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Pratica do Trabalho

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RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 
 
1. (OAB/FGV – XI Exame) Roberto interpôs Recurso Ordinário ao ter ciência de que foi julgado improcedente o 
seu pedido de reconhecimento de vínculo empregatício em face da empresa NOVATEC LÍNEA COMPUTADO-
RES LTDA. Ele não juntou declaração de miserabilidade na petição inicial e no recurso, mas requereu, em pedido 
expresso no apelo, o benefício da gratuidade de justiça, afirmando não ter recursos para recolher o valor das cus-
tas sem prejuízo do seu sustento e de sua família. O pedido de gratuidade da justiça foi formulado por advogado 
com poderes específicos para assinar a declaração de hipossuficiência do reclamante. O juiz prolator da sentença 
negou seguimento ao recurso, considerando-o deserto. Diante deste panorama, responda justificadamente: A 
simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
a) Considerando que Roberto não juntou a declaração de miserabilidade, analise se é possível o deferi-
mento da gratuidade de justiça na hipótese retratada. (Valor: 0,65) 
 
A gratuidade de justiça está regulamentada no Art. 790, § 3º, da CLT e no art. 98 do CPC. A jurisprudência do 
TST admite que tal benefício seja requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recur-
sal, o seja no prazo alusivo ao recurso, nos termos da OJ nº 269 da SDI-I do TST e do art. 99 do CPC, por advo-
gado ao qual tenham sido conferidos poderes especiais para assinar declaração de hipossuficiência econômica, 
nos termos do art. 105 do CPC. 
 
Legislação específica 
 
Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a 
forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Su-
perior do Trabalho; § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qual-
quer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e 
instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as 
penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de 
sua família. 
 
OJ 269 DA SDI-1 DO TST - JUSTIÇA GRATUITA. REQUERIMENTO DE ISENÇÃO DE DESPESAS PRO-
CESSUAIS. MOMENTO OPORTUNO - O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo 
ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recur-
so. 
 
Art. 105, CPC. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela 
parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhe-
cer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar 
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de 
cláusula específica. 
 
Art. 99, CPC. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na 
petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. 
 
b) Analise se, tecnicamente, a decisão que negou seguimento ao recurso está correta. (Valor: 0,60) 
 
RESPOSTA: A jurisprudência consolidada preconiza que basta a simples afirmação do declarante ou de seu ad-
vogado com poderes especais quanto ao seu estado de miserabilidade para que se configure a situação econômi-
ca que justifique a concessão de tal benefício. Sendo assim, tecnicamente, está incorreta a decisão que denegou 
seguimento ao recurso porque, comprovado o preenchimento dos requisitos para sua concessão, poderia o Juiz 
de origem conceder a gratuidade, ou, ao menos, deixar o recurso ter seguimento para que o julgador de 2º grau 
decidisse sobre a concessão do benefício requerido em sede recursal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quesitos 
Notas 
possíveis 
Nota 
A. É possível, pois o requerimento foi feito no prazo alusivo ao 
recurso (0,45). Indicação da OJ 269 do TST (0,20) OU É possível 
o deferimento de ofício da gratuidade (0,45). 
Indicação do Art. 790, § 3º, da CLT (0,20). OBS.: É necessária a 
indicação precisa do fundamento legal. 
A mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial não 
credencia pontuação. 
0,0 / 0,45 
/ 0,65 
 
B. Incorreta, pois basta a afirmação do declarante ou de seu 
advogado acerca do estado de miserabilidade (0,60). 
OBS.: É necessária a indicação precisa do fundamento legal. A 
mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial não cre-
dencia pontuação. 
0,00 / 
0,40 / 
0,60 
 
 
2. (OAB/FGV – XI Exame) Em reclamação trabalhista movida por uma empregada contra o ex-empregador, o 
pedido de indenização por dano moral foi julgado improcedente na sentença. Inconformada, a empregada recor-
reu e o TRT deferiu parcialmente este pedido. Irresignada com o valor deferido, que entendia insuficiente, a em-
pregada ainda manejou recurso de revista, sendo mantida pelo TST a quantia já fixada. Adveio em seguida o 
trânsito em julgado. Diante dessa situação, responda aos seguintes itens. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não pontua. 
 
a) A partir de quando será computada a correção monetária do pedido de dano moral? Justifique sua res-
posta. (Valor: 0,65) 
 
A partir do acórdão proferido pelo TRT, que foi a 1ª que a arbitrou, nos termos da súmula n. 439 do TST. 
 
