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Globalização, Consumo e Cidades Médias o complexo arranjo em redes hierárquicas e heterarquicas. TCC FINAL

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1 
 
 
 
Pablo Muryllo de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
Globalização, Consumo e Cidades Médias: o 
complexo arranjo em redes hierárquicas e 
heterarquicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Presidente Prudente 
 2017 
 
 
 
2 
 
 
 
Pablo Muryllo de Oliveira 
 
 
 
 
 
Globalização, Consumo e Cidades Médias: o 
complexo arranjo em redes hierárquicas e 
heterarquicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Presidente Prudente 
 2017 
Trabalho de monografia apresentado ao 
Departamento de Geografia da Faculdade de 
Ciências e Tecnologia – Universidade Estadual 
Paulista (UNESP) de Presidente Prudente – S.P, 
para obtenção do titulo de Bacharel em Geografia. 
Orientador: Prof. Márcio José Catelan. 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
Oliveira, Pablo Muryllo. 
O49g Globalização, consumo e cidades médias : o complexo arranjo em redes 
hierárquicas e hierárquicas / Pablo Muryllo de Oliveira. - Presidente 
Prudente: [s.n], 2017 
 123 f. : i l . 
 
 Orientador: Márcio José Catelan 
 Trabalho de conclusão (bacharelado – Geografia) - Universidade 
Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia 
 Inclui bibliografia 
 
 1. Cidades médias. 2. Globalização. 3. Redes. I. Catelan, Márcio José. II. 
Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Tecnologia. III. 
Título. 
 
 
4 
 
Termo de aprovação 
 
 
5 
 
Agradecimentos 
 
Desses 5 anos que estou em Presidente Prudente, creio que esse momento de 
escrever os agradecimentos para minha monografia, seja sem duvidas, a mais esperada. 
Nesse tempo, aconteceram muitas coisas. Não dá pra mensurar o tanto quanto cresci e 
aprendi, seja no aspecto pessoal, como acadêmico/profissional. Em meio a todo esse 
processo, me apoie (e me apoio) em varias pessoas. Muitas delas se tornaram grandes 
amigxs, outrxs já ficarão como lembranças em minha memoria. Nesse breve texto, tentarei 
não ser injusto e hierárquico, em relação à importância que cada uma dessas pessoas teve 
em minha passagem por aqui. Sendo assim, irei elencar as pessoas por ordem cronológica, 
para não ser injusto em meus agradecimentos. 
Quero primeiramente, agradecer a minha família, pois sem eles não estarei aqui: 
Mãe (Célia), irmã (Laís) e paidrasto (Marcelo). Vocês sabem bem, como tenho problemas em 
demonstrar sentimentos, mas saibam que amo vocês, mais do que tudo nessa vida. 
Obrigado pelo carinho, amor e esforços que cada um de vocês fizeram, pra eu pudesse 
realizar esse sonho. Quero agradecer também minha Tia Valeria, Tia Neia, Tio Mauricio, 
meus primos Miguel, Manu e Laura, e Vó Cida, “Seu” Juca e “Dona” Alda por tudo que 
representam em minha formação humana. 
Aos meus amigos do “Trio Ternura”: Rafael e Glaucia. Quero imensamente agradecer, 
ao apoio, a amizade, as risadas. Enfim, tudo, amizade como a nossa de mais de 15 anos, não 
surgem ao acaso. Sempre digo que vocês é a família que tive a oportunidade de escolher. 
Tati, Geison e Cíntia, obrigado por tudo mesmo. 
Quero agradecer a todos que moraram comigo na Moradia Estudantil. Esse espaço 
de luta e resiliência, que me ensinou muito, a partir dos contatos , discussões e debates que 
tive. Nesse sentido, quero deixar meu agradecimento a todos os lendários e saudosos 
“B4trianos”, em especial a: Tim, Nina, Rubens, Paulot, André e Caique. Cada um de vocês foi 
único, e tiveram sua importância nesse processo. Desde, um Ki-dogão da madrugada, 
conveniência, a questões filosóficas e geográficas, muito obrigado. Não posso me esquecer 
dos moradores do “B1” e do “B2”, foram tantas conversas, bagunças, campeonatos (B12). 
Neste sentido, quero agradecer especialmente ao Hélio, pessoa formidável, que aprendi a 
respeitar e a gostar muito, valeu por tudo “maninho”. 
6 
 
A todos aqueles que participaram e participam (professores e alunos) do Cursinho 
Popular Rosa Luxemburgo, esse projeto que dá oportunidade de estudo, debates e acesso a 
universidade publica a pessoas que são excluídas desses direitos. Nesse sentido, agradeço 
principalmente ao Leandro, Mauro e Annalisa. Obrigado pela oportunidade de fazer parte 
desse projeto. 
Tenho muitas pessoas que gostaria de agradecer, aqui elencarei algumas: Lika, 
Mayara, Magda, Dielme, Gezivaldo, Nicolas, Felipe Vieira, vocês são pessoas que ajudam 
sem pedir nada em troca. Tantas conversas, vídeo-game, mercado, etc. É difícil mensurar o 
carinho e respeito que tenho por vocês. Obrigado. 
Stephanie, Cathi, Bruna Guldoni, Leticia Chicheira, Luana (Ourinhos) e Silmara. Vocês 
foram às pessoas que “ganhei” na faculdade. Stephanie, você foi a primeira pessoa que tive 
contato, grande amiga, grande irmã. Bruna, a pessoa mais bela e cativante que conheci, e a 
inteligência? Nem vamos comentar. Cathi, já falei que iremos casar (risos), obrig ado por 
cada café com pão de queijo, desde os dias frios, aos dias típicos de Prudente. Chicheira, a 
menina “reclamona” do trabalho de campo, quantos cinemas nos fomos? Lu, eu e seu 
“escortinho”, sem palavras pra tudo que já tivemos. Sillllll, minha companheira acadêmica, 
tantos trabalhos, seminários, discussões, aprendi demais com você. Obrigado a todos. 
Jeff (presida) e Juliano. Caras, vocês são fenomenais. Somos e seremos sempre os 
“velhos” dos rolês (risos). Cada balancê, que é melhor nem comentar. 
Nani, minha amiga, irmã, mãe, e não sei mais o que. Sempre seremos, bebê um do 
outro. 
A também a galera que conheci há pouco tempo. Renan, Vanessa, Karina, Lets, Lúcia. 
Vocês são pessoas que me surpreendem a cada dia, olha, não tenho palavras. Vocês são 
f****. 
Márcio Catelan, meu orientador, entendedor da minha mente confusa e caótica, 
obrigado por tudo, e principalmente, perceber meus probleminhas de ser peixes com peixes 
(risos). Valeu por tudo. E que no mestrado seja muito melhor ainda nossa relação. 
Nesse processo, tive tantas pessoas que me ajudaram de alguma maneira, e não 
quero ser injusto com nenhum, desta forma quero citar algumas: Ana B, Andreotti, Aylê, Di 
Maria, Diego (B1), Diego (B4), Elines, Eric (Fininho), Gabriel (Ceará), Giugliana, Gustavo 
(Degrau), Joyce, Luiz (Escada), Mari da sala, Mari do Gasperr, Mari (casa), Maria Ruth, 
7 
 
Maricielo, Mayra, Michelle (Mimi), Reginaldo Campo, Rodolfo, Sarinha, Silmara da educa, 
Tais Telles, Tamires, enfim, já não tenho palavras pra todos vocês. 
Obrigado pela FAPESP pelo auxílio. 
Provavelmente, fui injusto com alguém. Mas, saibam que o meu carinho, respeito e 
admiração, não se resumem a esse pedaço de papel. Amo todos, sem exceção, aqueles que 
estão, e aqueles que não estão. Obrigado por tudo, sem vocês não seria nada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Resumo 
 
O presente trabalho tem como fundamento, a apresentação dos debates e 
resultados de uma pesquisa realizada no âmbito do projeto “Lógicas Econômicas e Práticas 
Espaciais Contemporâneas: Cidades Médias e Consumo”, avaliado e aprovado pela Fundação 
de Amparo à Pesquisa do Estado do Estado de São Paulo – FAPESP, na qualidade de Projeto 
Temático, 2011/20155-3. É uma proposta teórica – metodológica e de perspectiva analítica 
para compreendermos a (re)estruturação da rede urbana, tendo em vista a ampliação das 
articulações escalares dado a expansão de processos, como a urbanização, cujos reflexos 
advêm do processo de Globalização. Sendo assim, nos debruçaremos na análise dos dados e 
exportação e importaçãodas cidades médias de Presidente Prudente, Marília e São Carlos, 
obtidos na plataforma da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), vinculada ao Ministério 
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
Palavras-chave: Cidades Médias, Globalização, Consumo, Comércio Exterior, 
Hierarquia-Heterarquia Urbana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Abstract 
 
The present work is based on the presentation of the debates and results of a 
research carried out under the project "Economic Logics and Contemporary Space Practices: 
Medium Cities and Consumption", evaluated and approved by the Foundation for Research 
Support of the State of São Paulo Paulo - FAPESP, as Thematic Project, 2011 / 20155-3. It is a 
theoretical - methodological proposal and an analytical perspective to understand the (re) 
structuring of the urban network, in view of the expansion of scalar articulations given the 
expansion of processes, such as urbanization, whose reflexes come from the Globalization 
process. Therefore, we will analyze the data and export and import of the medium-sized 
cities of Presidente Prudente, Marília and São Carlos, obtained from the Secretariat of 
Foreign Trade (SECEX), linked to the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade. 
Keywords: Medium Cities, Globalization, Consumption, Foreign Trade, Hierarchy-Urban 
Heterarchy.
 
