Buscar

500732_norma padrão

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DO DOMÍNIO DA NORMA PADRÃO NA PRODUÇÃO ESCRITA DE CIRCULAÇÃO PÚBLICA
Há situações de interação pela escrita que exigem o uso da norma padrão e, nessas situações, transgredir as normas pode afetar, negativamente, a imagem do produtor do texto e até desqualificar o próprio conteúdo daquilo que se diz.
O principal objetivo desta coletânea de atividades é promover reflexões sobre alguns aspectos linguísticos e textual-discursivos importantes para o funcionamento de textos de diferentes gêneros discursivos escritos públicos e formais: resenha, projeto de pesquisa, artigo, relatório, parecer, memorando, carta comercial, etc.
1. CONCORDÂNCIA VERBAL 
	As gramáticas normativas prescrevem a seguinte regra geral de concordância verbal: o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Vejamos um exemplo:
O valor dos aluguéis de apartamentos pequenos duplicou.
	São apresentados, ainda, alguns casos especiais:
a) Quando o núcleo do sujeito está no plural, acompanhado de artigo também no plural, o verbo concorda com o sujeito plural, obedecendo à regra geral. Ex.: Os Estados Unidos são um país grande. 
b) Quando o sujeito é coletivo partitivo, é possível fazer a concordância também com a referência do quantificador. Exemplos: 
A maior parte dos clubes receberam apoio.
	A maior parte dos clubes recebeu apoio.
c) Quando o sujeito for representado por número percentual, a regra é idêntica à do item anterior. Veja:
Cinquenta por cento da população gostaram da proposta.
Cinquenta por cento da população gostou da proposta.
d) Quando o sujeito for constituído de número fracionário, a concordância segue a regra geral. Veja:
Um quarto dos bens cabe ao menor.
Dois terços dos bens cabem ao menor.
e) Quando o sujeito é constituído de pronome de tratamento no singular, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. 
Vossa Senhoria precisa dirigir-se ao gerente de sua conta.
f) Quando o sujeito é constituído pela expressão cada um, o verbo fica na 3ª pessoa do singular:
Cada um dos diretores representa várias empresas.
g) Quando o sujeito for constituído da expressão mais de um (a), o verbo fica no singular:
Mais de um avião decolou.
Se a expressão mais de um (a) seguir coletivo, com nome plural, o verbo irá para o plural:
Mais de uma centena de livros estão empilhados na sala.
h) Quando o sujeito for constituído da expressão um dos que, o verbo fica no plural:
Mirtes foi uma das mulheres que mais me encantaram.
i) As expressões um(a) que, o primeiro que, o último que e semelhantes deixam o verbo na terceira pessoa do singular:
Sou um homem que não ofende ninguém.
Fui o último que chegou.
j) Quando o sujeito está junto das locuções cerca de, menos de, perto de, o verbo fica no plural:
Cerca de quinze empresários participarão da reunião.
Perto de mil ações subiram.
 	
EXERCÍCIOS
Leia as frases abaixo e corrija-as de acordo as exigências da escrita padrão, quando for necessário.
Por isso não é correto se deixar influenciar pelos meios de comunicação que nos cerca. 
Não cancelamos o carnê e após o vencimento será cobrado juros e taxas de permanência.
A área de pessoal e serviços decidiu que estará, automaticamente, suspenso todos os pagamentos de professores visitantes e bolsistas.
Informamos que está à disposição de toda a comunidade universitária, os dados de produção científica.
Pelos seus cálculos, para cada zona eleitoral, haverão dois fiscais do PRN.
A interação entre o educador e o educando dentro dos centros educacionais nem sempre são tranquilas.
A relação entre estrutura e função ficam consideradas como algo instável, que reflete o caráter dinâmico de linguagem.
Foi comentado notícias sobre o Conselho Universitário dizendo que o estudo sobre progressão está no final.
A doação dos alimentos, roupas, calçados, materiais escolares, livros, brinquedos, apostilas e material de higiene e limpeza vai ser feita na sua própria sala, em caixa de coleta.
O preço dos remédios aumentaram.
O Ministro Pedro Parente informa que o nível dos rios que compõem os reservatórios das principais centrais elétricas subiram.
“A maioria dos donos de lojas do Diamond Mall está protestando contra a incompreensível atitude da direção do shopping de permitir a transformação das suas garagens em estacionamento público”. (Estado de Minas, 25/05/03)
“Vários dos principais clubes futebolísticos do Brasil, inclusive o Corinthians, está perdendo jogadores para equipes da Europa.” (Hoje em Dia, 20/07/03).
