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Aula 09 Recurso Ordinário Aryanna Linhares

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
Recurso Ordinário 
 
4.1. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
São duas as hipóteses de cabimento do recurso ordinário e encontram-se previstas no artigo 895 da CLT, em seus 
incisos I e II. 
 
• Primeira hipótese de RO (inciso I) 
Art. 895 da CLT. Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e 
O recurso é composto por folha de rosto, dirigida ao juiz que proferiu a decisão, e pelas folhas de razões, endereça-
das ao TRT. 
 
• Segunda hipótese de RO (inciso II) 
Art. 895 da CLT. Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no 
prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. 
Neste caso, a folha de rosto é dirigida ao presidente do TRT e a folha de razões para o TST. 
 
São ações de competência originária do TRT aquelas em que a lei estabelece que: 
• devem ser ajuizadas perante o TRT; 
• o TRT funcionará como órgão de 1
a
 instância. 
 
A ação rescisória e o mandado de segurança são exemplos de ações de competência originária de Tribunais. 
 
a) Ação rescisória 
A legislação vigente estabelece que se a decisão a ser desconstituída trata-se de uma sentença proferida pelo juiz 
do trabalho, a ação rescisória deverá ser dirigida ao Tribunal Regional do Trabalho. Caso a decisão a ser rescindida 
seja proferida pelo TRT, a competência será do próprio Tribunal de onde se originou o acórdão. Por fim, se o acór-
dão a ser desconstituído foi proferido pelo TST, a competência para processar e julgar a ação rescisória é do próprio 
Tribunal Superior do Trabalho. 
 
A Súmula n
o
 158 do TST estabelece que cabe RO da decisão do TRT em ação rescisória: 
Súmula n
o
 158 do TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário 
para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista. 
 
EM SÍNTESE: 
 
COMPETÊNCIA – 
AÇÃO RESCISÓRIA 
Decisão a ser 
desconstituída 
Juízo 
competente 
Sentença TRT 
TRT TRT 
TST TST 
 
 
b) Mandado de segurança 
Segundo Mauro Schiavi,
1
 
em razão do aumento da competência da Justiça do Trabalho, os Mandados de Segurança passaram a ser cabíveis 
contra atos de outras autoridades, além das judiciárias, como nas hipóteses dos incisos III e IV do art. 114, da CF, em 
 
1 SCHIAV, Mauro., op. cit., 2010. p. 1.178. 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
face dos Auditores Fiscais e Delegados do Trabalho, Oficiais de Cartório que recusam o registro de entidade sindical, e 
até mesmo atos dos membros do Ministério Público do Trabalho em Inquéritos Civis Públicos, uma vez que o inciso IV 
do art. 114 diz ser da competência da justiça trabalhista o mandamus quando o ato questionado envolver matéria sujei-
ta à sua jurisdição. 
 
Atente-se para o disposto no artigo 114 da Constituição da República: 
Art. 114 da CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (...) III – as ações sobre representação sindical, 
entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, 
habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (...) 
 
A depender de quem seja a autoridade coatora, a lei estabelece o juízo competente para processar e julgar o man-
dado de segurança, conforme exposto no quadro a seguir: 
 
COMPETÊNCIA – MANDADO DE SEGURANÇA 
Autoridade coatora Juízo competente 
Auditor fiscal do trabalho; 
Superintendente regional do trabalho; 
Oficial de cartório (quando recusar-se a registrar a 
entidade sindical); 
Membro do Ministério Público do Trabalho (inquéritos 
civis). 
JUIZ 
JUIZ TRT 
TRT TRT 
TST TST 
 
A Súmula n
o
 201 do TST estabelece que das decisões dos TRTs em mandado de segurança cabe RO para o TST. 
Observe: 
Súmula n
o
 201 do TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordiná-
rio, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e 
interessados apresentarem razões de contrariedade. 
 
VALE RELEMBRAR: Há decisões interlocutórias que são impugnáveis de imediato, por meio de recurso 
ordinário. É o caso, por exemplo, do recurso ordinário da decisão interlocutória do juiz do trabalho que aco-
lhe a exceção de incompetência territorial e remete os autos para juízo subordinado a outro TRT, por ser 
terminativa do feito, à luz do artigo 799, § 2
o
, da CLT e da Súmula n
o
 214, “c”, do TST. Comprove: 
 
Art. 799 do CLT. Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do 
feito, as exceções de suspeição ou incompetência. § 1
o
 As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. 
§ 2
o
 Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não 
caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. 
 
