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1 Diferenças entre os crimes das contravenções penais Veja alguns pontos que também diferenciam os crimes das contravenções penais: Pontos relevantes Crime Contravenção penal Aplicação da lei penal A punição por crimes abrange as condutas praticadas no território brasileiro (regra) ou até mesmo aos crimes praticados fora do território brasileiro, nos casos de extraterritorialidade (exceção). A punição das contravenções só abrangem as condutas de contravenção praticadas no território brasileiro. Tentativa É punível a tentativa do crime. Não é punível a tentativa da contravenção. O legislador entendeu por bem não punir a tentativa por questões de política criminal. A tentativa de qualquer infração tem a pena reduzida. Dessa forma, como a pena das contravenções já é pequena, o legislador achou por bem não puni-la. Tempo de cumprimento de pena O tempo de cumprimento de pena de um crime não pode ser superior a 30 anos – art. 75 do CP. Nas contravenções penais, o máximo de tempo de cumprimento de pena não pode ser superior a 5 anos. Observação: 2 Veja uma questão que se mostra interessante, sob esse aspecto de definição de crime e contravenção pautado na lei. Trata-se da definição no art. 28 da Lei nº 11.343/06 – Lei de Drogas: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III – medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. Esse dispositivo, contrariando o conceito legal até então estabelecido de que crime tem pena de reclusão ou detenção e contravenção tem pena de prisão simples, estabeleceu outras espécies de penas. Diversos posicionamentos acerca dessa inovação surgiram, pois uns defendiam que, como o legislador não seguiu a regra (não estipulou pena de reclusão ou detenção e nem de prisão simples), ele não criou um crime e sim uma infração sui generis, ou seja, única em sua espécie. Portanto, a conduta de portar drogas para consumo próprio foi descriminalizada por meio desse artigo, que busca fundamento no art. 1º da Lei de Introdução do Código Penal, pois, se o legislado não adotou esse critério, então não se pode falar em crime nem contravenção na conduta de portar drogas para consumo próprio. Esse entendimento foi superado e não é o que se adota atualmente. Outros, doutrinadores e jurisprudência, afirmam que na verdade o legislador não criou uma infração penal sui generis, apenas inovou e criou uma terceira categoria de pena, mas que continuava a ser crime a conduta de portar drogas para consumo próprio.
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