Legislação específica 
 
Súmula 439, TST. DANOS MORAIS. JUROS DE MORA E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL - Res. 
185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 Nas condenações por dano moral, a atualização monetária é 
devida a partir da data da decisão de arbitramento ou de alteração do valor. Os juros incidem desde o ajuizamento 
da ação, nos termos do art. 883 da CLT. 
 
Art. 883, CLT. Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos 
quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, 
em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial. 
 
b) Se os juros não fossem requeridos na petição inicial, analise se haveria julgamento extra petita se o juiz 
os deferisse. Justifique sua resposta. (Valor: 0,60) 
 
Não haveria julgamento extra petita, pois os juros incluem-se na liquidação na forma da súmula 211 do TST e art. 
322, § 1º, do CPC. São considerados pedidos implícitos. 
 
Legislação específica 
 
Súmula 211, TST. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL 
E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Os juros de mora 
e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. 
 
Art. 322, CPC. O pedido deve ser certo. 
 
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, in-
clusive os honorários advocatícios 
 
 
 
 
 
 
 
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Quesitos 
Notas 
possíveis 
Nota 
A. A partir da decisão do TRT (0,45). Indicação da Súmula 
439 do TST OU 362 STJ 
(0,20). 
0,0 / 0,45 
/ 0,65 
 
B. Não, por tratar-se de pedido implícito (0,40). Indicação da 
Súmula 211 do TST OU CPC, Art. 322, § 1º, CPC OU Súmula 
254 do STF (0,20). 
0,00 / 
0,40 / 
0,60 
 
 
 3. (OAB/FGV – XI Exame) Numa reclamação trabalhista o autor formulou pedido de verbas resilitórias e horas 
extras. Na 1ª audiência, ocorrida 40 dias após o desligamento, a empresa reconheceu que não pagou as verbas 
devidas pela saída, e requereu o seu adiamento, face à ausência de suas testemunhas, o que foi deferido. Na 2ª 
audiência, agora com a presença das testemunhas, ofereceu, no início da sessão, o pagamentodas verbas resili-
tórias incontroversas adicionadas da multa do Art. 477, § 8º, da CLT. Diante dessa situação, responda: A simples 
menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
a) Comente se a empresa, nesta situação, fica sujeita a algum pagamento adicional em relação às verbas 
da ruptura. Justifique sua resposta. (Valor: 0,65) 
 
Não tendo quitado os direitos devidos na 1ª audiência, ficará sujeita ao pagamento de 50% das verbas resilitórias, 
conforme Art. 467, caput, da CLT. 
 
Legislação específica 
 
Art. 467, CLT. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas 
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a 
parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento". 
 
b) Analise, na mesma situação, caso o empregador do autor fosse um Município, se haveria algum paga-
mento adicional. Justifique sua resposta. (Valor: 0,60) 
 
Atenção! Modificamos a resposta da Banca para deixá-la em consonância com a atual legislação. 
 
Caso o empregador fosse um Município, da mesma forma, seria aplicável, o artigo 467 da CLT, sendo devida a 
multa de 50% das verbas rescisórias incontroversas não pagas em primeira audiência. 
 
Ressalte-se que a Lei 10.272/2001 modificou o art. 467 da CLT, excluindo o parágrafo único, que estabelecia que 
a multa prevista no caput não se aplicava a União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e suas res-
pectivas autarquias e fundações públicas. Dessa forma, tem-se que tal multa é devida também por estes entes. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 467, CLT. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas 
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a 
parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento"Parágrafo único. O 
disposto no caput não se aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e as suas autarquias e 
fundações públicas. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) 
 
LEI Nº 10.272, DE 5 DE SETEMBRO DE 2001. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º O art. 467 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 
1943, passa a vigorar com a seguinte redação: 
 
 
 
 
 
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"Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas resci-
sórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte 
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento". (NR) 
 
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 5 de setembro de 2001; 180o da Independência e 113o da República. 
 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Francisco Dornelles 
 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 6.9.2001 
 
Quesitos 
Notas pos-
síveis 
Nota 
a) Se sujeitará ao pagamento de multa de 50% das verbas 
resilitórias (0,45). Indicação do artigo 467 da CLT OU Lei 
10.272/01 (0,20). 
0,0 / 0,45 / 
0,65 
 – 
b) Sim. (0,40). Indicação do Art. 467 da CLT (0,20). 
0,00 / 0,40 
/ 0,60 
 – 
 
4. (OAB/FGV – XII Exame) Um ex-empregado ajuíza reclamação trabalhista contra a ex-empregadora (a empresa 
“A”) e outra que, segundo alega, integra o mesmo grupo econômico (a empresa “B”). Em defesa a empresa “A” 
afirma que pagou tudo ao reclamante, nada mais lhe devendo, enquanto a empresa “B” sustenta sua ilegitimidade 
passiva, negando a existência de grupo econômico. 
 
