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Sentença
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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SENTENÇA
CONCEITO
Conforme BRASILEIRO:
Para o Código de Processo Penal (CPP), sentença é tão somente a decisão que 
julga o mérito principal, ou seja, a decisão judicial que condena ou absolve o 
acusado. A contrario sensu, as decisões que extinguem o processo sem julga-
mento de mérito, segundo o CPP, são tratadas com o decisões interlocutórias 
mistas. 
Em sentido estrito, sentença é o pronunciamento final do juízo de 1º 
grau, geralmente um juiz singular (monocrático), mas o CPP também se 
refere à sentença quanto às decisões finais de juiz dos colegiados de 1º grau, 
tais como aquelas oriundas do Tribunal do Júri e dos Conselhos de Justiça, no 
âmbito da Justiça Militar. Em sentido amplo, a sentença também abrange os 
acórdãos, que são decisões dos Tribunais, desde que haja julgamento do 
mérito. Quando o acórdão transita em julgado, é denominado arresto.
A sentença é o decisum. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
TÁVORA e ROQUE apresentam a seguinte classificação da sentença:
a) Sentença condenatória: é aquela que julga procedente a pretensão puni-
tiva deduzida na denúncia ou queixa. Nela, reconhece-se a existência da mate-
rialidade e autoria, com a consequente condenação a uma sanção penal. A rigor, 
quando da aplicação da pena, deve o juiz observar os ditames do Código Penal 
(CP) no art. 59 e seguintes;
b) Sentença absolutória própria: é aquela em que o juiz rejeita a pretensão 
punitiva deduzida na denúncia ou queixa.
c) Sentença absolutória imprópria: é aquela em que o juiz, reconhecendo a 
existência de um fato típico e antijurídico, bem como a sua autoria, deixa de con-
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denar o acusado, tendo em vista a sua inimputabilidade por doença mental (art. 
26, do CP). Nessa circunstância, deve o juiz absolver o acusado, cominando-lhe, 
contudo, medida de segurança. A hipótese foi prevista no artigo 386, parágrafo 
único, inciso III, CPP.
A medida de segurança prevista seria o internamento do réu. A sentença tem 
um efeito curativo.
d) Sentença suicida: é aquela em que há uma contradição entre a funda-
mentação e a parte dispositiva.
e) Sentença vazia: é a sentença destituída de fundamentação. Tendo em 
vista que toda decisão judicial deve ser fundamentada (art. 93, IX, Constituição 
Federal – CF), trata-se de uma sentença nula.
f) Sentença autofágica: é a sentença que reconhece a imputação, mas 
declara a extinção da punibilidade (art. 107, CP). É o caso em que, v.g., o juiz 
reconhece a materialidade e a autoria, mas percebe que o crime praticado está 
prescrito.
É o caso, por exemplo, da morte do réu. Mors Omnia Solvit , “a morte resolve 
tudo”. 
g) Sentença subjetivamente simples: prolatada por órgão singular. São as 
sentenças prolatadas pelo juiz de primeira instância.
h) Sentença subjetivamente plúrima: prolatada por órgão colegiado homo-
gêneo. É o caso dos acórdãos dos Tribunais. 
i) Sentença subjetivamente complexa: prolatada por órgão colegiado hete-
rogêneo. É o caso da sentença proferida no júri. Perceba que o órgão colegiado 
é heterogêneo, pois constituído por juízes leigos (jurados) e um juiz togado.
OUTROS ATOS JURISDICIONAIS
Conforme NUCCI, além da sentença, há outras decisões do juiz no curso do 
processo:
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a) Despachos, que são decisões do magistrado, sem abordar questão con-
trovertida, com a finalidade de dar andamento ao processo (ex.: designação de 
audiência, determinação da intimação das partes, determinação da juntada de 
documentos, entre outras).
b) Decisões interlocutórias, que são soluções dadas pelo juiz, acerca de 
qualquer questão controversa, envolvendo contraposição de interesses das 
partes, podendo ou não colocar fim ao processo. São chamadas interlocutó-
rias simples as decisões que dirimem uma controvérsia, sem colocar fim ao pro-
cesso ou a um estágio do procedimento (ex.: decretação da preventiva, quebra 
do sigilo telefônico ou fiscal, determinação de busca e apreensão, recebimento 
de denúncia ou queixa, entre outras).