Súmula n
o
 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE. Na Justiça do Trabalho, nos termos 
do art. 893, § 1
o
, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: c) 
que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a 
que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2
o
, da CLT. 
 
4.2. FOLHA DE ROSTO DO RECURSO ORDINÁRIO 
O recurso ordinário é formado pela folha de rosto e pela folha de razões. A folha de rosto é dirigida para o juízo a 
quo, para que seja realizado o primeiro exame dos pressupostos de admissibilidade do recurso (legitimidade, capa-
cidade, interesse processual, tempestividade, depósito, custas e regularidade de representação, entre outros). Pre-
enchidos os pressupostos, o juízo a quo recebe o recurso, abre vista à outra parte para apresentar as contrarra-
zões no prazo de 8 (oito) dias, conforme estabelece o artigo 900 da CLT e, em seguida, remete os autos para o 
 
 
 
 
 
 
 
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4 
Tribunal ad quem, que analisará o mérito e julgará o recurso. 
Como a folha de rosto é endereçada ao juízo que proferiu a decisão recorrida, que analisará os pressupostos de 
admissibilidade, sugerimos que nessa folha sejam apresentados os pressupostos de admissibilidade do recurso, 
bem como o requerimento de intimação da outra parte para que ofereça contrarrazões e, por fim, a remessa dos 
autos ao juízo ad quem. 
 
Veja o exemplo: 
 
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA ____ VARA DO TRABALHO DE ____. 
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em que con-
tende com NOME DO RECORRIDO, também qualificado, vem, respeitosamen-
te, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assina-
do, com fulcro no artigo 895, I, da CLT, INTERPOR: 
RECURSO ORDINÁRIO 
para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da ____ Região. 
Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso, 
dentre os quais se destacam a legitimidade, a capacidade, o interesse proces-
sual, a tempestividade e a regularidade de representação. Além destes, ressal-
tam-se também: 
a) Depósito recursal: recolhido, no valor de R$ ____, no prazo do recurso, por 
meio da guia GFIP. 
b) Custas Processuais: recolhidas no valor de R$ ____, correspondentes a 
2% do valor da condenação, no prazo do recurso, por meio da guia GRU ane-
xa. 
Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso,a intimação da 
outra parte para apresentar as contrarrazões ao recurso ordinário no prazo de 
8 dias, nos termos do artigo 900 da CLT e a posterior remessa ao Egrégio Tri-
bunal Regional do Trabalho da ____ Região. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB n° 
 
Segue a análise individualizada de cada um dos itens da folha de rosto: endereçamento, qualificação, pressupostos 
de admissibilidade e requerimentos. 
 
a) Endereçamento 
A folha de rosto deve ser endereçada ao Juízo que proferiu a decisão. Portanto, se a proposta apresentar um caso 
em que tenha sido proferida uma sentença (art. 895, I, da CLT), a folha de rosto deve ser dirigida ao juiz do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
Exemplos: 
 
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO ____ VARA DO TRABALHO DE 
______________. 
Caso o RO seja de uma decisão do TRT em uma ação de sua competência 
originária, o recurso deve ser dirigido ao presidente do TRT. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 
____ REGIÃO. 
 
b) Qualificação 
A qualificação do recurso ordinário é simples, visto que, em regra, tanto o recorrente quanto o recorrido já se mani-
festaram nos autos, de modo que se dispensa a qualificação completa das partes, a qual será substituída pela ex-
pressão “já qualificado nos autos em epígrafe” para o recorrente e “também qualificado” para o recorrido. 
 
Exemplo: 
 
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em que con-
tende com NOME DO RECORRIDO, também qualificado, vem, respeitosa-
mente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante 
assinado, com fulcro nos artigos 895, I, da CLT, INTERPOR: 
RECURSO ORDINÁRIO 
para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região 
 
c) Pressupostos de admissibilidade 
Sugerimos que os seguintes pressupostos de admissibilidade sejam mencionados na folha de rosto do recurso ordi-
nário: legitimidade, capacidade, interesse processual, tempestividade, regularidade de representação, depósito re-
cursal e custas processuais. 
 
Quanto à legitimidade, capacidade, interesse processual, tempestividade e regularidade de representação basta 
afirmar que estão presentes. Já em relação ao depósito recursal e custas processuais, quando necessário para a 
interposição do recurso, sugerimos que sejam detalhados da seguinte maneira: 
 
Em relação ao depósito recursal três informações são necessárias: valor do depósito, prazo do recolhimento do 
depósito e guia de recolhimento. 
 
