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A FILOSOFIA DO CONHECIMENTO DA ANTIGUIDADE GREGA À ERA DA INFORMAÇÃO

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A FILOSOFIA DO CONHECIMENTO DA ANTIGUIDADE GREGA À ERA DA INFORMAÇÃO
TEXTO PARA LEITURA
O desenvolvimento da cultura como decisão planejada e a transmissão de habilidades num sistema de relações sociais são capacidades singulares da espécie humana; daí a necessidade do homem, como ser histórico, de formular questões sobre a origem e a razão do universo na busca do sentido da própria existência.
Ao longo de sua história, a humanidade criou diferentes formas de conhecer e investigar a si próprio, aos seus semelhantes e a natureza ao seu redor. Para isso recorreu ao auxílio da magia, do mito e da religião e, mais recentemente, à contribuição da ciência e da tecnologia. Durante todos esses milênios o conhecimento sempre foi resguardado, moldado, aprimorado e cuidado pela filosofia.
A busca de um conhecimento que transcende a realidade (= está acima dela) imediata constitui a essência do pensamento filosófico, que ao longo da história percorreu os mais variados caminhos, seguiu interesses diversos, elaborou muitos métodos de reflexão e chegou a várias conclusões, em diferentes sistemas filosóficos.
O conhecimento é o teor de tudo é a forma de aprender a pensar é o que faz a filosofia.
Os filósofos anteriores a Sócrates (pré-socráticos) que viveram na Grécia por volta do século VI a.C., são considerados os criadores da filosofia ocidental. Incluem a escola de Mileto, do século VI a.C., até os sofistas do século V a.C.. Entre eles destacam-se Tales, Pitágoras, Heráclito, Parmênides, Empédocles, Anaxágoras e Demócrito.
Nessa fase, que corresponde ao período de formação da cultura helênica, predominaram os filósofos que buscavam uma explicação do mundo em termos físicos e materiais e que tinham grande necessidade de direcionar o conhecimento para a busca da origem do universo. Desejavam saber quem ou o que o fez (o mundo) e do que era feito. Voltaram a atenção para os problemas cosmológicos. 
Os pré-socráticos introduziram uma mentalidade baseada na razão e não mais no sobrenatural e na tradição mítica. As escolas jônica, eleática, atomista e pitagórica são as principais do período.
O pitagorismo representa a primeira tentativa de apreender o conteúdo inteligível das coisas, a essência, prenúncio do mundo das idéias de Platão. A palavra filosofia foi empregada pela primeira vez por Pitágoras.
No século V a.C., inspirados pelo materialismo aplicado à vida cotidiana, surgiram os sofistas gregos como resultado da crise do mundo grego.Os regimes aristocráticos desmoronavam e cediam lugar à democracia, a qual exigia que o cidadão estivesse apto a convencer sues pares do ponto de vista que defendesse.. Com isso, nascia uma burguesia ansiosa por um saber que antes não possuía.
Inicialmente entendeu-se que, mesmo enquanto diferentes sociedades expressassem idéias diversas sobre as questões fundamentais, todos partilhavam a natureza humana. A partir disso, surgiu a antítese entre natureza e costume, tradição e lei. O costume era tido como instrumento artificial para restringir a liberdade natural ou como restrição civilizada sobre a anarquia natural. A sofística propôs então, uma “humanização” da cultura na qual o estudo de ciências fosse o caminho para a virtude, entendida como adequação à ordem social. O relativismo1 do pensamento sofista, no entanto, impediu uma formulação universal do que fosse a virtude2. Essa limitação levou os sofistas, aos poucos, a se preocuparem apenas a ensinar os homens a falar bem para triunfar na vida política e social, independentemente da verdade ou falsidade de suas afirmações. Assim o conceito de verdade se tornou relativo, sendo questionada a possibilidade de haver um acontecimento objetivo e ficou impedida a construção de qualquer ciência. Apesar de tudo, sofistas foram o primeiro a tentar aperfeiçoar a razão, o raciocínio e a argumentação.
