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Aula 15 Apostilas de Mandado de Segurança Ação Rescisória e Ação Possessória

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1 
 
 
 
 
 
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2 
Mandado de Segurança 
 
1. PREVISÃO LEGAL 
 
O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5
o
, LXIX, da CF e está disciplinado pela Lei n
o
 12.016/2009. 
 
Art. 5
o
, LXIX, da CF. LXIX – Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado 
por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; (...) 
 
Art. 1
o
 da Lei n
o
 12.016/2009. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não ampa-
rado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou 
jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam 
quais forem as funções que exerça. 
§ 1
o
 Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os 
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no 
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
§ 2
o
 Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empre-
sas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
§ 3
o
 Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de 
segurança. 
 
Este remédio constitucional visa a proteger qualquer direito líquido e certo do cidadão, salvo o direito de locomoção e 
o direito de acesso às informações pessoais, que são protegidos pelo habeas corpus e habeas data, respectivamen-
te. 
 
Marcus Vinicius Corrêa Bittencourt
1
 explica que “direito líquido e certo é aquele que não demanda posteriormente a 
produção de prova, uma vez que o direito já está comprovado documentalmente ou reconhecido pela autoridade 
coatora”. 
 
O artigo 5
o
, LXX, da CF prevê o mandado de segurança coletivo, que pode ser impetrado pela organização sindical, 
dentre outras entidades. 
 
Art. 5
o
, LXX, da CF. LXX – O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com represen-
tação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; (...) 
Conclui-se que o mandado de segurança é ação utilizada, diante da inexistência de outro meio jurídico, para 
proteger um direito líquido e certo, que fora violado por um ato de autoridade. O mandado de segurança pode 
compelir a autoridade pública a praticar ou deixar de praticar algum ato. 
 
2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
Inicialmente, apenas os TRTs e o TST tinham competência para apreciar e julgar mandado de segurança, visto que os 
artigos 652 e 653 da CLT não incluem o mandado de segurança no âmbito da atuação jurisdicional dos órgãos de pri-
meira instância. 
Contudo, explica Mauro Schiavi
2
 que “com o advento da EC n
o
 45/2004, que modificou substancialmente o artigo 114 
da CF, parece-nos que a Vara do Trabalho será funcionalmente competente para processar e julgar mandado de segu-
rança em que o empregador pretenda discutir a validade do ato praticado – penalidade – pela autoridade administrativa 
encarregada da fiscalização das relações do trabalho”. 
 
Art. 114, VII, da CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (...) VII – as ações relativas às penalidades 
administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (...) 
 
 
 
 
1 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Curso de direito constitucional. 2. ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2008. p. 90. 
2 BEZERRA LEITE. Carlos Henrique, op. cit., 7. ed. São Paulo: LTr, 2009. p. 997. 
 
 
 
 
 
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3 
3. SÚMULAS E OJS IMPORTANTES RELATIVAS AO MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Art. 23 da Lei n
o
 12.016/2009. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e 
vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
 
Súmula n
o
 632 do STF. É constitucional lei que fixa PRAZO DE DECADÊNCIA para a impetração do Mandado de 
Segurança. 
 
Súmula n
o
 512 do STF. Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança. 
 
Súmula n
o
 105 do STJ. Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatícios. 
 
Súmula n
o
 266 do STF. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
 
Súmula n
o
 267 do STF. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. 
 
Súmula n
o
 268 do STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. 
 
Súmula n
o
 33 do TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado. 
 
OJ n
o
 99 da SDI-2 do TST. Mandado de segurança. Esgotamento de todas as vias recursais disponíveis. Trânsito em 
julgado formal. Descabimento. Esgotadas as vias recursais existentes, não cabe mandado de segurança. 
 
Súmula n
o
 201 do TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordiná-
rio, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e 
interessados apresentarem razões de contrariedade. 
 
OJ n
o
 148 da SDI-2 do TST. É responsabilidade da parte, para interpor recurso ordinário em mandado de segurança, a 
comprovação do recolhimento das custas processuais no prazo recursal, sob pena de deserção. 
 
OJ n
o
 67 da SDI-2 do TST. Não fere direito líquido e certo a concessão de liminar obstativa de transferência de empre-
gado, em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT. 
 