DEPÓSITO 
RECURSA
L 
No valor de R$ ______; 
No prazo de ________; 
Por meio da guia GFIP. 
 
Súmula n
o
 245 do TST. O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição 
antecipada deste não prejudica a dilação legal. 
 
Súmula n
o
 426 do TST. DEPÓSITO RECURSAL. UTILIZAÇÃO DA GUIA GFIP. OBRIGATORIEDADE (editada em 
decorrência do julgamento do processo TST-IUJEEDRR 91700-09.2006.5.18.0006) – Res. 174/2011, DEJT divulgado 
em 27, 30 e 31.05.2011. Nos dissídios individuais o depósito recursal será efetivado mediante a utilização da Guia de 
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP –, nos termos dos §§ 4
o
 e 5
o
 do art. 899 da CLT, 
admitido o depósito judicial, realizado na sede do juízo e à disposição deste, na hipótese de relação de trabalho não 
submetida ao regime do FGTS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
Vale relembrar as hipóteses em que não será realizado o depósito. Nestas, o Reclamado deixa de mencionar o de-
pósito recursal na prova. Verifique: 
 
Parte Recorrente 
Condenação 
em pecúnia 
Depósito Fundamento 
Reclamante – Não 
Art. 899, § 4
o
, da 
CLT 
Reclamado Não Não 
Súmula n
o
 161 do 
TST 
Reclamado Sim Sim Art. 899 da CLT 
Reclamado: massa 
falida 
Sim Não 
Súmula n
o
 86 do 
TST 
Reclamado: empresa 
em recuperação 
judicial 
Sim Sim 
Súmula n
o
 86 do 
TST 
Fazenda Sim Não 
Art. 1°, IV, do DL 
n
o
 779/69 
 
Por fim, as custas processuais, assim como o depósito recursal, podem variar em razão da parte recorrente e da 
fase processual. 
 
As custas processuais SEMPRE serão pagas pela parte vencida na fase de conhecimento. O recolhimento é efetua-
do por meio de GUIA GRU dentro do prazo de interposição de recurso, no importe de 2% (dois por cento) sobre o 
valor da condenação ou do acordo, e se não houver, sobre o valor da causa. 
 
Confira os exemplos a seguir: 
Exemplo 1: Sentença de total improcedência – Recurso do Reclamante (vencido). 
 
As custas processuais foram recolhidas no valor de R$ _____, correspondente 
a 2% (dois por cento) do valor da causa, no prazo do recurso, por meio de 
guia GRU anexa. 
 
Exemplo 2: Sentença parcialmente procedente – Sucumbência recíproca, Reclamado é a parte vencida – RO inter-
posto pelo Reclamado (empregador). 
 
As custas processuais foram recolhidas no valor de R$ _____, correspondente 
a 2% (dois por cento) do valor da condenação, no prazo do recurso, por meio 
da guia GRU anexa. 
 
Exemplo 3: Sentença parcialmente procedente – Reclamado é a parte vencida – RO interposto pelo Recla-
mante (empregado): como o Reclamado é o vencido o recorrente (Reclamante) não pr ecisa recolher custas, 
não precisando tratar das mesmas na folha de rosto do RO. 
 
Exemplo 4: Recorrente, vencido, é beneficiário da justiça gratuita: neste caso o recorrente não precisa recolher cus-
tas, porém convém justificar o não recolhimento na folha de rosto do RO, já que a ele cabia o recolhimento. 
 
As custas processuais não foram recolhidas, tendo em vista que o Recorrente 
é beneficiário da justiça gratuita, nos termos do artigo 790, § 3
o
, da CLT e, por-
tanto, isento do referido recolhimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
d) Requerimentos finais 
 
Exemplo: 
 
Diante do exposto, requer-se o recebimento do presente recurso, a intimação 
da outra parte para apresentar as contrarrazões ao recurso ordinário, no prazo 
de 8 dias, conforme estabelece artigo 900 da CLT e, a posteriormente, a re-
messa para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da _____ Região. 
 
4.3. FOLHA DE RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
 
A folha de razões, por sua vez, é o recurso propriamente dito. Pode ser composta pelos seguintes tópicos: 
I) Preliminares de Mérito; 
II) Prejudiciais de Mérito; 
III) Mérito; 
IV) Requerimentos Finais. 
 
