Buscar

(1)UNI I AUDITORIA E CONTROLADORIA CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO

Prévia do material em texto

Auditoria Externa X Auditoria Interna 
1 
 
 
Disciplina: AUDITORIA E CONTROLADORIA 
Unidade I - AUDITORIA E CONTROLADORIA CONCEITO E 
CLASSIFICAÇÃO. 
Professor: Paulo Cesar Machado Lemos 
 
 
Índice 
 
 
 
DEFINIÇÃO ................................................................................................. 2 
 
Auditoria Externa .............................................................................. 2 
Auditoria Interna ...................................................................... ......... 2 
 
 
COMPARAÇÃO .......................................................................................... 3 
 
Objetivo ............................................................................................. 4 
Independência .................................................................................. 5 
Interesses atendidos......................................................................... 7 
Ênfase na Aplicação de Técnicas................................................... 8 
Profundidade.................................................................................... 9 
Levantamento de Fraudes .............................................................. 10 
Regulamentação da Profissão ....................................................... 11 
Formação Profissional .................................................................... 14 
Sigilo Profissional ........................................................................... 16 
 
 
QUADRO COMPARATIVO ....................................................................... 17 
 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
2 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 18 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
3 
 
DEFINIÇÃO 
 
Auditoria Externa 
A Auditoria Externa consiste no exame das demonstrações financeiras feitas com o 
propósito de expressar uma opinião sobre a propriedade com que as mesmas 
apresentam, a situação patrimonial e financeira da empresa e o resultado das operações 
no período do exame. 
Sendo exercida por Contadores Independentes ou equivalentes (Empresas de 
Auditoria), sua atividade é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários através 
da instrução número 216 de junho de 1.994. 
 
Auditoria Interna 
A Auditoria Interna é definida segundo o Instituto de Auditores Internos de New York 
como a “atividade de avaliação independente dentro da organização, para a revisão de 
contabilidade, finanças e outras operações, como base para servir à administração. É um 
controle administrativo, que mede e avalia e verifica a eficiência de outros controles”. A 
função da auditoria interna é assessorar a administração no desempenho eficiente de 
suas funções, fornecendo-lhe análises, avaliações, recomendações e comentários sobre 
as atividades auditadas. 
A definição acima demonstra que a atividade do auditor interno, apesar de voltada 
para administração da empresa, é muito mais abrangente que a atividade do auditor 
externo, mesmo este podendo prestar outros serviços a seus clientes, até como forma de 
agregar valor a sua atividade, sua função primordial é expressar uma opinião sobre as 
demonstrações financeiras. 
A atividade de Auditoria Interna é exercida por funcionários da empresa, sendo que a 
formação acadêmica destes funcionários é diversa, desde que atendam as necessidades 
da empresa. 
Os auditores internos são “regulamentados” pelo regime interno da empresa onde 
trabalham. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
4 
 
COMPARAÇÃO 
 
Para o estudante da matéria, as semelhanças entre esses dois campos, auditoria 
interna e auditoria externa, sobrepujam grandemente as diferenças. Os profissionais que 
atuam em qualquer um dos campos, operam com documentos comprobatórios, revisam 
as medidas do controle interno, aplicam as técnicas básicas de verificação, na forma de 
procedimento de auditoria, e emitem seus pareceres sobre a fidelidade das informações 
contábeis, assim como sobre a adequada aplicação das técnicas e procedimentos de 
contabilidade. 
Embora os dois campos tenham muito em comum, há também significativas 
diferenças, que separam um do outro. 
Para os nossos objetivos, essas diferenças podem ser classificadas em alguns 
itens principais que serão analisados a seguir. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
5 
 