10 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
TABELA 1- 40 
TABELA 2- 41 
TABELA 3- 45 
TABELA 4- 46 
TABELA 5- 49 
TABELA 6- 50 
TABELA 7-57 
TABELA 8- 58 
TABELA 9 - 58 
TABELA 10- 62 
TABELA 11- 63 
TABELA 12- 66 
TABELA 13- 67 
TABELA 14- 68 
TABELA 15- 71 
TABELA 16- 71 
TABELA 17 - 74 
TABELA 18- 75 
TABELA 19 - 76 
TABELA 20- 79 
TABELA 21- 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
SUMÁRIO 
 
 
 INTRODUÇÃO - 12 
 
 CAPÍTULO 1: GLOBALIZAÇÃO, COMÉRCIO EXTERIOR E CONSUMO - 16 
 Globalização: aspectos do capitalismo na era da informação - 17 
 Consumo, Comércio Exterior como base da Globalização - 22 
 Cidades Médias e sua dinâmica na rede urbana - 25 
 Hierarquia e a Heterarquia Urbana como proposta de análise - 30 
 
 CAPÍTULO 2: CONTEXTUALIZAÇÃO ECONÔMICA, ESPACIAL E HISTÓRICA DAS 
CIDADES MÉDIAS DE PRESIDENTE PRUDENTE, MARÍLIA E SÃO CARLOS - 36 
 Presidente Prudente - 38 
 Marília - 42 
 São Carlos - 46 
 
 CAPÍTULO 3: A INSERÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE, MARÍLIA E SÃO CARLOS NO 
COMÉRCIO EXTERIOR - 55 
 Presidente Prudente: o couro e a carne - 56 
 Marília: doces, bolachas e chocolates - 66 
 São Carlos: tecnologia, material escolar e veículos automotores – 74 
 Conclusões e resultados a partir dos dados da SECEX/MDIC - 82 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS - 84 
 BIBLIOGRAFIA - 88 
 APÊNDICE - 97 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
13 
 
Nossa premissa parte da idéia de que as interações espaciais das cidades médias 
extrapolam uma lógica hierarquizada. Desta forma, o paradigma da Hierarquia Urbana, 
pautada na idéia das Localidades Centrais de Walter Christaller (1933, 1966), não é mais 
suficiente para entendermos o complexo arranjo das redes urbanas na atualidade. Essa 
teoria foi cunhada, tendo em vista, níveis de funções e papéis que as cidades exercem em 
dada rede urbana. Por ser uma teoria de cunho quantitativo, articula o número de papéis e 
funções complexas que cada cidade exerce em sua rede de influência (ou hinterlândia). Ela 
acaba engendrando as cidades em níveis escalares que a nosso ver são bem rígidas, e não 
abarcam o contexto e as dimensões nas quais as cidades médias podem ser explicadas nas 
redes urbanas, sobretudo, aquelas dinâmicas e lógicas articuladas a partir do processo de 
Globalização. Essa relação estruturada em níveis não-hierárquicos promovidas por essas 
cidades médias, podem ser visualizadas por meio dos dados de seu Comércio Exterior, 
articulados a outros processos, motivo pelo qual abordaremos as articulações em múltiplas 
escalas neste trabalho. 
Isso não exclui a idéia da Hierarquia Urbana, muito bem trabalhados pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seus estudos sobre a Região de Influência das 
Cidades (REGIC), mas de certa forma, complementa tal proposta analítica de articularmos o 
Comércio Exterior, Globalização e as Cidades Médias. Entendemos que uma hierarquização 
em níveis de funcionalidades das cidades em rede de forma quantitativa, enrijece o 
entendimento das interações espaciais contidas nos fluxos de mercadorias, pessoas, capitais, 
informações, idéias, etc., fomentada pelas redes (materiais e imateriais) que articulam e 
interconectam elas. Para entendermos tais relações, precisamos ter 
 
noção das diferentes temporalidades entre os processos de estruturação e 
articulações, as diferentes tipologias de funções e papéis das cidades na 
rede urbana e, principalmente, a condição interescalar das interações 
espaciais, aspectos relevantes para entendermos o movimento, o arranjo e 
as articulações espaciais. (CATELAN, 2012, p. 2) 
 
Deste modo, temos a perspectiva de articularmos a Globalização, o Consumo e o 
Comércio Exterior, no âmbito das relações em rede de três cidades médias paulista: 
Presidente Prudente, São Carlos e Marília. Essas cidades tem uma expressão significativa no 
que tangem aos dados de exportação e importação. Além de ter sua formação histórica e 
espacial, a partir da expansão do complexo cafeeiro. E de serem três das seis cidades 
14 
 
estudadas no âmbito do projeto temático “Lógicas Econômicas e Práticas Espaciais 
Contemporâneas: Cidades Médias e Consumo”, avaliado e aprovado pela Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado do Estado de São Paulo – FAPESP, na qualidade de Projeto 
Temático, 2011/20155-3, e estudada pelo Grupo de Pesquisa Produção do Espaço e 
Redefinições Regionais (GasPERR).Sendo assim, para sustentar nossa premissa que articulam 
tais conceitos, utilizamo-nos de um conjunto de dados obtidos da plataforma organizada 
pela Secretaria de Comércio Exterior – SECEX/MDIC, responsável pela sistematização e 
divulgação dos dados da balança comercial brasileira. 
A plataforma da SECEX/MDIC apresenta os dados organizados por principais ramos, 
empresas, produtos e países de destino da exportação e origem da importação, agrupados a 
partir das tabelas que estão disponíveis nos bancos de dados desta instituição. Estes dados 
podem ser baixados no item “Estatística de Comércio Exterior – DEPLA”. Os dados são 
organizados permitindo que as tabelas e quadros possam ser baixados por s emanas ou 
meses de referências. Trabalhamos com os dados consolidados dos anos anteriores a 2013, 
a partir do ano de 2006. 
No que se refere ao detalhamento dos dados, a plataforma da SECEX/MDIC permite o 
acesso aos dados dos 40 produtos mais exportados e importados por municípios (Neste caso 
considera-se o domicilio fiscal da empresa exportadora) com os respectivos valores, bem 
como as listagens dos 100 produtos mais exportados e importados, com seus valores, pelas 
unidades da federação. Neste último caso, considera-se o estado produtor da mercadoria, 
independentemente de onde se localiza a sede da empresa. Estão disponibilizados também 
os dados por empresas que mais exportaram e importaram, por blocos econômicos. 
Com tais recursos é possível: 1. a observação do montante da balança comercial 
destas cidades médias – valores gastos com a importação e auferidos com a exportação, 
possibilitandoconhecer os circuitos produtivos em cada uma destas cidades; 2.a verificação 
dos tipos de ramos, produtos e empresas, bem como a especialização e/ou diversificação 
produtiva nestas cidades; e 3.a verificação das cidades e países com os quais elas 
estabelecem relações – as interações em diferentes escalas. 
As exportações e as importações apontam a concretização dos circuitos produtivos 
nas redes de cidades, tornando-se os slogans empresariais e políticos da participação destas 
cidades na rede urbana, no que tange à produção e ao consumo. Conferem, portanto, mais 
elementos e conteúdos para uma reflexão sobre consumo e o que resulta dele nas cidades 
15 
 
médias. A partir dos dados sobre a balança comercial, é possível ampliar não somente a 
escala de análise, mas também, os significados do consumo quando articuladas às lógicas de 
múltiplas escalas. Assim, analisar os dados da balança comercial nestas cidades médias quer 
dizer não somente compreender como elas vêm participando das trocas comerciais em 
diferentes escalas, mas, principalmente, como tais trocas passam a repercutir no consumo e 
no que se consome na escala local e regional. 
O intuito de obtermos esses dados é por dois motivos centrais: montar uma base de 
dados e analisar como se da à inserção dessas cidades no comércio global. Como nosso foco 
é no consumo, analisarmos esses dados nos ajudaria a entender esse aspecto dessas cidades 
médias paulista. 
Para melhor facilitar a compreensão sobre a metodologia, dividiremos este texto em 
quatro capítulos: a primeira intitulada de GLOBALIZAÇÃO, COMÉRCIO EXTERIOR E 
CONSUMO, trarão alguns debates entorno da Globalização, Consumo, Interações Espaciais 
Interescalares, e do par Hierarquia - Heteraquia Urbana,além de fazermos uma breve 
definição de como entendermos o que são cidades médias, com suas considerações 
metodológicas e analíticas para o estudo da Geografia Urbana. A segunda, intitulada 
CONTEXTUALIZAÇÃO ECONÔMICA, ESPACIAL E HISTÓRICA DAS CIDADES MÉDIAS 
ESTUDADAS, tem como intuito trazer para o nosso foco, alguns outros elementos que 
caracterizem as cidadesmédiasque foram foco desta pesquisa: Presidente Prudente, Marília 
e São Carlos. A terceira, intitulada de A INSERÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE, MARÍLIA E 
SÃO CARLOS NO COMÉRCIO EXTERIOR, trará os resultados obtidos a partir da base de dados 
utilizada nessa pesquisa, sendo em forma de tabelas, gráficos, mapas e textos que 
descrevem os resultados quantitativos que foram obtidos. Por fim, a última e quarta 
parte,chamada de CONSIDERAÇÕES FINAIS, tem como fundamento trazer alguns debates e 
conclusões que esta monografia nos trouxe. 
Sendo assim, temos como objetivo, compreender como o processo de globalização se 
impõe com suas lógicas gerando dinâmicas de escalas articuladas. Esse texto tem como foco 
esse processo, assim como, as suas transformações na rede urbana, e de como entender as 
cidades médias nesse contexto. Deste modo, o intuito é articular a globalização, o consumo, 
o comércio exterior e as cidades médias, além de tratarmos do modo como a complexidade 
do mundo atual e globalizado sugerem novas propostas metodológicas e conceituais. 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. GLOBALIZAÇÃO, COMÉRCIO EXTERIOR E CONSUMO. 
 
17 
 
Neste capítulo, temos o intuito de entendermos o contexto do mundo 
contemporâneo, para isso, julgamos ser imprescindível o entendimento de alguns processos 
e conceitos, como: a Globalização, o Consumo, o Comércio Exterior, as interações 
interescalares, as Cidades Médias e o par Hierarquia-Heterarquia. O entendimento desses 
processos e conceitos nos auxiliara na articulação da nossa premissa de compreender como 
o processo de globalização se impõe com suas lógicas gerando dinâmicas em diversas 
escalas, perante a rede urbana. 
 