Segue o exemplo: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO. 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
A respeitável sentença não merece ser mantida, razão pela qual requer a sua 
reforma. 
I – PRELIMINAR DE MÉRITO 
II – PREJUDICIAL DE MÉRITO 
III – MÉRITO 
O juiz julgou procedente (improcedente) o pedido ____. (Fatos) 
A sentença não merece ser mantida, pois ____. (Fundamentos) 
Diante do exposto, requer a reforma da sentença para ____. (Pedido) 
IV – REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto, requer o conhecimento do presente recurso, bem como o 
acolhimento da preliminar de mérito para ____ sucessivamente, o acolhimento 
da prejudicial de mérito para ____ e, sucessivamente, ainda, no mérito, o seu 
provimento, para fins de reforma da sentença para ____. 
Nestes termos, 
Pede deferimento, 
Local e data 
Advogado 
OAB n° 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
Segue a análise individualizada de cada um dos itens da folha de razões: endereçamento, preliminares, prejudiciais, 
mérito e requerimentos finais. 
 
a) Endereçamento 
A folha de razões do recurso ordinário deve ser endereçada ao TRT, na circunstância do artigo 895, I, da CLT (deci-
são proferida por um juiz do trabalho – sentença) ou para o TST, na hipótese do artigo 895, II, da CLT(decisão pro-
ferida pelo TRT em ações de sua competência originária), à luz dos exemplos a seguir. 
 
Exemplo 1: Artigo 895, I, da CLT: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ REGIÃO. 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
A respeitável sentença não merece ser mantida, razão pela qual requer a sua 
reforma. 
 
Exemplo 2: Artigo 895, II, da CLT: 
 
COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
O respeitável acórdão não merece ser mantido, razão pela qual requer a sua 
reforma. 
 
b) Preliminares de mérito 
Carlos Henrique Bezerra Leite
2
 entende que: “O recurso ordinário pode ser manejado tanto para a correção dos erro-
res in judicando quanto dos errores in procedendo, logo, sua finalidade pode ser a de reformar (função rescisória do 
recurso), corrigindo as injustiças ou reexaminando as provas, ou a de anular (função rescindente) a sentença, res-
pectivamente”. 
 
SENTENÇ
A 
 Error in 
procedendo 
 Preliminar de 
mérito 
 Error in 
judicando 
 Mérito do RO 
 
 
As preliminares de mérito do recurso ordinário estão relacionadas com as nulidades processuais, em outras pala-
vras, com os vícios do processo, que ensejam a nulidade da decisão proferida (error in procedendo). Logo, as alega-
ções do recorrente em preliminar de mérito versam sobre matéria processual, nesse momento não se discute o méri-
to. 
 
No tópico da preliminar de mérito requer-se: 
• a nulidade da sentença; e 
• o retorno dos autos ao juízo a quo; 
 
Os exemplos mais comuns no exame de ordem são: 
• nulidade de citação; 
• cerceamento de defesa (exemplos: Súmula n
o
 357 do TST e ausência de prova pericial quando há pedido de 
adicional de periculosidade ou insalubridade). 
 
 
 
 
 
2 BEZERRA LEITE, Carlos Henrique, op. cit., 7. ed. São Paulo: LTr, 2009. p. 671. 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
Exemplo: 
 
I – PRELIMINAR 
1. Cerceamento de defesa 
O Reclamante postulou adicional de horas extras e para comprová-las levou 
duas testemunhas em audiência. O juiz indeferiu a sua oitiva por estarem liti-
gando contra o Reclamado, sob protestos daquele. (Fatos) 
Segundo a Súmula n
o
 357 do TST, não torna suspeita a testemunha o simples 
fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. Tal inde-
ferimento da prova implica o cerceamento de defesa e, portanto, a violação ao 
artigo 5°, LV da CF. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno dos autos para o 
juízo a quo, a fim de que seja reaberta a instrução processual e ouvida a tes-
temunha. 
Sucessivamente, caso não seja acolhida a Preliminar, requer a análise dos 
demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
 
Também devem ser tratadas em preliminar de recurso ordinário as matérias de ordem pública arguidas pela 
primeira vez no processo, como é o caso, por exemplo, da incompetência absoluta, da litispendência e da 
coisa julgada. Nesses casos, o pedido é de extinção da ação. 
Ressalte-se, entretanto, que se a matéria de ordem pública já tiver sido abordada na sentença, o pedido de reforma 
de sua decisão deve ser feito no mérito do recurso ordinário, e não em preliminar. Quando o magistrado julga mal 
determinada matéria, ainda que ela se relacione com questões processuais, incorre em error in judicando, devendo 
ser tratada no mérito do recurso. 
 