Considerando que: 1) as reclamadas possuem advogados diferentes; 2) que o pedido foi julgado procedente, con-
denando-se solidariamente as rés; e 3) que a empresa “A” recorreu efetuando o recolhimento das custas e depósi-
to recursal, responda às indagações a seguir. 
 
a) O prazo para recurso das empresas é diferenciado, haja vista terem procuradores diferentes? (Valor: 
0,65) 
 
Mesmo possuindo procuradores diferentes, o prazo não será diferenciado porque o TST entende que o disposto 
no art. 229 do CPC é inaplicável ao Processo do Trabalho, conforme OJ 310 da SDI-1 do TST. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
OJ 310, SDI-1, TST. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. art. 229, caput e 
§§ 1º e 2º, do CPC de 2015. ART. 191 DO CPC de 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO 
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Inapli-
cável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC 
de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente. 
 
b) A empresa “B” deverá efetuar depósito recursal para viabilizar o recurso, no qual insistirá na sua absol-
vição por não integrar com a litisconsorte um grupo econômico? (Valor: 0,60) 
 
Será desnecessário o depósito recursal pela empresa “B”, pois havendo condenação solidária e já havendo reco-
lhimento pela empresa “A”, que não requereu sua exclusão da lide, o depósito por ela feito poderá ser aproveitado 
pela empresa “B”, na forma da Súmula n. 128, III, do TST. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Súmula 128, III, TST. Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recur- sal efetuado 
por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. 
(ex-OJ no 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) 
 
 
 
 
 
 
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Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. O prazo não será diferenciado (0,45). Indicação da OJ 310 SDI-1 
do TST (0,20). Obs.: É necessária a indicação precisa do fundamento 
legal. A mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial não 
pontua 
0,00/ 0,45/ 
0,65 
 
B. Desnecessário o depósito recursal pela empresa “B”, pois a empre-
sa “A” já o fez e não requereu sua exclusão da lide, podendo ser 
aproveitado pela litisconsorte (0,40). Indicação da Súmula n. 128, III, 
do TST (0,20). Obs.: É necessária a indicação precisa do fundamento 
legal. A mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial não 
pontua. 
0,00/ 0,40/ 
0,60 
 
NOTA FINAL 
 
5. (OAB/FGV – XII Exame) Serafim Almeida ajuizou reclamação trabalhista contra o ex-empregador postulando o 
pagamento de horas extras e verbas resilitórias. Em audiência, entabulou acordo com o reclamado, que foi homo-
logado judicialmente, no qual conferiu quitação geral quanto ao extinto contrato de trabalho. Tempos depois con-
tratou novo advogado e ajuizou nova demanda contra a mesma empresa, desta feita pedindo apenas diferença 
em razão de equiparação salarial – verba não perseguida na 1ª ação. 
 
Diante desse quadro, responda aos itens a seguir. 
 
a) Analise a validade, ou não, de um acordo judicial no qual a parte concede quitação sobre objeto que 
não foi postulado na petição inicial, justificando em qualquer hipótese. (Valor: 0,85) 
 
É válido conferir quitação mesmo de verba não postulada, conforme OJ 132 da SDI-2, do TST. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
OJ 132, SDI- 2, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. ACORDO HOMOLOGADO. ALCAN- CE. OFENSA À COISA JULGA-
DA (DJ 04.05.2004) Acordo celebrado - homologado judicialmente - em que o empregado dá plena e ampla qui-
tação, sem qualquer ressalva, alcança não só o objeto da inicial, como também todas as demais parcelas referen-
tes ao extinto contrato de trabalho, vio- lando a coisa julgada, a propositura de nova reclamação trabalhista. 
 
b) Informe o fenômeno jurídico que inviabiliza o prosseguimento da 2ª ação ajuizada, apresentando o fun-
damento legal respectivo. (Valor: 0,40) 
 
Ocorrerá o fenômeno dacoisa julgada, uma vez que se reproduz ação anteriormente ajuizada, já decidida por 
sentença, de que não cabe recurso, nos termos do art. 337, §§ 1º e 4º do CPC e art. 467 do CPC. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:: 
 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 
 