OJ n
o
 92 da SDI-2 do TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante 
recurso próprio, ainda que com efeito diferido. 
 
OJ n
o
 98 da SDI-2 do TST. É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a incom-
patibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia, inde-
pendentemente do depósito. 
 
OJ n
o
 137 da SDI-2 do TST. Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do empregado, ainda que 
detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em que se apure a falta grave a ele imputada, na forma 
do art. 494, caput e parágrafo único, da CLT. 
 
Súmula 414, TST. MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA 
(nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugna- ção pela via do mandado de segurança, por ser 
impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao re- curso ordinário mediante 
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por apli- cação 
subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5o, do CPC de 2015. 
II - No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, 
em face da inexistên- cia de recurso próprio. 
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava 
a concessão ou o in- deferimento da tutela provisória. 
 
Súmula 417, TST. MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO(alterado o item I, atualizado o item II e 
cancelado o item III, mo- dulando-se os efeitos da presente redação de forma a atingir uni- camente as penhoras em 
dinheiro em execução provisória efeti- vadas a partir de 18.03.2016, data de vigência do CPC de 2015) - Res. 
212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016 
 
 
 
 
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4 
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que de- termina penhora em dinheiro do executado para 
garantir crédito exe- quendo, pois é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do 
CPC de 1973). 
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os valo-
res penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do 
CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de 1973). (ex-OJ no 61 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000). 
 
4. ESTRUTURA DO MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Verifique a estrutura da petição do mandado de segurança: 
I – Fatos; 
II – Requisitos Específicos; 
III – Mérito; 
IV – Liminar; e 
V – Requerimentos Finais. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 
_____ REGIÃO 
NOME DO IMPETRANTE, qualificação e endereço completos, vem, respeito-
samente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante 
assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço comple-
to, onde recebe intimações e notificações, com fulcro nos artigos 5
o
, LXIX, e 
114, IV, da Constituição Federal e art. 1° da Lei n
o
 12.016/09, IMPETRAR: 
MANDADO DE SEGURANÇA com pedido de liminar 
contra o ato do Juiz da Vara do Trabalho de ________, proferido nos autos da 
RT n°, em que figura no polo passivo ___________, qualificação e endereço 
completos, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I – FATOS 
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS 
1. Do cabimento 
Art. 5
o
, II, da Lei n
o
 12.016/2009 – Não se concederá mandado de segurança 
quando se tratar: 
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
OJ n
o
 92 da SDI-2 do TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão 
judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito 
diferido. 
Súmula n
o
 267 do STF. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial 
passível de recurso ou correição. 
2. Da tempestividade 
Art. 23 da Lei n
o
 12.016/2009. O direito de requerer mandado de segurança 
extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo 
interessado, do ato impugnado. 
III – MÉRITO 
 
 
 
 
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5 
1. Do direito líquido e certo e do abuso de poder ou da ilegalidade do ato 
(o título variará conforme o caso apresentado na prova) 
§ 1
o
 Fato 
§ 2
o
 Fundamento 
§ 3
o
 Pedido. Diante do exposto, requer a concessão de segurança para sus-
pender o ato da autoridade coatora. 
IV – LIMINAR 
§ 1
o
 Encontram-se presentes os requisitos autorizadores da concessão de 
segurança em caráter liminar, previstos no art. 7°, III, da Lei n
o
 12.016/2009. 
Observe: 
FUNDAMENTO RELEVANTE = (...) 
RESULTAR A INEFICÁCIA DA MEDIDA = (...) 
Diante do exposto, requer, em caráter liminar, a concessão de segurança para 
a imediata suspensão do ato que (...) 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto, requer: 
a) a concessão da segurança em caráter liminar, conforme previsto no artigo 
7
o
, III, da Lei n
o
 12.016/2009, sem a oitiva da outra parte, para que se suspen-
da de imediato o ato (...); 
b) a notificação da autoridade coatora para que preste informações no prazo de 
10 (dez) dias, nos moldes do artigo 7
o
, I, da Lei n
o
 12.016/2009; 
c) a intimação do Sr.(a) ____ (das outras partes no processo) para integrar a 
lide como litisconsorte(s) passivo(s); 
d) se abra vista ao Ministério Público do Trabalho para que se manifeste sobre 
o feito, no prazo de 10 dias, conforme o artigo 12 da Lei n
o
 12.016/2009; 
e) a intimação do Advogado-Geral da União, dando-se ciência da impetração 
do presente mandado de segurança, nos exatos termos dos artigos 6
o
 e 7
o
, II, 
da Lei n
o
 12.016/2009; 
f) oportuno salientar que as provas pré-constituídas dos fatos alegados que 
asseguram o direito líquido e certo se encontram anexas, quais sejam: (se a 
proposta fizer referência a algum tipo de prova é aconselhável incluí-las no 
MS); 
g) a concessão da segurança em caráter definitivo, confirmando-se os termos 
da liminar acima referida. 
Atribui-se à causa o valor de _____. 
Nestes termos, 
Pede deferimento, 
Local e data. 
Advogado 
 