EM SÍNTESE 
 
Matérias de ordem pública arguidas pela primeira vez no processo em sede de RO, sobre as quais o juiz não se 
pronunciou em sentença, devem ser alegadas em preliminar de recurso. O pedido será de extinção do processo ou de 
determinado pedido, ou, ainda, em relação a alguma(s) parte(s). 
 
Matérias de ordem pública decididas em sentença: com o objetivo de pedir a reforma da decisão quanto a elas, 
devemos abordá-las no mérito do RO, ainda que a reforma implique a extinção do processo. 
 
Segue exemplo de matéria de ordem pública arguida em preliminar de recurso ordinário. 
 
I – PRELIMINAR 
1. Coisa Julgada 
O Reclamante propôs esta mesma reclamação trabalhista em maio de 2008, a 
qual foi julgada totalmente improcedente, tendo a decisão transitado em julga-
do em outubro de 2010, conforme se observa pela certidão em anexo. Nesta 
ação, entretanto, a sentença deferiu parcialmente os pedidos do autor. (Fato) 
A propositura da presente reclamação viola a coisa julgada (art. 5
o
, XXXVI, da 
CF), que segundo estabelece o artigo 337, §§ 1
o
 e 4
o
, do CPC, verifica-se 
quando se repete a ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba 
recurso. (Fundamento) 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, 
nos moldes do artigo 485, V, do CPC. 
Sucessivamente, caso não seja acolhida a Preliminar, requer a análise dos 
demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
 
Na finalização do tópico das preliminares de mérito, bem como das prejudiciais de mérito, deve-se requerer, sucessi-
vamente, que em não sendo acolhidas, o juízo passe à análise dos demais itens a seguir expostos. 
 
c) Prejudiciais de mérito 
As prejudiciais de mérito englobam os assuntos relacionados à prescrição e à decadência, matéria que, se acolhida, 
obsta a análise do direito material, pois enseja a extinção do processo COM resolução do mérito. 
 
Tanto o Reclamado quanto o Reclamante poderão tratar da prescrição na prejudicial de mérito. Certamente, o 
Reclamante não arguirá pela primeira vez a prescrição em sede de recurso ordinário, mas poderá postular a 
reforma da sentença que acolher mal a prescrição. Como exemplo, podemos citar a sentença em que o juiz 
acolhe a prescrição bienal, extinguindo o processo com resolução do mérito. Em prejudicial de mérito, no RO, o 
Reclamante poderá arguir que não decorreu mais de 2 anos entre a extinção do contrato de trabalho e o aju i-
zamento da ação, com o objetivo de afastar o acolhimento da prescrição e a consequente extinção do processo. 
Por outro lado, da sentença que não acolhe a prescrição bienal, poderá ser interposto RO pelo Reclamado, reque-
rendo o seu acolhimento. 
 
O Reclamado poderá, ainda, arguir a prescrição pela primeira vez em sede de RO, conforme autoriza a Súmula n
o
 
153 do TST, que dispõe: 
 
Súmula n
o
 153 do TST. Não se conhece de prescrição não arguida na instância ordinária. 
Na Justiça do Trabalho, a instância ordinária compreende o Juízo de 1
o
 grau, bem como os Tribunais Regionais do 
Trabalho. 
 
EM SÍNTESE: 
 
PRESCRIÇÃ
O 
SE O JUIZ 
Tratou da 
prescrição 
na sentença 
Poderão recorrer 
Reclamante e Reclamado: se o juiz julgou 
mal. 
PEDIR: reforma da sentença; 
Não tratou 
da 
prescrição 
Reclamado 
Deverá lembrar a Súmula n
o
 153 do TST, ou 
seja, que o Reclamado poderá arguir a 
prescrição pela primeira vez em sede de RO. 
Buscar: prescrição bienal, quinquenal e total. 
PEDIR: extinção do processo com resolução 
do mérito (art. 487, II, do CPC). 
 
Seguem exemplos: 
Exemplo 1: RO interposto pelo Reclamante em face de sentença que acolheu a prescrição bienal. 
 