1.1 GLOBALIZAÇÃO: ASPECTOS DO CAPITALISMO NA ERA DA INFORMAÇÃO 
 
Dentre esses processos, colocamos em foco a Globalização. Processo este, que tem 
proporções mundiais, e que alterou toda uma percepção de mundo, não modificou apenas 
as relações econômicas, mas ressignificou de maneira expressiva, as relações sociais, 
culturais e as formas de produção do espaço (sejam os espaços urbanos ou rurais) . 
Vislumbramos, assim, a oportunidade de entendermos esse complexo arranjo entre Estados -
nações, redes (os fluxos, de todo tipo – das mercadorias às informações pressupõem a 
existência das redes.)(DIAS, 2005) (tangíveis ou não, hierárquicas-heterárquicas), técnicas, 
tecnologias, povos, sociedade e consumo. 
 
(...) o globo não é mais apenas uma figura astronômica, e sim o território no 
qual todos encontram-se relacionados e atrelados, diferenciados e 
antagônicos – essa descoberta surpreende, encanta e atemoriza. Trata-se 
de uma ruptura drástica nos modos de ser, sentir, agir, pensar e fabular. (...) 
abalando não só as convicções, mas também as visões de mundo. (...) o 
globo não é mais exclusivamente um conglomerado de nações, sociedades 
nacionais, Estados-nações (...). Foram subsumidos, real ou formalmente, 
pela sociedade global, pelas configurações e movimentos da globalização. 
(IANNI, 2013, p. 13) 
 
Para iniciarmos esse breve debate sobre o processo atual de Globalização, 
tentaremos expor, de modo sintético, o conceito de Meio-Técnico-Cientifico-Informacional. 
Esse conceito, trabalhado por Milton Santos, em seu livro intitulado “A Natureza do Espaço” 
(2006), nos traz a perspectiva necessária para o entendimento da Globalização. Não é a 
intenção deste trabalho, fazermos uma descrição detalhada de tal conteúdo, mas sim de 
trazermos para nossa discussão, o que julgamos ser importante à compreensão do que 
18 
 
concerne às relações e processos múltiplos que envolvem as cidades médias, tendo em vista, 
a interescalaridade que assumem a partir do processo de globalização. 
Deste modo, entender alguns conceitos e termos, facilita nosso entendimento, em 
face da complexidade da atualidade. Sendo assim, o Meio-técnico-cientifico-informacional é, 
basicamente, a junção da técnica, ciência e informação, transformando o espaço e atuando 
como força motriz para a acumulação capitalista. Para Santos (2006), esse meio seria a “face 
geográfica da globalização”, constituindo interligações, principalmente por redes, sejam elas 
quais forem. 
Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo técnicos 
e informacionais, já que, graças à extrema intencionalidade de sua 
produção e de sua localização, eles já surgem como informação; e, na 
verdade, a energia principal de seu funcionamento é também a informação. 
Já hoje, quando nos referimos às manifestações geográficas decorrentes 
dos novos progressos, não é mais de meio técnico que se trata. Estamos 
diante da produção de algo novo, a que estamos chamando de meio 
técnico-científico-informacional (SANTOS, 2006, p.159). 
 
Esse meio é um processo gerador, e que também é potencializado pelas redes, e pela 
globalização em curso, alterando as paisagens e territórios do mundo todo, atuando com 
perversidade em prol de agentes hegemônicos em busca de massificação e lucros.Para 
Santos (2006), existem três formas de globalização, que coexistem na atualidade: a fábula, a 
perversa e uma outra globalização, sobre os quais discorreremos melhor adiante. 
A globalização enquanto fábula se daria, a partir do desenvolvimento das técnicas de 
telecomunicação e transportes, e dos avanços obtidos pela chamada “3° revolução 
industrial”, que nos deixou o legado da utilização dos satélites, da informática, a 
possibilidade do adensamento dos fluxos de pessoas, capitais, mercadorias, eprincipalmente, da informação e das idéias. É a globalização que nos é imposta, 
principalmente pelos atores hegemônicos que difundem a idéia de homogeneização global, 
mas, na verdade, o que percebemos neste processo é o fato de que as diferenças locais são 
aprofundadas, o culto ao consumo é estimulado, enquanto se insiste na “morte” do Estado , 
e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, há um fortalecimento dele enquanto para interesses 
das finanças internacionais, deixando de lado as populações . Configura-se, portanto, uma 
interligação do mundo em redes materiais e não materiais. É nessa interligação global por 
redes, tangíveis ou não, que está nosso interesse em articular tais idéias. 
 
19 
 
A máquina ideológica que sustenta as ações preponderantes da atualidade 
é feita de peças que se alimentam mutuamente, põem em movimento os 
elementos essenciais à continuidade do sistema. (...) Fala-se, por exemplo, 
em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias 
realmente informa as pessoas. A partir desse mito e do encurtamento das 
distâncias - para aqueles que realmente podem viajar – também se 
difundem a noção de tempo e espaço contraídos. É como se o mundo se 
houvesse tornado, para todos, ao alcance da mão. Um mercado avassalador 
dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, 
na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de 
uniformidade, ao serviço de atores hegemônicos, mas o mundo se torna 
menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania 
verdadeiramente universal. Enquanto isso, o culto ao consumo é 
estimulado (SANTOS, 2013, p.18 - 19). 
 
Toda essa interligação, que podemos imaginar que o advento dos meios técnicos de 
telecomunicação e informação pode proporcionar, conjuntamente com a idéia de espaço-
tempo contraídos, traria a “sensação” de um mundo só, que seria “homogeneizado pelo 
mercado global regulador” (Santos, 2013, p. 41). Esse mercado global seria o que o autor, 
em documentário dedicado a sua obra, “Encontro com Milton Santos – O mundo global visto 
do lado de cá” do diretor Silvio Tendler, descreve como sendo a “coluna vertebral” da 
Globalização. O mercado global é estimulado pelo consumo, seja ele produtivo ou 
consumptivo. Essa relação entre os mercados mundiais podem ser visualizadas pelos dados 
do comércio exterior. 
 
A velocidade é outro aspecto importante das novas tecnologias que faz com 
que o capital ganhe maior fluidez, conseguindo circular no menor tempo 
possível entre os países, unindo e excluindo as diversas economias . O 
capital precisa estar interconectado em todo o mundo para que de fato os 
fluxos se tornem globais (ORTIGOZA, 2009, p.19). 
 
A globalização pode ser vislumbrada como perversa, quando nos atentamos ao que 
está escondido nas “entrelinhas” do avanço técnico dos meios de telecomunicações e 
transportes. Essa perversidade se dá pela concentração, dispersão e produção da 
informação que circulam em tais redes. Já a informação, é criada com o intuito de não 
percebemos o mundo tal como ele realmente é, e que circula por essas redes, é controlada 
por agentes globais e hegemônicos dos meios de comunicação em massa (mídia). Ficaríamos 
imaginando que vivemos em um mundo de fábulas (globalização como fábula), onde o 
progresso técnico só nos trouxe coisas “boas”, e não mostraria toda uma lógica global e sem 
20 
 
escalas, de maximização dos lucros, da mais-valia e das transformações das relações sociais, 
onde haveria a banalização do consumo e a “coisificação” das interações entre as pessoas, o 
desemprego, as enfermidades, a qualidade da educação e todos esses processos que são 
causados direta ou indiretamente pela globalização imposta atualmente pelo capital. 
Já o último, a “outra globalização”, propõe uma nova forma para o processo, já 
evidenciada nos dias atuais, agindo em dois planos: empírico e teórico. No plano empírico 
comparece a miscigenação de povos, culturas, etc., juntamente com a cultura popular, hoje 
provida dos meios técnicos, antes exclusivos das grandes empresas de mídias. No plano 
teórico, salientamos a possibilidade de se escrever uma nova história, com um novo 
discurso, um novo relato. O autor, assim, mostra como o mundo pode vir a ser. Um mundo 
onde não se nega as técnicas, mas que essa técnica seja solidária, assim como os seres 
humanos, que tenham liberdade e consciência da situação que é imposta pelos agentes 
hegemônicos, principalmente perante a atuação da mídia, transformando, assim, nossas 
relações econômicas, espaciais, culturais e sociais. 
Nas palavras do próprio autor, ele resume: 
 
De fato, se desejarmos escapar à crença de que esse mundo assim 
apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência 
enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos em 
um só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização 
como fábula; o segundo seria o mundo como ele é, a globalização como 
perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra 
globalização (SANTOS, 2013, p.91). 
 
O urbano e as cidades deparam-se, num período em que a produção da vida e do 
espaço ficou submergida por um movimento disseminado em direções vetoriais em todos os 
sentidos, que se interligam e se cruzam, arquitetando, por meio de um aspecto econômico e 
global, elementos de que tudo no mundo atual necessita constituir-se nesta perspectiva. O 
processo de globalização, além de modificações no âmbito material da vida, alastrou a 
produção de uma dimensão imaterial, em que o tempo rápido passou a ser parte do “dia -a-
dia”, por meio de eventos adaptados pela lógica global, como a regulação do sistema 
financeiro por meio das bolsas de valores e câmbios financeiros. Este movimento ocasionou 
uma inovação na explicação do tempo, com articulação das escalas e sobreposição das 
dialéticas das escalas macro às realidades regionais e locais. 
 
21 
 
[...] desde que se acelerou o processo de globalização do mundo, 
modificaram-se as noções de espaço e tempo. A crescente agilização das 
comunicações, mercados, fluxos de capitais e tecnologias, intercâmbios de 
idéias e imagens, modifica os parâmetros herdados sobre a realidade social, 
o modo de ser das coisas, o andamento do devir (IANNI, 2013, p. 2009). 
 