Objetivo 
 
 A auditoria é a técnica contábil utilizada para avaliar essas informações, 
constituindo, assim, complemento indispensável para que a contabilidade atinja 
plenamente a sua finalidade. A auditoria compreende o exame de documentos, livros e 
registros, inspeções e confirmações, internas e externas, relacionados com o controle do 
patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações 
contábeis dele decorrentes. Os exames são efetuados de acordo com as normas de 
auditoria usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgarem 
necessários, em cada circunstância, para obter elementos de convicção, com o objetivo 
de comprovar se os registros contábeis foram executados de acordo com os princípios de 
contabilidade geralmente aceitos e se as demonstrações contábeis dele decorrentes 
refletem adequadamente a situação econômico financeira do patrimônio, os resultados do 
período administrativo examinado e outras situações neles demonstrado. 
Muito embora os auditores internos se prestem a melhorar a confiabilidade das 
informações contábeis e dos sistemas de controle interno, os relatórios e processos por 
eles emitidos têm sua utilidade limitada à administração interna da companhia, uma vez 
que não dispõem de característica fundamental da independência. Como muitas 
companhias têm necessidade de um relatório e de um parecer de auditoria devido a 
interesses externos, tais como acionistas credores ou legislação, nada mais correto do 
que a obtenção de um relatório e parecer externo de pessoal independente e não 
influenciável pela administração da companhia. 
Dentro das limitações de seu objetivo, o auditor deve estar atento à possibilidade 
de irregularidades, bem como procurar dar sugestões de melhoria dos controles internos 
e de planejamento fiscal adequado com possíveis economias de impostos. 
A auditoria deixou de ser, para as entidades, e especialmente para empresas da 
atualidade, apenas mais um instrumento criado pela administração para aumentar seus 
controles sobre o pessoal administrativo. Atualmente é meio indispensável de 
confirmação da eficiência dos controles e fator de maior tranqüilidade para a 
administração e de maior garantia para os investidores, bem como para o próprio fisco, 
que tem na auditoria o colaborador eficiente e insuspeito, que contribui indiretamente para 
melhor aplicação das leis fiscais. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
6 
 
Independência 
 
Para a auditoria ser eficiente e merecer confiança, precisa ser executada por 
alguém que seja suficientemente independente das pessoas cujo trabalho está sob seu 
exame, de forma que ele não seja impressionado pela posição dessas pessoas, que não 
simpatize com seus pontos de vista, ou seja, intimidado por seu poder, a ponto de 
influenciar sua própria certeza de que seus procedimentos ou conclusões possam ser, de 
qualquer forma, afetados. 
 Os auditores internos são empregados da empresa, cujos registros e 
procedimentos examinam. Eles devem sua fidelidade principalmente à empresa. Seus 
trabalhos, suas remunerações e suas oportunidades para as promoções são todos 
controlados pela mesma administração que controla e supervisiona o departamento de 
contabilidadesob exame. Isto não quer dizer, que os auditores internos não possuam 
independência. A independência é tanto um estado de espírito quanto uma questão de 
separação organizacional. O alto grau de independência, tanto em organização como em 
atitude, é perfeitamente possível em um departamento de auditoria interna. 
 Se o departamento de auditoria interna é organizado separadamente da 
contabilidade e do departamento de tesouraria, se o chefe do departamento relata 
diretamente à diretoria ou a um alto funcionário - que detém uma função pelo menos 
equivalente à dos chefes desses dois departamentos - se os empregados dentro do 
departamento de auditoria interna são auditores competentes - sem receio de que um 
relatório crítico resultará em prejuízo - os exames executados por tais departamentos 
podem ter um grau elevado de independência. Eles carecem, entretanto, do grau de 
independência final, que é a independência em relação à administração. Apesar da 
competência e habilidade profissional de seus membros e de sua independência 
organizacional dentro da empresa, o departamento de auditoria interna não pode, em 
virtude de sua própria natureza, ser completamente independente da administração, cujos 
registros examina. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
7 
 
 Uma empresa de auditores independentes é uma organização inteiramente 
independente da empresa que ela examina. Como organização de profissionais liberais, 
ela se reserva o direito de dirigir e controlar seus próprios empregados, sem interferência 
das empresas, suas clientes. Uma vez contratado o trabalho para exame, o auditor 
independente é livre para usar os métodos mais convenientes, e aumentar ou reduzir, a 
seu próprio critério, o volume e a natureza do trabalho que executa. Além disso, no 
relatório que apresenta, ao concluir seu exame, ele pode também se expressar sem 
recear outras conseqüências, a não ser a perda do cliente. Isto lhe dá considerável 
independência com relação àqueles cujos relatórios e atos estão sob seu exame, posição 
essa de menor subordinação que aquela do auditor interno. 
 Existem dois outro fatores que contribuem para ampliar a independência do auditor 
externo. Em primeiro lugar, o Código de Ética de suas Organizações Profissionais, as 
exigências da C.V.M. (Comissão de Valores Mobiliários) e outros órgãos governamentais 
similares - que fazem uso dos resultados de alguns de seus exames - assim como as 
exigências de outras entidades, tais como Bancos - que igualmente examinam e confiam 
nos seus relatórios - são tais que qualquer desvio nos padrões de independência pode 
custar-lhe a posição profissional e a perda de seus clientes. Em segundo lugar, o parecer 
que ele fornece a seus clientes, com respeito à fidelidade de suas demonstrações 
contábeis, é freqüentemente reproduzido pelos cliente e transmitido a outras partes 
interessadas. Essas terceiras pessoas podem, assim, confiar no parecer do auditor para 
tomarem decisões em relação à empresa examinada. 
Se o auditor independente não executar seus exames com o devido cuidado 
profissional e independência, pode causar prejuízos a terceiros. Os tribunais têm decidido 
que o auditor independente pode ser responsabilizado por tais prejuízos. Cada um desses 
fatores é um importante estímulo para a independência. 
 Deve ser salientado que a diferença na independência desfrutada pelos dois tipos 
de auditores, independente e interno, é apenas de grau. Os auditores internos podem 
alcançar alto grau de independência; não podem, porém, atingir completa independência. 
Os auditores Independentes, como está implícito em seu nome, podem alcançar esse 
grau final de independência, embora possam sacrificá-la por indevida subserviência a 
seus clientes. 
 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
8 
 
