberto Freyre e a primeira proposta de entendimento 
estrutural do Brasil:
 Casa Grande e Senzala
 Pesquisa antropológica detalhada que é respeitada até hoje.
 Mito da miscigenação.
 Mito da aceitação racial.
 Descrição de hábitos sociais e alimentares dos brasileiros.
 Reafirmação da ideia de que a raça desenvolvida subjugou 
as raças atrasadas. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 A identidade construída sobre a cultura indígena foi a que 
permitiu a adaptação do brasileiro a qualquer lugar do 
território nacional.
 O processo de adaptação e diferenciação resultaria em cinco 
grandes blocos culturais: caboclo, crioulo, sertanejo, 
caipirae gaúcho.
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 Os brasilíndios foram chamados de mamelucos pelos jesuítas 
espanhóis horrorizados com a bruteza e desumanidade dessa 
gente castigadora de seu gentio materno. 
 Nenhuma designação podia ser mais apropriada. O termo 
originalmente se referia a uma casta de escravos que os 
árabes tomavam de seus pais, para criar e adestrar em suas 
casas-criatórios, onde desenvolviam o talento que acaso 
tivessem.
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 Um processo determinante na constituição da miscigenação 
entre índios e portugueses ocorreu logo na chegada destes 
últimos, pois recebidos por índios, receberam mulheres 
índias, como forma de estabelecer relação entre os europeus 
recém-chegados e todos os índios. 
 Essa tradição diplomática tem o nome de cunhadismo, e foi 
responsável pelos mestiços que ocuparam inúmeras regiões 
do país, em especial São Paulo.
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 A lógica que reinava na estratificada e miserável sociedade 
colonial, levaram aqueles filhos de portugueses com índias, 
os brasilíndios dos planaltos paulistas, a se aventurarem terra 
adentro em busca de uma prosperidade nessa sociedade 
escravocrata. 
 Caçavam escravos em regiões cada vez mais distantes, à 
semelhança da corrida do ouro, para ascender socialmente 
na pobre economia paulista. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 O abandono dos brasilíndios, ou mamelucos, que rejeitavam 
a origem indígena ou negra e eram rejeitados pelos pais 
europeus, restou um não ser, que constituía a 
“ninguendade” desse povo em formação. 
 O processo de construção dos novos povos da América 
Latina são processos de desconstrução dos velhos; o índio 
se desindianiza, o negro se desafricaniza e o europeu se 
deseuropeiza. Disso nascem os povos que habitam a 
América Latina, em especial o Brasil, o que Ribeiro 
nomeia de Povos Novos. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 O Brasil constituiu-se, no âmbito produtivo, em quatro ordens 
diferentes: 
 A primeira foi o Brasil escravista, com mão-de-obra africana, 
suprindo a monocultura latifundiária do açúcar, depois o ouro 
e o café. 
 A segunda foi a jesuíta, com os índios. 
 A terceira, que teve longo alcance social, foram as atividades 
de subsistência, como a criação de gado. 
 A quarta predominava sobre todas, eram os banqueiros 
portuários, que dominava o tráfico negreiro e garantiam a 
exportação de ouro e açúcar e a importação de escravos. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 Na costa nordestina, no século 16, os índios desgarrados 
compunham comunidades com portugueses e mestiços, 
criando as primeiras comunidades-feitorias, que viriam a 
servir de suporte aos navios portugueses, assim como manter 
as relações de escambo com as tribos indígenas. Ainda que 
embebidos na cultura predominantemente indígena, sem falar 
o português, a estrutura dessas feitorias era européia.
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 Foi com esse modelo de feitoria que a colonização avançou, 
estabelecendo as diversas atividades econômicas, como a 
pastoril e a mineração. 
 Com ritmos diferentes e influenciando a indianidade
circundante, esse modelo espalhou-se pelo território, como 
ilhas civilizatórias, para então estabelecer uma comunicação 
entre si. 
 Três dimensões permeavam igualmente essas comunidades; 
a identidade protobrasileira, a estrutura socioeconômica 
colonial e sua economia mercantil. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 Essa identidade, construída também sobre a cultura indígena, 
é que permitirá a adaptação do brasileiro a qualquer lugar do 
território nacional. Esse processo misto de adaptação e 
diferenciação resultaria em cinco grandes blocos culturais: 
caboclo, crioulo, sertanejo, caipira e gaúcho.
