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PENAL IV

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DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os crimes previstos neste capítulo são classificados como crimes próprios, uma vez que o sujeito ativo deve ser o funcionário público, ou seja, possuir essa qualidade especial. No entanto, é possível que em concurso de pessoas alguém que não seja funcionário público responda por este delito, mas se estiver em concurso de pessoas com um funcionário público colaborando de forma consciente e voluntária para o crime.
O que permite a responsabilidade penal de um cidadão comum por um crime dessa espécie é a regra do art. 30 do CPP que autoriza a comunicabilidade das circunstâncias subjetivas e das condições de caráter pessoal, quando são elementos do crime e como a condição de funcionário público integra os conceitos destes crimes se comunicam aos coautores e partícipes.
Para efeitos penais de acordo com o art. 327 são considerados funcionários públicos todos que exercem o cargo, emprego ou função pública, remunerados ou não, mesmo que a função seja temporária como um ex jurado, por exemplo.
Peculato/apropriação indébita - art. 312
Neste crime, o funcionário público dolosamente aproveitando de sua função pública se apropria de bens móveis ou valores de administração pública que estão em sua posse em razão do cargo.
O peculato também ocorre quando o funcionário público se vale da função para se apropriar de bens particulares que estão sob a posse da administração pública, como, por exemplo, veículos locados e bens apreendidos.
Peculato furto – art. 312, p. único
No peculato furto o agente subtrai bens ou valores da administração pública que não estão em sua posse, aproveitando-se das facilidades de sua função.
O peculato é crime material, pois se consuma com a ocorrência do resultado, isto é, quando o funcionário público se apodera dos bens da administração como se seu dono fosse, mas, no entanto, não se caracteriza o crime na hipótese chamada peculato de uso porque não é crime usar temporariamente para fins particulares bens da administração, como por exemplo, passear no final de semana com o carro de um órgão público, o que é mera infração disciplinar e administrativa.
OBS: o peculato referente ao caput e ao §1º serão crimes dolosos.
Peculato culposo – art. 312, p. 2º
Este crime se caracteriza quando o funcionário público com sua negligência ou imprudência contribui para que um terceiro subtraia o patrimônio público. Neste caso, na forma do § 3º, se houver o ressarcimento do prejuízo até a sentença pelo funcionário público extinguiu-se a punibilidade do crime.
OBS: tal regra não se aplica ao peculato doloso do art. 312 e art. 312, § 1º. Quando o peculato é praticado por prefeito, o crime será tipificado pelo art. 1º do Decreto Lei 201/67.
Inserção de dados – art. 313, A 
Neste crime, o agente deve ser o funcionário autorizado a entrar no sistema que insere dados falsos, altera ou exclui indevidamente tais dados no sistema informatizado da administração pública com o fim de obter alguma vantagem ou simplesmente causar dano à administração.
Alteração de dados – art. 313, B
Neste crime, o funcionário público modifica ou altera dados do sistema informático dolosamente, mas sem um fim específico.
A diferença fundamental dos dois artigos está no sujeito ativo, uma vez que o primeiro delito só pode ser cometido pelo funcionário público autorizado a entrar no sistema, enquanto no segundo qualquer funcionário.
Estes delitos são crimes materiais, isto é, se consumam com o resultado no momento em que a inserção ou adulteração dos dados é efetivada no sistema admitindo a forma tentada.
Emprego irregular de verbas públicas – art. 315
Neste crime, o agente funcionário público efetua gastos com verbas públicas em uma finalidade diversa da prevista em lei.
Não se trata de crime de corrupção, pois neste crime a verba é empregada no interesse público, mas em uma finalidade para qual não há previsão legal para o gasto.
OBS:se o crime é praticado por prefeito,incide o art. 1º, III do Decreto Lei 201/67.
Concussão – art. 316
Neste crime, o funcionário público exige vantagem indevida para si ou para outrem valendo-se da função pública que está exercendo ou em perspectiva de exercer.
Trata-se de crime formal, pois não é necessário que ocorra o resultado para o crime estar consumado bastando apenas exigir por parte do funcionário público o crime já se caracteriza, mesmo que o pagamento não seja efetuado.