Sócrates, reagindo ao realismo dos sofistas e para motivar a ciência em verdades universais, retornou ao objeto de estudos dos sofistas, a verdade, e passou a examiná-la utilizando-se de duas etapas: ironia3 e maiêutica4 (método indutivo5 que fazia vir à consciência, por meio do diálogo, conhecimentos que o interlocutor já tinha sem que o soubesse). Por meio de perguntas e respostas rápidas, Sócrates levava o seu interlocutor a reconhecer sua ignorância e ser despojado das falsas verdades, fazendo nascer nele, pela maiêutica (= arte de dar luz) , o desejo de construir o verdadeiro saber.
Platão, discípulo de Sócrates e mais metódico do que seu mestre baseou sua filosofia na existência de um mundo de formas ou idéias, essências imutáveis e perfeitas, sobre as quais seria possível adquirir um conhecimento verdadeiro. Elaborou uma “teria do conhecimento” para sua metafísica, a teoria das idéias, segundo a qual a realidade corresponde a formas abstratas (conceito) que não tem qualidades sensíveis e só são apreensíveis pelo conhecimento habilitado. Afirmou que as idéias são o próprio objeto do conhecimento e para apresentar sua teoria, utilizou-se de uma fábula, o mito da caverna (em anexo a esse texto), em que a caverna representa o mundo sensível, a prisão, os juízos de valor em que só se percebem as sombras das coisas. O exterior é o mundo das idéias , do conhecimento racional ou científico. Constituído por corpo e alma. O homem pertenceria ao mesmo tempo a esses dois mundos. Sendo, então, tarefa da filosofia libertar o homem da caverna, do mundo das aparências, para o mundo real, das essenciais. 
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1. Relativismo: doutrina segundo a qual o conhecimento depende de fatores contextuais, sendo impossível chegar a certezas definitivas. Não existem verdades absolutas, mas apenas verdades relativas a um determinado tempo e lugar. No âmbito da moral, o relativismo afirma que o Bem coincide com aquilo que é socialmente aprovado e que, por conseguinte, a ação correta é aquela que está de acordo com os costumes de uma determinada sociedade. 
O relativismo moral dos sofistas tem origem no contato mantido com diferentes povos e na conseqüente constatação de que as regras que regem as ações humanas são diferentes em sociedades diferentes. Tal conclusão era inaceitável, por exemplo, para Platão, que buscava fundamentar as leis humanas em algo absoluto, permanente e imutável.
2.Virtude: Segundo alguns autores é enganadora a simples tradução da palavra Aretê por virtude. O seu entendimento para os gregos era bem mais amplo: "De modo geral, a virtude denotada por Aretê compreendia todas aquelas qualidades que, no homem, contribuíam para o seu sucesso na sociedade grega e que seguramente garantiam admiração dos seus concidadãos, sendo acompanhada em muitos casos, por substancial recompensa material" 
3.Ironia: A ironia é uma forma de expressão literária ou uma figura de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de zombar de alguém ou de alguma coisa, com um ponto de vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor. O conceito de ironia socrática, introduzido por Aristóteles, refere-se a uma técnica integrante do método socrático. Neste caso, não se trata de ironia no sentido moderno da palavra. A técnica de Sócrates, demonstrada nos diálogos platônicos, consistia em simular ignorância, fazendo perguntas e fingindo aceitar as respostas do interlocutor (oponente), até que este chegasse a uma contradição e percebesse assim os erros do próprio raciocínio.[1]
4. Maiêutica: A arte de dar à luz. Por meio de perguntas e respostas rápidas, Sócrates levava o seu interlocutor a reconhecer sua ignorância e ser despojado das falsas verdades, fazendo nascer nele, pela maiêutica (= arte de dar luz) , o desejo de construir o verdadeiro saber.
5. Método indutivo:é aquele que parte do particular para o geral.
Ao se depara com o problema do ser, uma vez que os sentidos nos revelam as coisas como múltiplas e variáveis, enquanto a inteligência nos mostrasua unidade e permanência, procurou uma solução que conciliasse o testemunho dos sentidos e as exigências do conhecimento intelectual. Baseou-se nos conceitos matemáticos e nas noções éticas para demonstrar que a existência real e eterna das coisas existe. Usou como argumento a possibilidade de pensar figurar geométricas puras, que não existem no mundo físico. Da mesma forma, todo homem tem as noções de bem e justiça, que não têm correspondente no mundo sensível.
