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Aula 2 - Situações Educativas: Educação Formal, Informal e não Formal Nesta aula, a disciplina busca refletir sobre o processo educacional na sociedade contemporânea... ...além de indicar a proposta de educação permanente como sendo a possibilidade de construção de uma nova legitimidade para a escola junto ao futuro das civilizações organizadas na passagem para o terceiro milênio ou século XXI. Um conceito amplo. Envolve o processo de desenvolvimento integral do homem, isto é, de sua capacidade física, moral, intelectual e afetiva. Enfim, de suas potencialidades inatas. O que é educação? Habilidades Caráter Social A educação visa à formação de habilidades, ao caráter e à personalidade social. (ARANHA,1996). A palavra educação vem do latim educare/educere, significando “condução de um estado a outro”; “modificar numa certa direção o que é suscetível de educação”. Em seu sentido literal, significaria “alimentar” e ao mesmo tempo “tirar de”. “alimentar” Sobre os indivíduos, o processo educativo alimenta, no momento em que desenvolve, incutindo valores, hábitos; divulgando conhecimentos e permitindo a inserção social. “tirar de” Ao mesmo tempo, o processo tira do indivíduo, ou melhor, faz sair, ilumina suas potencialidades humanas, naturais. É o sentido do processo de educação. Um processo de humanização e socialização que sempre existiu na história do homem. Nas comunidades primitivas, na antiguidade, a prática educativa foi difusa, integrada à dinâmica do grupo, de um jeito que todos educavam a todos. Escola Com o desenvolvimento da vida social ou em sociedade, os grupos humanos foram sendo organizados, estabelecendo regras, produzindo conhecimentos variados através da atividade trabalho/transformação da natureza e de si mesmo=atividade de produção cultural. Com isso, a necessidade da existência de locais ou organizações voltadas para a transmissão da herança cultural – a escola. Na escola, a educação oferecida é considerada Formal. Porque supõe um grupo de profissionais instituído para desempenhar determinadas funções dentro de uma proposta de atuação (ARANHA,1996). O saber era, anteriormente, coletivo na tribo. Com o incremento da produção de bens e aumento da divisão social, torna-se privilégio dos mais ricos do grupo social. Surge a necessidade de escola como um espaço para a divulgação desse saber acumulado ainda que restrito a alguns. A partir do Renascimento (XV/XVI), tal marca acentua-se. A escola institucionalizada conforme conhecemos e uma criação burguesa do século XVI. Lembrando a questão do poder, a escola contribuiu para o fortalecimento dessa camada emergente ao final da Idade Média formada pelos comerciantes prósperos das cidades, ou burgos, daquela época. Naquela época, o sentimento de família surgiu agregado ao de infância – visão da criança diferenciada do adulto. A ideia de um ambiente privilegiado, diferenciado, protegido das más influências do mundo coube à escola. Um novo espaço criado que, além de instruir, recebeu a tarefa de educar e disciplinar. É a escola Tradicional. Ela serviu para oferecer um ensino voltado para a vida e para o futuro, realista, advindo das novas ciências. “centrada no professor e na exposição dos conteúdos, na autoridade, com ênfase no esforço intelectual de assimilação de conhecimentos” (1996, p. 158). Um ensino que procurou atender às necessidades da camada social emergente e posteriormente contribuiu para a Revolução Industrial(a partir do século XVIII) e consolidação do modo de produção capitalista. Nesse período, a escola cresce atendendo aos filhos dos operários, a massa trabalhadora. Nesse caso, uma educação formal, organizada, sistematizada voltada para conduzir a experiência social difusa. Apesar dos traços e predomínio até os dias atuais, ela não substituiu a educação informal que permeia às relações entre os homens. O que é a Educação Informal? Compreender a educação informal significa compreender a essência humana – a necessidade de socialização como garantia para a sobrevivência. Isso acaba sendo feito através das pessoas – o meio e os modelos sociais pertencentes ao coletivo são divulgados, reproduzidos ou transformados. PROGRAMADOR, FAVOR USAR OS TRES BACKGROUNDS A educação Informal é assim