Interesses atendidos 
 
 Os auditores de ambos os grupos trabalham a fim de melhorar a confiança nas 
informações contábeis e operacionais. Agindo assim, eles prestam grande ajuda à 
administração e a todos os interessados. Contudo, devida à relativa independência de 
suas posições, cada grupo tende a servir a um diferente tipo de interesse. Os auditores 
internos não podem ser completamente independentes da administração e daí seus 
relatórios e pareceres serem de utilidade limitada para interessados externos, tais como 
acionistas e credores, os quais precisam receber relatórios não sujeitos, de qualquer 
forma, à influência ou persuasão da administração. 
 Os auditores independentes têm maior grau de independência; daí serem seus 
relatórios e pareceres de maior utilidade para terceiros. 
 Os auditores internos, sendo empregados, têm uma vantagem sobre os auditores 
independentes. Eles permanecem no emprego o ano todo, adquirindo maior familiaridade 
com os problemas e operações da empresa, podendo assim, ser designados pela 
administração para uma variedade de incumbências e exames especiais. Porém, devido 
às limitações de seus relatórios, do ponto de vista de terceiros, conclui-se que seus 
trabalhos serão dirigidos mais aos problemas internos, que aos assuntos de interesse de 
terceiros. 
Sendo assim, pode-se dizer, de maneira geral, que os auditores internos tendem 
mais diretamente a servir a administração, enquanto os auditores independentes a servir 
os interesses de terceiros. 
 Ainda assim, é apenas questão de grau. Várias pequenas e médias empresas não 
têm pessoal especializado em auditoria interna. Nesses casos, elas freqüentemente 
entregam a seus contadores ou auditores independentes esse tipo de revisão, análise ou 
investigação que deveria, de outra maneira, ser confiado a um auditor interno. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
9 
 
Ênfase na Aplicação de Técnicas 
 
Como os relatórios dos auditores independentes destinam-se aos interesses 
externos, seus exames tendem a salientar o tipo de informação na qual terceiros estejam 
interessados, tais como as importâncias de ativo, passivo, receitas, despesas e 
participação do sócios. Assim, grande parte do trabalho dos auditores independentes é 
dirigido mais a verificação de fatos que de procedimentos. Os auditores internos, por outro 
lado, tendem a dar proporcionalmente maior atenção ao exame dos procedimentos e 
práticas operacionais. A fim de servir a administração de forma mais eficiente, eles fazem 
estudos de procedimentos operacionais e de contabilidade, objetivando descobrir 
quaisquer desvios das normas e diretrizes estabelecidas pela empresa, bem como 
encontrar métodos mais eficientes de execução dos registros contábeis. 
 A auditoria interna, portanto, salienta os aspectos processuais da contabilidade, 
embora também se interesse pela exatidão dos fatos registrados pelo departamento de 
contabilidade. A auditoria independente, por outro lado, concentra-se menos nos 
procedimentos operacionais e contábeis e, relativamente mais na verificação da fidelidade 
das informações. 
 