 
 
 
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6 
OAB n
o
 
 
Ação Rescisória 
 
1. PREVISÃO LEGAL 
 
A ação rescisória está prevista no artigo 836 da CLT, o qual determina que se apliquem os artigos 966 a 975 do Có-
digo de Processo Civil. 
 
Além destes, por se tratar de uma nova ação, deve atender também aos requisitos do artigo 319 do CPC, que regula 
a petição inicial. 
 
Senten
ça 
Juiz 
 
Não 
há 
recurs
o 
 Trânsito 
julgado 
 
• Execução definitiva 
• Ação Rescisória (art. 966 
do CPC) 
 
A ação rescisória no Processo Civil, de acordo com o artigo 968, I, do CPC, está sujeita a um depósito prévio de 5% 
sobre o valor da causa. No entanto, no Processo do Trabalho o depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa, 
salvo prova de miserabilidade (art. 836 da CLT). 
 
Art. 836 da CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os ca-
sos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do 
Título IX da Lei n
o
 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% 
(vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. 
Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe deu 
origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão de trânsito em julgado. 
 
Art. 968 do NCPC. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o 
autor: 
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo; 
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, 
por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. 
§ 1
o
 Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o bene-
fício de gratuidade da justiça. 
§ 2
o
 O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos. 
§ 3
o
 Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo 
inciso II do caput deste artigo. 
§ 4
o
 Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332. 
§ 5
o
 Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a peti-
ção inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda: 
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2
o
 do art. 966; 
II - tiver sido substituída por decisão posterior. 
§ 6
o
 Na hipótese do § 5
o
, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os fundamentos de 
defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente. 
 
2. HIPÓTESES DECABIMENTO 
As hipóteses de cabimento da ação rescisória no Processo do Trabalho estão previstas no artigo 966 do CPC. Confi-
ra: 
 
Art. 966 do NCPC. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão 
entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
 
 
 
 
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7 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na pró-
pria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde 
fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
§ 1
o
 Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efeti-
vamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o 
qual o juiz deveria ter se pronunciado. 
§ 2
o
 Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não 
seja de mérito, impeça: 
I - nova propositura da demanda; ou 
II - admissibilidade do recurso correspondente. 
§ 3
o
 A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. 
§ 4
o
 Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados 
pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos 
da lei. 
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado 
de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distin-
ção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. (Incluído pela Lei nº 
13.256, de 2016) (Vigência) 
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, de-
monstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica 
não examinada, a impor outra solução jurídica. 
 
3. PRAZO 
 
O direito de propor a ação rescisória se extingue em 2 anos (prazo decadencial), contados do trânsito em julgado 
da decisão rescindenda (art. 975, CPC e Súmula n
o
 100 do TST). 
 
A observância do disposto nas Súmulas n
os
 100 e 299 do TST é indispensável para a propositura de ação rescisória. 
 
Súmula n
o
 100 do TST. I – O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subsequente ao 
trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. 
II – Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, 
contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso 
tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência 
a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial. 
III – Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível não 
protrai o termo inicial do prazo decadencial. 
IV – O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo 
formar sua convicção através de outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do “dies a quo” do 
prazo decadencial. 
V – O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim 
sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. 
VI – Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministé-
rio Público, que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude. 
VII – Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede de 
recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condi-
ções de imediato julgamento. 
VIII – A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não tem 
o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para a 
ação rescisória. 
IX – Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação 
rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente fo-
rense. Aplicação do art. 775 da CLT. 
X – Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal previsto para a interposição do 
recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as vias recursais ordinárias. 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
Súmula n
o
 299 do TST. I – É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado da 
decisão rescindenda. 
II – Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 
(dez) dias para que o faça, sob pena de indeferimento. 
III – A comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao tempo 
do ajuizamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisória não reabili-
ta a ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação rescisória preventiva. 
IV – O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite 
a formação da coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento do mérito, por 
carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescindida. 
 