OBS: funcionário público ligado à área tributária, fiscal caracteriza-se o crime da Lei 8.137/90 em seu art. 3º, II.
Exação – art. 316, p. 1º
No excesso de exação, o funcionário público dolosamente exige para os cofres públicos que a vítima pague em tributo ou contribuição social que ele sabe não ser devido.
Este crime também se caracteriza se empregado na cobrança do tributo ou contribuição meio vexatório ou gravoso não autorizado pela lei.
Corrupção passiva – art. 317
Neste crime, o funcionário público solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem indevida em razão de sua função pública.
Trata-se de crime formal que se consuma apenas por solicitar mesmo que o pagamento não seja efetuado.
Se o funcionário público na corrupção passiva solicita ou recebe a vantagem para praticar irregularidade funcional, tal circunstância é causa de aumento de pena, pois não é elemento do crime a prática de atos irregulares, uma vez que também é crime receber vantagem indevida para praticar atos regulares da função.
OBS:funcionário público ligado à área tributária, fiscal que aceita caracteriza-se o crime da Lei 8.137/90 em seu art. 3º, II.
Corrupção ativa - art. 333
Na corrupção ativa, o agente oferece vantagem indevida a funcionário público para que pratique ou deixe de praticar ato de sua função.
Trata-se de crime formal em que a simples oferta já consuma o delito, mesmo que o pagamento não seja efetuado por qualquer motivo.
Para configurar a corrupção ativa não é necessário que a oferta seja para o funcionário público descumprir as obrigações da função. No entanto, se em razão da oferta o funcionário público comete irregularidade funcional, aumenta a pena do crime.
De acordo com o entendimento jurisprudencial, nem toda hipótese de corrupção passiva envolve necessariamente corrupção ativa, pois se o funcionário solicita vantagem, àquele que a paga não comete nenhum dos dois verbos típicos do art. 333, quais sejam oferecer ou prometer, tendo em vista que a conduta de pagar não é prevista no artigo.
Facilitação de contrabando e descaminho – art. 318
Consideramos este crime quando o agente aproveitando de sua função pública dolosamente pratica conduta para facilitar a entrada e saída ilegal de mercadoria no país. Somente os funcionários públicos que atuam na área de fiscalização de importação e exportação podem cometer esse crime.
Descaminho ocorre quando há importação ou exportação de mercadorias permitidas pela lei sem realizar o pagamento dos impostos devidos (art. 334). Já o contrabando é a exportação ou importação de mercadorias proibidas (art. 334, A).
Prevaricação - art. 319
Na prevaricação, o funcionário público deixa de praticar um ato de sua função dolosamente para atender ao interesse pessoal que não seja vantagem indevida.
Trata-se de crime omissivo, de mera conduta e de mão própria.
Condescendência criminosa - art. 320
Neste crime, o funcionário público deixa de punir subordinado que cometeu infração funcional ou deixa de comunicar ao órgão punitivo competente por corporativismo/indulgência.
Trata-se de crime omissivo, de mera conduta e também de mão própria.
Advocacia administrativa – art. 321
Neste crime, o funcionário público se utiliza da função para patrocinar de qualquer forma interesse privado perante a administração pública valendo-se da função.
Há divergência doutrinária em ração a configuração do crime, pois alguns entendem que o crime se consuma quando o agente patrocina o interesse somente no órgão em que trabalha, enquanto outros entendem que o patrocínio seja perante outro órgão,mas valendo-se da função.
OBS: não envolve dinheiro!
Abandono de função - art. 323
Trata-se de crime contra a administração pública que se configura quando o funcionário público se afasta do seu cargo por tempo juridicamente relevante, colocando em risco a regularidade dos serviços prestados. O sujeito ativo crime é o funcionário que ocupa cargo público.
OBS: todos os crimes abordados neste capítulo são de ação penal pública incondicionada.
DOS CRIMES COMETIDOS POR CIDADÃO COMUM CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Crime de resistência – art. 329
No crime de resistência, o agente se opõe a um cumprimento de um ato legal feito pelo funcionário público competente usando de violência ou grave ameaça.
Se o funcionário público está praticando ato ilegal como abuso de autoridade, a resistência nada mais é que legítima defesa, mesmo ocorrendo se ele não é o funcionário público competente.