Ao nos debruçarmos sobre a produção das disparidades em múltiplas escalas, é 
oportuno ressaltar as modificações no urbano e na forma como se produzem espaços . 
Articula-se a este processo de reprodução ampliada do capital e, depois, passam a refletir as 
condições estabelecidas pela globalização, que traz para o debate urbano as lógicas do 
mercado, das negociações e das estratégias, antes, características do debate dedicado à 
economia-mundo, como observou Ianni (2013). 
Estas modificações fazem com que as atuações locais procurem elementos para se 
adaptar à conduta global da economia. Este empenho tem como implicação, sobretudo, no 
formato de se administrar as cidades, especialmente nas grandes e médias, onde as lógicas e 
resoluções - equilíbrios e desequilíbrios - promovem na produção dos espaços urbanos. No 
processo de urbanização, averiguamos, então, articulações que, por vezes, revogam 
interesses e pretensões de agentes locais em ampliar sua área de atuação. Muitas vezeshá 
ganhos por parte de alguns entre eles, quando são capazes de atravessar seus territórios de 
ação e se incorporar aos interesses originados em macroescalas. 
No urbano, este panorama é um pouco real e um pouco imaginário, é óbvio também 
um cenário de confluências e tensões, acomodações e contradições, em grande parte em 
função de serem esses os espaços da financeirização do capital e de apoio às trocas por meio 
da rede informacional.Para Ianni (2013), intensificou-se e generalizou-se o processo de 
disseminação geográfica da produção, ou das forças produtivas, envolvendo o capital, a 
tecnologia, a força de trabalho, a divisão do trabalho social, o planejamento e o 
mercado.Mesmo assim, quanto mais a globalização torna-se um processo recorrente na 
realidade do mundo, mais há prevalência dos interesses corporativos sobre os interesses 
públicos, quanto à evolução do território, da economia e das sociedades locais. 
O processo de globalização tornou-se o fator de mudança nas relações 
socioeconômicas e espaciais, dos mais variados, criando novos conteúdos, ampliando as 
interações entre os agentes. Com o avanço deste processo, as heranças históricas de 
arranjos espaciais – distritos, cidades, regiões, nações - são, ora sobrepostas, ora articuladas, 
pela nova ordem econômica mundial transposta em outras dimensões, como já observado, 
22 
 
expondo elementos que despertam novos olhares, em virtude do modo como as cidades são 
inseridas no âmbito do consumo, e das redes urbanas, em múltiplas escalas. 
 
1.2 CONSUMO E O COMÉRCIO EXTERIOR COMO BASE DA GLOBALIZAÇÃO 
 
Como já citado, o consumo é a base da globalização, sendo assim, se manifesta de 
várias formas, seja ele, produtivo ou consumptivo. Consumo produtivo será todo consumo 
de insumos e componentes utilizados no processo de fabricação de qualquer mercadoria. Já 
consumo consumptivo é aquele que se “esgota em si mesmo” (Santos, 2013), esse consumo, 
constituindo-se de produtos acabados, comprados pelos consumidores finais, até o consumo 
das idéias, saúde, lazer, etc. 
 
Entre as formas de consumo consumptivo, isto é, de consumo de famílias, 
podemos incluir o consumo de educação, de saúde, de lazer, de religião, de 
informação geral ou especializada e o consumo político, na forma de 
cidadania. Entre as formas de consumo produtivo encontram-se, entre 
outras formas, o consumo de ciência embutida nas sementes, nos clones, 
nos fertilizantes etc., o consumo de consultorias e o consumo do dinheiro 
adiantado como crédito. As atividades urbanas estão ligadas a esses tipos 
de consumo, e é assim que as cidades cumprem o papel de responder às 
necessidades da vida de relações, que recentemente aumentaram 
quantitativamente e se diversificaram qualitativamente. (SANTOS & 
SILVEIRA, 2006, p. 280) 
 
 
Esses dois tipos de consumo se interagem de forma a se complementarem e 
complexificar o entendimento da urbanização. 
 
Há, na realidade, superposição dos efeitos do consumo consumptivo e do 
consumo produtivo, contribuindo para ampliar a escala da urbanização e 
aumentar a importância dos centros urbanos, fortalecendo-os tanto do 
ponto de vista demográfico como do ponto de vista econômico, enquanto a 
divisão do trabalho entre as cidades se torna mais complexa (SANTOS, 
2013, p. 55). 
 
Há também o aspecto sociológico do consumo, baseado em uma padronização e, 
exacerbação de tal. A lógica capitalista atual cria necessidades de consumo, sendo assim, há 
uma potencialização de tais processos que fortalecem e aprofundam a globa lização. A 
sociedade deixa de ser uma sociedade de produtores para se tornar uma sociedade de 
23 
 
consumidores (BAUMAN, 2008). Esse aspecto não será objeto de debate nesse texto, mas 
fará parte de uma idéia secundária para o entendimento da conjuntura que propomos 
discutir. O importante desse fato é o de que quanto maior for o consumo, 
independentemente do qual for, maior será a complexidade dos processos de urbanização e 
globalização em curso atualmente. Desta forma, a reestruturação urbana,que consiste em 
processos e dinâmicas que ocorrem nos espaços regionais e/ou nas redes urbanas, e a 
reestruturação da cidade, que pode ser definido como, dinâmicas e processos que ocorrem 
na escala intraurbana (SPOSITO, 2007), modificam as cidades de modo geral. Essa mudança , 
que pode ocorrer em escala local, regional e global, redefine os papéis e as funções que as 
cidades detêm, frente à rede urbana em que as mesmas estão inseridas. 
Os aspectos supracitados nos trazem a dimensão que o aspecto do consumo tem nas 
transformações ocorridas nos espaços geográficos em âmbito global. No sentido de 
entendermos tais modificações, temos que ter como perspectiva analítica o Comércio 
Exterior. Essa expressão quantitativa, definida pelas importações e exportações das relações 
mercantis entre nações, nos auxiliara no entendimento dessas articulações entre o local e o 
global. 
Os fluxos internacionais de mercadorias expressos nas exportações 
eimportações mostram as relações que distintas frações do território 
nacional têm com o mundo através da atividade mercantil. Por ser esta 
última uma das fases do processo geral de produção, ela é também uma 
manifestação da divisão territorial do trabalho, tanto internacional como 
interna. A balança comercial – registro contável dos fluxos mercantis - 
indica a forma diferenciada com que os países e suas regiões se integram 
nesse movimento. (ARROYO, 2012, p.8) 
 
Como já debatido, atualmente, com as transformações ocorridas no espaço 
geográfico, a partir da difusão do meio-técnico-cientifico-informacional (SANTOS, 2006), 
temos interações entre agentes hegemônicos mundiais e agentes que representam os 
interesses locais. Nesse embate, temos a perspectiva de “capitalismo(s)”, expressada por 
Carlos Brandão (2008). Se analisarmos o capitalismo entraremos numa discussão se ele é 
plural ou singular, sendo plural não existiria uma forma capitalista de atuação, e sim várias, e 
que se diferenciariam entre elas, já no singular ela atuaria de uma forma única em todas as 
escalas. Mas não seria exato demais colocar apenas uma classificação para o capitalismo? Se 
pensarmos melhor, encontraríamos fatores que nos façam pensar nas duas formas: plural e 
singular, e é nesse ponto que Carlos Brandão nos faz refletir, usando as escalas e as diversas 
24 
 
formas que o capitalismo atua, para justificar, ele mostra que não devemos pensar em 
apenas um desenvolvimento estático e igual em todas as escalas, mas numa pluralidade de 
formas de atuação e desenvolvimento. 
 
Há a contraposição de duas visões em embate. Aquela defensora de uma 
tendência inexorável de convergência para algum “modelo ótimo” de 
capitalismo, enquanto a outra demonstra a diversidade de estruturas 
institucionais, a pluralidade, a heterogeneidade e a divergência de formas e 
modos de organização sistêmica (BRANDÃO, 2008, p. 6). 
 
Entendemos que o capitalismo é heterogêneo e atua de modo diferente, tendo em 
vista as especificidades e particulares inerentes a cada espaço geográfico.A lógica de que a 
globalização homogeneizaria totalmente tais espaços se desfaz, já que concordamos com a 
idéia de que a globalização é a atual fase do capitalismo. Para entendermos esse complexo 
arranjo, que envolve múltiplas escalas, redes (materiais e imateriais), consumo, urbanização 
e globalização, tem que explicitar que: 
 
A questão central para a compreensão dessa economia global é que essas 
posições, que se diferenciam dentro das redes geográficas, não coincidem 
com países. As diversas localidades produtivas são organizadas em redes e 
fluxos, utilizam a infraestrutura espacial, e são baseadas no componente 
tecnológico e centradas na economia informacional. (ORTIGOZA, 2009, p. 
19). 
 
Partindo da idéia de Ortigoza (2009), de entendermos as localidades produtivas em 
contrapartida aos países, acrescentemos à nossa perspectiva analítica o âmbito das esca las 
locais. Deste modo, colocaremos em foco, a dimensão da cidade, e suas funções e papéis 
adquiridos a partir das transformações ocorridas na era da Globalização. Mas, não 
serãotodos os tipos de cidades, e nãoquerendo “correr” o risco de uma confusão (ou 
mesmo uma generalização) conceitual e epistemológica, trataremos aqui de forma 
específica das chamadas “Cidades Médias”. Conceito que se baseia na metodologia e no 
arcabouço teórico – metodológico do Grupo de Pesquisa Produção do Espaço e Redefinições 
Regionais (GasPEER). 
 
 
 
25 
 
1.3 CIDADES MÉDIAS E AS SUAS DINÂMICAS NA REDE URBANA 
 
Inicialmente, segundo Corrêa (2007) para começarmos a entender o que são cidades 
médias devemos considerar as relações entre: tamanho demográfico, funções urbanas, 
estruturação e articulação do espaço intra-urbano dessas cidades. O tamanho demográfico 
delas é umas dessas variáveis a serem consideradas, mas ao mesmo tempo, temos que 
relativiza-las no contexto da localidade em qual tal cidade está inserida. Pois , duas cidades 
podem ter o mesmo tamanho demográfico, mas não exercer as mesmas funções e papéis 
urbanos, e assim não se caracterizar como intermediaria na rede urbana. Essas variáveis 
combinadas com a posição geográfica relativa nos traz uma primeira noção de como 
começarmos a defini-las. Assim: 
 
Isto significa afirmar que na construção de um objeto de estudo qualificado 
como cidade média, é necessário que não se considere isoladamente cada 
um dos três pontos aqui apresentados – tamanho demográfico, funções 
urbanas e organização do espaço intra-urbano – mas uma particular 
combinação deles. Isso torna a tarefa mais difícil, mas, por um outro lado, 
permite a elaboração de um quadro teórico mais consistente, evidenciando 
a unidade da cidade como ponto funcional em uma dada rede urbana e 
como organização, em outra escala, do espaço interno.(CORRÊA, 2007, 
p.25). 
 
