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Alienação Parental 
Aspectos legais e da própria síndrome
Jean do Vale
1º período- Direito
O que é a Alienação Parental 
Síndrome de Alienação Parental (SAP), é um acontecimento frequente na sociedade atual, que se caracteriza por um elevado número de separações e divórcios. Esta Síndrome foi definida pela primeira vez nos Estados Unidos e despertou muito interesse nas áreas da psicologia e do direito, por se tratar de uma entidade ou condição que se constrói na intersecção destes dois ramos, ou seja, a Psicologia Jurídica, que consagra a multidisciplinaridade, revela a necessidade do direito e da psicologia se unirem para melhor compreensão dos fenômenos emocionais, no caso, com aqueles que se encontram num processo de separação ou divórcio, incluindo os filhos.
Os casos mais frequentes da Síndrome da Alienação Parental estão associados a situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Neste processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro. Podemos dizer que o alienador “educa” os filhos no ódio contra o outro genitor, seu pai ou sua mãe, até conseguir que eles, de modo próprio, levem adiante esta situação.
		O Genitor Alienante: 
Exclui o outro genitor da vida dos filhos; Não comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados à vida dos filhos (escola, médico, comemorações, etc.); toma decisões importantes sobre a vida dos filhos, sem prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha ou mudança de escola, de pediatra, etc.); transmite seu desagrado diante da manifestação de contentamento externada pela criança em estar com o outro genitor; interfere nas visitas; controla excessivamente os horários de visita; não permite que a criança esteja com o genitor alienado em ocasiões outras que não aquelas prévia e expressamente estipuladas; ataca a relação entre filho e o outro genitor; recorda à criança, com insistência, motivos ou fatos ocorridos que levem ao estranhamento com o outro genitor; obriga a criança a optar entre a mãe ou o pai, fazendo-a tomar partido no conflito; transforma a criança em espiã da vida do ex-cônjuge; quebra, esconde ou cuida mal dos presentes que o genitor alienado dá ao filho; sugere à criança que o outro genitor é pessoa perigosa; denigre a imagem do outro genitor; critica presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele oferece ao filho; emite falsas acusações de abuso sexual, uso de drogas e álcool.
A SAP NO BRASIL E A PROTEÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO
No Brasil o presente quadro da SAP já estava presente há muitos anos, no entanto, somente com o advento da lei 12.318, de 26 de agosto de 2010 (Lei da Alienação Parental) é que o tema passou a ser mais concisamente aplicado, pois, a partir de então, passou a ser pauta de discussões em vários segmentos da sociedade, principalmente no poder judiciário.
 Os direitos das vítimas de SAP são tutelados em várias outras normas: a proteção promovida na Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, além dos princípios do Melhor Interesse do Menor e da Dignidade da Pessoa Humana.
Com o reconhecimento dos princípios e demais instrumentos normativos internacionais em nosso ordenamento jurídico pátrio, os direitos referentes às crianças e adolescentes passaram a ter status de direito internacional.
O artigo 16 da Declaração Universal dos direitos Humanos garante a todos os cidadãos, nesse caso, inclui a criança, o direito de boa relação familiar.
“Artigo 16 - Os homens e mulheres de maior idade, sem restrição de raça, nacionalidade, ou religião, têm o direito a contrair matrimonio e fundar família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
II O casamento não será válido se não com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
III A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem o direito a proteção da sociedade e do Estado.” [1]
A proteção legal do ordenamento jurídico às vítimas de SAP no Brasil é eficiente, sobretudo com o advento da lei de Alienação Parental de 2010. Essa proteção, anteriormente à edição desta lei era proporcionada baseando-se em outros diplomas gerais e em princípios de proteção aos menores.
A lei 12.318/2010 trouxe uma definição de Alienação Parental e atribuiu pena, lamentavelmente leve, diante de um mal de tamanho potencial ofensivo. O certo é que a partir da vigência da nova lei as crianças passaram a contar com um instrumento muito eficaz de proteção aos seus direitos. O ministério Público exerce seu papel com muita responsabilidade no combate da Alienação Parental, quando necessário agindo de ofício em prol das crianças, considerando sua impossibilidade de autodefesa.
Estatísticas sobre a Síndrome da Alienação Parental
80% dos filhos de pais divorciados já sofreram algum tipo de alienação parental. [2]
Estima-se que mais de 20 milhões de crianças sofram este tipo de violência [3]
CONCLUSÃO
Considerando a característica dinâmica que este tema possui, a Síndrome da Alienação Parental constitui-se como fato social/jurídico, cuja estrutura está em constante transformação. Assim, os mecanismos dos três Poderes devem acompanhar essa mutação, de modo a minimizar os danos causados em suas vítimas.
Atualmente o Poder Judiciário, em consonância com a proteção às crianças estabelecidas constitucional e legalmente, tem apresentado uma mudança em seu aparato com o fim de disponibilizar uma prestação jurisdicional que atenda aos interesses inerentes às crianças. No entanto, essas atuais intenções legais e jurisdicionais, apesar da vedação de qualquer forma de violência contra a criança e adolescente precisam se adequar as constantes transformações.
Este tema se perfaz em uma inter-relação entre o Estado, através do Poder Judiciário, Ministério Público e entidades de proteção à criança e ao adolescente e a entidade família. Linhas de mediação e campanhas de conscientização devem ser propostas, apesar de tais propostas demandarem do próprio Estado uma organização de profissionais capacitados a fim de que se estabeleça um mecanismo eficaz e capaz de salvaguardar as vítimas da alienação parental.
Portanto, havendo confronto entre a realidade fática caracterizada pela Síndrome da Alienação Parental no âmbito familiar e ordenamento jurídico atual, representados pelas normas e princípios de proteção integral das crianças e dos adolescentes, deve o Estado-Juiz impedir tais questões aplicando-se ao caso concreto os ditames previstos nas normas e princípios mencionados no presente trabalho, proporcionando à sociedade, uma prestação jurisdicional à altura dos ditames constitucionais e legais de proteção integral e eficiente à criança e ao adolescente, sobretudo nesses casos em que a violência moral vem exatamente daqueles que deveriam proteger seus filhos.
Referências
[1] Onu, Declaração Universal dos Direitos Humanos – Art. 16 I, II, III.
[2] CLAWA, S.S.; RIVIN, B.V. Children Held Hostage: Dealing with Programmed and Brainwashed Children. Chicago, American Bar Association, 1991. 
[3] Dados da organização SplitnTwo [www.splitntwo.org].

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