Art. 467, CPC. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não 
mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. É válido conferir quitação mesmo de verba não postulada (0,65). 
Indicação da OJ 132 da SDI-2, TST (0,20). Obs.: é necessária a indi-
cação precisa do fundamento legal. A mera indicação do fundamento 
legal ou jurisprudencial não pontua. 
0,00/ 0,65/ 
0,85 
 
B. Ocorrerá a coisa julgada (0,30). Indicação do Art. 337, § 1º, OU Art. 
337, § 4º OU Art. 502, todos do CPC (0,10). Obs.: é necessária a indi-
cação precisa do fundamento legal. A mera indicação do fundamento 
legal ou jurisprudencial não pontua. 
0,00/ 0,30/ 
0,40 
 
NOTA FINAL 
 
6. (OAB/FGV – XII Exame) O juiz deferiu o pagamento de férias vencidas + 1/3 em reclamação trabalhista, sob o 
fundamento de inexistência de comprovação de fruição ou pagamento destas, já que a empresa ré não produziu 
qualquer prova da alegação de que o empregado gozara ou recebera as férias. Transitada em julgado a decisão, 
a ré ajuizou ação rescisória juntando recibo da época da rescisão do contrato de trabalho do autor, no qual estava 
comprovado o pagamento do período de férias objeto da condenação. Alegou tratar-se de documento novo, mas 
que não foi juntado por esquecimento do advogado. 
 
a) Qual o entendimento do TST acerca de documento novo para efeitos de ajuizamento de Ação Rescisó-
ria? Fundamente. (Valor: 0,65) 
 
Documento novo é aquele que já existia ao tempo da ação ou da sentença que se quer rescindir, mas não era do 
conhecimento da parte ou era impossível a sua utilização, nos termos da súmula 402 do TST. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Súmula 402, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. DOCUMENTO NOVO. DISSÍDIO COLETIVO. SENTENÇA NORMATIVA 
(conversão da Orientação Jurisprudencial no 20 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
Documento novo é o cronologicamente velho, já existente ao tempo da decisão rescindenda, mas ignorado pelo 
interessado ou de impossível utilização, à época, no processo. Não é documento novo apto a viabilizar a descons-
tituição de julga- do: 
 
a) sentença normativa proferida ou transitada em julgado posteriormente à sen- tença rescindenda; 
b) sentença normativa preexistente à sentença rescindenda, mas não exibida no processo principal, em virtude de 
negligência da parte, quando podia e deveria louvar-se de documento já existente e não ignorado quando emitida 
a decisão rescindenda. 
 
b) Qual deverá ser a decisão sobre o cabimento ou não da Ação Rescisória nesta hipótese? Fundamente. 
(Valor: 0,60) 
 
O pedido da ação rescisória deve ser julgado improcedente, pois a hipótese não se refere a documento novo, nos 
termos da Súmula 402 do TST. 
 
Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. Documento novo é aquele que já existia ao tempo da 
ação ou da sentença que se quer rescindir, mas não era 
do conhecimento da parte ou era impossível a sua utiliza-
ção (0,45), nos termos da Súmula 402 do TST (0,20). 
Obs.: é necessária a indicação precisa do fundamento 
legal. A mera indicação do fundamento legal ou jurispru-
dencial não pontua. 
0,00/ 0,45 
0,65 
 
B. O pedido da ação rescisória deve ser julgado improce-
dente, pois a hipótese não se refere a documento novo 
(0,40), nos termos da Súmula 402 do TST (0,20). Obs.: é 
necessária a indicação precisa do fundamento legal. A 
mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial 
não pontua. 
0,00/ 0,40/ 
0,60 
 
 
 
 
 
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8 
7. (OAB/FGV – XIII Exame) Aproveitando a oportunidade conferida por seu empregador, Renan aderiu ao Pro-
grama de Demissão Voluntária ofertado pela empresa e recebeu 10 salários adicionais de indenização (um salário 
por cada ano trabalhado), além das verbas típicas da dispensa sem justa causa. No mesmo período, Renan dis-
pensou sua empregada doméstica. 
 
Diante da situação, responda aos itens a seguir. 
 
a) Haverá recolhimento de FGTS sobre a indenização de 10 salários adicionais? Justifique em qualquer 
hipótese. (Valor: 0,65) 
 
Não haverá recolhimento de FGTS haja vista a natureza indenizatória da verba, não se constituindo em fato gera-
dor do FGTS, conforme artigo 15 da Lei nº 8.036/90 e art. 27 do Decreto 99.684/90. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 15, Lei 8036/90. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o 
dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da re-
muneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que 
tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, 
com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. 
 