4. COMPETÊNCIA DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
A ação rescisória é de competência originária dos Tribunais, ou seja, ela jamais será proposta para um juiz do traba-
lho. Assim, perante uma ação rescisória proposta em face de sentença que transitou em julgado, a competência será 
do TRT à que está subordinado o juízo de 1
o
 grau que proferiu a decisão. 
 
Sentenç
a 
Juiz 
 
Trânsito 
em 
julgado 
 
Ação 
Rescisória 
TRT 
 RO TST 
 
 
Cada tribunal é competente para julgar ação rescisória que vise a desconstituir suas próprias decisões. O professor 
Carlos Henrique Bezerra Leite
3
 explica que “se o acórdão do TST não apreciar o mérito da causa, como ocorre, 
quando aquela Corte não conhece do recurso interposto, a ação rescisória voltar-se-á contra o acórdão regional que 
tenha adentrado no mérito, sendo competente o TRT para processá-la e julgá-la”. 
 
O endereçamento da ação deve ser realizado de acordo com a competência para processar e ju lgar a ação 
rescisória. Portanto, conforme visto, a interposição da ação rescisória deverá ser d irigida ao TRT diante de uma 
decisão que foi proferida pelas Varas do Trabalho. Caso a decisão a ser rescindida tenha sido proferida pelo 
próprio TRT, a competência será do próprio Tribunal de onde se originou o acórdão (ação de competência or i-
ginária). Por fim, perante um acórdão, que foi proferido pelo TST, a competência para rescindir a decisão é do 
próprio TST. 
 
5. TUTELA CAUTELAR E TUTELA ANTECIPADA– ART. 969 DO CPC 
 
Carlos Henrique Bezerra Leite explica que: 
A Lei 11.280/2006 deu nova redação ao artigo 489 do CPC (correspondente ao artigo 969 do NCPC), para esclarecer, 
de maneira definitiva, que o fato de o ajuizamento da ação rescisória não impedir o cumprimento da sentença ou acór-
dão rescindendo não exclui a concessão, caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de 
natureza cautelar ou antecipatória de tutela. A regra do artigo 489 (correspondente ao artigo 969 do NCPC) deixa claro 
que o ajuizamento da rescisória não tem o condão de suspender a execução da sentença nela atacada. Uma vez, po-
rém, que os pressupostos da tutela cautelar ou da antecipação de tutela se façam presentes, claro é que a competente 
medida de urgência haverá de ser tomada, para impedir que o resultado da ação rescisória perca a sua utilidade para a 
parte e para a própria jurisdição. 
4
 
 
Art. 969 do NCPC. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a 
concessão de tutela provisória 
 
6. PEDIDO DE NOVO JULGAMENTO 
 
O artigo 968, I, do CPC estabelece como requisito da petição inicial de uma ação rescisória o pedido de rescisão 
do julgado, bem como, se for o caso, o pedido de novo julgamento, visto que este último pedido não será consi-
derado implícito ao primeiro. Portanto, fique atento, pois não é em todos os casos que há necessidade de pleitear um 
 
3 Idem, ibidem, 2009, p. 1.029. 
 
4 Idem, ibidem, 2009. p. 712. 
 
 
 
 
 
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9 
novo julgamento. Quando a ação rescisória é proposta por ofensa à coisa julgada e incompetência absoluta, deve-se 
pedir apenas a desconstituição da sentença, sendo desnecessário novo julgamento dos pedidos pelo Tribunal. 
 
7. SÚMULAS E OJS RELACIONADAS À AÇÃO RESCISÓRIA 
 
Súmula n
o
 259 do TST. Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da 
Consolidação das Leis do Trabalho 
 
Art. 967 do NCPC. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: 
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; 
II - o terceiro juridicamente interessado; 
III - o Ministério Público: 
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; 
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; 
c) em outros casos em que se imponha sua atuação; 
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. 
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídi-
ca quando não for parte. 
 
