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DIREITO CIVIL III

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CAPITULO 1
O CONTRATO É ESPÉCIE DO GENÊRO ¨NEGÓCIO JURÍDICO¨
Negócio jurídico: “declaração de vontade privada destinada a produzir efeitos que o agente
pretende e o direito reconhece”
CONTRATO: “todo fato jurídico consistente em declaração de vontade,
a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre ele incide”.
O ordenamento brasileiro adotou o princípio do consensualismo como regra (art. 107,CC) tendo os contratos, portanto, forma livre.
 Princípio do consensualismo:
 “no direito brasileiro a forma é, em regra, livre. As partes podem celebrar o contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. O consensualismo, portanto, é a regra, e o formalismo, a exceção”
 Art. 107:
 A validade da declaração da vontade não dependerá de forma especila, senão quando a lei expressamente exigir.
Contrato paritário. É o contrato em que as partes se encontram em igualdade de condições,tendo ampla liberdade para discutir as cláusulas contratuais e seu conteúdo, bem como, para concluir ou não o contrato.
CONTRATO DE ADESÃO
é o contrato cujo conteúdo é determinado unilateralmente pela parte economicamente mais forte. São contratos que não admitem a discussão de suas cláusulas, que devem ser aceitas em bloco pelo aderente. São características dos contratos de adesão: a pré-disposição das cláusulas contratuais; a unilateralidade e a rigidez do conteúdo.
Visão contemporânea do contrato
 O contrato, passa a ser compreendido como complexo de atos econômicos e sociais que geram efeitos não só entre as partes contratantes, mas também geram reflexos no meio social.
 Sob a perspectiva civil-constitucional o contrato passa a ser pensado a
partir das noções de função social e boa-fé; de dignidade da pessoa humana (art. 1º,III, CF); de solidariedade (art. 3º, I, CF) o que exige não apenas a análise da vontade exteriorizada, mas também dos impactos dessa manifestação no meio social e com relação a terceiros.
FUNÇÕES DO CONTRATO:
·	Função economica - instrumento de circulação e transmissão de bens.
·	função regulatória - A função regulatória se realiza em duas vertentes:
“a) a de autorregulamentação do conteúdo contratual pelas
partes;
 b) da conformação estatal da atuação dos contratantes na
estipulação do contrato por meio da fixação de normas legais e da intervenção judicial visando a revisão dos efeitos do contrato”
·	Função social - Visa a harmonização de interesses individuais e coletivos, revelando-se a função social por meio de sua eficácia interna (entre os contratantes) e externa (meio social).
·	Função ambiental - Os fatores ambientais informam dispositivos legais cuja observânciaconstitui causa justificativa do exercício da liberdade contratual.
CONTRATO CIVIL-CONSTITUCIONAL
Em um Estado verdadeiramente democrático, o contrato só atende a dua função social quando:
1) respeitar a dignidade da pessoa humana – traduzida sobretudo nos direitos e garantias fundamentais;
 2) admitir a relativização do princípio da igualdade das
partes contratantes – somente aplicável aos contratos verdadeiramente paritários, que atualmente são minoria; 
3) consagrar uma cláusula implícita de boa-fé objetiva 
4) respeitar o meio ambiente;
 5) respeitar o valor social do trabalho.
 
ESCADA PONTEANA
 Plano de eficácia
 Plano de validade EMPLEMENTO
Plano de existência ELEMENTO
 
partes ---> capacidade 
vontade ---> livre e consciente
Objeto ---> licíto, possível, determinado ou
 determinável.
forma ---> Forma prescrita ou não defesa em lei
 (art. 104).
finalidade negocial (MARTE) :
M - Modificar - muda-se um elemento da estrutura do direito sem
 alterar sua substância, como, por exemplo, a sub-rogação e a
 moratória.
A - Adquirir - visa incorporar um direito ao patrimônio do contratante
R - Resguardar - visa proteger ou garantir um direito
T - Transmitir - Provoca a mudança de titular do direito
E - Extinguir - visa extinguir um direito.