Art. 27, Decreto 99.684/90. empregador, ainda que entidade filantrópica, é obrigado a depositar, até o dia 7 de 
cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a oito por cento de remuneração paga ou 
devida no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a 
gratificação de Natal a que se refere a Lei n° 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei n° 4.749, 
de 12 de agosto de 1965. 
 
b) Analise se, em eventual reclamação trabalhista movida pela empregada doméstica de Renan, poderia 
haver penhora da conta do FGTS do empregador para que os valores lá depositados sirvam para paga-
mento da doméstica na fase executória. Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Não será possível, pois as contas do FGTS são absolutamente impenhoráveis, na forma do artigo 2º, §2º, da Lei 
nº 8.036/90. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 2º, § 2º, Lei 8036/90. As contas vinculadas em nome dos trabalhadores são absolutamente impenhoráveis. 
 
Art. 17, Decreto 99.684/90. As importâncias creditadas nas contas vinculadas em nome dos trabalhadores são 
impenhoráveis. 
 
Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. Não haverá, haja vista a natureza indenizatória da 
verba ou natureza não salarial (0,45). Indicação do artigo 
15, §6º da Lei nº 8.036/90 OU art. 9°, X da IN 99/2012 
MTE (0,20). 
0,00/ 0,45 
0,65 
 
B. Impossível porque as contas do FGTS são absoluta-
mente impenhoráveis (0,40). Indicação do artigo 2º, § 2º, 
da Lei nº 8.036/90 OU art. 17 Decreto 99.684/90 
(0,20). 
0,00/ 0,40/ 
0,60 
 
 
8. (OAB/FGV – XIII Exame) Extraída carta de sentença nos autos da reclamação trabalhista movida por Jubert 
Machado contra a Sapataria Monte Belo Ltda., foram homologados os cálculos e citado o devedor para pagamen-
to que, no prazo legal, ofereceu um bem como garantia, comprovando documentalmente a propriedade do referido 
bem. O juiz conferiu vista à parte contrária, que não aceitou o bem ofertado, desejando a penhora em dinheiro, 
com base nos artigos 882 da CLT e 835, I, do CPC. Feita a conclusão, o juiz determinou que a penhora recaísse 
sobre dinheiro, tendo o valor sido bloqueado das contas do executado. 
 
A partir do caso apresentado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
 
 
 
 
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a) À luz da jurisprudência consolidada do TST, analisese a decisão do juiz está correta. (Valor: 0,65) 
 
O decisão do juiz foi acertada, uma vez que o art. 805, parágrafo único, do CPC, que se aplica no Processo do 
Trabalho, determina que ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros 
meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados e o execu-
tado não indicou tal meio. 
 
b) Se a empresa discorda da decisão judicial de apreensão de dinheiro, alguma medida judicial seria cabí-
vel? (Valor: 0,60) 
 
Nenhuma medida processual seria cabível, uma vez que a reclamada não indicou um outro meio de execução 
mais eficaz e menos oneroso que o dinheiro. 
 
Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. Acertada (0,20). O decisão do juiz foi acertada, uma vez 
que o art. 805, parágrafo único, do CPC, que se aplica no 
Processo do Trabalho, determina que ao executado que 
alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe in-
dicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob 
pena de manutenção dos atos executivos já determinados 
e o executado não indicou tal meio (0,45). 
0,00/ 0,45/ 
0,65 
 
B. Nenhuma medida processual seria cabível, uma vez 
que a reclamada não indicou um outro meio de execução 
mais eficaz e menos oneroso que o dinheiro (0,60) 
 
0,00/ 0,60 
 
9. (OAB/FGV – XIII Exame) Jocimar é auxiliar de laboratório, ganha R$ 2.300,00 mensais e ajuizou reclamação 
trabalhista contra a empresa Recuperação Fármacos Ltda., sua empregadora, requerendo o pagamento dos adi-
cionais de insalubridade e periculosidade. Designada perícia pelo juiz, foi constatado pelo expert que no local de 
trabalho o frio era excessivo, sem a entrega de equipamento de proteção individual adequado, além de perigoso, 
pois Jocimar trabalhava ao lado de um tanque da empresa onde havia grande quantidade de combustível arma-
zenado. Contudo, a empresa impugnou expressamente o laudo pericial, afirmando que o perito designado era um 
engenheiro de segurança do Trabalho, e não um médico do trabalho, como deveria ser. 
Diante do caso, responda: 
 
a) Analise, de acordo com a CLT, a possibilidade de condenação da empresa nos dois adicionais deseja-
dos, justificando. (Valor: 0,65) 
 