Aristóteles, o mais ilustre discípulo de Platão, aperfeiçoou e sistematizou o pensamento platônico e socrático, optando por uma solução bem diferente da de seu mestre. As idéias ou essências não existem em um mundo à parte. Elas se encontram presentes em dado ser e podem ser conhecidas pela abstração, operação realizada pela inteligência a partir de dados obtidos pelos sentidos por meio da percepção sensível. Desenvolveu a lógica dedutiva clássica, que postula o encadeamento das proposições e das ligações dos conceitos mais gerais para os menos gerais. A lógica7, segundo ele, é um instrumento para atingir o conhecimento científico, ou seja, aquilo que é metódico (=segue os passos determinados pelos cientistas) e sistemático (=ocorre sempre da mesma forma). Ao contrário de Platão, afirma que a ideia não possui uma existência separada – ela só existe no ser real e concreto. Foi o primeiro pesquisador científico no sentido atual do termo, foi o pai da lógica como ferramenta do conhecimento em todos os campos do saber.
Entre os séculos I a VII surgiu a filosofia patrística6 que resultou inicialmente da obra dos apóstolos João (evangelho) e Paulo (epístolas7) , no sentido de consolidar o Cristianismo como religião.Procurou conciliar as verdades da revelação bíblica com as construções do pensamento próprias da filosofia grega, para converter os pagãos às novas verdades.
Pela patrística foi introduzida a idéia de verdades reveladas por Deus (dogmas inquestionáveis), para explicar conceitos novos como: criação do mundo, pecado original, santíssima trindade, morte e reencarnação de Deus, juízo final, ressurreição dos mortos etc.. Para explicar a existência do mal no mundo que foi criado por Deus, foi introduzida a idéia de consciência moral e de livre arbítrio pelo qual o homem se torna culpado do mal do mundo.Assim surgiu uma distinção entre verdades reveladas pela fé (verdades sobrenaturais) e verdades da razão ou humanas (verdades naturais). Dessa forma foi introduzida a noção do “conhecimento de origem divina” ser superior ao “simples conhecimento racional”.
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6. Filosofia patrística: consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias. Quando o Cristianismo, para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios pressupostos, apresentou-se como a expressão terminada da verdade que a filosofia grega havia buscado, mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio Deus não havia ainda encarnado, não existia ainda o Senhor. De um lado se procura interpretar o Cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega, do outro reporta-se ao significado que esta última dá ao Cristianismo. Sendo considerado como a figura mais importante dessa corrente de pensamento o cristão Santo Agostinho. 
7.Epístolas: Epístolas paulinas é como são conhecidas o conjunto de cartas do apóstolo Paulo reunidas no Novo Testamento. Paulo escreveu as epístolas para as comunidades que visitara, pregando e ensinando as máximas cristãs. 
Na Idade Média (sec. V ao XV – queda do Império Romano), predominou a necessidade de adaptar o legado filosófico grego aos princípios do cristianismo, procurando-se harmonizar razão e fé.
Mantendo e tratando dos mesmos problemas que a patrística, a filosofia medieval adicionou outros, tais como, as demonstrações racionais da existência do Criador e do espírito humano imortal, a diferença entre razão e fé, a diferença e separação entre corpo (matéria) e alma (espírito). Dessa forma nascia a filosofia cristã que é a teologia. 
Os filósofos medievais encontraram em Platão e Aristóteles o embasamento teórico para concretizar tal combinação. Por um lado, apareceram os seguidores do platonismo, entre os quais se destaca Agostinho (354-1274. Por outro, lado os adeptos do aristotelismo, cujo maior representante foi Tomás de Aquino (1225-1274). O tomismo se caracterizou pela tentativa de conciliar a autoridade da Igreja com o saber aristotélico. A síntese efetivada pó São Tomás de Aquino, que encontrou em Aristóteles os fundamentos filosóficos para a teologia cristã, dominou o pensamento medieval, especialmente teocêntrico.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
Desde a Idade Média os filósofos levantaram questões acerca do conhecimento, mas era através da fé que essas perguntas eram respondidas. A teoria do conhecimento propriamente dita tem início na Idade Média.