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS (CAP 2)
Princípios Clássicos: Princípios contemporâneos:
-> Autonomia Privada -> Dirigismo
-> Relatividade dos efeitos -> Função social
-> Intangibilidade -> Boa-fé objetiva
-> ‘Pacta sunt Servanda’ -> Probidade
Princípios Clássicos:
Autonomia privada X autonomia da vontade
A autonomia da vontade decorre da manifestação de liberdade individual; já a autonomia privada é o poder de criar, nos limites da lei, normas contratuais. Dessa forma, a expressão autonomia da vontade tem conotação subjetiva, psicológica; enquanto a autonomia privada marca o poder da vontade no Direito de um modo objetivo e concreto.
Autonomia privada “é o poder que os particulares têm de regular pelo exercício de sua própria vontade, as relações de que participam, estabelecendo-lhes o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica” (Francisco Amaral, 2006, p. 347).
É, portanto, fundamento para a realização de contratos atípicos (art. 425, CC)
-> Contratos atipicos: não disciplinados e regulados expressamente pelo Código Civil ou Lei extravagante. São permitidas juridicamente desde que não contrariem as leis e os bons costumes.
Embora, atualmente, sua abrangência seja limitada pela função social dos
contratos, não fica a autonomia privada relegada ao segundo plano, uma vez que o contrato, como já se viu, é eminentemente voluntarista (encontro de vontades contrapostas para a realização de interesses comuns),seja se manifestando como liberdade de contratar (autonomia da vontade), seja se apresentando como liberdade contratual (autonomia privada).
'PACTA SUNT SERVANDA'
significava que uma vez que as partes se vinculassem por meio de um contrato, a ele deveriam dar cumprimento, independente de estarem suas prestações equilibradas ou não. Tratava de dar amplo reconhecimento à liberdade contratual (autonomia privada), tendo por fundamentos: a liberdade e a igualdade formal, a necessidade de segurança jurídica e a intangibilidade dos contratos, a fim de dar garantia à sua utilidade econômica.
Partia-se, do pressuposto, de que todos os contratos eram paritários, atuando as partes em plena igualdade de condições, sendo, portanto, seu conteúdo obrigatório uma vez preenchidos os requisitos de existência, validade e eficácia estabelecidos em lei.
É princípio que ainda se impõe às relações contratuais, no entanto, em tempos em que os contratos paritários cedem quase todo o seu espaço para os contratos de adesão, impossível seria continuar tratando a força obrigatória dos contratos como princípio absoluto. Por isso,os contratos são vinculantes e devem ser cumpridos, desde que observada função social, boa-fé, probidade e normas de ordem pública, mecanismos de regulação do equilíbrio contratual.
INTANGIBILIDADE DOS CONTRATOS
Impedia qualquer intervenção (inclusive estatal) sobre o conteúdo das avenças.
RELATIVIDADE DOS EFEITOS DOS CONTRATOS
impedia qualquer intervenção (inclusive estatal) sobre o conteúdo das avenças.
No entanto, o próprio Código Civil reconhece duas figuras contratuais que produzem efeitos com relação a terceiros: promessa de fato de terceiro (arts. 439 e 440, CC) e estipulação em favor de terceiro (arts.436 a 438, CC). Como também reconhece-se eficácia externa ao se estipular a função social dos contratos como princípio orientador da prática contratual (art. 421, CC).
Princípios contratus contemporâneos ou princípios sociais do contrato:
FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS (PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE)
A função social é princípio que se preocupa com os efeitos dos contratos junto à ordem econômica e social.
 De acordo com o art. 421, CC, a função social apresenta-se como critério
limitativo e como critério finalístico. Como critério finalístico determina-se
que a autonomia privada encontra sua razão de ser na própria função social
dos contratos. Sob o critério limitativo afirma-se ser a função social do contrato um limitador da liberdade contratual, limite que deve ser analisado a partir do interesse social e da dignidade da pessoa humana.
Tem por finalidade, portanto, legitimar a liberdade contratual e não extingui-la.
BOA-FÉ OBJETIVA (PRINCÍPIO DA ETICIDADE)
A boa-fé, prevista no art. 422, CC, como princípio contratual é a boa-fé objetiva, cláusula geral e princípio contratual que deve ser aplicada a todas as fases: pré, contratual e pós-contratual, obrigando aos contratantes agirem entre si com lealdade e transparência, garantindo segurança à relação jurídica. Por isso, afirma-se: a boa-fé se presume, a má-fé se prova.
Cria deveres de conduta positiva (cooperação) e negativa (não lesar a outra parte), ou seja, tutela a confiança de quem acreditou no comportamento exteriorizado pela outra parte. Por ser norma de conduta de conceito aberto e vago, o intérprete deverá se valer da análise da situação concreta para estabelecer se a conduta foi realizada conforme um padrão (médio)e objetivo de conduta leal.