Na forma da do art. 193, § 2º, da CLT é impossível o deferimento de ambos os adicionais cumulativamente. O 
empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade ou periculosidade que porventura lhe seja devido. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 193, § 2º, CLT. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. 
 
b) Caso Jocimar postulasse o adicional de insalubridade, alegando que o ruído era excessivo, analise se 
seria possível o deferimento do adicional se a perícia constatou que o único elemento insalubre presente 
no local era o frio. Justifique. (Valor: 0,60) 
 
Seria possível, pois o juiz não fica adstrito ao agente agressor indicado pela parte, na forma da Súmula 293, do 
TST. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. Impossível o deferimento de ambos os adicionais cumu-
lativamente (0,45). 
Indicação do artigo 193, § 2º, da CLT OU NR 15, item 15.3 
do MTE (0,20). 
0,00/ 0,45/ 
0,65 
 
B. Seria possível, pois o juiz não fica adstrito ao agente 
agressor indicado pela parte (0,40). Indicação da Súmula 
nº 293, do TST (0,20). 
0,00/ 0,40/ 
0,60 
 
 
10. (OAB – FGV – XIV Exame) Dia 28/04 é feriado municipal em Tribobó do Oeste. Em ação ajuizada por Paulo, 
cuja sentença foi de improcedência, o último dia do prazo recursal recaiu em 28/04. Assim, o advogado de Paulo 
interpôs o recurso em 29/04, juntando cópia autenticada do diário oficial dispondo sobre o feriado local. O juiz 
substituto em exercício negou seguimento ao recurso em razão de intempestividade. 
Com base no caso apresentado, responda aos itens a seguir. 
 
a) Qual o recurso cabível desta decisão denegatória de seguimento ao recurso interposto por Paulo? Fun-
damente. (Valor: 0,60) 
 
É cabível o agravo de instrumento nos termos do art. 897, b, da CLT. 
 
b) O que deverá ser alegado por Paulo em seu recurso? Fundamente. (Valor: 0,65) 
 
Paulo deverá alegar que comprovou o feriado local no ato da interposição do recurso e, sendo feriado, o prazo 
estaria prorrogado para o primeiro dia útil seguinte (art. 775, §, único, CLT), na forma da súmula 385, I, do TST. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 775, Parágrafo único, CLT. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no 
primeiro dia útil seguinte. 
 
Súmula 385, TST. FERIADO LOCAL. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE FORENSE. PRAZO RECURSAL. PROR-
ROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. ATO ADMINISTRATIVO DO JUÍZO “A QUO” (redação alterada 
na ses- são do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012 – DEJT di- vulgado em 25, 26 e 
27.09.2012 
 
I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autori-
ze a prorrogação do prazo recursal. 
II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a decisão de admissibilidade certificar o 
expediente nos autos. 
III – Na hipótese do inciso II, admite-se a reconsideração da análise da tempestividade do recurso, mediante prova 
documental superveniente, em Agravo Re- gimental, Agravo de Instrumento ou Embargos de Declaração. 
 
Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. Agravo de Instrumento (0,40). Indicação art. 897, b, 
CLT (0,20) OU Embargos de Declaração (0,40). Indicação 
art. 897-A, CLT (0,20). 
0,00/ 0,40/ 
0,65 
 
B. Que comprovou o feriado local no ato da interposição 
do recurso e, assim, o prazo estaria prorrogado para o dia 
seguinte (0,45). Indicação Súmula 385, I ou III, TST OU 
art. 775, § único, CLT(0,20). 
0,00/ 0,45/ 
0,60 
 
 
11. (OAB – FGV – XIV Exame) Sérgio Alcântara moveu ação contra a empresa Delta Promoções e Imagens, da 
qual foi empregado, pleiteando o pagamento de indenização por dano moral de R$ 10.000,00 e horas extras. Na 
sentença foi deferido o pagamento de indenização por dano moral de R$ 5.000,00 e as horas extras no quantitati-
vo desejado na petição inicial. Somente a empresa interpôs recurso ordinário, e o TRT da Região manteve a sen-
tença em todos os seus aspectos. Então, o reclamante interpôs recurso de revista pretendendo a majoração da 
indenização por dano moral para R$ 10.000,00, tal qual desejado na exordial. 
 