Súmula 407 do TST: A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não 
tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a", "b" e “c” do inciso 
III do art. 967 do CPC de 2015 (art. 487, III, “a” e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente 
exemplificativas (ex-OJ nº 83 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002) 
 
Súmula n
o
 54 do STF. Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se 
tenham-se esgotados todos os recursos. 
 
Súmula n
o
 401 do STJ. O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso 
do último pronunciamento judicial. 
 
Súmula n
o
 299 do TST + OJ n
o
 84 da SDI-2 do TST. Ação rescisória. Petição inicial. Ausência da decisão rescindenda 
e/ou da certidão de seu trânsito em julgado devidamente autenticadas. Peças essenciais para a constituição válida e 
regular do feito. Arguição de ofício. Extinção do processo sem julgamento do mérito. A decisão rescindenda e/ou a 
certidão do seu trânsito em julgado, devidamente autenticadas, à exceção de cópias reprográficas apresentadas por 
pessoa jurídica de direito público, a teor do art. 24 da Lei n
o
 10.522/02, são peças essenciais para o julgamento da ação 
rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de qualquer delas, cumpre ao Relator do recurso ordinário arguir, de 
ofício, a extinção do processo, sem julgamento do mérito, por falta de pressuposto de constituição e desenvolvimento 
válido do feito. 
 
Súmula no 219 do TST. 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente 
da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) 
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não 
lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-
OJ nº 305da SBDI-I). 
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. 
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas 
lides que não derivem da relação de emprego. 
IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos 
honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90). 
V - Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, excetuados os processos em que a 
Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cen-
to sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atuali-
zado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º). 
VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários advocatí-
cios contemplados no Código de Processo Civil. 
 
Súmula n
o
 158 do TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário 
para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista. 
O recurso ordinário previsto nesta súmula tem previsão no artigo 895, II, da CLT. Contra decisões dos Tribunais 
 
 
 
 
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10 
Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária é cabível a interposição de RO para o 
TST. 
 
Ação 
Rescisória 
TRT 
 
RO 
TST 
 
 
8. ESTRUTURA DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
Veja a estrutura da petição de ação rescisória: 
I – Fatos; 
II – Requisitos Específicos; 
III – Mérito; 
IV – Liminar; e 
V – Requerimentos Finais. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 
_____ REGIÃO 
Processo n
o
 
NOME DO AUTOR, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, 
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado 
(procuração anexa), com escritório profissional no endereço completo, onde 
recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 836 da CLT combinado 
com o artigo 966, inciso ....., do CPC, PROPOR: 
AÇÃO RESCISÓRIA 
em face de NOME DO RÉU, qualificação e endereço completos, objetivando 
desconstituir a sentença proferida nos autos de reclamação trabalhista nº ......, 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, a fim de desconstituir a 
decisão transitada em julgado. 
I – FATOS 
O autor ajuizou reclamatória trabalhista em face da empresa ré postulando (...). 
A sentença, que julgou (im)procedente o pedido, transitou em julgado. 
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS 
A presente ação rescisória foi proposta com observância das disposições le-
gais. 
LEGITIMIDADE – Art. 967 do CPC. 
Legitimidade: uma vez que o autor da mesma foi também autor na ação cuja 
decisão se pretendedesconstituir, sendo, portanto, parte legítima a propor a 
presente ação rescisória, nos termos do art. 967, I, CPC. 
TEMPESTIVIDADE – Art. 975 do CPC + Súmula n
o
 100 do TST. 
Tempestividade: tendo em vista que o trânsito em julgado ocorreu há ....., a 
presente ação é tempestiva, uma vez que observado o prazo decadencial de 2 
anos para a sua propositura, previsto no art. 975 do CPC e súmula 100, I, TST. 
 
DEPÓSITO PRÉVIO – Art. 836 da CLT (20% do valor da causa). 
Depósito prévio: o depósito prévio foi realizado no importe de R$ ....., corres-
pondente a 20% do valor da causa da ação rescisória, como determina o art. 
836 da CLT. 
 