PROBIDADE
pelo princípio da probidade se analisa o comportamento das partes contratantes em conformidade com o meio social em que o contrato foi realizado.
DIRIGISMO 
Normas de ordem pública: são as que disciplinam instituições jurídicas fundamentais
e tradicionais com o objetivo de garantir segurança das relações jurídicas
Normas cogentes: são as que estabelecem um único sistema de conduta para tutelar
interesse social
Normas de interesse social: são as que disciplinam relações sociais marcadas pela
desigualdade entre as partes que se relacionam.
O dirigismo consiste, então, na regulação do conteúdo do contrato por disposições imperativas e pode ocorrer das seguintes formas:
1. Dirigismo jurisprudencial - o juiz, respaldado pela lei, tem o poder de
rever acordos ou declarar sua extinção.
2. Dirigismo legislativo - ocorre na fase pré-contratual como as limitações impostas pela Lei da Usura (Decreto no. 22.626/33), Lei dos Crimes contra a Economia Popular (Lei no. 1.521/51), Lei de Luvas (Decreto no. 24.150/34), Código de Defesa do Consumidor, Lei do Inquilinato (Lei no. 8.245/91) etc.
 São normas que não podem ser afastadas pela vontade das partes, limitando-se, dessa forma, a liberdade contratual em virtude da necessidade de manutenção e proteção da ordem pública (ordem considerada indispensável à organização estatal e à sociedade). O dirigismo contratual é, portanto, uma resposta do Estado às injustiças decorrentes de relações contratuais, limitando-se a autonomia privada a partir dos preceitos de igualdade formal e justiça social.
EQUIVALÊNCIA MATERIA
Intimamente ligado com a função social, busca equilíbrio entre a prestação e a contraprestação do contrato visando a não onerosidade excessiva.
JUSTIÇA CONTRATUAL
Quando há composição justa e harmoniosa dos conteúdos jurídico e econômico.
Cap.3
Formação dos contratos
Puntuação
Nos contratos paritários a primeira fase do processo contratual são as puntuações, ou negociações preliminares, em que as partes expõe suas intenções, ordenando as primeiras tratativas e avaliando a conveniência de uma futura contratação.
É o momento em que as partes investigam as vantagens (especialmente econômicas)
de celebrar ou não o contrato, podendo resultar em cartas de intenção e até esboços do instrumento contratual (acordos parciais).
As negociações preliminares são eventuais, ou seja, podem ou não ocorrer e, por via de regra, não vincula as partes à um contrato definitivo, nem gera responsabilidades.
Excepcionalmente, as negociações preliminares podem ensejar responsabilidade civil pré-contratual(aquiliana) em virtude da violação dos deveres anexos de conduta e da legítima expectativa criada em uma das partes contratantes. Ao faltar com a boa-fé na fase pré-negocial o contratante comete abuso de direito (art. 187, CC – vedação do venire contra factum proprium) surgindo daí o dever de indenizar (por perdas
e danos ) decorrente de responsabilidade objetiva (independente de culpa).
Pode-se então concluir que a culpa in contrahendo pelo abandono das negociações preliminares só gera responsabilidade quando o diálogo entre os contratantes já se encaminhava para a conclusão do contrato, gerando entre elas forte crença de que o negócio se realizaria, e uma das partes injustificadamente abandona as tratativas ou passa a fazer exigências desproporcionais. Bem como, pode restar caracterizado o dever de indenizar por rompimento das tratativas quando uma das partes atraiu a confiança da outra que realizou gastos (levantamentos, sondagens, estudos técnicos...) crendo que o contrato se realizaria e na iminência de concluir o acordo a outra parte abandona sem justo motivo o negócio.
ATENÇÃO
Enunciado 24, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo CC, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento,independentemente de culpa.
Enunciado 25, I Jornada de Direito Civil – Art. 422: o art. 422 do CC não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual.
Enunciado 170, II Jornada de Direito Civil – Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser
observada pela partes na fase das negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato.
DA PROPOSTA
A fase de proposta é denominada oferta, policitação ou oblação. É nesta fase que a vontade de contratar é manifestada já com a intenção de aderir às condições oferecidas pela outra parte contratante.