 
 
 
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Diante da situação, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
 
a) Analise a possibilidade de Sérgio interpor recurso de revista no caso apresentado, justificando. (Valor: 
0,65) 
 
Não é cabível o recurso de revista por parte do reclamante, uma vez que houve aceitação tácita em relação à 
sentença, na forma do artigo 1.000 do CPC, quando não interpôs o recurso ordinário. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 1.000, CPC. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
 
b) Caso a empresa opusesse embargos declaratórios contra o acórdão proferido pelo TRT, informe em 
que situação, à luz da jurisprudência consolidada, o autor teria de ser intimado para se manifestar. (Valor: 
0,60) 
 
Caso nos embargos de declaração houvesse pedido de efeito modificativo, conforme OJ 142, I, do TST e art. 897-
A, § 2º, da CLT. 
 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Art. 897-A, § 2º, CLT. Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtu-
de da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
OJ 142, SDI-1, TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. VISTA À PARTE CONTRÁRIA 
(inserido o item II à redação) - Res. 178/2012, DEJT divulgado em 13, 14 e 15.02.2012 
I - É passívelde nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com efei- to modificativo sem que seja 
concedida oportunidade de manifestação prévia à parte contrária. 
 
Quesitos Avaliados 
Faixa de 
Valores 
Nota 
A. Não seria possível porque a decisão transitou em julga-
do em relação à Sérgio (0,45), ocorrendo preclusão ou de 
acordo com o Art. 507 CPC (0,20) OU Não seria possível 
porque houve aceitação tácita em relação à sentença 
(0,45). Indicação do art. 1.000, CPC. (0,20) 
0,00/ 0,40/ 
0,65 
 
B. Caso houvesse pedido de efeito infringente OU efeito 
modificativo (0,40). Indicação OJ 142, I, TST (0,20). 
0,00/ 0,45/ 
0,60 
 
 
12 - (OAB/FGV – I Exame de Ordem) Em reclamação trabalhista ajuizada em face da empresa “Y”, José postula 
assinatura da CTPS, horas extras e diferenças salariais com fundamento em equiparação salarial e pagamento de 
adicional de periculosidade. 
 
Na defesa oferecida, a empresa nega ter o empregado direito à assinatura da CTPS, dizendo ter o obreiro traba-
lhado como autônomo; quanto às horas extras, nega o horário alegado, se reportando aos controles de frequên-
cia, que demonstram, segundo alega, que o reclamante não as realizava; e, quanto às diferenças salariais, sus-
tenta que o reclamante era mais veloz e perfeito na execução do serviço do que o paradigma apontado. 
 
Considerando as normas processuais sobre a distribuição do ônus da prova, estabeleça, através de fun-
damentos jurídicos, a quem cabe o ônus da prova em relação a cada uma das alegações contidas na defe-
sa apresentada pelo reclamado? 
 
RESPOSTA: Quanto às horas extras, em sua defesa, o reclamado apenas nega o horário de trabalho alegado 
pelo autor, razão pela qual permanece com o reclamante o ônus da prova de suas alegações, uma vez que o tra-
balho além da 8ª e/ou 44ª semanais é fato constitutivo do direito do autor às horas extras. Nos termos do art. 818 
da CLT cabe a cada uma das partes comprovar as suas alegações. Dada a simplicidade do dispositivo citado 
aplica-se concomitantemente o art. 373, I, do CPC, segundo o qual é do autor o ônus da prova dos fatos constitu-
tivos de seu direito. 
Já em relação ao pedido de anotação da CTPS, a reclamada afirma que é indevida, pois o reclamante era autô-
nomo. Ao admitir a prestação de serviços, alegando, entretanto, a autonomia, opôs fato que impede o reconheci-
 
 
 
 
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12 
mento do vínculo de emprego, atraindo para si o ônus da prova. Nos termos do art. 818 da CLT cabe a cada uma 
das partes comprovar as suas alegações. Como já mencionado a simplicidade do dispositivo citado permite a 
aplicação concomitantemente do art. 373, II, do CPC, segundo o qual é do autor o ônus da prova dos fatos impe-
ditivos, modificativos e extintivos do direito do autor. 
Por fim, quanto ao pedido de diferenças salariais decorrentes da equiparação salarial, a reclamada confessa que 
o próprio reclamante era mais veloz e mais perfeito que o paradigma, sem opor qualquer fato impeditivo, modifica-
tivo ou extintivo do direito do autor. Nos termos do art. 389 do CPC há confissão, quando a parte admite a verdade 
de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. 
Diante da confissão, não existe mais qualquer prova a ser produzida, razão pela qual não há que se falar em ônus 
da prova (art. 374, II, CPC). 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Art. 389, CPC. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu 
interesse e favorável ao do adversário. 
 