Os filósofos modernos, não mais aceitaram as explicações do cristianismo de que graça divina iluminava nosso intelecto e guiava nossa razão, permitindo o conhecimento do que está ao seu alcance. Por esse motivo a questão do conhecimento tornou-se central para eles.
No século XVII, Galileu e outros cientistas criaram um novo modelo de investigação do mundo, redefiniram o papel das ciências particulares e despertaram nos filósofos uma preocupação com os fundamentos, as possibilidades, os limites e o alcance do conhecimento humano. Do século XVII ao final do século XIX, a questão central da epistemologia foi o contraste entre razão e o sentido da percepção com meio para a aquisição do conhecimento.
Filósofos como Descartes, Bacon, Leibniz, Espinoza, Berkelei e Hume foram os autores responsáveis pelo surgimento de duas grandes correntes que traduzem o sentido dos tempos atuais: o racionalismo8 e o empirismo9.
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8.Racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica que usa uma ou mais proposições para extrair conclusões, ou seja, se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a ideia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo. O racionalismo é em parte, a base da Filosofia, ao priorizar a razão como o caminho para se alcançar a Verdade.
O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente, tal como a causa da origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. René Descartes, Baruch Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz introduzem o racionalismo na filosofia moderna. Georg Wilhelm Friedrich Hegel, por sua vez, identifica o racional com o real, supondo a total inteligibilidade deste último.
O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza, pela demonstração e análise, sustentados, segundo Kant, pelo conhecimento a priori, ou seja o conhecimento que não é inato nem decorre da experiência sensível mas é produzido somente pela razão.
O racionalismo fundamenta a sua teoria do conhecimento na supervalorização da razão como único instrumento capaz de atingir as verdades universais, sobre as quais se apresentam as bases de uma ciência pretensamente infalível. Ao passo que o empirismo se baseia na experiência, supervalorizando os sentidos e relativizando as operações subseqüentes da razão, na busca da verdade, cujo caráter universal e absoluto é questionado. Os empiristas têm na verdade concreta e visível os subsídios para a construção do verdadeiro conhecimento.
O Renascimento, ao resgatar o antropocentrismo (o homem como centro do universo) questionou a autoridade papal, propiciou o surgimento do protestantismo e acabou com a hegemonia12 da Igreja Católica,além de recuperar o racionalismo naturalista grego, abrindo caminho para a construção do conhecimento científico, preparando também o terreno para a atuação do homem moderno. Durante a Idade Antiga e Média, a realidade do mundo era inquestionável e enfatizada era a existência do objeto, conhecido através da sua essência. A crença do poder sem limites da razão que marcou o pensamento moderno, atingiu o seu ponto alto com o Iluminismo, no século XVIII, também conhecido como Século das Luzes. A verdadeira sabedoria só seria possível através da razão.
Immanuel Kant (1724-1804) foi um dos principais representantes do iluminismo. Suas obras, Crítica da Razão Pura (1781), Crítica da Razão Prática (1788) e Crítica da Faculdade de Julgar (1790), submetem a razão a um exame rigoroso para verificar a possibilidade de alcance da razão como instrumento de acesso ao conhecimento. Por isso, sua filosofia foi também chamada de criticismo kantiano. Kant reconheceu a existência de dois tipos de conhecimento: o empírico (a posteriori) obtido por meio de experiência sensível e o puro (a priori) que não depende da experiência e das impressões dos sentidos e produz juízos necessários e universais.
Ele também atribuiu ao sujeito a elaboração do conteúdo do conhecimento por intermédio de condições subjetivas que são as faculdades e suas respectivas formas: a sensibilidade, espaço e tempo, entendimento, categorias de unidade, pluralidade, totalidade, realidade, negação, limitação, substância, causalidade, comunidade, possibilidade, existência e necessidade.
Assim, o conhecimento começa com as experiências sensíveis que atingem os sentidos: a matéria do conhecimento são as impressões que o sujeito recebe dos objetos exteriores, de maneira desorganizada, desordenada. Os dados empíricos são organizados logicamente pelo espaço e tempo, formas a priori da sensibilidade.