Diferente das negociações preliminares que não são vinculantes; a proposta tem força obrigatória, vincula o policitante.
a proposta (escrita, oral ou tácita ) deve conter todos os elementos essenciais do negócio que se pretende realizar (descrição do objeto, preço, prazo de entrega, formas de pagamento etc.). Para ser vinculante precisa ser: séria, clara, completa, precisa e inequívoca (art. 427, CC). Presentes estes requisitos a proposta terá força vinculante.
A obrigatoriedade da oferta é um ônus que se impõe ao policitante, devendo mantê-la sobre determinado tempo a partir de sua divulgação, assumindo, portanto, o dever de realizar o negócio jurídico caso o oblato se manifeste favoravelmente à conclusão do contrato. A regra, então, é a irrevogabilidade da oferta.
Não obrigatoriedade da oferta: Art.427,CC
ACEITAÇÃO
A aceitação configura-se como um direito potestativo do oblato de constituir o negócio
que lhe foi ofertado.No entanto, a aceitação realizada “fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta” (contraproposta - art. 431, CC).
A aceitação é a última declaração negocial antes da formação do contrato. Por isso, para gerar o efeito vinculante precisa ser pura e simples e realizada em conformidade com a forma e os prazos estabelecidos pela oferta; havendo dissenso do oblato, adições, restrições ou modificações os papeis se inverterão e o
proponente se tornará aceitante.
O silêncio eloquente ou circunstanciado excepcionalmente será considerado como uma forma de manifestação de vontade e se revela: a) quando “o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa”; b) quando “o proponente a tiver dispensado” (art. 432, CC). O silêncio, para configurar manifestação de vontade,deve ser consciente, ou seja, o oblato deve ter pleno conhecimento
de que seu silêncio será considerado uma declaração de conformidade com a oferta.
Lugar de formação dos contratos
O local de formação do contrato é aquele em que se realiza a proposta, não sendo
necessariamente coincidente com o local em que se realizará o cumprimento
das prestações. (Vide artigo 435,CC)
CAP.4
Classificação dos contratos
-Quanto a direitos e deveres entre as partes
Unilaterais: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como a doação pura, o mútuo, o comodato, o depósito, a doação, o mandato, a fiança.
Bilateirais (sinalogmáticos):são os contratos que geram obrigações (recíprocas) para ambos os contratantes. Para que se caracterize a bilateralidade não é preciso que as prestações sejam equivalentes entre si, mas, sim, reciprocidade de prestações.
Obs: nas doações por encargo ha uma divergência doutrinária quanto a essa classificação, pois alguns consideram o contrato de doação por encargo unilateral imperfeito (por não haver equivalência entre as obrigações prestadas) e outros bilateral (pq há obrigação recíproca, independente da equivalência entre as pretações).
Plurilaterais ou plúrimos: são os contratos que contêm mais de duas partes
cuja prestação de cada uma se dirige à realização de um fim comum.
Vantagens da clasissicação : Vide arts.476,477, 441, CC e teoria dos riscos.
-Quanto ao sacrificio ou atribuição patrimonial:
Gratuitos ou benéficos: são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem.
A doutrina os divide os contratos benéficos em:
a) Gratuitos propriamente ditos: acarretam a diminuição patrimonial a uma das partes como ocorre nas doações puras.
b) Desinteressados: não acarretam a diminuição patrimonial a uma das partes, embora beneficiem uma delas. Ex.: comodato e mútuo.
Onerosos: são contratos em que ambos os contratantes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício patrimonial.
Vantagens práticas da distinção entre contratos gratuitos e onerosos:doador não responderá pela evicção nem por vícios redibitórios, exceto
nas doações com encargo;
• O contrato gratuito poderá ser anulado pela ação pauliana independente de má-fé (art. 158, CC) e só pode ser interpretado restritivamente (art. 114, CC).
• O contrato oneroso exige a insolvência do devedor (art. 159, CC);
• O erro sobre a pessoa será mais grave no contrato benéfico do que no oneroso,
salvo nas prestações de serviços materiais e encomendas de obras artísticas. VIDE TBM O ART. 392,CC.
-Quanto a constituição do contrato:
Consensuais:são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades, independente da entrega da coisa ou de determinada forma.
Reais: são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os contratos de depósito, comodato e mútuo.
-Quanto aos riscos envolvidos:
Comutativos: São os contratos de prestações certas e determinadas desde o início.