Trata-se de crime de mera conduta, pois a simples oposição violenta caracteriza o delito, mesmo que o agente não consiga o resultado pretendido.
Desobediência – art. 330
Se o indivíduo se opõe a execução de um ato legal do funcionário público sem violência ou grave ameaça, trata-se de crime de desobediência e de mera conduta.
OBS:quando praticados no mesmo contexto fático, o crime de resistência absorve o crime de desobediência, tendo em vista oprincípio da absorção,no qual o crime fim absorve o crime meio.
Desacato – art. 331
No crime de desacato, o agente ofende funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela, através de palavras, escritos ou gesto manifestando menosprezo pela função que exerce.
Trata-se de crime de mera conduta, pois mesmo que o funcionário não se sinta ameaçado o crime já se caracteriza.
Atualmente, por controle de convencionalidade em razão de tratados internacionais, há entendimento de que o crime de desacato está revogado e nesse caso a ofensa configura injúria.
Tráfico de influência – art. 332 
Neste crime, o agente solicita vantagem ou obtém para si ou para outrem sob o pretexto de influenciar ato de funcionário público.
Trata-se de crime formal que se consuma apenas com a solicitação, mesmo que a influência não seja exercida.
OBS: quando o tráfico de influência é feito contra membros da justiça ou do Ministério Público com o fim de influenciá-los, trata-se de crime de exploração de prestígio – art. 357.
Denunciação caluniosa – art. 339
Na denunciação caluniosa, temos crime contra a administração da justiça, no qual o agente imputa fato falso/criminoso contra a vítima fazendo com que esta responda a um processo, inquérito ou mesmo processo administrativo disciplinar.
Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.
Comunicação falsa de crime – art. 340
Provocar ação de autoridade comunicando um crime ou uma contravenção que não ocorreu é delito do art. 340 do CP, que irá se consumar no momento da comunicação e também é crime pelo art. 341 confessar pena de autoridade um crime que não cometeu.
Falso testemunho – art. 342
Neste crime o agente na qualidade de testemunha ao prestar depoimento dolosamente falta com a verdade ou se recusa a responder as perguntas em processo judicial, administrativo ou inquérito.O crime também pode ser cometido por perito contador tradutor ou interprete que eventualmente são chamados a prestar depoimento. Trata-se de crime doloso sendo necessário que a testemunha tenha consciência da mentira que esta falando de acordo com a jurisprudência majoritária os informantes e a vitima como não são testemunhas também não configuram este crime se mentirem. Este crime admite retratação pela testemunha que extingue a punibilidade,mas quando for feita ate a sentença no processo em que mentiu.
Suborno de testemunha – art. 343
Se a testemunha recebe suborno para mentir incorre no momento de pena do § 1º, do art. 342 e quem a suborna pratica o crime do art. 343.
Coação no curso do processo – art. 344
Neste crime o agente usa de violência ou grave ameaça contra autoridade parte ou qualquer outra pessoa que é chamada a intervir em processo judicial administrativo ou inquérito com o fim de favorece interesse próprio ou de terceiro.Trata-se de crime formal e não é necessário para consumar o delito que o fim pretendido seja obtido.
Este crime é de ação penal publica incondicionada, uma vez que é crime contra administração da justiça.
Exercício arbitrário das próprias razões – art.345 
Neste crime o agente exerce um direito legitimo, mas através de um meio ilegal além das penas do delito o agente reponde também pela eventual violência utilizada.Na hipótese do agiota que através de violência ou ameaça cobra o seu credito o crime é de extorsão art. 158 pois sua pretensão não é legitima,já que pessoa física não tem direito a cobrar juros extorsivos quando faz empréstimo.
Este crime em regra é de ação penal privada, salvo quando ocorrem lesões corporais porque passa a ser de ação penal pública.
Fraude processual – art. 347 
Neste crime o agente altera dolosamente as cenas dos fatos com o fim de iludir o juízo ou o perito. Caso o fato seja da esfera criminal aumenta a pena do crime conforme o parágrafo único.Trata-se de crime formal que se consuma mesmo que a alteração da cena não consiga iludir o perito ou o juízo.