 
 
 
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11 
 
DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS – Súmula n
o
 299, TST + OJ n
o
 84 da SDI-2 
do TST (cópia da decisão rescindenda e certidão de trânsito em julgado, devi-
damente autenticadas). 
Documentos obrigatórios: Instrui-se a presente ação rescisória com cópia da 
decisão rescindenda e certidão de trânsito em julgado conforme determina a 
súmula 299, I, do TST e OJ 84 da SDI-2 do TST. 
 
III – MÉRITO (é aconselhável que o título do tópico do mérito faça alusão ao 
inciso do artigo 966 do CPC, que sofreu violação). 
1. Da violação literal à disposição de lei (exemplo) 
§ 1
o
 Fato 
§ 2
o
 Fundamento (ex.: violação do artigo 440 da CLT). 
§ 3
o
 Autorizando assim, conforme artigo 966, inciso ____ do CPC, a des-
constituição da decisão transitada em julgado. 
§ 4
o
 Pedido 
2. Honorários advocatícios (exemplo) 
Nos termo da súmula 219, II e súmula 329, do TST requer a condenação da ré 
ao pagamento de honorários advocatícios a razão de 20%, conforme estabele-
ce o art. 85, § 2º, CPC. 
IV – LIMINAR 
Art. 969, CPC. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da 
decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
a) Art. 970 do CPC – Citação; 
Diante do exposto, requer a citação da reclamada para apresentar contestação 
no prazo fixado pelo relator, não inferior a 15, nem superior a 30 dias, nos ter-
mos do art. 970 do CPC, sob pena de revelia 
b) Art. 972 do CPC – Produção de provas; 
Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, em es-
pecial a documental, nos termos do art. 972 da CPC. 
c) Requerer o julgamento procedente da ação rescisória, a fim de rescindir a 
decisão transitada em julgado e, se for o caso, requerer novo julgamento pelo 
Tribunal da causa (art. 968, I do CPC). 
Atribui-se à causa o valor de R$ _____ . 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB n
o
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
Ações Possessórias 
 
1. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 
No âmbito trabalhista, a ação possessória vem sendo utilizada pelos empregadores em casos de greve, a fim de 
garantir a sua posse, diante de uma ameaça (interdito proibitório); ou de manter a sua posse, em caso de turbação 
(ação de manutenção da posse); ou de retomar a posse, em caso de esbulho (ação de reintegração de posse). 
 
Apesar de as normas processuais serem as mesmas, não se deve confundir a Ação de Manutenção de Posse com a 
Ação de Reintegração de Posse ou com o Interdito Proibitório. 
 
Ameaça 
(receio de 
moléstia) 
 Interdito 
Proibitório 
Turbação 
Ação de 
Manutenção de 
Posse 
Esbulho 
Ação de 
Reintegração de 
Posse 
 
O Supremo Tribunal Federal, por meio da Súmula Vinculante n
o
 23, esclarece que compete a Justiça do Trabalho 
processar e julgar as ações possessórias ajuizadas em decorrência do exercício do direito de greve da iniciativa 
privada, in verbis: 
 
Súmula Vinculante n
o
 23 do STF. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajui-
zada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 
 
Segundo Luiz Rodrigues Wambier, o interdito proibitório é a ação possessória que objetiva evitar que a posse seja 
afrontada, quando houver fundado receio de moléstia (art. 932, CPC) (correspondente ao artigo 567 do NCPC). Nes-
sa hipótese, a turbação ou esbulho ainda não terá havido. O possuidor ainda não terá sofrido qualquer óbice ao 
exercício da posse, mas os indícios de vir a sofrer são veementes, o que autoriza a proteção possessória preventi-
va.
5
 preceito. 
 
Art. 567 do CPC. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao 
juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determina-
da pena pecuniária caso transgrida o preceito. 
 
Desde já é interessante destacar o artigo 568 do CPC, o qual ordena que sejam aplicadas ao interdito proibitório as 
normas da ação de manutenção de posse e da ação de reintegração de posse, dispostas nos artigos 560 a 566 do 
CPC. 
 
Seguem os artigos mais relevantes aplicáveis às ações possessórias. 
 
Art. 568 do CPC. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. 
 
Seção anterior: 
Art. 555, CPC. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
 
Art. 560 do CPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de es-
bulho. 
 
 
5 WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil: processo cautelar e procedimentos especiais. 9. ed. rev., atual. e ampl. v. 3. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p. 195. 
 