 Esses núcleos distintos tinham sua relação direta com a 
metrópole, e diferentemente da América hispânica, não se 
tornaram independentes. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 Brasil Crioulo
 A estrutura familiar e a cultura, que se estendiam do Rio 
Grande do Norte à Bahia, foram criadas em função da 
economia do engenho, que era pautada pela polaridade 
do senhor de engenho e do escravo.
 A legitimação do poder do senhor de engenho vinha da 
necessidade da Coroa, que garantia sua soberania sobre a 
nova colônia. Portanto, o poder do senhor penetrava todas as 
dimensões sociais. A autoridade do senhor de engenho nas 
terras brasileiras era superior à da nobreza em Portugal, pois 
mandava no reinol, clero e na população que o servia.
Formação sócio-histórica do Brasil
Darcy Ribeiro:
 Brasil Crioulo
 A senhorialidade do patronato açucareiro lembra, em 
muitos aspectos, a da aristocracia feudal, pelos poderes 
equivalentes que alcança sobre a população que vivia em 
seus domínios.
 O negro encontra mais espaço nos centro urbanos e na Igreja 
Católica, que promovia sua aceitação, ainda que não deixasse 
de relembrá-lo de sua posição social.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Caboclo
 Ribeiro descreve que a ocupação lusitana do rio Amazonas 
tinha o objetivo de expulsar os franceses, holandeses e 
ingleses, que ali se instalavam. 
 Os índios passaram a fugir dos portugueses e da escravidão. 
Seu conhecimento do território pôs os colonizadores em 
desvantagem, que por isso organizavam custosas expedições 
de busca. 
 A segunda tentativa veio da Igreja, com os missionários 
buscando catequizá-los para evitar as guerras. A diminuição 
da população nos núcleos forçou buscarem aldeias mais 
distantes, misturando indivíduos de inúmeras tribos num 
mesmo local.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Caboclo
 A expansão desse modelo percorreu o vale do Rio Amazonas, 
e dos demais rios, abrasileirando a região a partir do 
recrutamento de indígenas. Portugal supria especiarias como 
o cacau, baunilha, açafrão e pimenta para toda a Europa.
 Essa população neobrasileira também era produto da 
mestiçagem. A diferença dessa mestiçagem para as outras, 
era a possibilidade do português casar com a índia, pois a 
Coroa tinha tornado essa opção válida como estímulo à 
população local.
 Com a expulsão dos jesuítas, a distribuição de suas terras 
criou oligarquias caboclas, proprietárias de milhares de 
cabeças de gado.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Sertanejo
 O Brasil sertanejo se espalha entre a caatinga e o cerrado, que 
apresentam uma vegetação pobre e um clima hostil. A 
economia das fazendas de gado desenvolveu-se associada ao 
ciclo do açúcar. Mas não gerou riqueza capaz de tirar a região 
da pobreza. A dependência do mercado interno nunca gerou 
grande acumulação, mas garantiu certa segurança para o 
crescimento econômico ao longo dos séculos.
 Uma grande parte do povo brasileiro compõe o Brasil 
sertanejo, que se estende por grandes porções de terra, que é 
caracterizada pela especialização do pastoreio, e por modos 
de vida típico, com seus trajes e folclores, além de uma 
religiosidade pautada pelo messianismo. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Sertanejo
 As relações entre os patrões e vaqueiros era menos violenta e 
desigual que a do senhor de engenho, mas a hierarquia era 
rígida e clara. Segundo Ribeiro: “O contraste dessa condição 
com a vida dos engenhos açucareiros devia fazer a 
criação de gado mais atrativa para os brancos pobres e 
para os mestiços dos núcleos litorâneos”. 
 O sertanejo é majoritariamente branco. Nessa região a 
miscigenaçãofoi menor porque os vaqueiros não tinham boas 
relações com os índios. Mas os traços indígenas desta 
população são o resultado do rapto de mulheres das tribos 
que constantemente entravam em conflito com os vaqueiros.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Caipira
 No sul do Brasil, seguindo a costa nas regiões abaixo de São 
Vicente, a população estava abandonada por Portugal. Sem 
conexão marítima, nem uma economia importante, esta 
população vivia em sítios e arraiais de casebres pobres. A 
miséria da população da região e sua proximidade com os 
índios, misturavam hábitos tribais com europeus, como por 
exemplo usar roupa, chinelas, e uma culinária mais refinada. 
Porém, falavam a língua geral, aquela variação do tupi escrita 
pelos jesuítas.