 
Sposito (2004), em sua análise, apontava a partir dos desdobramentos de Christaller, 
que devemos considerar dois aspectos de suma importância: hierarquia urbana e a situação 
geográfica. A hierarquia urbana é importante para entendermos a posição da cidade, em 
relação, a rede urbana em qual a mesma está inserida, o que por sua vez, nos dariam as 
primeiras noções da complexidade e diversidades de suas funções e papéis urbanos. Já a 
observação da situação geográfica (já destacada por Corrêa), é tida pela autora, como 
indispensável e essencial, para o entendimento das relações e papéis de intermediação que 
as cidades estabelecem dentro de uma dada rede urbana. 
Além desses primeiros parâmetros para o entendimento do como definir uma 
“cidade média”, tendo em vista, a confusão terminológica com o termo “cidade de porte 
médio”. A cidade de porte médio pode ser entendida, como sendo uma cidade com uma 
população entre 50 mil a 500 mil habitantes, neste caso não se considera as funções e os 
papéis urbanos exercidos por essas cidades perante a rede urbana. Apresentaremos, de 
26 
 
forma sintética, alguns outros apontamentos para uma melhor qualificação do que estamos 
definindo como Cidade Média. 
Deste modo, temos também, além dos elementos supracitados, a distância de 
determinada cidade em relação às de maior e mesmo porte. Nesse sentido, essa distância 
seria importante no modo de que os papeis e funções delas, e sua área de mercado, são 
menores pelo fato da grande concorrência entre as cidades. Assim também, sua influência 
de âmbito regional, perante as cidades menores, seria facilitada, pelo mesmo motivo já 
evidenciado anteriormente, pois, se ela mantem uma distância relativamente grande de 
cidades de mesmo porte e maiores que ela, será um elemento que favorecerá a 
subordinação, de modo hierárquico, de uma quantidade maior de cidades pequenas. O que, 
de certo modo, aumentaria de forma substancial, sua área de influência e de mercado. Do 
mesmo modo, que a cidade média, subordina as cidades menores, mantendo uma relação 
de troca entre as atividades, geralmente, agropecuárias das cidades menores, com a oferta 
de bens e serviços oferecida pelas cidades médias. Temos a subordinação das cidades 
medias, perante as cidades grandes e áreas metropolitanas, “reforçando o sistema 
organizado hierarquicamente.” (SPOSITO, 2004, p.338) 
No eminencia de entendermos as cidades médias, evidenciamos o adensamento das 
técnicas de transporte e telecomunicações, ou seja, do meio-técnico-cientifico-
informacional, que proporcionam uma ampliação territorial para a instalação de atividades 
produtivas. Esta desconcentração espacial das atividades produtivas e o aumento do 
mercado consumidor repercutem de forma direta nas cidades médias, pois as mesmas são 
escolhidas por diversas empresas para expandir sua área de mercado e espacializar seu 
aparato produtivo. Deste modo, a autora enfatiza que: 
 
É importante avaliar a redefinição das relações entre as cidades, como 
decorrência do aumento das relações internacionais e dos avanços na 
difusão das informações, em função da constituição de um mega sistema 
de telecomunicações que combina transmissão de imagens e informações 
por satélite e capacidade de armazenar e tratar informações por meios 
computacionais. A existência desse mega sistema diminui o peso das 
relações hierárquicas no comando da constituição das redes 
urbanas.(SPOSITO, 2004, p.340) 
 
A produção do conhecimento científico e técnico é o grande motor que impulsiona a 
acumulação flexível, aliado ao acesso privilegiado às informações, transformam todo um 
27 
 
modo de produzir e consumir a partir da década de 70. Esses elementos tornam-se 
vantagens competitivas e ocorrendo o aumento substancial de lucratividade. Com toda essa 
transformação técnica, principalmente, no âmbito das telecomunicações, reorganizaram o 
sistema financeiro global, e aumentou-se o poder dos grandes capitais financeiros. Deste 
modo, o sistema financeiro torna-se hegemônico, em contrapartida ao frágil equilíbrio, entre 
o Estado e o sistema financeiro que ocorria no fordismo-keynesianismo. Os 
desenvolvimentos de técnicas de transportes possibilitaram uma descentralização espacial 
dos meios de produção. Não se limitando mais, a estarem perto da fonte de matérias-primas 
e de mercado consumidor, tornando-se muito mais independentes. (HARVEY, 2008) 
Essas transformações ocorridas por uma maior difusão das tecnologias de 
informação e da tendência à entrada de capitais externos diversificam, complexifica m e 
ampliam em quantidade e “qualidade” as funções e papéis desempenhadas pela cidades 
médias. Tendo em vista, a redefinição, tanto de sua estrutura intraurbana, como da sua 
estrutura interurbana, no âmbito das redes urbanas. Neste sentido 
 
O destaque que estamos dando a esses exemplos tem como finalidade 
sustentar a tese de que a constituição de papéis econômicos, os quais dão a 
uma cidade de porte médio o perfil de cidade média, estão mais 
relacionados ao consumo de bens e serviços do que à produção industrial, 
embora esse setor da atividade também tenha reflexos significativos na 
diversificação dos papéis desempenhados por cidades médias, no interior 
paulista. (SPOSITO, 2004, p.363) 
 
Percebemos que o processo de globalização, agrega uma porção de novas qualidades 
às cidades, e que mudam profundamente suas dinâmicas entre elas. Metrópoles, cidades de 
porte médio e grande, cidades médias e pequenas, tem seus papéis e funções 
requalificados. 
Quanto maior for à quantidade de investimentos (que sejam realizados pelo capital 
local, regional ou global) nessas cidades, maior será “sua capacidade de polarização, de 
atração e dispersão/controle dos fluxos que depende fundamentalmente da densidade de 
fixos que o centro possui.” (SILVA, 2013, p. 2), ou seja, sua centralidade aumentará. Deste 
modo, quanto mais fixos (indústrias, comércios, centro de gestão, bancos, etc) essas cidades 
obtiverem, maior capacidade de gerenciaros fluxos (pessoas, capitais, mercadorias, idéias, 
etc) ela terá. Deste modo, os fluxos aumentarão que, por sua vez, atrairá maiores 
28 
 
investimentos para essas localidades. É um movimento dinâmico e dialético entre os fixos e 
fluxos que convergem e divergem dessas cidades. (SILVA, 2013) 
Mundialização da economia vem, no período atual, acompanhada de 
globalização de valores e hábitos, orientados pela constituição de 
uma sociedade de consumo que se realiza em múltiplas escalas, mas 
que é determinada, cada vez mais, por agentes econômicos e 
políticos que tomam decisões e as difundem, em escalas 
supranacionais, sendo as cidades, de diferentes portes e de 
diferentes contextos socioespaciais, os espaços por meio dos quais se 
difundem e se realizam, ainda que forma contraditória, estes 
comandos. (p.171-172) 
 
Essas cidades médias são vistas como nós (centralidades) importantes na rede 
urbana em escala regional, já em escala global não tem tanta evidência, mas a sua inserção 
na rede global articula e reforça os seus papéis e funções perante a rede urbana e técnica. 
Inserção essa, que só foi possível com o incremento tecnológico dos meios de comunicação 
e transporte, que dinamizaram as relações entre as cidades. Nesse contexto é importante 
nos atentarmos para as interações espaciais urbanas intercalares (CATELAN, 2013) das 
cidades médias, pois essa inserção em uma escala mais ampla e complexa dinamiza e 
reestrutura seu espaço intra e interurbano. 
Subjacente às idéias aqui expostas está, em primeiro lugar, a rede urbana 
brasileira, na qual a cidade média é importante nó e de onde é possível 
pensa-la como tal. Em segundo lugar, a rede urbana global, em relação a 
qual à cidade média pode ser vista como um nó menos importante. 
(CORRÊA, 2007, p.23). 
 
É importante termos algumas considerações de como pensar o que são as cidades 
médias, pois partem das articulações interescalares que estas cidades detêm em face da 
rede urbana que estão inseridas. Para entendermos essa complexidade na definição de 
como pensarmos, o que são as cidades médias, introduziremos o conceito de interações 
espaciais interescalares. 
Em outras palavras, nota-se que é crescente a dificuldade na definição de 
cidades médias quando parte-se de um nível de escala local ou 
microrregional para a mundial, passando por todas as escalas que se 
possam considerar entre essas duas extremidades. (OLIVEIRA 
JÚNIOR,2008,p.208). 
 
O conceito de interações espaciais interescalares, que em sua construção, tendo em 
vista o seu processo histórico, possibilita implementar aspectos da (re) produção capitalista 
29 
 
e da urbanização. O termo interações pode ser vista como processos que transformam a 
realidade espacial. Essas transformações são cada vez mais rápidas e que podem ser 
compreendidos a partir das categorias propostas por Milton Santos (1998) tais como tempo, 
espaço e movimento, tendo em vista que são nessas dimensões que as relações sociais 
acontecem. Podemos entender as interações espaciais interescalares por duas perspectivas 
analíticas, que não deixam de ser complementares. Essas interações podem ser divididas em 
interações espaciais urbanas e interações territoriais urbanas. 
As interações espaciais urbanas, diz respeito ao movimento do processo de 
urbanização, assim como seus agentes e forças capitalistas em sua dimensão espacial. Os 
resultados destas variáveis têm como produtos as cidades e as redes. Já interações 
territoriais urbanas, é todo fluxo de base material que as cidades têm no âmbito da rede 
urbana. Elas reforçam a base territorial em múltiplas escalas, desde as escalas locais e 
regionais (com maior ênfase), até as nacionais e globais. 
 