 
 
 
 
 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
10 
 
Profundidade 
 
 O auditor interno e o auditor externo realizam testes de procedimentos, variando a 
profundidade e extensão de acordo com os objetivos a serem atingidos. Entretanto, o 
auditor interno realiza um trabalho mais aprofundado do que o auditor externo, motivado 
por duas razões: 
 
(a) O custo do trabalho do auditor externo é mais alto do que o do auditor interno e 
não há necessidade do auditor externo ser tão minucioso, pois os objetivos dos 
trabalhos são distintos; 
 
(b) A extensão e o enfoque do trabalho do auditor externo podem ser reduzidos de 
acordo com os trabalhos realizados pela auditoria interna, desde que esta última 
tenha pessoal qualificado e independente.Auditoria Externa X Auditoria Interna 
11 
 
Levantamento de Fraudes 
 
Auditoria Externa 
 
 O auditor externo deve examinar as demonstrações contábeis de acordo com as 
normas de auditoria geralmente aceitas; portanto, não é seu objetivo principal detectar 
irregularidades (roubos, erros propositais etc.), mas essas podem vir a seu conhecimento 
durante a execução do serviço de auditoria. Se o auditor externo fosse dirigir seu trabalho 
no sentido de detectar irregularidades, o preço de seu serviço seria muito alto; mesmo 
assim, ele não poderia assegurar-se de que todas as irregularidades foram descobertas, 
devido ao fato de que é muito difícil detectar irregularidades não registradas (como, por 
exemplo, o contador da empresa recebe uma comissão por fora e a nota fiscal de compra 
sai pelo valor correto), roubos em conluio etc. 
 
 
Auditoria Interna 
 
 A prevenção e a descoberta de fraudes devem repousar, principalmente, sobre a 
confiança inspirada por um sistema contábil adequado e um controle interno apropriado, 
que constituam uma proteção, para a organização, contra as fraquezas humanas e 
também causem um efeito desencorajador sobre os empregados 
Rotinas de verificação e revisão são características de um bom controle interno, 
que reduzem a possibilidade de que erros ou tentativas fraudulentas permaneçam 
encobertas por muito tempo e permitem à administração possuir maior confiança na 
adequação dos dados. 
Cabe a auditoria interna, testar os controles internos e identificar os possíveis erros 
e deficiências existentes e apontar soluções. 
 
 
 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
12 
 
Regulamentação da Profissão 
 
Auditoria Externa 
 
A Lei 6.385 de 07/12/1976 regulamentou em termos modernos o mercado de 
valores mobiliários e criou a Comissão de Valores Mobiliários. 
No artigo primeiro, ela delimita seus objetivos que, entre outros, disciplina a 
atividade de auditoria das companhias abertas. No artigo seguinte, elenca os valores 
mobiliários sujeitos a ela. No artigo quinto, institui a CVM, entidade autárquica, com 
competência para, entre outras, de fiscalizar e inspecionar as companhias abertas, dando 
prioridade àquelas que não apresentarem lucro em balanço ou às que deixarem de pagar 
o dividendo mínimo obrigatório (percebe-se aqui a preocupação de proteger os 
investidores minoritários) e o artigo 26, estipula que somente as empresas de auditoria 
contábil ou auditores contábeis independentes, registrados na CVM, poderão auditar as 
Cias abertas e, no parágrafo segundo, adverte que a empresas de auditoria contábil ou 
auditores contábeis independentes respondem civilmente, pelos prejuízos que causarem 
a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício das funções previstas no artigo. 
 
Instrução CVM número 216 de 29/07/1994 
 
A instrução 216/94 é a última instrução da CVM sobre a regulamentação dos 
serviços da auditoria. O auditor independente (auditor externo) está sujeito a registro na 
CVM. 
Pelo artigo segundo, só contadores ou sociedades civis de contadores 
devidamente registrados no CRC podem pleitear registro de auditor independente na 
CVM, que tem duas categorias: auditor independente pessoa física e o auditor 
independente pessoa jurídica. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
13 
 
Em seu artigo 29, determina os deveres e responsabilidades dos auditores 
independentes conforme segue: 
 “São deveres do auditor independente no exercício de suas atividades no âmbito 
do mercado de valores mobiliários: 
 I - verificar se as informações e análises apresentadas no relatório da 
administração estão em consonância com as demonstrações contábeis auditadas e 
informar à Comissão de Valores Mobiliários - CVM caso não estejam; 
 II - elaborar relatório circunstanciado, a ser endereçado à administração da 
entidade auditada, contendo observações a respeito das deficiências ou da ineficácia dos 
controles internos e procedimentos contábeis da entidade auditada; 
 III - comunicar à Comissão de Valores Mobiliários - CVM circunstâncias que 
possam configurar atos praticados pelos administradores em desacordo com as 
disposições legais e regulamentares aplicáveis às atividades da entidade auditada e/ou 
relativas à sua condição de entidade integrante do mercado de valores mobiliários, atos 
estes que tenham, ou possam vir a ter reflexos sobre as demonstrações contábeis 
auditadas e eventuais impactos nas operações da entidade.” (...) 
 