A ocorrência de interferências levou-nos a concluir que existe uma relação profunda entre homem e sociedade que os torna mutuamente dependentes.
No ano passado, foi registrado, no Estado de São Paulo, 117.673 furtos de veículos.
Deixou tranquilos os credores o pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo brasileiro. 
As ações desordenadas do governo e de sua base de apoio no Congresso refletiu a política salarial e de educação do governo.
O deputado que foi relator da medida provisória, acredita que com a lei aprovada o governo brasileiro poderá repatriar capital de brasileiros que estejam aplicados na Suíça.
 A Polícia Federal investiga os suspeitos de terem ajudado na fuga para o Paraguai e a Argentina. A polícia desses países não puderam prendê-los porque o governo brasileiro não fez o pedido formal de captura. 
 Doses moderadas de cafeína não representa risco de aborto espontâneo.
A contratação de 5.200 funcionários sem concurso acrescido dos professores que estão em situação irregular dependem da “vontade política” da Reitoria. 
As despesas de transporte ou quaisquer ônus decorrente do envio do produto para troca corre por conta do usuário.
Não havia razões para acreditarmos nele, pois existia provas suficientes e anotações memoráveis a seu favor.
A maior parte dos alunos não compareceram ao colégio.
 Um dos trabalhadores que mais reclamou o pagamento foi o teu amigo.
”Fazem cinco meses que não a vemos; deve existir motivos imperiosos para a sua ausência, pois, se não houvessem ela já nos teria procurado.”
“Inaugurar linguagens, dar concretude de imagem (de coisa) ao incorpóreo, preencher com isso as faltas todas que se sente neste mundo – “porque tem mais presença em mim o que me falta” – reside nisso o gênio da poesia de Manoel de Barros”. (Folha de S Paulo, 29/04/2000)
“Num debate entre gente mais culta que eu, reclamei do primarismo com que se rotula os outros. Um dos rótulos mais gastos no mercado é aquele que divide o clero entre progressistas e conservadores”. (Folha de S Paulo, 18/09/1999)
 “Não se falam em revoluções sociais, utopias, embora desejem uma sociedade fraternal, aposta é no individualismo”. (Folha de S Paulo, 28/11/1999).
“Embora não se disponham de séries históricas de dados, verifica-se, ao longo dos anos 90, que o setor editorial brasileiro possui uma relação de forte dependência do subsetor de livros didáticos e que este, por sua vez, é dependente das compras efetuadas pelo PNLD”. (documento do MEC).
 “O fechamento dos aeroportos nos Estados Unidos impediram o retorno de Marisa Monte”. (Folha de S. Paulo)
“Contrata-se portadores de necessidades especiais”. (texto publicado na parte de trás de um ônibus).
“Vende-se magníficas instalações.” (Diário de Notícias). 
“O deputado que foi relator da medida provisória, acredita que com a lei aprovada o governo brasileiro poderá repatriar capital de brasileiros que estejam aplicados na Suíça”. (Folha de S. Paulo) 
”Os computadores do TSE emitiam o aviso, ontem, no intervalo dos boletins: Dentro de instantes, será divulgado novos resultados. (Folha de São Paulo)
 “Não importa as sucessivas decisões judiciais favoráveis ao pagamento.” (Correio Brasiliense, 28/11/2001).
“Falta ao governo FH decisões corajosas e firmes, principalmente contra os partidos que o apóiam”. (O Estado de São Paulo, 17/09/1995).
“Ainda não se sabe como seráconduzida as negociações sobre o destino da política salarial na reunião que o presidente Itamar convocou para amanhã a tarde no Palácio do Planalto”. (Correio Braziliense, 13/11/92) 
 “A interpretação semântica atribuída às expressões derivadas pelo sistema formal podem ser determinadas por regras tardias do próprio sistema.” (exemplo apresentado por SCHERRE em um de seus trabalhos).
ORTOGRAFIA 
Regras de acentuação gráfica
Todas as proparoxítonas são acentuadas. Ex: época, pêssego.
Acentuam-se graficamente todas as oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em, ens. Ex.: sofá, café, cipó, refém, parabéns.
Acentuam-se graficamente todos os monossílabos tônicos terminados em a(s), e(s), o(s). Ex.: pá, pé, pó.
Acentuam-se graficamente todas as paroxítonas terminadas em:
 l, n, r, x (essas consoantes se encontram na palavra RouXiNoL, que você poderá usar como um recurso mnemônico): amável, hífen, éter, tórax;
 ditongo: colégio, órfão, estratégia;
 um, uns: médium, álbuns;
 ã: órfã, ímã;
 i(s), u (u): tênis, vírus;
 ps: bíceps, fórceps.