Favorecimento pessoal – art. 348
Neste crime o agente dolosamente auxilia alguém a fugir da ação das autoridades em razão de crime.O crime se configura mesmo que a fuga não seja bem-sucedida sendo crime de ação penal publica incondicionada.
Favorecimento real – art.. 349
No favorecimento real, o agente auxilia o autor de crime a ocultar ou tornar seguro o proveito do crime, desde que a hipótese não seja de coautoria ou participação do delito. 
Este crime só se configura na forma dolosa, portanto, se alguém oculta proveito de crime sem saber o fato é atípico, pois o art.349 não prevê a modalidade culposa. 
No que diz respeito à guarda de drogas ou guarda de arma de fogo para terceiro, não configura favorecimento real e sim tráfico de drogas e crime de posse ilegal de arma de fogo. 
OBS: ascendentes, descendentes e conjugues não são isentos de pena respondendo, portanto, pelo art. 349.
No art.349 - A, o código criminaliza a conduta de ingressar com aparelhos de comunicação em estabelecimento prisional, promover ou facilitar a entrada. No entanto, esse crime não se aplica aos agentes penitenciários que neste caso responderiam pelo art. 319 ou art.317 se cobrarem vantagem indevida. 
DELITOS COMETIDOS POR PRESOS
O Código Penal não criminaliza a simples fuga de preso, salvo quando a fuga ou tentativa de fuga da cadeia tem uso de violência contra pessoa, criminaliza também a conduta de promover ou facilitar fuga, no art.351, criminaliza o arrebatamento de preso com fim de maltratar e o motim, quando os presos se rebelam perturbando a disciplina da prisão. 
No arrebatamento, na evasão e no motim os agentes respondem também pelos crimes configurados pela violência utilizada. 
Patrocínio infiel ou tergiversação - art.355
Consideramos patrocínio infiel ou tergiversação a conduta do advogado que trai em juízo o interesse do cliente que o contratou, sendo crime também a advocacia simultânea ou sucessiva na mesma causa. 
Violência ou fraude em leilão judicial – art. 358
Pelo art.358, constitui crime o uso de violência, ameaça ou fraude para impedir ou perturbar leilão judicial ou afastar concorrente.
OBS: não é aplicado a leilões de obra de arte, beneficentes e etc.
Desobediência à decisão judicial – art. 359
Neste crime o agente exerce função ou atividade que se encontra suspensa em razão de ordem judicial. Tal crime somente se caracteriza a partir do momento que o indivíduo é oficialmente da decisão.
Trata-se de crime doloso, pois a partir do momento em que o indivíduo é intimado ele passa a ter ciência da privação ou de alguma atividade judicial.
Em relação a Violência Doméstica Contra a Mulher, a jurisprudência vem entendendo que a desobediência à ordem de Medida Protetiva não configura o crime do art.359, emrazão do art.313 do CPP prever como consequência desse ato a prisão preventiva, que já é uma suficiente punição. 
OBS: exceção ao crime de dirigir com a habilitação suspensa, responde conforme a Lei 9.503/97, art.309.
LEI DE CRIMES HEDIONDOS - LEI 8.072/90
De acordo com o art. 2º, I, é proibido aos condenados por crime hediondo, tráfico de drogas, tortura e terrorismo a concessão de anistia, graça ou indulto, sendo a anistia uma forma de clemência por Lei Federal que apaga todos os efeitos penais do crime anistiado e a graça e o indulto que são formas de clemência por decreto presidencial que antecipam o fim da pena. 
Fiança e liberdade provisória – art. 2º, II
O art. 2º, II determina que estes crimes são inafiançáveis, isto é, insuscetíveis de liberdade provisória mediante fiança, mas de acordo com a jurisprudência, quando o juiz durante o processo criminal não vislumbrar mais necessidade da manutenção da prisão preventiva pode conceder liberdade provisória sem fiança.
Regime de cumprimento de pena – art. 2º, § 1º
Segundo o art. 2º, § 1º, os condenados por estes delitos devem sofrer na sentença sempre em regime fechado, independente da quantidade de pena aplicada. No entanto, o STF vem entendendo que esta regra é inconstitucional por ofensa ao princípio da individualização da pena, tendo em vista que ao aplicar a pena deve o juiz levar em conta as características individuais do réu e as características específicas do seu crime para fixar um regime mais justo.