 
 
 
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13 
Art. 561 do CPC. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. 
 
Art. 566, CPC. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. 
 
Art. 562 do CPC. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do 
mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o 
alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. 
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração limi-
nar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. 
 
Art. 563 do CPC. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reinte-
gração. 
 
Art. 564 do CPC. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 
(cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. 
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da deci-
são que deferir ou não a medida liminar. 
 
2. ESTRUTURA BÁSICA DA PETIÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO 
 
Observe a estrutura da petição de interdito proibitório: 
I – Fatos; 
II – Requisitos Específicos; 
III – Mérito; 
IV – Liminar; e 
V – Requerimentos Finais. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA DO TRABA-
LHO DE _____ 
NOME DA EMPRESA, qualificação e endereço completos, vem, respeitosa-
mente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante 
assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço comple-
to, com fulcro nos artigos 554 e seguintes do CPC, PROPOR: 
AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO, com pedido liminar 
em face de SINDICATO, qualificação e endereço completos; e EMPREGADOS 
GREVISTAS (qualificação e endereço completo), pelas razões de fato e de 
direito a seguir expostas. 
I – FATOS 
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS 
1. Da competência da Justiça do Trabalho 
À luz da SúmulaVinculante n
o
 23 do STF, a Justiça do Trabalho é competen-
te para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exer-
cício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada, tendo em 
vista que o artigo 114, II, da CF, acrescentado pela Emenda Constitucional n
o
 
45/04, ampliou a competência da Justiça do Trabalho incluindo as ações que 
envolvam exercício do direito de greve. 
2. Requisitos do arts. 561 a 568 do CPC: 
 
 
 
 
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Art. 568 do CPC. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste 
Capítulo. 
Art. 561 do CPC. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a 
perda da posse, na ação de reintegração. 
 
III – MÉRITO 
Demonstrar o justo receio de ser molestado na posse, pleiteando a segurança 
da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se 
comine ao réu determinada pena pecuniária (art. 567 do CPC), caso transgrida 
o preceito. 
Alguns dispositivos relacionados: artigos 9
o
, § 2
o
, e 5
o
, XXII, ambos da CF; 
artigos 14 da Lei n
o
 7.783/89 e 1.210 do CC. 
Art. 9
o
 da CF. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores 
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por 
meio dele defender. 
§ 1
o
 A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o aten-
dimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
§ 2
o
 Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
Art. 5
o
, XXII, da CF. É garantido o direito de propriedade; 
Art. 6
o
, § 3
o
, da Lei n
o
 7.783/89. As manifestações e atos de persuasão utiliza-
dos pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar 
ameaça ou dano à propriedade ou pessoa. 
Artigo 14 da Lei n
o
 7.783/89. Constitui abuso do direito de greve a inobser-
vância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da pa-
ralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do 
Trabalho. 
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa 
não constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que: 
I – tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição; 
II – seja motivada pela superveniência de fatos novos ou acontecimento impre-
visto que modifique substancialmente a relação de trabalho. 
Art. 1.210 do CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver 
justo receio de ser molestado. 
§ 1
o
 O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por 
sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, 
não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
§ 2
o
 Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de proprie-
dade, ou de outro direito sobre a coisa. 
 
 
 
 
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IV – LIMINAR 
Requerer, com fundamento no artigo 562 do CPC, a expedição do mandado 
proibitório liminar, sem ouvir o réu. E, com base no artigo 562 do CPC, pleitear 
que se comine ao réu pena pecuniária, caso transgrida o preceito. 
Lembrete: Requerer a concessão liminar e, em sentença, a confirmação dos 
termos da liminar requerida. 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
a) Concessão de mandado proibitório liminar, sem oitiva da parte contrária, 
com base no artigo 562 do CPC 
b) a citação do réu, nos termos do art. 564 do CPC; 
c) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, em especial a 
prova documental, depoimento pessoal e oitiva de testemunhas; 
d) Requerer o julgamento procedente da ação de interdito proibitório, confir-
mando os termos da liminar requerida, fixando multa em caso de nova ameaça 
e, se for o caso da proposta, condenando os Reclamados ao pagamento de 
indenização por perdas e danos. 
Atribui-se à causa o valor de R$ _____. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB n
o
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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