 Além disso, esta mesma instrução, em seu artigo 31, trata das penalidades 
administrativas a que os auditores independentes estão sujeitos a saber: 
 “ O Auditor Independente - Pessoa Física, o Auditor Independente - Pessoa 
Jurídica e os seus responsáveis técnicos poderão ser advertidos, multados, ou ter o seu 
registro na Comissão de Valores Mobiliários - CVM suspenso ou cancelado, sem prejuízo 
de outras sanções legais cabíveis, quando: 
 a) atuarem em desacordo com as normas legais e regulamentares que disciplinam 
o mercado de valores mobiliários; 
 b) realizarem auditoria inepta ou fraudulenta, falsearem dados ou números ou 
sonegarem informações que sejam de seu dever revelar; 
 c) utilizarem, em benefício próprio ou de terceiros, informações a que tenham tido 
acesso em decorrência do exercício da atividade de auditoria. ” 
 
 
 
 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
14 
 
Auditoria Interna 
 
A CVM não regulamenta a auditoria interna, pois tal atividade está no âmbito da 
liberdade de decisão concedida pela constituição às pessoas. (Ninguém é obrigado a 
fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei). 
Assim, os auditores internos são “regulamentados” pelo regime interno da empresa 
onde trabalham. Geralmente em empresas organizadas, essas regulamentações são 
encontradas no Manual da Organização. 
O Manual da Organização é o instrumento que contém o organograma da 
empresa, bem como, informações complementares necessárias à sua compreensão e 
interpretação. Ex: missão, metas, objetivos, responsabilidades, funções, cargos, 
operacionalidade, punições e penalidades, entre outros. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
15 
 
Formação Profissional 
 
Auditoria Externa 
 
Para exercer a profissão de Auditor Independente, é exigido pela CVM a formação 
superior em Ciências Contábeis, mas para o bom desempenho de suas atividades é 
necessário que ele possua outros conhecimentos que complementem sua formação 
acadêmica, como: 
 
 Comunicações; 
 Informática; 
 Sistemas e Métodos; 
 Economia; 
 Métodos quantitativos; 
 Aspecto Legais de negócios; 
 Processo administrativo e atividades gerenciais; 
 Práticas internacionais de negócios; 
 Tecnologia de Produção; 
 Automatização e robotização; 
 Práticas comerciais e de negócios; 
 Ciências do comportamento; 
 Fatores motivacionais; 
 
Geralmente as empresas de auditoria externa possuem um plano de carreira que é 
seguido para todos os funcionários. Cada funcionário fica dentro de uma faixa por um 
determinado tempo. Durante esse tempo, o seu desempenho é avaliado e estando de 
acordo com as pretensões exigidas pela empresa, ele será promovido a próxima faixa. 
Caso contrário o funcionário é demitido, pois não interessa a empresa manter um 
funcionário que não esteja agradando. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
16 
 
De acordo com a palestra do Sr. Lino Campion, sócio da KPMG, o plano de 
carreira utilizado por esta empresa é o seguinte: 
 Trainee ( 1 ano ) 
 Assistente ( 1 ano ) 
 Semi-senior ( 1 ano ) 
 Senior ( 1 ano ) 
 Supervising-senior ( 2 ano ) 
 Gerente( 2 ano ) 
 Gerente-senior 
 Sócio 
 
 
Auditoria Interna 
 
Para exercer a atividade de Auditor Interno não é imprescindível a formação em 
superior Ciências Contábeis, sendo que formações diversas são necessárias conforme as 
atividades desenvolvidas. 
Mas para o bom desempenho de suas atividades, é necessário que ele possua 
conhecimento da operação da empresa, sendo que os conhecimentos complementares 
são comuns ao do auditor externo. 
 O auditor interno poderá ter ou não um plano de carreira de acordo com a empresa 
de que ele é funcionário. 
 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
17 
 