chamada por não ser organizada, ao contrário, é casual, a partir da experiência prática, cotidiana, exercida a partir das vivências com base no consenso. O comportamento vai sendo modelado por meio da repetição. Exemplo: cumprimentos como bom-dia ou boa-noite. Os comportamentos, os padrões de pensamento, limites, valores, hábitos são impostos pela família, leis, religião, moda, meios de comunicação e pela escola como se fossem mera informação deliberada e ao mesmo tempo acidental. O que é EducaçãoNão Formal? A Educação Não Formal É aquela oferecida em organizações civis, particulares, projetos comunitários, associações de moradores, escola de idiomas. Apesar da coexistência dos tipos ou das três situações educativas conforme abordado: formal, informal e não formal. A ação da escola tornou-se expressiva, assumindo as funções da família e exercendo influência sobre os jovens. Questionadora oupassiva "bancária" Conservadora ou modificadora? Educadores Progressistas Para os educadores progressistas (primeira metade do século XX), as influências são positivas, podendo contribuir para a mobilidade social. Educadores críticos Já os educadores críticos(60/70 em diante) argumentam afirmando sobre as dificuldades dessas mudanças. Nessa visão pouco otimista, a escola seria uma peça de uma engrenagem dentro do sistema educacional, contribuindo para a reprodução das desigualdades sociais. As críticas feitas à escola são resultantes da incapacidade de atender às necessidades de um mundo em evolução. A ciência e a tecnologia representam um desafio aos educadores. Como superar a distância entre educação formal e a vida? Como fazer com que a escola não seja privilégio de poucos? A escola do século XX inicialmente foi apelidada de Escola das Certezas. Ao final da contemporaneidade, devido aos questionamentos e à significativa desigualdade social existente, foi considerada Escola das Incertezas. Diante da complexidade das questões, as respostas e propostas são muitas como a própria desescolarização da sociedade (proposta de I.ILLICH,1973 apud ARANHA, 1996) ou a proposta de educação permanente (Unesco) como renovação de conhecimentos em uma escola aberta na qual os professores trabalham com adultos da comunidade, com pais de alunos dispostos a reciclarem os saberes. Todos voltados para superar a crise da escola, da cultura e da sociedade. O que significa a crise? Um momento de transição entre o velho e o novo, ainda pouco claro e confuso como o advento do século XXI. Sobre o futuro da educação, CANÁRIO (2006) propõe que os educadores atuem na direção de superar a forma escolar, reinventar a organização escolar e construir uma nova escolarização. O movimento de educação permanente surgiu no início dos anos 70 com a publicação do relatório “Aprender a ser” pela Unesco. A proposta provocou o pensamento educacional. Um processo contínuo-ciclo vital que se confunde com a própria pessoa. Ela aparece como um princípio reorganizador de toda a educação, tendo como ponto de referência a emergência da pessoa como sujeito da formação com base em três pressupostos: continuidade, diversidade e globalidade. O civismo é enfatizado juntamente com a construção de uma “cidade educativa”. Nessa perspectiva, o processo de socialização fica mais amplo. O aluno vai sendo apresentado a situações educativas não deliberadas. Para superar o modeloescolar, vale deslocar o eixo das preocupações do ensinar para o aprender. A própria experiência do educando é o principal recurso de formação. O conhecimento como processo de pesquisa é o centro da aprendizagem e seu valor. Reconhecer a importância de instituições educativas não escolares - NÃO FORMAIS. É a dimensão não visível de tal processo educativo que nela está imersa, contextualizada. As últimas décadas conduzem uma mudança deliberada na educação através de reformas verticais, autoritárias e mal-sucedidas exatamente porque desconsideram a essência global e dinâmica da escola. Por isso, ela deve ser cada vez mais estimulada a atuar como uma comunidade de aprendizagem. Nelas, o professor deve trabalhar de forma colaborativa, buscando inovar o ensino. A recriação da escola carece de uma intervenção apoiada em estratégias de produção da aprendizagem.
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