O conceito de interações pode se referir tanto ao territorial, aos fluxos que 
conectam um ponto ao outro, como também pode ser tomado no âmbito 
de uma perspectiva analítica mais ampla do espaço em redes e da 
sociedade em movimento. A segunda perspectiva parece-nos mais 
adequada à história do conceito. (CATELAN, 2013, p.46) 
 
Desta forma podemos entender que as interações espaciais é todo o movimento da 
sociedade dada no espaço. E essas interações podem ser de diversas naturezas, podendo ser 
“as intra e interurbanas, as intrarrede e as que se dão entre redes de cidades” (CATELAN, 
2012, p. 12). São essas interações que tornam as funcionalidades das cidades mais 
complexas para entendê-las somente a partir do paradigma da hierarquia urbana. Temos 
que perceber que a estrutura hierárquica, limita-se aos fluxos de natureza material e 
conseguimos ter uma dimensão do espaço que o capital produz, mas ao mesmo tempo em 
que se desenham outras formas de articulações, que não são entendidas por essa 
perspectiva de análise das redes urbanas. Essas relações denominadas de “não 
hierárquicas”, são aquelas que são apresentadas pela complexidade das relações 
interescalares, onde elas perpassam as escalas, os espaços, as redes de cidades, além de 
articula-las.Partindo do conceito de interações espaciais interescalares, avançaremos no 
debate entorno da perspectiva analítica das redes urbanas a partir do conceito de 
Heterarquia Urbana. Esse será nosso foco na próxima parte do texto. 
30 
 
 
1.4 A HIERARQUIA E A HETERARQUIA URBANA COMO PROPOSTA DE ANÁLISE 
 
Após o debate de alguns conceitos, que nos ajudam a entender as relações que as 
cidades médias detêm na atualidade, as idéias supracitadas nos trás a reflexão de como 
pensarmos a estrutura hierárquica delas, e como avançarmos de forma complementar ao 
conceito de hierarquia urbana nos estudos sobre redes urbanas, tendo em vista que, essas 
cidades são na atualidade “parte de um espaço marcado pela contiguidade” (SPOSITO, 2001, 
p.629, apud SPOSITO et al, 2007, p.37), a partir da sua conectividade em rede. 
Para essa estruturação, que excedem os limites que a hierarquia pode nos revelar, 
utilizaremos o conceito de Heterarquia Urbana proposto por Catelan (2013), tendo assim 
uma proposta analítica que pode ser usado para entendermos de forma ampla as 
articulações em rede, e não apenas no contexto das cidades médias. São relações de 
interações entre o espaço, tempo e escalas geográficas, que agregam maior funcionalidade 
as cidades, e que modificam a inserção das lógicas advindas da escala g lobal, como também 
às de cunho local e regional, de forma que não se sobreponha de forma hierárquica, num 
contexto onde as ações tenham um sentido vetorial único e verticalizada, mas que as 
influências tenham uma horizontalidade, e uma inter e múltipla escalaridade. Aonde as 
mudanças locais e regionais também influenciam na escala global, transformando na 
maneira em que as ações de escalas de níveis hierárquicos superiores produzam tal espaço. 
 
Entretanto, o movimento espacial das articulações em múltiplas escalas, 
aquele das verticalidades, acabam por produzir, também, um espaço onde 
tudo decorre da articulação. É esta a perspectiva da heterarquia urbana, em 
que as articulações entre agentes, empresas e lógicas empresariais advêm 
de escalas diferentes e que a escala local e a regional não desaparecem, 
mas são ressignificadas com os novos conteúdos da ordem global. 
(CATELAN, 2012, p.78) 
 
Segundo BARRAGÁN (2010) apud Catelan, 2013, a heterarquia é uma idéia que diz 
respeito de como o mundo é superintendido por complexas interações que ocorrem 
subordinadas entre os níveis escalares e por diversos atores sociais e econômicos 
principalmente. (CATELAN, 2013) 
 
31 
 
os conceitos de hierarquia e heterarquia podem ser compreendidos 
conjuntamente: (1) a partir de um mundo organizado em níveis; (2) por 
uma determinação de níveis hierárquicos mais complexos em 
contraposiçãoàqueles de menor complexidade técnica e espacial; (3) pela 
importância que cada nível hierárquico possui, e neles a natureza aberta, 
multidimensional e contraditória que o conceito de heterarquia pode 
revelar; e de nossa parte, (4) pelas interações que se dão entre os níveis 
hierárquicos, onde outros nós, intervalos e redes ressaltam no processo de 
constituição e diferenciação das funções e dos papéis das cidades na rede 
urbana. (CATELAN, 2013) 
 
Neste sentido, temos que entender os conteúdos que o processo de globalização 
impõem. Essas interações pautadas a partir deste processo de âmbito mundial ampliam os 
nós da rede, não somente em face de quantidade, mas também “em complexidade técnica, 
territorial e econômica” (CATELAN, 2013). Havendo maior cooperação entre as interações 
espaciais interescalares de cada cidade e seus papéis na rede urbana. 
Os papéis e as funções que cada cidade detém partem das articulações entre lógicas 
de níveis diferentes das escalas geográficas, desde as mais “simples” (local e regional), as 
mais complexas, que no caso, seria a escala global. Neste sentido, “a heterarquia é um 
complemento do padrão hierárquico, aproximando verticalidades e horizontalidades 
presentes no espaço” (CATELAN, 2013). 
A idéia que reforça o conceito de Heterarquia Urbana advém do fato, que as 
interações entre os diversos agentes de diversas escalas não passam pela metrópole em 
todos os momentos, isso fortalece a possibilidade de uma perspectiva que complementa e, 
vai além à idéia de hierarquia urbana, trazendo a perspectiva analítica proposta pelo autor. 
Esse enfoque analítico tem como base a valorização das funções e papéis que as cidades 
médias detêm e a complexidade das interações que o processo de globalização produz. 
 
Valorizamos aqui a diferenciação das funções e dos papéis desempenhados 
pelas cidades. O padrão hierárquico continua a existir, no entanto, torna-se 
insuficiente para explicar os conteúdos advindos do aumento das 
interações espaciais sob a égide da globalização. (CATELAN, 2012, p.61) 
 
É evidente que haja uma estrutura hierárquica nas redes urbanas. O Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem um ótimo estudo sobre o tema. Esse estudo 
deu origem a Regiões de Influência das Cidades (REGIC). Nele são classificados cinco grandes 
níveis da hierarquia urbana brasileira, que são subdivididos em dois ou três subníveis. O 
nível mais elevado é o das Metrópoles, subdivididas em: Grande metrópole nacional, 
32 
 
Metrópole nacional e Metrópole; abaixo deste tem o nível da Capital regional, subdivididas 
em: Capital regional A, Capital regional B e Capital regional C; seguindo a ordem hierárquica 
dos centros urbanos temos o Centro sub-regional, subdivididos em: Centro sub-regional A e 
Centro sub-regional B; em um nível abaixo temos o Centro de zona, subdivididos em: Centro 
de zona A e Centro de zona B; e por fim o ultimo nível da hierarquia dos centros urbanos 
classificados pelo IBGE é o: Centro local. Em todos os níveis hierárquicos de centros 
urbanos, percebemos que a uma classificação pautada na quantificação de medianas , no que 
tange a valores demográficos e ao número de relacionamentos, que diz respeito ao número 
de vezes que tal centro urbano foi mencionado como destino. (IBGE, 2008). Mas , desta 
maneira, as “relações horizontais de complementaridade, que podem ser definidas pela 
especialização produtiva, pela divisão funcional de atividades, e pela oferta diferencial de 
serviços” (IBGE, 2008, p.09) que podem ocorrer entre as mesmas cidades com os mesmos 
papéis e funções na rede urbana com diferentes níveis escalares, não são amplamente 
mostradas, apesar deste estudo considerar as relações não-hierárquicas. 
Na perspectiva de quantificação das atividades econômicas, a hierarquização, a partir 
das atividades comerciais, industriais e de serviços, além de sua capacidade técnica e 
profissional que cada centro urbano detém. Essa classificação ficará restrita ao nível 
territorial e escalar da abrangência em que atuam os agentes econômicos. Delimitando as 
regiões de influência de cada cidade em uma dada rede urbana. 
 
Os processos que as envolvem, bem como as forças e os agentes 
econômicos integrados na densificação deste cenário, verticalizam-nas, ao 
mesmo tempo que as horizontalizam na rede urbana. E o fato das 
interações entre agentes de escalas diferentes não passarem, 
necessariamente pelas metrópoles, fortalecem a idéia que para além da 
hierarquia urbana e, nela própria, há uma perspectiva analítica 
heterárquica. (CATELAN, 2012, p.62) 
 
A estruturação hierárquica não revela todas as articulações que cada centro urbano 
detém. Ela parte de uma estruturação que aliena um nível hierárquico inferior a uma 
superior. Esta perspectiva de classificação das cidades em rede mostra a relação delas 
perante a produção e consumo, ditadas basicamente pelas lógicas das empresas e da 
ampliação da reprodução do capital. 
33 
 
Por exemplo: o mapa 1, ilustra as interações que a cidade de Presidente Prudente 
(Capital Regional C), segundo a metodologia do IBGE. No âmbito das pesquisas da Rede de 
Pesquisadores sobre Cidades Médias - RECIME, é vista como uma cidade média, a partir 
daqueles parâmetros já trabalhados no inicio deste texto. O que percebemos com 
elaboração deste mapa e que muitas das interações espaciais que lhe agregam maiores 
funcionalidades, não estão presentes. E a sensação que se dá, e que as relações ficam 
restritas aos centros que são mostrados pelos fluxos quantificáveis. E que, quaisquer ordens 
de maior complexidade, venham de centros com um nível hierárquico superior ao de 
Presidente Prudente. Não podemos esquecer que o arcabouço teórico-metodológico dos 
estudos que foram feitos pelo IBGE é o da Teoria das Localidades Centrais do Walter 
Christaller (1933, 1966), e que hierarquiza os centros a partir da quantidade de funções 
complexas que ela detém. 
 