Aleatórios: Uma das partes assume o risco do fato acontecer ou não, dando-lhe ou não o retorno patrimonial desejado.
a) Total ou absoluto: quando só uma das partes será beneficiada pela prestação (não há contraprestação). Ex.: jogo ou aposta.
b) Relativo ou parcial: quando ambas as partes podem ser beneficiadas pela álea, sabendo-se desde o início qual dos contratantes poderá ser beneficiado pela álea e qual poderá sofrer prejuízo.
Os contratos aleatórios estão previstos nos arts. 458 a 461 do Código Civil e podem ser:
a) Aleatórios por natureza:Caracteriza-se pela incerteza para as duas partes, pois a perda ou o lucro dependem de uma fato futuro e imprevisível. Ex.: jogo; aposta autorizada; constituição vitalícia de renda e seguro.
b) Acidentalmente aleatórios: são contratos tipicamente comutativos que por certas circunstâncias tornam-se aleatórios. Espécies:
1. Venda de coisas futuras: o risco pode se referir:
 i. À própria existência da coisa – art. 458, CC (com assunção de risco pela existência). Trata-se da hipótese de emptio spei em que um dos contratantes assume risco ajustando preço que será devido integralmente mesmo que a coisa não venha existir.
ii. À quantidade – art. 459, CC (sem assunção de risco pela existência). Trata-se da hipótese de emptio rei esperatae em que um dos contratantes assume o risco ajustando o preço devido integralmente mesmo que receba apenas parte da coisa. Ao contrário da primeira hipótese, se nada vier a existir, o contrato é nulo, por falta de objeto.
2. Venda de coisas existentes mas expostas a risco: - arts. 460 e 461, CC.
A alienação aleatória poderá ser declarada nula se o contratante provar que a outra parte, agindo dolosamente, omitiu a consumação dos risco a que estava exposta a coisa.
As diferenças entre contratos comutativos e aleatórios são muitas:
• A evicção e a teoria dos vícios redibitórios só se aplica aos contratos
comutativos.
• Os contratos aleatórios possuem regime especial (arts. 458 a 461, CC).
• A teoria da imprevisão só se aplica aos contratos comutativos.
• A rescisão por lesão só pode ser invocada nos contratos aleatórios quando
a vantagem que obtém uma das partes é excessiva, desproporcional em relação
à álea normal do contrato.
-Quanto a previsão legal:
Típicos: são os contratos regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado.
Atípicos: são os contratos que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as características e requisitos definidos na lei. Para que sejam válidos basta o consenso, que as partes sejam livres e capazes e o seu objeto lícito, determinado ou determinável, possível e suscetível de aferição econômica
(arts. 104 e 425, CC - princípio da liberdade e do consensualismo).
Não sendo as teorias imunes a críticas, tem prevalecido o entendimento de que na interpretação dos contratos atípicos deve-se levar mais em conta as disposições contratuais (porque expressão da vontade negocial) do que propriamente as disposições legais.
-Quanto a formação
Paritários: são os contratos tradicionais, em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em situações de igualdade na fase de puntuação.
De adesão :São contratos que não admitem alteração das cláusulas contratuais, devendo o aderente aderir ou rejeitar em bloco, limitando-se, assim, a autonomia das partes. No Código Civil encontram-se seus limites nos arts. 423 e 424, CC.
São características dos contratos de adesão:
a) Uniformidade, predeterminação e rigidez da oferta.
b) Proposta permanente e geral, aberta a quem se interessar (número indeterminado de pessoas).
c) Exige aceitação pura e simples do oblato.
d) Pressupõe superioridade (material) econômica de um dos contratantes.
e) Cláusulas do contrato predispostas e fixadas unilateralmente e em bloco pelo policitante.
-Quanto a formalidade
Formais seriam os que exigem forma escrita e os informais seriam os que basta a vontade das partes para sua formação, pois a lei não exige nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento (arts. 107 e 109, CC – princípio do consensualismo ou da liberdade de forma).
solenes: a) aqueles para os quais a lei exige o instrumento público, como os contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 salários mínimos (art. 108, CC); b) aqueles para os quais a lei demande o instrumento escrito como de sua essência, embora particular,
como na doação (art. 541, CC) e na fiança (art. 819, CC).
-Quanto ao cumprimento
De execução istantânea
De execução diferida ou retardada - são os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas em momento futuro.