Art. 374, CPC. Não dependem de prova os fatos: 
 
I - notórios; 
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III - admitidos no processo como incontroversos; 
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
 
Quesitos avaliados Notas Possíveis Nota 
HORAS EXTRAS 
Ônus da prova do emprega-
do, uma vez que reclamante 
apenas negou as horas ex-
tras (0,30); - Indicação das 
normas: arts. 818 da CLT c/c 
373, I, do CPC (0,1) 
0/ 0,10/ 0,30/ 0,40 
AUTONOMIA 
- Autonomia: ônus da prova 
do empregador que admitiu 
prestação de serviços - fato 
impeditivo (0,3) 
- Indicação das normas: art. 
818, CLT c/c 373, II, CPC 
(0,1) 
0/ 0,10/ 0,30/ 0,40 
EQUIPARAÇÃO 
- Equiparação salarial: não há 
que se falar em ônus da pro-
va – não há prova a produzir 
– confissão do empregador 
(0,4) 
- – Indicação das normas: 
arts. 374, II/CPC e 
Art.389/CPC (0,05) 
0/ 0,05/ 0,45 
 
SUGESTÃO DE REMISSÃO: no art. 818 da CLT, acrescentar o art. 373 do CPC. 
 
13. (OAB/FGV – I Exame da Ordem – questão 5) Vindo de sua cidade natal, Aracaju, José foi contratado na 
cidade do Rio de Janeiro, para trabalhar como pedreiro, em Santiago do Chile, para empregador de nacionalidade 
uruguaia. Naquela cidade lhe prestou serviços por dois anos, ao término dos quais foi ali dispensado. 
Retornando ao Brasil, o trabalhador ajuizou reclamação trabalhista, mas o Juiz, em atendimento a requerimento 
do reclamado, extinguiu o processo, sob o fundamento de que a competência para apreciar a questão é da justiça 
uruguaia, correspondente à nacionalidade do ex- empregador. 
Considere que entre Brasil, Chile e Uruguai não existe tratado definindo a questão da competência para a hipóte-
se narrada. 
 
 
 
 
 
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13 
a) O Juiz agiu acertadamente em sua decisão? Justifique. 
RESPOSTA: O juiz não agiu acertadamente em sua decisão, uma vez que nos termos do art. 651, § 2º, CLT, 
empregado brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro pode ajuizar sua reclamação no Brasil desde que 
não haja tratado internacional prevendo o contrário e no presente caso este não existe. 
b) Informe se cabe recurso da decisão proferida? 
Apesar do caráter interlocutório da decisão em apreço, trata-se de decisão terminativa do feito, cabendo recurso 
de imediato, nos termos do Art. 799, § 2º, da CLT. O recurso cabível neste caso é o recurso ordinário, cujo prazo é 
de 8 dias, nos termos do art. 895, I, CLT. 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Art. 651, CLT - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o 
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro 
local ou no estrangeiro. 
 
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios 
ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção inter-
nacional dispondo em contrário. 
 
Art. 799, CLT - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do 
feito, as exceções de suspeição ou incompetência. 
 
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, 
não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. 
 
Art. 895, CLT - Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
 
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; 
 
Quesitos avaliados Notas possíveis Nota 
Item A 
Afirmar que a decisão do juiz 
era incorreta (0,30); Indicar o 
art. 651, § 2º, CLT (0,30). 
0 / 0,30/ 0,60 
Item B 
Afirmar que apesar da decisão 
ter caráter interlocutório é ter-
minativa do feito (0,20); 
Indicar o art. 799, § 2º, CLT 
(0,20); 
Afirmar que o recurso cabível é 
o RO (0,20), segundo o art. 
895, I, CLT (0,05). 
 
0 / 0,05/ 0,2/ 0,25/ 0,40/ 0,45 
/0,6 /0,65 
 
 
 
SUGESTÃO DE REMISSÃO: no art. 651 destacar a palavra estrangeiro e incluir os arts. 2º e 3º, Lei 7064/82; no 
art. 799, § 2º, incluir a súmula 214, c, do TST e o art. 895, I, CLT. No art. 799, § 2º, da CLT marcar a expressão 
“terminativas do feito”.www.cers.com.br 
 
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