Acentuam-se os ditongos abertos em oxítonas e monossílabos: dói, chapéu, herói.
Acentuam-se o i e o u tônicos, quando formarem hiato com vogal anterior: baú, saúde, país. 
2. 2. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Portugal aprovou o Acordo em maio de 2008 e a nova ortografia deverá ser obrigatória dentro de seis anos no país. 
O Brasil assinou decreto aprovando o Acordo em setembro de 2008.
De 1º de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2012, ou seja, durante quatro anos, o Brasil terá um período de transição no qual ficam valendo tanto a ortografia atual quanto as novas regras. Assim, concursos e vestibulares deverão aceitar as duas formas de escrita – a antiga e a nova.
Nos livros escolares, a incorporação das mudanças será obrigatória a partir de 2010. O Ministério da Educação - MEC publicou uma resolução exigindo que os livros didáticos comprados para as escolas públicas a partir de 2010 estejam de acordo com as novas normas ortográficas da língua portuguesa. 
Cabe ressaltar que os percentuais de mudança são baixos: 0,5% das palavras usadas no Brasil e 1,6% das palavras usadas em Portugal.
O principal argumento utilizado em defesa do Novo Acordo Ortográfico refere-se à possibilidade de difusão e troca de publicações entre países lusófonos, favorecendo, inclusive, os países mais pobres, no recebimento de reforço de material didático.
Segue uma síntese das principais mudanças: 
PRINCIPAIS MUDANÇAS
Alfabeto: composto por 26 letras (incluem-se W, Y, K)
Trema: não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano
Acentuação:
a) Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas (ideia, assembleia, heroico, etc.)
b) O hiato "oo" não é mais acentuado (enjoo, voo, perdoo, etc.) 
c) O hiato "ee" não é mais acentuado (veem, creem, deem)
d) Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas: para (preposição, verbo), pelo (substantivo e preposição), por exemplo.
Obs.: o acento diferencial ainda permanece no verbo "poder" (3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo - "pôde") e no verbo "pôr" para diferenciar da preposição "por".
e) Não se acentua mais a letra "u" nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de "g" ou "q" e antes de "e" ou "i" (gue, que, gui, qui) Exs.: argui, apazigue, averigue.
f) Não se acentua mais "i" e "u" tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo (ex.: baiuca, boiuna, feiura)
Hífen
a) O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por "r" ou "s", sendo que essas devem ser dobradas. Exs.: antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, autorregulamentação, contrassenha, extrasseco, infrassom, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, etc.
obs: em prefixos terminados por "r", permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.
b) O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal. Exs.: autoafirmação, autoajuda, autoescola, contraexemplo, contraindicação, infraestrutura, intraocular, intrauterino, semiaberto, semiautomático, semiárido, ultraelevado.
Obs.: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por "h": anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
c) Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. Exs.: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, micro-ondas, micro-ônibus, etc.
Obs.: uma exceção é o prefixo "co". Mesmo se a outra palavra começar com a vogal "o", NÃO se utiliza hífen.
d) Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição. Exs.: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento.
Obs.: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constituem unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
e) Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais). Exceções: água-de- colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.
EXERCÍCIO
	Acentue graficamente as palavras quando necessário:
Colmeia, fluido, possivel, milenio, eletron, estagio, fertil, pessoa, materia, gratuito, construido, vandalo, juizo, reporter, heroi, heroico, instancia, rubrica, bussola, ceu, latex, tatu. 
3. O uso da vírgula
3.1. Usa-se a vírgula no interior das orações para:
a) separar constituintes sintáticos idênticos:
Ex.: Tinha pai, mãe, marido, dois filhos. Todos tinham morrido.
Nesse exemplo a vírgula separa os núcleos do objeto do verbo ter.
Não se usa a vírgula se o constituinte idêntico vier acompanhado das conjunções ou, e, nem.
b) indicar que uma palavras, geralmente um verbo, foi suprimida.
Ex.: Maria deu um presente a todos os irmãos; ao namorado, apenas um beijo.
c) isolar vocativo
 __ Pedrinho, Saci é uma coisa que eu juro que existe!
d) isolar aposto
Ex.: Vitória, a capital do Espírito Santo, é uma ilha que tem belas praias.
e) indicar que um adjunto adverbial (tempo, lugar, etc.) foi usado no início ou no meio da frase
Ex.: Dizem muito que, no Brasil, os corruptos ficam soltos.
f) indicar que complementos nominais e verbais foram deslocados para o inicio da oração.