II – PREJUDICIAL DE MÉRITO 
1. Prescrição bienal 
O juiz acolheu a prescrição bienal muito embora a reclamatória trabalhista 
tenha sido ajuizada antes de decorridos dois anos do término do contrato de 
trabalho. (Fatos) 
 
 
 
 
 
 
 
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A sentença não merece ser mantida, pois consoante os artigos 7
o
, XXIX, da 
CF e 11, I, da CLT e a Súmula n
o
 308, I, do TST, a ação, quanto a créditos 
resultantes das relações de trabalho, prescreve dois anos após a extinção do 
contrato de trabalho. Ocorre que é de apenas 1 ano o lapso temporal entre a 
extinção do contrato de trabalho e a propositura da reclamatória trabalhista.(Fundamento) 
Diante do exposto, requer a reforma da sentença, a fim de que seja afas-
tada a prescrição bienal. Sucessivamente, requer também a análise do mé-
rito. (Pedido) 
 
Exemplo 2: RO interposto pelo Reclamado arguindo, pela primeira vez, a prescrição bienal. 
 
O juízo a quo condenou o Reclamado ao pagamento das verbas rescisórias 
oriundas do contrato de trabalho extinto no dia 10 de fevereiro de 2007, inobs-
tante o ajuizamento da ação tenha ocorrido apenas em maio de 2011. (Fatos) 
Segundo os artigos 7
o
, XXIX, da CF e 11, I, da CLT e a Súmula n
o
 308, I, do 
TST, opera-se a prescrição bienal quando o ajuizamento de reclamatória traba-
lhista ocorrer após o prazo de dois anos contados do término do contrato de 
trabalho. A ação in casu já ultrapassou o limite legal, tendo em vista que a re-
clamatória foi proposta em abril de 2011. Ademais, cumpre ressaltar que a 
Súmula n
o
 153 do TST, admite o conhecimento da prejudicial ora arguida 
por se tratar de instância ordinária. (Fundamento) 
Diante do exposto, requer a extinção do processo, com resolução do mérito, 
com base no artigo 487, II, do CPC e, sucessivamente, caso não seja acolhida 
a prejudicial de mérito, a análise dos demais itens a seguir expostos. (Pedido) 
 
d) Mérito 
As alegações do recurso ordinário devem atacar a sentença, tendo em vista que o recurso é interposto em face des-
sa decisão e visa a sua reforma. Portanto, o mérito do RO deve demonstrar os fatos e fundamentos que dão ensejo 
à reforma da decisão recorrida. 
 
É aconselhável que cada argumento seja desenvolvido em um tópico específico, cujo título evidencie a m a-
téria alegada, pois isso garantirá clareza e objetividade à prova prático-profissional. Na finalização de cada 
tópico do mérito deve-se requerer a reforma da sentença. 
 
Exemplo: RO do Reclamante. 
 
III – MÉRITO 
1. Horas extras 
O juízo a quo julgou improcedente o pedido de condenação do Reclamado 
ao pagamento de horas extras, bem como os seus reflexos, em DSR, aviso-
prévio, 13
o
 salário, férias acrescidas do terço constitucional (1/3), FGTS (depó-
sitos e multa de 40%). (Fatos) 
A sentença não merece ser mantida, pois restou comprovada a jornada ex-
traordinária, por meio da confissão do preposto do Recorrido, o qual afirmou 
que a jornada de trabalho do Recorrente somava 50 horas semanais. (Funda-
mento) 
 
 
 
 
 
 
 
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Diante do exposto, requer a reforma da sentença para incluir na condenação o 
pagamento das horas extraordinárias, assim consideradas todas as horas ex-
cedentes da 8
a
 diária e 44
a
 semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos ter-
mos do artigo 7
o
, XVI, da CF, bem como os seus reflexos. (Pedido) 
 
e) Requerimentos finais 
Nos requerimentos finais do recurso ordinário deve-se protestar pelo: 
• conhecimento do recurso; 
• acolhimento das preliminares para ____ (se houver); 
• sucessivamente, o acolhimento das prejudiciais para ____ (se houver); e 
• sucessivamente, no mérito, provimento do recurso para fins de reforma da sentença para ____. 
 
Segue exemplo: 
 
Diante do exposto, requer o conhecimento do recurso, bem como o acolhi-
mento da preliminar de mérito para ____, sucessivamente, o acolhimento da 
prejudicial de mérito para ____. Sucessivamente, no mérito, requer o seu 
provimento, para fins de reforma da sentença para ____. 
FINALIZE A SUA PEÇA! 
Após a conclusão de todos os tópicos é preciso finalizar a peça da seguinte 
maneira: 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado

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