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Cartilha de Alfabetização nos anos de 1980

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Cartilha de alfabetização nos anos de 1980. 
 
A partir dos anos de 1980, passa-se a questionar programaticamente a necessidade 
dos métodos e da cartilha de alfabetização, em decorrência da intensa divulgação, 
entre nós, dos pensamentos construtivista e interacionista sobre alfabetização. No 
entanto, esses questionamentos parecem ter sido satisfatoriamente assimilados, 
resultando: no paradoxo da produção de cartilhas “construtivistas” ou 
“socioconstrutivistas” ou “sociointeracionistas”; na convivência destas com cartilhas 
tradicionais, nas indicações oficiais e nas estantes dos professores, muitos dos quais 
alegam tê-las apenas para consulta quando da preparação de suas aulas; e no ensino 
e aprendizagem do modelo de leitura e escrita veiculado pelas cartilhas, mesmo 
quando os professores dizem seguir uma “linha construtivista” ou “interacionista” e 
seus alunos não utilizam diretamente esse instrumento em sala de aula, como ocorreu 
nos casos transcritos a seguir.” 
 
 
A bola é do Guto. 
O gato furou a bola. 
O Guto e o gato. 
 
Exemplo 7 – Página do caderno de um aluno de 1a série de escola particular, em 1989 
Fonte: Centro de Referência para Pesquisa Histórica em Educação (Unesp-Marília). 
 
 
 
 
 
“Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos 
meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um 
me contou a narrativa de porque se haviam zangado. 
Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as 
suas razões. Ambos tinham razão. Não era que um via 
uma coisa e outro outra, ou que um via um lado das 
coisas e outro um outro lado diferente. Não: cada um via 
as coisas exatamente como se haviam passado, cada um 
as via com um critério idêntico ao do outro, mas cada um 
via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão. 
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.” 
 
Fernando Pessoa ( Apud Matta, 1990, p.12)

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