De trato sucessivo - são os que se cumprem por meio de atos reiterados.
OBS:
• O descumprimento de prestação vencida, no contrato de execução continuada de caráter bilateral, não anula as prestações já realizadas, desde que sejam autônomas, operando, portanto, os seus efeitos ex nunc.
• Nos contratos de execução instantânea a nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partesao estado anterior; enquanto nos de execução continuada são respeitados os efeitos produzidos, não sendo possível restitui as partes ao status quo ante.
• A nulidade do contrato de execução contínua não afeta os efeitos já produzidos.
• A prescrição da ação para exigir o cumprimento das prestações vencidas, nos contratos de trato sucessivo começa a fluir da data do vencimento de cada prestação.
• O cumprimento simultâneo das prestações só poderá ser exigido se o contrato for de execução imediata.
• A impossibilidade de execução dos contratos sucessivos, liberando uma das partes, importará a liberação da outra.
-Quanto a personalidade
Personalíssimo (intuitu personae, pessoal): é o contrato em que o obrigado não pode se fazer substituir por outrem. São contratos intransmissíveis aos sucessores do devedor e não podem ser objeto de cessão. Havendo erro essencial sobre a pessoa do outro contratante, são anuláveis.
Impessoal: é o contrato cuja prestação pode ser cumprida indiferentemente pelo obrigado ou por terceiro.
Individual : é contrato em que as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. É o que se forma pelo consentimento de pessoas, cujas vontades são individualmente consideradas. 
Coletivo (normativo): trata-se de forma contratual que alcança grupos não individualizados, unidos por uma relação de fato ou jurídica.
-Quanto a função econômica
De troca: são os que se caracterizam pela permuta de utilidades econômicas,
Associativos: são os que se caracterizam pela coincidência de seus fins,
De prevenção de riscos: são os que se caracterizam pela assunção de riscos por parte de um dos contratantes, como é o caso do contrato de seguro e de constituição de renda.
De crédito: são os que se caracterizam pela obtenção de um bem com intenção de restituição futura, 
De atividade: são os que se caracterizam pela prestação de uma conduta de fato da qual decorre a utilidade econômica.
-Reciprocamente considerados
Principal: é o contrato que tem existência própria, autônoma e não depende, pois, de qualquer outro
Acessório ou adjeto: é o contrato cuja existência depende da existência de outros contratos. Tem sua existência subordinada a do contrato principal. Pode ser: Preparatório, complementar ou integrativo.
CAP 5
Estipulação em favor de terceiro (ou contrato em favor de terceiro)
(arts. 436 a 438, CC)
ocorre “quando num contrato entre duas pessoas, pactua-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceiro, estranho à convenção e nela não representado” (Rodrigues, 2009,
p. 93)
São partes na estipulação de terceiro: o estipulante ou promissário (aquele que estabelece a obrigação) e o promitente ou devedor (aquele que deverá cumprir a obrigação)
O beneficiário não precisa ser determinado, mas ao menos determinável e poderá ser substituidado pelo estipulante se ele reservar para si esse direito, independente da anuência do beneficiário ou do promitente e, neste caso, a estipulação é considerada revogávelrevogável. Se previsto tal direito potestativo a substituição poderá ocorrer por ato inter vivos como a comunicação direta ao promitente(aditivo contratual) ou causa mortis (por testamento), desde que seja feita antes da aceitação pelo beneficiário.
V. Teoria do contrato sui generis (contratualista): é a mais aceita atualmente e considera a estipulação em favor de terceiro um contrato sui generis porque a prestação não será realizada em favor do estipulante, mas sim, em favor de um terceiro (beneficiário) que não é parte do contrato. A existência e validade da estipulação não dependem da vontade do beneficiário, apenas os seus efeitos se subordinam à sua aceitação.
5.2 Promessa de fato de terceiro (ou contrato por outrem, contrato por terceiro) (arts. 439 e 440, CC)
Ocorre quando o promitente obriga-se pessoalmente a garantir manisfestação de vontade alheia positiva a intersses próprios prometidos. Sendo assim, caso a prestação prometida não seja realizada, o contrato se resolverá em perdas e danos, pois ngm pode vincular um terceiro sem sua anuência.
OBS: Exoneração de responsabilidade do promitente: Artigos 439 e 440,CC.No entanto, o promitente não estará exonerado da responsabilidade se houver cláusula expressa estabelecendo a solidariedade entre ele e o terceiro.