Progressão de regime
Em relação à progressão de regime os condenados por crime hediondo, tráfico, tortura e terrorismo tem direito a requerer a progressão após cumprir 2/5 da pena, ou 3/5 se reincidente, conforme art.2º, pg.2º da Lei 8.072/90. No entanto está regra foi criada pela Lei 11.464/07 que entrou em vigor no dia 29 de Março de 2007, o que significa que o condenado por esses crimes que tenha cometido o delito até 28 de Março de 2007 continuam com o direito a progressão com base na fração de 1/6 da pena, uma vez que a nova lei é mais severa e não pode por este motivo retroagir. 
Esta situação ocorreu porque o STF declarou inconstitucional há anos atrás o antigo regime integralmente fechado que antes era previsto no art.2º, § 1º da Lei 8.072/90 e dessa forma passou a permitir a progressão de regime a todos estes condenados pelo art.112 da LEP (Lei 7.210/84), tendo o Congresso Nacional aprovado a Lei 11.464/07 que aumentou a fração de pena a ser cumprida para progressão de regime. 
Livramento condicional 
Os condenados por estes crimes possuem direito a livramento condicional sendo necessário o cumprimento de 2/3 da pena com bom comportamento para que possam fazer o pedido, sendo certo que se o réu é reincidente específico em crimes dessa natureza não tem direito a livramento condicional.
Prisão temporária (Lei 7.960/89)
A prisão temporária é aquela que pode ser decretada durante o inquérito pelo juiz quando demonstrado que o indiciado está criando obstáculos à investigação, pela Lei 7.960/89 a prisão temporária tem prazo de 5 dias prorrogável por mais 5, sendo certo que sendo um crime hediondo, tráfico, tortura ou terrorismo, de acordo com o art.2º, pg. 4º da Lei 8.072/90, este prazo poderá ser de 30 dias prorrogável por mais 30.
Revogação do art.9º
O art.9º da Lei de Crimes Hediondos que previa um aumento de metade da pena quando a vítima estivesse nas circunstâncias do art.224 do CP foi revogado de forma tácita pela Lei 12.015/09, que revogou o art.224 do Código Penal e consequentemente este art.9º que a ele era vinculado. 
Causas de aumento de pena - art.1º, §4º
A primeira causa de aumento de pena é ser o autor do crime agente público, pg.4º, I, no entanto, ela não se aplica ao delito do art.1º, §2º porque neste crime especificamente ser agente público é elemento do tipo, e caso incida essa causa de aumento então haverá bis in idem, o que é vedado pelo Direito Penal.
A segunda hipótese, §4º, II aumenta a pena em até 1/3 se o crime é cometido contra gestante, criança, deficiente, adolescente ou idoso, maior de 60 anos. No crime contra a criança, idoso ou deficiente é preciso não confundir com maus tratos (art.136 – CP) que também é uma espécie de excesso dos métodos de correção, mas que envolve um grau de violência menos intenso que o da tortura. 
A terceira hipótese, §4º, III é o aumento de pena pelo sequestro, quando o agente sequestra a vítima para torturar. Neste caso, não aplicamos o art.148 do CP é sim esse aumento de pena em virtude do princípio da especialidade.
Perda de cargo público – §5º
Sendo o autor do crime agente público, ainda é autorizado ao juiz decretar a perda do cargo, na forma do art.1º, §5º desta lei.
LEI DE DROGAS – LEI 11.343/07 
Posse de droga para uso próprio – art.28
Trata-se de crime contra a saúde pública em que o agente transporta, tem em depósito, guarda ou traz consigo drogas com o dolo de consumo pessoal. Para definir se a droga é destinada ao uso ou ao tráfico, o parágrafo 2º do art.28 determina que seja observada a quantidade, a natureza, o local e as circunstâncias da prisão, além dos antecedentes e da conduta social do réu não havendo na lei um tabelamento da quantidade que caracteriza tráfico ou uso.