 
Mapa 1 – Região de Influência de Presidente Prudente – S.P. 
 
Desta forma, o espaço em rede pode ser entendido de forma estruturada 
hierarquicamente, mas também pode ser analisada a partir do conceito de Heterarquia 
34 
 
Urbana proposto por Catelan (2013), melhor visualizado de acordo com o organograma a 
seguir (Fig. 3), baseado em Sposito e Catelan (2014), traz uma síntese teórica com as 
categorias consideradas para se chegar à idéia de heterarquia urbana, e como esta, pode ser 
complementar à complexidade da rede hierárquica. 
 
Figura 3: Estrutura teórico-metodológica para leitura do par Hierarquia-Heterarquia Urbana. 
 
Fonte: (Sposito e Catelan, 2014). Extraído de Catelan (2016) (Tradução nossa). 
 
A figura 3 demonstra de forma organizada todos os elementos para se pensar o par 
hierarquia – heterarquia como proposta de análise nas pesquisas no âmbito da Geografia 
Urbana que foram muito bem trabalhados em Sposito e Catelan (2014) e Catelan (2016). 
 
Um dos principais efeitos da forma de organização em rede é restringir a 
expansão de processos espaciais centrípetos, ou seja, os processos que 
favorecem a centralidade de determinados núcleos e a disposição 
hierárquica do conjunto de núcleos. Estruturas heterárquicas emergem 
quando interações entre aglomerações independentes, cada um com 
finalidade distinta, geram uma forma de organização em que uma cidade 
não está subordinada a outra acima dela. A rede de telecomunicação tem 
sido um dos principais agentes de desenvolvimento de estruturas urbanas 
35 
 
híbridas, hierárquicas, ao permitir que vilas e cidades pertencentes a níveis 
inferiores da hierarquia urbana possam conecta-se com qualquer outro 
lugar, desde que este participe da rede. (MACHADO, 1999, p.131-132apud 
SOUZA, 2013, p.174) 
 
 
Por fim, as relações que as cidades médias detêm, são amplas e complexas, tendo em 
vista a atual conjuntura em âmbito global. Deste modo, precisamos ter uma visão 
abrangente, de modo que nos de elementos para um melhor entendimento dessa 
complexidade. 
Temos como intuito no capítulo 2, primeiramente, fazer uma descrição econômica e, 
também, fazer uma síntese histórica do surgimento de tais cidades. Neste sentido, o 
contexto histórico, é de suma importância para entendermos que as cidades médias, já 
tinham importância nas relações econômicas pretéritas, mesmo que ainda, estivessem 
engendradas em uma estrutura hierárquica rígida. E por fim, faremos algumas 
considerações, relacionando algumas características que são inerentes às três cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. CONTEXTUALIZAÇÃO ECONÔMICA E ESPACIAL DAS 
CIDADES MÉDIAS ESTUDADAS. 
 
 
37 
 
Para melhor entendimento dos procedimentos metodológicos de obtenção dos 
dados, faremos uma breve introdução a cerca dos mesmos. 
Trabalhamos principalmente com as tabelas baixadas da base de dados da 
SECEX/MDIC, na aba “Balança Comercial por Município”, exceto com as tabelas da Série 
Mensal, por mostrar os valores mês a mês de cada cidade pesquisa nos dois últimos anos, 
que no caso seriam os anos de 2012 e 2013. A escolha de não trabalharmos com elas, é 
simplesmente pelo fato de não haver nenhuma informação que justifique nos 
aprofundarmos na análise delas, pois elas não detalham os produtos e nem os países que 
mais tiveram importância em cada mês do ano. Os dados vêm “zipadas”, em formato de 
Excel (marca registrada da Microsoft Co), e contém varias tabelas referentes a quantidades e 
valores das transações internacionais. 
Cada tabela que analisamos com mais profundidade, tem uma finalidade bem 
específica, e nos ofereceram dados importantes para entendermos algumas relações 
comerciais de cada cidade média estudada. Faremos aqui de forma simples uma amostra do 
que podemos analisar de cada tabela. 
Com a tabela na qual trataremos a “Balança Comercial” temos uma primeira 
visualização do contato dessas cidades com o mercado globalizado, esses dados nos 
mostram essa relação mercantil, pois sua influência regional não é dada apenas por essas 
variáveis, mas é um condicionador dessa influência. 
Nas tabelas “Principais Países e Blocos Econômicos” são divididas entre uma tabela 
de importação e outra de exportação, mostrando os valores monetários e relativos da 
participação no total do Comércio Exterior de cada país e bloco econômico que tiveram 
destaque em dois anos, por exemplo: a tabela compara os valores de 2013 com os valores 
de 2012, mostrando o aumento ou decréscimo de relações comerciais entre as cidades 
médias estudadas e o país ou bloco econômico em destaque. 
Em “Principais Produtos” novamente a uma tabela de importação e outra 
exportação. Essas tabelas detalham os principais produtos que são comercializados pelas 
cidades estudadas. As tabelas mostram o comparativo em relação há dois anos. 
Temos também a organização de tabelas com as 25 principais empresas que mais 
exportaram e importaram, para cada cidade estudada. 
No Apêndice (p.97) estarão todas as tabelas que foram analisadas e organizadas. 
 
38 
 
2.1 Presidente Prudente 
 
Presidente Prudente (mapa 2) é um município localizado no oeste do Estado de São 
Paulo, distante 558 quilômetros da capital, com uma população estimada pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano 2016 de 223.749 mil habitantes. Tendo 
um Produto Interno Bruto (PIB) total em 2014 de R$ 6.878.962.000,00, sendo R$ 
30.191.000,00 adicionado bruto da agropecuária, R$928.193.000,00 adicionado bruto da 
indústria e R$ 4.558.116.000 adicionado bruto dos serviços. No gráfico 1, podemos visualizar 
a série histórica, a partir de 2002 até 2014, do PIB total da cidade. Já o PIB per capita (2014) 
corresponde a R$ 31.183,10, assim como o seu Índice de Desenvolvimento Humano-IDH 
apenas(2010) está em 0,806 de uma escala que varia de 0 (sendo a mais baixa) a 1 (sendo a 
mais alta). 
 
 
Gráfico 1: PIB a Preços Correntes (1000 R$) de Marília. (Fonte: IBGE Cidades, 2017) 
 
39 
 
Mapa 2: Localização do município de Presidente Prudente 
 
Atualmente, Presidente Prudente é um dos principais polos industriais, culturais e de 
serviços do Oeste de São Paulo, e ficou conhecida como a "Capital do Oeste Paulista". A 
cidade detêm dois shoppings centers, a área central com calçadão, e inúmeras Instituições 
de Ensino Superior (IES), sendo a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade 
Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Presidente Prudente (UNIESP), Universidade do 
Oeste Paulista (UNOESTE) e Prudente Centro Universitário (TOLEDO). Essas IES dinamizam, 
principalmente, as relações de Presidente Prudente com as cidades de pequeno porte de sua 
área de influência. 
Ainda no intuito de caracterizarmos a cidade de Presidente Prudente, destacaremos 
duas tabelas, nas quais organizamos, dentre todas as empresas exportadoras (Tabela 1) e 
importadoras (Tabela 2) brasileiras, as empresas cujo endereço está localizado na cidade. Na 
tabela 1, podemos verificar as empresas exportadoras de Presidente Prudente, 
destacaremos as quatro (4) primeiras empresas com maior faixa de valor exportado, que 
são: Vitapelli Ltda., empresa especializada em couros, Usina Alto Alegre – S,A, em sua linha 
de produção estão o Açúcar Refinado, o Açúcar Cristal, Álcool Anidro e Hidratado, além de 
Energia Elétrica, e os já certificados Créditos de Carbono, ambas estão entre a faixa de US$ 
40 
 
50 a 100 milhões de dólares; Bom-Mart Frigorifico Ltda., empresa especializada no abate e 
corte de bovinos, Vitapet Comercial Industrial exportadora Ltda.,empresa responsável pela 
fabricação de dog toys – produtos destinados à alimentação e distração de cachorros de 
inúmeras raças, que é produzida a partir de raspas de couro bovino, ambas estão entre a 
faixa de US$ 10 a 50 milhões de dólares. Destacamos também que das quatro maiores 
exportadoras, três são Ltda. Segundo o Novíssimo Dicionário de Economia de Paulo 
Sandroni, o termo “Ltda.”, significa “a abreviação de “limitada”, isto é, daquelas sociedades 
empresariais nas quais a responsabilidade de seus proprietários limita-se ao capital investido 
na empresa, ou seja, sociedades limitadas.” (p.355). Sendo assim, são empresas onde se tem 
um número restrito de proprietários, e na maioria das vezes,não estão inseridas no mercado 
de ações e são empresas de capital local. Já o termo “S.A”, significa Sociedade Anônima, que 
é uma 
 
Sociedade comercial formada por, no mínimo, sete sócios, sendo o 
capital de cada um representado pelo número proporcional de ações 
e sua responsabilidade limitada ao capital investido. Podem exercer 
qualquer tipo de atividade comercial, industrial, agrícola ou de 
prestação de serviços. Apenas as sociedades anônimas constituídas 
para atividades bancárias, seguradoras, montepios e afins devem 
receber autorização especial para funcionamento. (Sandroni, 1999, 
p.570) 
 
Destaca-se também, empresas cujo produto principal é commodities, ou seja, 
produtos agropecuários. Deste modo, são: duas (2) empresas na faixa de valor entre US$ 50 
a 100 milhões exportados; duas (2) empresas na faixa entre US$ 10 a 50 milhões de dólares; 
uma (1) empresa na faixa entre 5 a 10 milhões de dólares; duas(2) empresas entre US$ 1 
milhão a 5 milhões de valorexportado; e 18 empresas que exportam na faixa de até US$ 1 
milhão de dólares. Totalizando 25 empresas exportadoras no ano de 2013. 
 