São denominadas interlocutórias mistas (ou decisões com força de defini-
tiva) as decisões que resolvem uma controvérsia, colocando fim ao processo 
ou a uma fase dele (ex.: pronúncia, impronúncia, acolhimento de exceção de 
coisa julgada etc.);
c) Decisões definitivas, que são as tomadas pelo juiz, colocando fim ao pro-
cesso, julgando o mérito em sentido lato, ou seja, decidindo acerca da pre-
tensão punitiva do Estado, mas sem avaliar a procedência ou improcedência da 
imputação. Nessas hipóteses, somente chegam a afastar a pretensão punitiva 
estatal, por reconhecerem presente alguma causa extintiva da punibilidade (ex.: 
decisão que reconhece a existência da prescrição). Diferem das interlocutó-
rias mistas, pois estas, embora coloquem fim ao processo ou a uma fase 
do mesmo, não avaliam a pretensão punitiva do Estado.
ESTRUTURA DA SENTENÇA
A sentença é formada por quatro partes:
I – Relatório:
Resumo dos fatos importantes ocorridos no processo. Nele, deve haver a 
indicação do nome das partes ou, ao menos, indicações necessárias para iden-
tificá-las. Deve-se, ainda, expor, de forma resumida, os termos da acusação e 
da defesa.
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Sentença destituída de relatório é ato nulo, ex vi art. 564, IV, CPP. A exceção 
são as sentenças prolatadas no âmbito dos JECRIM, ex vi art. 81, § 3°, Lei n. 
9.099/1995.
II – Fundamentação ou motivação
Porção da sentença em que o juiz expõe as suas razões de decidir. A ausên-
cia de fundamentação eiva a sentença, tornando-a nula.
III – Parte dispositiva ou conclusiva
Parte da sentença em que o juiz acolhe ou rejeita o pedido formulado na ini-
cial acusatória.
IV – Parte autenticativa
Elemento final da sentença em que o magistrado coloca o local e a data em 
que o ato foi proferido, bem como o seu nome com a respectiva assinatura. A 
ausência de assinatura conduz, de regra, à inexistência do ato.
O art. 381, CPP, elenca as partes constitutivas da sentença:
Art. 381. A sentença conterá:
I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para 
identificá-las; (I – Relatório)
II – a exposição sucinta da acusação e da defesa; (I – Relatório)
III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; (II – 
Fundamentação)
IV – a indicação dos artigos de lei aplicados; (II – Fundamentação)
V – o dispositivo; (III – Parte dispositiva)
VI – a data e a assinatura do juiz. (IV – Parte autenticativa) 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração, também chamados de “embarguinhos”, podem 
ser instrumentalizados (opostos) em face do próprio juiz que proferiu a decisão 
quando a parte entende que a decisão judicial é eivada de:
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a) obscuridade;
b) ambiguidade;
c) contradição ou
d) omissão.
Ordena o CPP:
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que 
declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, con-
tradição ou omissão.
Conforme o CPP, o prazo para oposição dos embargos declaratórios é de 
dois dias. Todavia, no âmbito do JECRIM, o prazo será de cinco dias, ex vi art. 
83, § 1º, Lei n. 9.099/1995.
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazode cinco dias, contados da ciência da decisão.
De outro lado, tratando-se de processo de competência originária do STF, 
aplica-se o art. 337, § 1° do RISTF, que prevê o prazo de cinco dias. 
§ 1º Os embargos declaratórios serão interpostos no prazo de cinco dias.
a) Obscuridade – afeta a decisão em relação a qual falta clareza. Na decisão 
obscura, não se consegue entender o raciocínio desenvolvido pelo julgador que 
a engendrou.
b) Ambígua – decisão com duplicidade de sentidos, dificultando ou impossi-
bilitando a sua compreensão. Na decisão ambígua, o magistrado apresenta fun-
damentações com sentidos opostos.
c) Contradição – contraditória é a decisão cujas afirmações colidem entre 
si. Há contradição na sentença que faz uma afirmação incompatível com outra, 
formulada logo após.
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d) Omissão – omissa é a decisão que deixa de apreciar algum requerimento 
ou pedido formulado pela pane.
A oposição de embargos de declaração interrompe o prazo para a inter-
posição de outros recursos, por aplicação por analogia do art. 1026, Novo 
Código de Processo Civil (NCPC), tendo em vista a omissão do Código de 
Processo Civil (CPC): 
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e inter-
rompem o prazo para a interposição de recurso.
Não há previsão legal para se ouvir a parte contrária em sede de embargos 
de declaração (recurso inaudita altera parte) no processo penal.
Todavia, se os embargos ensejam modificação do julgado, a parte contrária 
deve ter a oportunidade de se manifestar, por analogia do que ordena o novo 
CPC:
Art. 1.023. (...)
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 
(cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento impli-
que a modificação da decisão embargada.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem o seguinte entendimento jurispru-
dencial consolidado em súmula:
Súmula n. 418 – STJ
É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos 
embargos de declaração, sem posterior ratificação.
����������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.

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