OBS: em hipótese alguma pode ser preso o réu imputado deste crime, já que o delito não tem pena de prisão, mas somente advertência, prestação de serviço e tratamento e trata-se de crime permanente que só de ter a cultivação da planta já caracteriza o delito.
Os crimes do artigo 28 e 33 são normas penais em branco porque dependem da complementação, por outra norma jurídica para serem aplicadas, pois compete ao ministério da saúde relacionar quais são as drogas penalmente ilícitas no Brasil 
Tráfico de drogas – art. 33
Neste crime o agente possui a droga de qualquer modo com o dolo de traficar com a finalidade de que seja entregue a terceiro sendo este crime equiparado a hediondo e também crime permanente.
No parágrafo 1 a lei equipara ao trafico as condutas de posse da matéria prima,o plantio em larga escala e a permissão para que o imóvel seja explorado pela atividade do trafico,5 a 15 anos de reclusão,crimes inafiançáveis.
No parágrafo 2 e parágrafo 3 não temos crime de trafico porque na primeira hipótese o crime é induzir alguém ao consumo e na segunda hipótese o crime é de uso compartilhado, ou seja, fornecer droga sem objetivo de lucro para juntos consumirem.
De acordo com o artigo 33 parágrafo 4 o réu que é primário e de bons antecedentes que não é vinculado a facções criminosas e que não pratica de forma constante esta atividade tem direito a uma diminuição de pena de 1/6 a 2/3 podendo a pena privativa de liberdade ser substituída por pena restritiva de direito, esta hipótese é denominada trafico privilegiada.
O artigo 44 desta lei veda aplicação de penas alternativas e Sursis em condenações por trafico, mas foi declarado inconstitucional pelo STF que admite a pena alternativa para o trafico privilegiado.
Posse de Maquinário (artigo 34)
No artigo 34 temos o crime de posse ilegal de maquinários instrumentos e aparelhos destinados a produção das drogas. No entanto se os maquinários são apreendidos junto com as drogas o crime será do artigo 33 que absorve o crime do artigo 34.
Associação ao tráfico – art. 35
Este crime se caracteriza quando dois ou mais agentes se reúnem de forma estável e permanente com divisão de tarefas e com a finalidade de explorar o crime de trafico.
Trata-se de crime permanente que pode se caracterizar em concurso material com o trafico e que não se configura por uma mera união eventual para o trafico, ou seja, um simples concurso de pessoas, pois é necessária a estabilidade.
Financiamento – art. 36
O crime de financiar o tráfico é praticado por aquele que dolosamente investe valores para a compra de drogas ou de maquinários para a produção de drogas. No entanto este agente não é traficante ou integrante de associação ao tráfico, pois se é o próprio traficante que investe seu capital na atividade criminosa de sua quadrilhaentão não responde pelo artigo 36 mas em sua condenação por trafico sofrera o aumento de pena do artigo 40 inciso VII 
Colaboração – art.37
Neste crime o agente colabora prestando informações eventualmente para os traficantes. No entanto se o informante integrar de forma permanente o grupo criminoso o crime dele será de associação ao trafico artigo 35 
Causas de Aumento - art. 40
No art. 40 temos as causas de aumento de pena que aumentam em 1/6 a 2/3 a pena do trafico quando houver transnacionalidade da droga, o uso de função pública, o trafico próximo a certos estabelecimentos educativos prisionais de espetáculo e etc, o trafico com intimidação coletiva com uso de armas, se o trafico é entre estados, se envolve menor e se o agente traficante financia a atividade. Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada.
ESTATUTO DO DESARMAMENTO – Lei 10.826/03
Posse Ilegal-Uso permitido (art. 12) - 1 a 3 anos
Este crime se caracteriza pela posse de arma de fogo na residência ou no local do trabalho sem o devido registro junto ao SINARM da policia federal, sendo este crime ligado às armas de uso permitido. Trata-se de norma penal em branco, crime permanente e crime de mera conduta.
Porte Ilegal (art. 14) - 2 a 4 anos 
Neste crime o agente transita com a arma fora de sua residência ou de seu local de trabalho sem ter autorização para o porte de arma, sendo este crime relacionado às armas permitidas. Trata-se de crime permanente, norma penal em branco e crime de mera conduta. Também é criminalizado munição e o acessório - crime afiançável.