 Essa miséria na qual o paulista se encontrava, tornava-o um 
aventureiro em potencial. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Caipira
 Os paulistas descobriram as minas de outro. Os garimpeiros 
se fixavam na beira dos rios, ou seguiam buscando novas 
fontes de ouro. Construíam armazéns e essas instalações 
alcançavam o tamanho de vilas, que também eram povoadas 
pelos escravos das minas. 
 Apesar de vigiados, eles viviam em condições melhores que 
os escravos do engenho. Quando produziam mais que a 
média, podiam comprar sua alforria. A partir daí os negros 
libertos utilizavam suas variadas habilidades para se 
tornarem artífices.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Caipira
 O ouro transformou Minas Gerais. Em meio século tornou-se a 
mais populosa e rica região da colônia, e também a mais 
urbanizada. O desenvolvimento criou uma estrutura religiosa 
e pública, mantida por uma classe de autoridades públicas e 
eclesiásticas, que estabeleceram uma vida social importante.
 Essa riqueza e urbanidade constituiu também uma certa 
“classe média”, composta por mulatos, negros e brancos. 
Apesar da segregação racial, a música e a culinária se 
desenvolveram como cultura da região.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Caipira
 A sedentarização finalmente diminuiu o fluxo das pessoas, 
prendendo-as à terra e criando hábitos. Nascia o Brasil caipira 
e sua cultura.
 Com a urbanização, os caipiras formam uma grande classe 
pobre. Essa condição precária do caipira extinguiu seus 
modos de vida, e poucas tradições seguiram vivas.
 Com surgimento do café no século 19, essa disparidade social 
se tornou parecida com a dos senhores de engenho. Os 
paulistas adotaram a casa grande, as senzalas, com serviçais 
para as tarefas domésticas e outros com a função de educar 
os filhos dos senhores.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Caipira
 A Abolição da escravidão representou uma mudança do 
sistema econômico, pois o escravo não passou a somente a 
ser dono si mesmo, como o barão de café não precisaria mais 
investir nos escravos, mas precisava apenas oferecer um 
salário. 
 A liberdade que o escravo adquiriu estava limitada pela sua 
condição social. As relações de trabalho impediram que 
houvesse distribuição da renda e da terra. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Gaúcho
 O sul do país começou a ser construído pelos jesuítas 
espanhóis. As missões destribalizaram os índios, que logo 
passaram a viver nelas. Isto garantiu a subsistência 
fundamental, e também as relações comerciais que supriam 
tudo o que os índios e a região não produziam.
 Quando houve o Ciclo do Ouro, no século 18, surgiu o 
mercado para o gado em pé, para bois de carro, para cavalos 
de montaria e para muares de tração e carga. A integração do 
Sul ocorreu quando finalmente suas relações econômicas 
com a colônia se tornaram superiores às relações com 
os vizinhos hispânicos.
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Gaúcho
 Os que viviam na costa do Sul, eram de origem portuguesa e 
mantinham-se ao lado do Império. Os gaúchos que habitavam 
as terras das campanhas continentais, queriam uma república 
para garantir seus interesses.
 O resultado desses processos configurou uma nova paisagem 
no Sul. O que antes era terra sem dono, agora só podia ser 
cavalgado pela margem das propriedades rurais, que 
dividiram o campo e implantaram o modelo de patrão e peão. 
Formação sócio-histórica do Brasil
Brasil Gaúcho
 O Sul se urbanizou com um processo semelhante ao 
nordestino. As propriedades rurais ofereciam condições 
de vida miseráveis, mas tornam-se extremamente populosas, 
pois eram a única alternativa de subsistência da maioria 
do povo. 
 As gerações mais novas não se contentavam com isso e 
partiam para as cidades em busca de oportunidades. As 
aglomerações urbanas se multiplicam e a região se urbanizou 
em decorrência de sua miséria e desigualdade.
Formação sócio-histórica do Brasil
Conclusão:
 Gilberto Freyre descreveu uma parte do país e afirmou que 
explicava toda formação sócio-histórica do Brasil.
 Darcy Ribeiro descreveu todas as regiões do Brasil a partir 
das condições econômicas que criaram situações de 
miscigenação diferentes.
 O movimento do pensamento de direita se organiza do 
particular para o todo, impondo um modelo.
 O movimento do pensamento de esquerda pensa as razões 
econômicas que determinam o comportamento das pessoas. 
ATÉ A PRÓXIMA!

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