5.3 Contrato com pessoa a declarar (arts. 467 a 471, CC)
foi introduzida pelo art. 467, CC, que afirma que o contrato com pessoa a declarar ocorre quando “no momento da conclusão do contrato uma das parte reserva-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes”.
Partes:
Promitente (promittens): que assume o compromisso de reconhecer o amicus ou electus;
Estipulante (designante, stipulans): que pactua em se favor a cláusula de substituição;
Electus (amicus, indicado, designado): validamente nomeado, aceita a indicação que é comunicada ao promitente.
Se, dentro do prazo estabelecido pelas partes ou pelo art.468, o electus não aceitar a nomeação, poderá o estipulante nomear outra pessoa.
5.4 Contrato Preliminar (arts. 462 a 466, CC)
 Trata-se de uma alternativa conferida às partes contratantes que ainda não dispondo do objeto da prestação desejam garantir a realização futura de um negócio jurídico.
 No plano material pode ser unilateral, quando só obriga uma das partes, ou bilateral, quando obriga as duas. Quanto a natureza jurídica ele é bilateral.
O contrato preliminar deve indicar os elementos essenciais do negócio que se pretende realizar (art. 462, CC): tipo contratual; modalidade contratual; definição do objeto; preço; forma de pagamento; cláusulas especiais etc., mas não precisa observar os mesmos requisitos formais34 do contrato definitivo.
OBS: Se algum aspecto da essência do negócio não foi completamente negociado, não há contrato preliminar ainda, mas simples protocolo de intenções, que não gera a obrigação de contratar.
5.5.1 Vícios redibitórios (arts. 441 a 446, CC)
São defeitos que tornam a coisa transferida imprópria ao uso que se destina ou lhe diminui valor. A ação para garantir ao adiquirente garantias sobre a coisa viciada é chamada de Ação Edilícia que pode ser redibitória (O adquirente enjeita a coisa, reclamando devolução dos valores pagos e possíveis despesas com o contrato) ou estimatória (o adquirente continua com o bem e reclama abatimento no valor da coisa). Caso seja provado que o alienante conhecia o vicio e não informou, agindo de má-fé, terá que indenizar o adquirente por perdas e danos.
São requisitos :
a) Existência de um contrato comutativo com obrigação de dar coisa certa (móvel ou imóvel).
b) Demonstração de incapacidade de realizar as funções para o qual foi adquirido. 
c) O vício deve ser oculto, ou seja, desconhecido do adquirente no momento da aquisição da coisa, que utilizando-se de cautela ordinária não o conseguiu detectar.
d) O vício deve ser preexistente à tradição e deve perdurar até o momento da reclamação
e) A prova da existência do vício e de sua anterioridade à tradição compete ao adquirente.
O prazo para entrar com a ação edilícia é de 30 dias a contar da tradição no caso de coisa móvel e 1 ano se a coisa é imóvel. Se a coisa já estava em posse do adquirente o prazo é reduzido a metade.
Se pela natureza do vício ele só foi conhecido mais tarde, o prazo para o exercício das ações edilícias deverá ser contado a partir do momento que dele se teve ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, sendo bem móvel e de um ano para bens imóveis (art. 445, §1º., CC). 
OBS: o prazo será contado a partir da tradição se a coisa for máquina que necessita ser submetida a experimentação e ajuste.
5.5.2 Evicção (arts. 447 a 457, CC)
Espécie de garantia contratual cuja proteção está relacionada a defeito jurídico. Pode ser invocado quando o adquirente (evicto) tem posse de determinado bem e o perde, total ou parcialmente, em virtude de ação judicial ou ato adminitrativo invocado por terceiro (evictor).
No caso da evicção parcial sendo a perdaconsiderável poderá o evicto optar (direito potestativo) pela rescisão do contrato (devendo o alienante ressarcir o montante da prestação e não o valor da coisa ao tempo em que se perdeu); ou poderá optar em permanecer com o bem e requerer o abatimento proporcional do preço. No entanto, se a perda não for considerável o evicto apena poderá pleitear indenização proporcional com a respectiva retenção do bem (art. 455, CC – aplicação da teoria do inadimplemento mínimo ou adimplemento substancial ).
5.6 Extinção dos contratos (arts. 472 a 480, CC)

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