Disparo de arma de fogo – art.15
Nesta hipótese o agente dolosamente efetua disparo de arma de fogo em local habitado ou em suas adjacências. Trata-se de crime de perigo e crime de mera conduta já que não depende de qualquer resultado.
O § único, do art. 15 que proibia a concessão de fiança foi declarado inconstitucional pelo STF por ofensa ao principio da proporcionalidade e da razoabilidade. 
Posse ou porte ilegal de arma de uso proibido – art.16
Nesta hipótese o agente possui sem registro em sua residência ou local de trabalho arma classificada como proibida e também configura este crime transitar com esta arma por locais públicos,sendo crime de mera conduta,permanente em norma penal em branco.
No art.16, § único, I e IV, o estatuto criminaliza a conduta de raspar a numeração da arma e possuir ou portar arma com numeração raspada,sendo enquadrado neste artigo independente do calibre da arma raspada.
No inciso II o estatuto criminaliza a conduta de modificar a arma de fogo para torna-la mais potente. No inciso III é criminalizado a posse ou o porte ilegal de explosivos.
O art.16, § único, V, trata da conduta dolosa de entrega de arma a menores e o art.13 de conduta culposa, ou seja, falta de cautela na guarda da arma que vai parar na mão de um menor.
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO – LDI 9.503/97
Homicidio culposo – art. 302
No homicídio culposo, o § 1º, I, aumenta a pena do crime quando o responsável pelo acidente com morte não possui habilitação, não sendo aplicável nessa hipótese o art. 309 desta lei sob pena de bis in idem.
No inciso III aumenta a pena do homicídio culposo quando o motorista responsável pelo acidente foge do local deixando de prestar socorro não sendo aplicável nesta hipótese o art. 304 que será aplicado quando o motorista que não é culpado pelo acidente e deixe de prestar socorro à vítima, IV.
Lesão culposa no trânsito – art. 303 
Trata-se de crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor em que o motorista por imprudência, negligência ou imperícia ofende a integridade corporal da vítima, sendo certo que este crime é de ação penal pública condicionada a representação da vítima. Em razão do que dispõe o pg único do artigo 303 se aplicam também as lesões culposas no trânsito às mesmas causas de aumento de pena previstas para o homicídio culposo no pg primeiro do artigo 302.
Se o veículo é usado como instrumento de um crime doloso o fato deve ser tipificado pelo código penal seja pelo artigo 121 ou pelo artigo 129 conforme hipótese.
Também na lesão culposa é admitido o perdão judicial por analogia ao artigo 129 pg 8 do código penal, quando o autor do crime sofreu tanto com o fato que a pena se mostra desnecessária.
Embriaguez no volante – art. 306
Trata- se de crime de mera conduta em que o agente conduz veículo automotor na via pública com quantidade de álcool no sangue ou outras substâncias acima da quantidade permitida, ou seja, 6 decigrama, podendo este crime ser comprovado por qualquer meio de prova em direito admitido inclusive prova testemunhal.
Disputa não autorizada – art. 309
Trata-se de crime de perigo de mera conduta em que os agentes praticam com veículos disputa não autorizada em via pública. A simples competição ja configura o delito, mas se resultar em lesões graves ou morte os competidores responderam pelos pg 1 e pg 2 do artigo 308.
Na disputa não autorizada que resulta em morte se demonstrado pelo comportamento dos agentes que houve um desprezo pelo resultado então o crime será de homicídio doloso por dolo eventual.
Dirigir sem habilitação – art. 309
Por este artigo considera-se crime dirigir na via publica sem ser habilitado perante o DETRAN. No entanto a jurisprudência majoritária vem entendendo que este crime é de perigo concreto que só se configura se o motorista estiver dirigindo perigosamente gerando perigo de dano, pois do contrário será mera infração administrativa.
Emprestar veículo a pessoa que não pode dirigir – art.310
Trata-se de crime de mera conduta em que o agente empresta o veículo a quem não pode dirigir, falta de habilitação, por embriaguez e etc.
Trata-se de crime doloso que só se configura se o agente tem conhecimento de que o motorista a quem está emprestando veículo não pode dirigir.

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