Ex.: De sua terra natal, ele tem saudade.
Uma dor pavorosa, o jogador sentiu quando quebrou a perna.
g) indicar conjunções intercaladas
Ex.: A ferida já foi tratada. É preciso, porém, cuidar que não infeccione.
h) isolar nomes de lugares, quando se transcrevem datas.
Contagem, 28 de maio de 2010.
i) intercalar expressões como “em suma”, “isto é”, “ou seja”, “vale dizer”, “a propósito”.
Soube de sua promoção e, a propósito, quando você vai devolver o que lhe emprestei? 
3.2. Usa a vírgula entre orações para: 
a) separar a oração subordinada adverbial que ocorre antes da principal; caso a adverbial venha depois da principal, a vírgula é facultativa
Ex.: Logo que soube do nascimento do filho, correu para a maternidade.
b) separar oração subordinada adjetiva explicativa
Ex.: As mães, que estão sempre dispostas a perdoar, consideram os filhos sempre anjos.c) separar orações coordenadas assindéticas
Ex.: Cheguei, peguei o livro, voltei para casa.
d) separar orações intercaladas 
Ex.: -E o ladrão, perguntou Fábio, foi condenado ou não? 
e) separar orações coordenadas sindéticas
Ex.: Há aqueles que se esforçam muito, porém nunca são premiados. 
Obs.: não se usa vírgula para separar oração ligada por e, exceto quando os sujeitos forem diferentes ou quando essa conjunção se repetir.
Elas sairão de férias, e eu tomarei conta da casa.
“Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua”. (Olavo Bilac) 1) Use a vírgula para pontuar adequadamente o texto abaixo e justifique o seu emprego.
EXERCÍCIO
Empregue a vírgula adequadamente no texto a seguir.
10/05/2006 - 23h00 
Fórum Folha discute transparência no jornalismo da Folha de S. Paulo
 	A transparência no jornalismo foi abordada por dois ângulos bem diferentes na primeira mesa do Fórum Folha de Jornalismo aberto nesta quarta em São Paulo. O evento faz parte das comemorações dos 85 anos do jornal.
Para Ian Mayes ombudsman do jornal britânico "The Guardian" a transparência de uma publicação está associada a duas atitudes: o compromisso de um jornal de corrigir falhas e erros o que pode ser respaldado pela existência de um ombudsman e a disposição de deixar claro para o seu leitor o modo como a publicação funciona suas operações internas e as regras que estipulou para si própria.
 Edward Wasserman professor de ética jornalística na Universidade Washington e Lee dos Estados Unidos considera no entanto que tal abertura para o público leitor embora necessária, pode se transformar tanto num instrumento de meras relações públicas como ao contrário em um modo de lançar suspeitas além das devidas sobre jornais e jornalistas. (...)
O fórum aberto pelo diretor de Redação da Folha Otavio Frias Filho promove quatro debates os dois últimos hoje para os quais as inscrições já estão esgotadas. A primeira mesa de debates foi coordenada por Marcelo Beraba ombudsman da Folha.
Frias Filho tratou do problema da viabilidade da empresa jornalística em um ambiente de intensa mudança tecnológica e de multiplicação das fontes de oferta de informações.
Por empresa jornalística especifica Frias Filho entenda-se a que procura autonomia política e que investe pesados recursos materiais para produzir um jornalismo compromissado com a procura do "máximo de verdade factual e da defesa do interesse público". "Aquele jornalismo que foi sempre a arena do debate de idéias e de rumos para a sociedade" afirmou.
Tal questão considera Frias parece mais importante do que o debate sobre o futuro do suporte físico das publicações jornalísticas se a tela eletrônica ou o papel. (...)
Wasserman o mais controvertido dos três palestrantes acredita que nos EUA a mídia persistirá e é resistente aos ataques. Mas a resposta dos jornalistas à crítica lhe parece por vezes inadequada. Para Wasserman diante da crítica há a imediata criação de um clima de "vergonha e autoflagelação". Citou as demissões na rede de televisão CBS em razão do noticiário equivocado sobre a carreira militar na juventude do presidente George W. Bush. (...)
Para o terceiro palestrante o colombiano Germán Rey ex-ombudsman do jornal "El Tiempo" de Bogotá os jornais deixaram de entender como o mundo tem evoluído. Devem reestudar sua forma de funcionamento com atenção a problemas multidisciplinares.
Disse por fim temer os efeitos da lógica comercial das empresas de mídia sobre a independência e a autonomia da informação.

Outros materiais