 Empresas Exportadoras em Presidente Prudente - S.P 
Qtd CNPJ EMPRESA FAIXA DE VALOR EXPORTADO 
1 03582844000186 VITAPELLI LTDA - EM RECUPERACAO JUDICIAL Entre US$ 50 e US$ 100 milhões 
2 48295562001108 USINA ALTO ALEGRE S/A - ACUCAR E ALCOOL Entre US$ 50 e US$ 100 milhões 
3 04304360000219 BON-MART FRIGORIFICO LTDA Entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões 
4 04399074000101 VITAPET COMERCIAL INDUSTRIAL EXPORTADORA LTDA Entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões 
5 55164644000107 SEMENTES OESTE PAULISTA IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA Entre US$ 5 e US$ 10 milhões 
41 
 
6 46432019000108 CURTUME TOURO LTDA Entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões 
7 55331417000129 CURTUME J. KEMPE LTDA Entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões 
8 05287819000103 ROCAL - ELETRONICA LTDA Até US$ 1 milhão 
9 15842457000110 SBS BRASIL INDUSTRIA E COMÉRCIO, IMPORTACAO, EXPORTACAO Até US$ 1 milhão 
10 02105568000100 EROS ALTO FALANTES LTDA Até US$ 1 milhão 
11 56010739000139 BEBIDAS ASTECA LTDA Até US$ 1 milhão 
12 38843314000129 SEMENSEED - SEMENTES, INSUMOS E RACOES LTDA Até US$ 1 milhão 
13 13514106000155 WORLD COUNTRY INDUSTRIA E COMÉRCIO DE ARTEFATOS DE COUR Até US$ 1 milhão 
14 11254713000106 NACIONAL INDUSTRIA E COMÉRCIO DE SELAS DO BRASIL LTDA Até US$ 1 milhão 
15 44864635000102 STANER ELETRONICA LTDA Até US$ 1 milhão 
16 61974911000104 STETSOM INDUSTRIA ELETRONICA LTDA. Até US$ 1 milhão 
17 12021693000188 BRASIL NA BAGAGEM COMÉRCIO DE VARIEDADES LTDA - EPP Até US$ 1 milhão 
18 02556428000140 LABORATORIO VETERINARIO HOMEOPATICO FAUNA E FLORA ARENA Até US$ 1 milhão 
19 00172626000185 MULTIPEC PRODUTOS E SERVICOS LTDA Até US$ 1 milhão 
20 71681688000160 GINA E EUGENIA INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECCOES LTDA Até US$ 1 milhão 
21 55335939000280 FUKUHARA HONDA CIA LTDA Até US$ 1 milhão 
22 00925546000153 AGROJET INDUSTRIA DE EQUIPAMENTOS AGROPECUARIOS LTDA - Até US$ 1 milhão 
23 04063097000132 SP LABOR COMÉRCIO DE PRODUTOS PARA LABORATORIO LTDA Até US$ 1 milhão 
24 60810082000161 LOIRA E MORENA INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECCOES LTDA Até US$ 1 milhão 
25 06132282000167 MIG INDUSTRIA E COMÉRCIO DE PECAS EIRELI - ME Até US$ 1 milhão 
 Org. Pablo M de Oliveira Fonte: SECEX/MDIC, 2017 
Tabela 1: Empresas Exportadoras de Presidente Prudente em 2013. 
 
Já em relação às empresas importadoras (Tabela 2) da cidade de Presidente 
Prudente, destacamos que as empresas não ultrapassam a faixa de valor importado que 
esteja entre US$ 1 a 5 milhões de dólares. Sendo em sua maioria Ltda. Destacamos as 
empresas que importam produtos eletrônicos. Sendo assim, são cinco(5) empresas na faixa 
de valor importado entre US$ 1 a 5 milhões de dólares; e 46 empresas na faixa de até US$ 1 
milhão de dólares importado. Em um total de 52 empresas importadoras no ano de 2013. 
Frisamos também a participação na importação de produtos, duas empresas do ramo 
midiático da cidade de Presidente Prudente, são elas: Tv Fronteira Paulista Ltda. e Televisão 
Bandeirantes de Presidente Prudente Ltda. Essas empresas polarizam a informação e 
expressam o caráter regional dessa cidade. 
 
 Empresas Importadoras em Presidente Prudente - S.P 
Qtd CNPJ EMPRESA FAIXA DE VALOR IMPORTADO 
1 02105568000100 EROS ALTO FALANTES LTDA Entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões 
2 03582844000186 VITAPELLI LTDA - EM RECUPERACAO JUDICIAL Entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões 
42 
 
3 08577067000103 BRUMEL DISTRIBUIDORA DE PNEUS LTDA Entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões 
4 44864635000102 STANER ELETRONICA LTDA Entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões 
5 05287819000103 ROCAL - ELETRONICA LTDA Entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões 
6 74607839000129 DIPECARR DISTRIBUIDORA DE PECAS E ACESSORIOS PARA CARRE Até US$ 1 milhão 
7 04063097000132 SP LABOR COMÉRCIO DE PRODUTOS PARA LABORATORIO LTDA Até US$ 1 milhão 
8 05821809000106 AGUIA FERRAMENTAS PNEUMATICAS LTDA - EPP Até US$ 1 milhão 
9 06916551000186 BRACOFER COMÉRCIO DE FERRO, ACO E LOCACAO DE EQUIPAMENT Até US$ 1 milhão 
10 09396651000117 NOVAURORA MAQUINAS AGRICOLAS LTDA Até US$ 1 milhão 
11 01598701000137 MASTER INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CINTOS E ARTEFATOS DE CO Até US$ 1 milhão 
12 55331417000129 CURTUME J. KEMPE LTDA Até US$ 1 milhão 
13 08637511000120 JFY ANTENAS INDUSTRIA E COMÉRCIO LTDA Até US$ 1 milhão 
14 10834833000101 MASTER WESTERN BRASIL - COMÉRCIO, IMPORTACAO E EXPORTAC Até US$ 1 milhão 
15 59478198000166 INDUSTRIAS ALIMENTICIAS LIANE LTDA Até US$ 1 milhão 
16 04444788000186 PHILIPINES IMPORT/EXPORT LTDA Até US$ 1 milhão 
17 04399074000101 VITAPET COMERCIAL INDUSTRIAL EXPORTADORA LTDA Até US$ 1 milhão 
18 14316567000186 COWBOYS IMPORTADORA E EXPORTADORA EIRELI - EPP Até US$ 1 milhão 
19 14685320000137 CARFILM IMPORTACAO E COMÉRCIO DE PELICULAS EIRELI - ME Até US$ 1 milhão 
20 11046488000104 FERRO & MARTINS LTDA - ME Até US$ 1 milhão 
21 07411125000153 BRASIL FERRAMENTAS E PECAS LTDA - ME Até US$ 1 milhão 
22 09497503000199 OLIVEIRA & SANNA CONFECCOES LTDA - ME Até US$ 1 milhão 
23 55348189000108 COMERCIAL VEDOVATI LTDA Até US$ 1 milhão 
24 03040646000190 TUCANO S TERRAPLENAGENS E CONSTRUCOES LTDA Até US$ 1 milhão 
25 07292794000153 HTA IMPORTADORA E DISTRIBUIDORA DE ARTIGOS PARA RELOJOA Até US$ 1 milhão 
 
 Org.: Pablo M de Oliveira Fonte: SECEX/MDIC, 2017 
Tabela 2: Empresas Importadoras de Presidente Prudente em 2013. 
 
De modo preliminar, percebemos uma indústria com um caráter agropecuário 
exportador, especializada em abate de bovinos, curtume de couro e derivados, e um mix de 
empresas que oferecem serviços e produtos para toda uma área de influência composta por 
cidades de menor porte que Presidente Prudente. Além da presença marcante das IES, e de 
empresas do ramo midiático. 
 
2.1 Marília 
 
Marília (Mapa 3) é um município situado na região Centro-Oeste do Estado de São 
Paulo, equidistante da capital do estado 443 quilômetros por rodovia. Tem uma população 
estimada pelo IBGE para 2016 de 233.639 pessoas mil habitantes. Seu PIB total em 2014 é 
de R$ 7.041.950.000,00, sendo R$ 51.150.000,00 adicionado bruto da agropecuária, R$ 
1.098.016.000,00 adicionado bruto da indústria e R$ 4.282.842.000,00 adicionado bruto dos 
43 
 
serviços. No gráfico 2, podemos visualizar a série histórica, a partir de 2002 até 2014, do PIB 
total da cidade O seu PIB per capita (2014) é de R$ 30.572,51, e seu IDH de 0,798 (2010). 
 
 
Gráfico 2: PIB a Preços Correntes (1000 R$) de Marília. (Fonte: IBGE Cidades, 2017) 
 
 
Mapa 3: Localização do município de Marília 
44 
 
 
Atualmente, Marília é conhecida como a “Capital Nacional do Alimento”, o parque 
industrial é composto por cerca de 1.100 empresas do setor alimentício, metalúrgico, 
construção, têxtil, gráfico e plástico, entre outras.(Prefeitura de Marília, 2017)Além disso, a 
cidade possui dois shoppings centers, um centro comercial com calçadão, e inúmeras 
Instituições de Ensino Superior (IES). Essas IES são importantes no sentido de atrair mais 
pessoas e investimentos para o município, além de ampliar o consumo de produtos e 
serviços que oferecidos, são elas: Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual 
Paulista (UNESP), Faculdade de Tecnologia de Marília (FATEC), Faculdade de Medicina de 
Marília (FAMEMA), Universidade de Marília (UNIMAR), Centro Universitário Eurípedes de 
Marília (UNIVEM), Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista (FAIP), Faculdade de 
Marília (FAMAR), Faculdade Católica Paulista (FACAP), Faculdade João Paulo II (FAJOTA). 
Na Tabela 3, temos as empresas exportadoras de Marília no ano 2013. Deste modo, 
destacamos alguns pontos. Primeiramente, destacamos

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