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9.Empirismo é um movimento filosófico que acredita nas experiências humanas como únicas responsáveis pela formação das ideias e conceitos existentes no mundo.
O empirismo é caracterizado pelo conhecimento científico, quando a sabedoria é adquirida por percepções; pela origem das ideias, por onde se percebem as coisas, independente de seus objetivos ou significados.
O empirismo consiste em uma teoria epistemológica que indica que todo o conhecimento é um fruto da experiência, e por isso, uma consequência dos sentidos. A experiência estabelece o valor, a origem e os limites do conhecimento.
O principal teórico do empirismo foi o filósofo inglês John Locke (1632 – 1704), que defendeu a ideia de que a mente humana é uma "folha em branco" ou uma "tabula rasa", onde são gravadas impressões externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias natas, nem do conhecimento universal.
Sendo uma teoria que se opõe ao Racionalismo, o empirismo critica a metafísica e conceitos como os de causa e substância. Ou seja, todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.
A filosofia kantiana é também denominada de idealismo transcendental: o sujeito constrói o conhecimento e dá significado e sentido à realidade a partir de categorias subjetivas a priori (idealismo). O conhecimento não está particularmente voltado para os objetos, mas para o modo de conhecê-los. Kant revolucionou a filosofia ao atribuir ao sujeito um papel determinante no ato de conhecer. Este já não resulta de uma adequação ao sujeito a uma realidade exterior, mas sim de uma situação mental apriorística10 do espírito.
O criticismo kantiano, ao sintetizar entre o racionalismo e o empirismo provocou o surgimento, de um lado, dos idealistas (Fichte, Schelling e Hegel) que enfatizaram a postura do sujeito como construtor do conhecimento a partir de categorias a priori, concebendo a realidade como conjunto exclusivo do pensamento humano e, de outro lado, os positivistas (Comte e seguidores) que destacaram o valor da experiência sensível como fundamento epistemológico11 das ciências, enfatizando o real como objeto de investigação do espírito positivo.
Em Kant, chama-se dialético o uso especulativo, não experimental e não científico da razão. A dialética transcendental trata das idéias puras da razão, e se chama assim porque as idéias se defrontam com posições insolúveis, isto é, que permitem a sustentação tanto da tese quanto da antítese. Deste modo, tanto é possível sustentar o determinismo quanto a liberdade, tanto a finitude quanto a infinitude, tanto a existência quanto a inexistência.
Finalmente, a dialética adquire o sentido mais próximo do que irá servir ao marxismo. Para Hegel, compreender a natureza é representá-la como um processo. O Ser é a Ideia que se exterioriza e se manifesta nas obras que produz e que se interioriza voltando a si mesmo e reconhecendo a sua produção.
Esse movimento da Ideia, de exteriorização e interiorização se faz por contradições. Sendo que essa estrutura contraditória do real, a dialética, passa por três momentos: tese: o da identidade; antítese: o da contradição e síntese: o da positividade ou negação da negação.
Em meados do século XX, surgiram duas escolas de pensamento, ambas com débito para o filósofo austríaco Ludwig Wittgeinstein. Uma delas, a escola do empirismo ou positivismo lógico, afirma que só existe um tipo de conhecimento: o científico. A última destas escolas de pensamento mais recentes, englobadas no campo da análise lingüística (filosofia analítica) , parece romper com a epistemologia tradicional, centrando-se no estudo do modo real pelo qual se utilizam os termos chave da epistemologia – como conhecimento, percepção e probabilidade – visando a formular regras definitivas para seu uso e, assim, evitar confusões verbais.
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10.Apriorística: Relacionado com o apriorismo, com a doutrina que confere importância aos conhecimentos, conceitos ou pensamentos "a priori", os que independem da experiência ou da prática.
11.Epistemológico vem de epistemologia, que em sentido amplo é sinônimo da teoria do conhecimento ou gnosiologia. Em sentido estrito, designa a teoria do conhecimento científico. A epistemologia também pode ser vista como a filosofia da ciência. A epistemologia trata da natureza, da origem e validade do conhecimento, e estuda também o grau de certeza do conhecimento cientifico nas suas diferentes áreas, com o objetivo principal de estimar a sua importância para o espírito humano.

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