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PARECER
Ementa
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS - inadimplemento contratual – ausência do cumprimento de obrigação – atraso em obra – notificação prévia da construtora – inexistência de fato ensejador de indenização – respeito à boa-fé – artigo 422 do Código Civil – parecer favorável à improcedência do pedido. 
Relatório
Trata-se de ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais, promovida por Daniel, em face da Construtora Montblanc, tendo como objetivo, compelir a parte ré a finalizar a construção do apartamento nº. 101 do Condomínio "Quintas de março", com a consequente entrega das chaves, bem como a condenação ao pagamento de indenização por danos morais.
Para tanto, alegou o Autor, em síntese, que a Construtora não cumpriu com o contrato firmado entre as partes, pois se comprometeu a entregar as chaves do imóvel em Janeiro de 2010, porém até a presente data permanece em mora, fato esse que gerou frustração das legítimas expectativas de ter a sua moradia na data contratada.
Citada, a parte ré, por sua vez, em sua defesa alegou que de fato ainda se encontra em atraso com a construção e a entrega dos apartamentos. Porém afirmou que no momento em que detectou a possibilidade de demora no cumprimento de sua obrigação, em especial por conta de alguns prejuízos econômicos sofridos, notificou a cada um dos promitentes compradores, informando-os que as obras se prolongariam por mais um tempo em razão de diversos fatores.
Sustentou, ainda, que nessa notificação requereu a colaboração de todos os condôminos para que estes continuassem honrando com seus pagamentos e, para não causar prejuízos maiores para os promitentes compradores, concedeu a diminuição proporcional do valor das parcelas em razão do atraso, além de permitir que condôminos inadimplentes até aquela data pudessem quitar seus débitos sem juros.
Afirmou, por fim, que o autor se encontra inadimplente por aproximadamente três anos e não adotou qualquer ação para alterar a sua situação. Requerendo, por isso, a improcedência dos pedidos.
É o relatório.
Fundamentação 
Não deve prosperar a pretensão Autoral, porque no momento em que a Ré detectou a possibilidade de demora no cumprimento de sua obrigação, em especial por prejuízos econômicos sofridos, notificou a cada um dos promitentes compradores, informando-os que as obras se prolongariam por mais um tempo, e também, nessa notificação deixou claro o requerimento no sentido da colaboração de todos os condôminos para que estes continuassem honrando com seus pagamentos e, para não causar prejuízos maiores aqueles, concedeu a diminuição proporcional do valor das parcelas em razão do atraso, além de permitir que condôminos inadimplentes até aquela data pudessem quitar seus débitos sem juros.
Além disso, vale ressaltar que o autor se encontra inadimplente e não adotou qualquer ação para alterar a sua situação.
Verifica-se, com base nos fatos, que inexiste qualquer attitude contrária à boa-fé, que seja imputável à parte Ré, pois como afirma Ruy Rosado de Aguiar, a boa-fé pode ser entendida como:
"Princípio Geral de Direito, segundo o qual todos devem comportar-se de acordo com um padrão ético de confiança e lealdade. Gera deveres secundários de conduta, que impõe às partes comportamentos necessários, ainda que não previstos expressamente nos contratos, que devem ser obedecidos a fim de permitir a realização das justas expectativas surgidas em razão da celebração e da execução da avença".
	Entendido assim, não se pode entender ou compreender o porquê de o Autor pleitear o cumprimento de uma obrigação e requerer, com base em suposto descumprimento de contrato, indenização por danos morais, pois a empresa age, a todo momento pautada na mais estreita boa-fé.
	Por outro lado, apesar de a Ré não ter cumprido com o contrato firmado entre as partes, fato é que agiu em estrita observância à citada boa-fé, pois é inconteste que notificou os promitentes-compradores, inclusive o Autor, acerca da demora na entrega das chaves e, ainda, voluntariamente, reduziu proporcionalmente os juros, facilitando o pagamento. 
	Nesse passo, vale destacar que a Ré sempre agiu em conformidade aos ditames legais, notadamente àqueles que dizem respeito aos contratos e sua execução, tal qual dispõe, v.g., o artigo 422 do Código Civil, in verbis:
“ Art. 422 do CC: Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”
	Como se vê, novamente, não há como se imputar qualquer ato ensejador do dever secundário à parte Ré. 
	Ademais, não se pode olvidar que o pedido mediato contido na peça vestibular não guarda qualquer razoabilidade frente aos fatos extensamente demonstrados pelo Réu e pelo Autor, pois, com base na argumentação até então depreendida, resta claro e evidente que o Réu agiu pautado na boa-fé, respeitando todos os ditames contratuais, sendo corriqueiro, e de comum sabença, que eventuais atrasos podem acontecer independentemente de culpa. Assim, o mero inadimplemento contratual, por sis só, não gera dever indenizatório, salvo se ofender direito da personalidade, o que evidentemente não se verifica.
	Outrossim, insta destacar que o autor é o causador de seus próprios danos, pois, na medida em que deixou de quitar com sua obrigação contratual primária, acarretou direta e imediatamente uma menor arrecadação da empresa Ré, o que gerou maiores dificuldades, de ordem economica, para adimplir com exatidão o contrato. 
	Por tudo isso, fica claro que a tese inicialmente exposta, de que não há como se propsperar a pretensão autoral, restou plenamente demonstrada, comprovada e fundamentada.
Conclusão
	Ante o exposto o presente parecer é favorável à improcedência de todos os pedidos Autorais, salvo melhor juízo. 
É o parecer
Parte Autenticativa
Local, data
 Nome do ADV.
OAB nº

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