Sigilo Profissional 
 
 Cumpre ressaltar que durante a execução do serviço de auditoria, o auditor tem 
acesso a muitas informações confidenciais da empresa (salários, sistema de apuração de 
custos, sistema de produção, política de vendas etc.). Como qualquer outro profissional, o 
auditor deve manter sigilo destas informações, mesmo dentro da própria empresa. 
Como medida de sigilo profissional, o auditor não deve permitir que terceiros tenham 
acesso aos seus papéis de trabalho sobre a empresa. 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
18 
 
Quadro Comparativo 
 
 
Auditoria Interna 
 
 
Auditoria Externa 
A auditoria é realizada por um 
funcionário da empresa 
A auditoria é realizada através da 
contratação de um profissional independente 
O objetivo principal é atender as 
necessidades da administração 
O objetivo principal é atender as 
necessidades de terceiros no que diz 
respeito à fidedignidade das informações 
financeiras 
A revisão das operações e do controle 
interno é principalmente realizada para 
desenvolver aperfeiçoamento e para 
induzir ao cumprimento de políticas e 
normas, sem estar restrito aos assuntos 
financeiros 
A revisão das operações e do controle 
interno é principalmente realizada para 
determinar a extensão do exame e a 
fidedignidade das demonstrações financeiras 
O trabalho é subdividido em relação às 
áreas operacionais e às linhas de 
responsabilidade administrativa 
O trabalho é subdividido em relação às 
principais contas do balanço patrimonial e da 
demonstração de resultado 
O auditor diretamente se preocupa com 
a intercepção e prevenção de fraude 
O auditor incidentalmente se preocupa com a 
intercepção e prevenção de fraude, a não ser 
que haja possibilidade de substancialmente 
afetar as demonstrações financeiras 
O auditor deve ser independente em 
relação às pessoas cujo trabalho ele 
examina, porém subordinado às 
necessidades e desejos da alta 
administração 
O auditor deve ser independente em relação 
à administração, de fato e de atitude mental 
A revisão das atividades da empresa é 
contínua 
O exame das informações comprobatórias 
das demonstrações financeiras é periódica, 
geralmente anual 
 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
19 
 
Controladoria – Definição 
 
A Controladoria é um segmento da Contabilidade, mas também pode ser definida como 
ramo da Administração, dependendo do enfoque dado pelos gestores e contadores 
responsáveis pelo suprimento de informações aos tomadores de decisão. Devido a esse 
fato, ela pode ser dividida didaticamente em Controladoria Administrativa e Controladoria 
mas na prática profissional isso não é muito comum pois ambas as partes costumam ficar 
sob a égide de um único gestor (controller ou controlador). Ainda do ponto de vista 
contábil, em função desse relacionamento estreito com a Administração, a Controladoria 
pode ser considerada como pertencente ao ramo especializado da Contabilidade 
administrativa 
Ela utiliza primordialmente o controle e o processo de planejamento e orçamento como 
metodologias no desempenhos de suas funções. 
O encarregado pela área de Controladoria em uma empresa é chamado de “Controller” ou 
“Controlador”. Tal área é considerado um órgão de staff, ou seja de assessoria e 
consultoria, fora da pirâmide hierárquica da organização. 
A controladoria se apóia num sistema de informações e numa visão multidisciplinar, 
sendo responsável pela modelagem, construção e manutenção de sistemas de 
informações e modelos de gestão das organizações, a fim de suprir de forma adequada 
as necessidades de informação dos gestores conduzindo-os durante o processo de 
gestão a tomarem melhores decisões. Por isso é que se exige dos profissionais da 
controladoria uma formação sólida e abrangente a cerca do processo de gestão 
organizacional. 
Portanto, percebemos que a Controladoria não é função especifica da Contabilidade, mas 
indicada como uma função Administrativa, um exemplo típico é a própria Prefeitura 
Municipal de Ponta Grossa, que mantém um departamento de Controladoria, constituído 
por Advogados, Administradores e Contadores. 
 
Referências Bibliográficas 
 
 ATTIE, William – Auditoria: Conceitos e Aplicações 
São Paulo – Ed. Atlas – 2ª edição 
Auditoria Externa X Auditoria Interna 
20 
 
 MAUTZ, R. K. – Princípios de Auditoria 
São Paulo – Ed. Atlas – 4ª edição 
 
 PERES JUNIOR, José Hernandez – Auditoria de Demonstrações Contábeis: 
Normas e Procedimentos 
São Paulo – Ed. Atlas – 1995 
 
 Trabalhos Apresentados pelos grupos 1, 2 e 6

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes