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Artigo Logistica hospitalar

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LOGÍSTICA HOSPITALAR: UM ESTUDO 
EXPLORATÓRIO SOBRE PROCESSOS NA GESTÃO 
DE COMPRAS DE MEDICAMENTOS 
 
Stênio Lima Rodrigues, João Vitor de Oliveira Sousa 
(Universidade Federal do Piauí) 
 
 
 
Resumo: A logística modernamente tem se tornado função essencial para o fornecimento de 
serviços em hospitais, um erro de gerenciamento nas compras farmacêuticas pode causar sérios 
transtornos na promoção da saúde dos clientes internos destas organizações. O objetivo deste 
estudo foi demonstrar a importância da logística hospitalar através da análise de processos de 
compras farmacêuticas, para alcançar tal objetivo foram realizados mapeamento e análise de 
processos. A metodologia adotada foi o estudo de caso, realizado em um hospital da rede privada 
na cidade de Teresina através de estudos exploratórios descritivos. Os resultados revelaram a 
sistemática das compras de medicamentos, bem como as semelhanças e diferenças através do 
mapeamento dos processos de compras rotineiras, de alto custo, emergenciais e empréstimo de 
medicamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chaves: Logística; hospitalar; compras; processos; sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISSN 1984-9354 
 
 
 X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 
 08 e 09 de agosto de 2014 
 
 
 
 
 
2
 
1 Introdução 
Atualmente a logística configura-se uma função essencial no ambiente hospitalar através dos 
processos de aquisição, movimentação e distribuição. Percebe-se que o gerenciamento logístico 
organizações hospitalares deve ser realizado de forma que ocorra a satisfação dos interesses do 
cliente final, os pacientes. A medida que o grau de complexidade em que as pessoas se encontram 
em ambientes hospitalares aumenta, maior será a necessidade de rapidez de resposta por parte do 
hospital, principalmente no que se refere ao fornecimento de insumos necessários a recuperação 
de pacientes. Um erro no gerenciamento ou a demora na entrega dos suprimentos põe em risco a 
vida das pessoas que necessitam de determinados medicamentos ou serviços. 
Este trabalho teve como objeto de estudo uma farmácia de um hospital da rede privada na cidade 
de Teresina. Buscou-se através do método estudo de caso a resolução do seguinte problema de 
pesquisa: “Quais são as diferenças e similaridades existentes nos processos de gestão de compras 
em uma farmácia hospitalar?”. A pesquisa tem como objetivo geral de demonstrar a importância 
da logística hospitalar através da análise de processos de compras farmacêuticas, como objetivos 
específicos teve-se a realização de mapeamento dos processos de compras do setor de farmácia 
hospitalar e analise de processos e problemas mapeados. Os resultados são apresentados através da 
análise realizada sobre o mapeamento dos processos. 
Este artigo está organizado em cinco seções a serem apresentadas. No referencial teórico são 
explanados os temas: logística empresarial, logística hospitalar e gestão de compras. Em seguida 
são apresentados os procedimentos metodológicos, discutidos os resultados da pesquisa, a análise 
dos resultados e por fim, as considerações finais. 
2 Referencial teórico 
2.1 Logística empresarial 
A logística teve seu nascimento como disciplina do conhecimento humano a partir de grandes 
catástrofes e guerras que já assolaram o mundo. Em 1940 (mil, novecentos e quarenta) o conceito 
de logística era amplamente utilizado pelas forças armadas norte americanas durante a segunda 
guerra mundial, principalmente no fornecimento e aquisição de materiais (CHRISTOPHER, 
2001). 
 
 
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Nas empresas, esta área do conhecimento começou a ser praticada sobre enfoques pontuais. As 
funções de aquisições, guardas, movimentação, manutenção, transportes, eram realizadas de forma 
isolada. A grande dificuldade era interligar os fluxos de informações internos e externos (CHING, 
2010). 
Atualmente logística corresponde a área responsável por gerenciar de forma integrada os 
processos existentes na cadeia de suprimentos. Para Ballou (2006), a logística empresarial estuda 
como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos 
clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as 
atividades de movimentação e armazenagem, que visam facilitar o fluxo de produtos. 
O foco nos processos, que consiste na visão orientada ao cliente final, visto que é o objetivo 
primordial do gerenciamento da cadeia de suprimentos consiste em um diferencial competitivo 
para as organizações modernas (BALLOU, 2006 apud ZAGO ET. AL., 2008). Deduz-se que o 
fluxo logístico de materiais ou serviços, é uma sincronização de várias atividades interligadas, se 
alguma das etapas citadas anteriormente é realizada com menor dispêndio de esforços, menor será 
o nível geral de valor agregado na percepção do cliente final. 
Neste sentido Christopher (2001) conceitua a logística como o gerenciamento estratégico dos 
processos de aquisição, movimentação, armazenagem de materiais, produtos acabados e fluxos de 
informações. Pode-se inferir que a logística modernamente configura-se como atividade meio para 
alcançar uma vantagem competitiva. As empresas que agregam valor nos serviços oferecidos a um 
custo menor sobrepõem-se às demais no quesito estratégia competitiva. 
Bowersox e Closs 2001, p.19 apud Sakai, 2005 afirmam que o objetivo da logística é fornecer 
produtos ou serviços no local e momento esperados pelos clientes, e ressaltam que a 
implementação das melhores práticas logísticas é um dos grandes desafios das organizações na 
concorrência global. 
2.2 Logística hospitalar 
A literatura nesta área recente de conhecimento é escassa, considera-se a profissionalização da 
gestão logística no ambiente hospitalar através de atividades de aquisição, gerenciamento de 
estoques e distribuição de insumos para o processo produtivo. Hospitais são estabelecimentos de 
saúde destinados a prestar serviço, em regime ambulatorial e de internação. São sistemas de 
grande complexidade, cuja gestão deve estar voltada tanto à assistência à saúde quanto ao negócio, 
 
 
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com o objetivo de otimizar o uso de recursos financeiros a fim de oferecer atendimento de 
qualidade (CARETA ET. AL., 2011). 
Os serviços oferecidos em organizações de saúde necessitam de níveis elevados de qualificação 
das pessoas que lidam diretamente com os insumos necessários ao processo produtivo. É 
importante mão-de-obra qualificada para manuseio do sistema de gestão de materiais, que 
constitui de insumos cada vez mais sofisticados e numerosos, possuindo vultuosa variedade de 
itens, tornando-se essencial a informatização para controles eficazes em estoques (INFANTE E 
SANTOS, 2007). 
Tendo em vista os fatores: alto custo com estoques, a complexidade dos serviços oferecidos na 
área de saúde, a necessidade de se oferecer níveis adequados de serviços; tem-se exigido do gestor 
hospitalar na área de logística, uma certa proficiência para que não haja falta de quaisquer insumos 
ou recursos necessários ao processo produtivo hospitalar (ESQUIA, 2010). A logística no 
segmento hospitalarconsidera não somente o fluxo de materiais clássico da gestão de materiais, é 
necessário considerar o fluxo de pacientes e serviços oferecidos pelas organizações que compõem 
a cadeia logística de saúde. 
De acordo com Ribeiro (2005) apud Medeiros et. al. (2009), a logística hospitalar representa um 
dos maiores desafios da administração hospitalar, principalmente, quando se avalia o tamanho da 
sua importância em atender às necessidades do hospital, seja no serviço de apoio, higienização, 
lavanderia, manutenção, bem como os auxiliares de diagnósticos, hemodiálise, centro cirúrgico, 
banco de sangue, especialidades médicas e tantos outros (MEDEIROS ET. AL., 2009). 
Ainda sobre o assunto, Pereira, 2002, apud Medeiros et. al., 2009, comenta que a necessidade de 
se adotar inovações no sistema de logística de qualquer hospital, em última instância, está 
relacionada com um fato extremamente sensível: da eficiência e da eficácia dessa atividade 
depende, muitas vezes, a própria vida do paciente. 
Barbieri e Machline (2006) apud Medeiros et. al.(2009), sinalizam que a importância dos estoques 
na saúde é dimensionada não somente pelo seu valor monetário, mas também pela essencialidade 
à prestação de serviços a que dão suporte; logo, nesses estoques, não deve haver excessos de 
medicamentos (o que implica alto custo), nem a falta deles (com a possibilidade de ocasionar até o 
óbito de pacientes). 
Considera-se que é importante o gestor hospitalar definir algumas políticas no gerenciamento de 
estoques hospitalares para alcançar um nível aceitável de eficiência na promoção da saúde em 
 
 
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pacientes. Em tais políticas podem estar inseridas os níveis mínimos e máximos de estoques, a 
classificação desses materiais com base nos instrumentos curva ABC (classificação por custos) e 
XYZ (classificação por gravidade); estabelecimento de parcerias com fornecedores, otimização 
dos espaços disponíveis, treinamentos às pessoas que lidam diretamente com os materiais de 
consumo hospitalar. 
2.3 Gestão de compras hospitalares 
O processo de aquisição tem a finalidade de obter matérias-primas para o processo produtivo do 
hospital, os quais podem ser componentes, acessórios ou serviços. As compras podem ser 
consideradas uma decisão estratégica, pois envolve custo, qualidade e velocidade de resposta 
gerando impactos globais. Bertaglia (2003) considera que este processo também inclui a seleção 
de fornecedores, os contratos de negociação e as decisões que envolvem compras locais ou 
centrais. 
Segundo este mesmo autor as compras podem ser classificadas em centralizadas e 
descentralizadas. As primeiras caracterizam-se por aquisição de um maior volume de materiais, 
com menor número de fornecedores. Uma boa vantagem nesta modalidade é a obtenção de 
melhores preços e serviços, com menor custo com transporte. Na segunda modalidade de compras 
existem várias opções de fornecedores, gerando rapidez nas entregas, porém custos mais elevados. 
Para Barbieri e Machline (2006) apud Mattos (2008) em hospitais existem duas modalidades 
principais de compras, os bens de consumo e os bens patrimoniais. Os primeiros são os 
medicamentos, especialidades farmacêuticas, materiais fotográficos e radiológicos, fios cirúrgicos, 
gêneros alimentícios, gases hospitalares, reagentes para diagnósticos etc. Os segundos são 
ambulâncias, caldeiras, móveis, utensílios, autoclaves, compressores, maquinas etc. Para o autor a 
relação logística para a promoção da saúde é encontrada no tempo necessário para os bens de 
consumo estarem disponíveis aos profissionais e pacientes. 
Conforme Gaither & Frazier (2001), o departamento de compras desempenha um papel 
fundamental na realização dos objetivos da empresa. Sua missão é perceber as necessidades 
competitivas dos produtos e serviços, tornando-se responsável pela entrega no tempo certo, custos, 
qualidade e outros elementos na estratégia de operações. É necessário que os gerentes de compras 
envolvam-se em várias atividades como manter um banco de dados e seleção de fornecedores, 
negociar contratos com os mesmos e agir como intermediário entre os fornecedores e a empresa 
(COLETTI, 2002). 
 
 
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Seguindo na mesma direção Dias e Costa (2003), consideram num amplo sentido que um 
departamento de compras tem como objetivos adquirir bens e serviços, na qualidade desejada, no 
momento preciso, pelo menor custo possível e na quantidade pedida. 
O consumo de medicamentos sofre variações em função do tipo e da quantidade de 
procedimentos, dos meses do ano, do nível de acuidade. A programação de compras desses 
insumos permite, permite que o pedido não seja resultado da demanda real, mas sim da 
antecipação a futuros eventos como cirurgias e outros procedimentos ( WANKE, 2004 apud 
MATTOS, 2008) 
3 Metodologia 
A pesquisa tem natureza qualitativa exploratória sendo realizada através do método estudo de 
caso. Este método é considerado atualmente como delineamento mais adequado para a 
investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o 
fenômeno e o contexto não são claramente percebidos (YIN, 2005 apud GIL, 2010). 
Para Gil (2010) o método estudo de caso consiste em estudo profundo e exaustivo de um ou 
poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. O método se 
concretiza nesta pesquisa através de estudos exploratórios descritivos de processos de compras. O 
estudo foi realizado no setor de farmácia de um hospital privado localizado na cidade de Teresina. 
Previamente à coleta de dados, foi realizado uma revisão de literatura nas áreas de logística com 
ênfase em gestão de compras hospitalares. 
Foi proposto para a pesquisa o seguinte problema: “Quais são as diferenças e similaridades 
existentes nos processos de gestão de compras em uma farmácia hospitalar?” A solução deste 
problema envolve a análise dos processos de compras de medicamentos dentro da estrutura da 
farmácia hospitalar pesquisada. 
O objetivo geral do estudo foi demonstrar a importância da logística hospitalar através da análise 
de processos de compras farmacêuticas, teve-se como meios ou objetivos específicos a realização 
de mapeamento dos processos de compras do setor de farmácia hospitalar e analise de processos e 
problemas mapeados. 
A coleta de dados necessários para o mapeamento dos processos ocorreu através de entrevistas 
organizadas de forma semi-estruturada, com questões abertas. Martins (2008) considera que esta 
técnica de pesquisa tem por objetivo básico entender e compreender o significado que os 
 
 
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entrevistados atribuem a questões e situações, em contextos que não foram estruturados 
anteriormente, com base nas suposições e conjecturas do pesquisador. O mesmo autor ainda 
considera que esta forma de organização deve ser realizada quando se pretende buscar 
informações detalhadas sobre tema especifico, com objetivos de levantar motivações, percepções 
e atitudes. 
Os dados necessários a realização do mapeamento foram coletados através de formulários 
semiestruturadosde gestão de processos. Os resultados serão apresentados através da análise da 
cadeia logística de valor agregada e análise do mapeamento dos processos de compras 
farmacêuticas. O sistema de compras existente no hospital pesquisado é descentralizado, os 
setores de farmácia, possui autonomia para a realização das compras de medicamentos e 
equipamentos necessários para o funcionamento de sua estrutura. 
4 Resultados 
O sistema de compras existente no hospital pesquisado é descentralizado. Os setores de farmácia, 
manutenção e patrimônio, higiene, hotelaria e nutrição possuem autonomia para a realização de 
compras de acordo com suas respectivas áreas. O setor de almoxarifado realiza as demais 
compras. 
Santos et. al. (2008) ressalta que a descentralização em compras, tem como vantagem principal 
uma visão mais real do comprador, referente a problemas locais de abastecimento, gerando uma 
pesquisa avançada do que realmente a filial precisa para satisfazer seus clientes naquela região. 
Isso também facilitará para que o comprador efetivo de cada unidade atue de melhor forma em 
resolver respostas rápidas e urgentes na aquisição do estoque, gerando maior autoridade e 
responsabilidade para responder ao sucesso da empresa local. 
O setor de farmácia do hospital existe desde sua fundação. Este é essencial para o funcionamento 
do processo produtivo. Entre suas principais atividades referentes a gestão logística estão a 
realização de compras, armazenamento e distribuição aos postos de enfermagem, unidade de 
terapia intensiva e centro cirúrgico. A infraestrutura do setor pesquisado é composta por uma 
minicentral de abastecimento farmacêutico, seladoras de medicamentos, pessoal capacitado para 
manuseio de medicamentos e equipamentos. 
 
 
 
 
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4.1 Compras rotineiras 
Este processo compreende as atividades necessárias para realização de compras de medicamentos 
mensalmente, os quais incluem medicamentos listados na curva ABC, adotada como ferramenta 
de gestão de estoques. Para a realização dessa modalidade compras, é necessário planejamento de 
acordo com a previsão de demanda mensal. Utiliza-se um sistema de informação integrado, o ERP 
(Enterprise Resource Planning), para análise de relatórios com base nos estoques atuais, margens 
de segurança e tempo de entrega médio. 
A previsão de demanda é realizada com base na seguinte fórmula adotada pela politica de estoque 
do hospital: 2 x CM-EA sendo CM o Consumo Médio mensal e EA o Estoque Atual, de acordo 
com esta equação define-se a quantidade a ser comprada de cada medicamento. Os controles de 
estoques são contínuos em sistemas de informações, já que foi estimado que existe em média entre 
300 (trezentos) e 400 (quatrocentos) itens. 
A solicitação de orçamentos ocorre através de um pregão em outro sistema denominado bionexo. 
Este sistema consiste em um cadastro de fornecedores do hospital, ocorre o lançamento manual 
das solicitações para cada medicamento a ser reposto. Os prazos são fixados entre 2(dois) a 3 
(três) dias para os fornecedores apresentarem as propostas. 
Cada fornecedor oferece propostas por fatura mínima. Por exemplo, caso solicitado 100 (cem) 
dipironas, o fornecedor com menor preço pode apresentar uma proposta de no mínimo 150 (cento 
e cinquenta) unidades, neste caso o hospital escolhe a próxima proposta até a satisfação da sua 
exata necessidade, mesmo saindo um pouco mais cara. 
Os critérios adotados através da política de estoque para fornecimento de medicamentos são: 
preço, prazo de fornecimento, disposição das exatas quantidades solicitas, atendimento às 
especificações de cada medicamento. A aprovação das propostas de compras é realizada pela 
diretora financeira, em caso de falhas nos orçamentos, solicita-se que sejam reajustadas as 
propostas no sistema de cotação. 
4.2 Compras de alto custo 
Compreende as atividades de compra de medicamento da “curva A” da classificação ABC. Esses 
medicamentos, geralmente são mantidos em estoque uma quantidade menor, já que podem não ser 
tão utilizados e possuem custos altos de aquisição. Também se considera alto custo, os montantes 
de medicamentos cujo valor ultrapasse R$ 1000,00 (mil reais). 
 
 
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O processo de compra de alto custo, necessita de uma observação melhor, pois são verificados 
com frequência os níveis de estoques. Os níveis de estoques podem sofrer alterações, de acordo 
com estado de saúde dos pacientes ou até mesmo hábitos de prescrição do quadro de médicos. 
Para a realização de previsão de demanda desses medicamentos considera-se as quantidades de 
compras mensais através do sistema ERP. Nesta modalidade, são adquiridos apenas os estoques de 
segurança desses medicamentos, que correspondem ao necessário para que não haja ruptura de 
estoque. 
Os pedidos são realizados geralmente em níveis de estoque mínimo, o qual, é considerado o 
estoque suficiente para 1 (um) mês de consumo médio. Assim como na compra rotineira, nesta 
modalidade utiliza-se o sistema ERP para análise de relatórios com base nos estoques atuais, 
margens de segurança e tempo de entrega médio. Os pedidos são faturados mediante análise e 
autorização da diretoria financeira. 
4.3 Compras emergenciais 
Este processo consiste nas atividades de suprimento em caráter de urgência de medicamentos que 
sofreram alterações inesperadas no consumo. Estas alterações, ocorrem quando o estoque chega 
mais rápido ao nível de segurança. São portanto, compras mais caras pois são realizadas com 
rapidez através de fornecedores locais por meio de contato por telefone ou email, com prazo de 
resposta em no máximo 24 (vinte e quatro) horas. 
A demanda é identificada através da verificação da quantidade necessária no sistema ERP através 
da alerta do controle dos níveis de estoque. Os pedidos são realizados do tamanho do estoque de 
segurança. Os fornecedores são escolhidos de acordo com o preço disponível, considerando-se o 
prazo de entrega o mais rápido possível para que não haja ruptura de estoque. 
A compra é finalizada com a reposição de medicamentos na central de abastecimento 
farmacêutico, de acordo com o prazo estabelecido. Na impossibilidade de entrega de 
medicamentos por inexistência em fornecedores locais, o risco da falta de medicamentos é 
solucionado através do empréstimo de medicamentos. 
4.4 Empréstimo de medicamentos 
Este processo compreende as atividades necessárias para solicitação e recebimento de 
medicamentos em falta, através de hospitais parceiros. O empréstimo de medicamentos é guiado 
 
 
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pela falta de medicamentos de baixo ou alto custo, problema ocasionado por variações no 
consumo. 
Para a formalização do processo verifica-se a quantidade necessária de medicamentos para 
suprimento interno, considerando-se o prazo de espera por novos medicamentos. Existe uma 
relação de parceria entre as farmácias para empréstimos de medicamentos. Caso a farmácia de um 
outro hospital não possua, estoque suficiente para empréstimo, solicita-se a outros hospitais. A 
formalização de empréstimo ocorre atravésde documento em 2 (duas) vias, com discriminação 
adequada dos estoques a serem emprestados. Quando o estoque proveniente de empréstimo chega 
ao hospital solicitante, é realizado o lançamento imediatamente no sistema, para posterior 
devolução. 
5 Análise dos resultados 
Conforme apresentado anteriormente os processos mapeados, formulou-se este fluxograma para 
apresentar a gestão logística através das compras farmacêuticas. 
Fluxograma 1- Cadeia de valor agregada 
Compras rotineiras
Compras
emergenciais
Empréstimo de
medicamentos
Gestão Logistica
Gestão de compras
farmaceuticas
Gerenciamento
da falta de
medicamentos
Compras de alto custo
 
Fonte: elaborado pelos autores 
Em uma breve análise desta cadeia de valor, pode-se constatar que o maior volume de 
medicamentos adquiridos estão alocados em compras rotineiras que são realizadas mensalmente, 
nestas incluem-se as compras de alto custo, cujo valor total impacta nos custos de estoques “A” da 
classificação ABC. Portanto o processo de compras de alto custo está inserido no processo de 
compras rotineiras. Como semelhanças entre esses dois processos, verificou-se que ambos 
 
 
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possuem sequências idênticas desde as previsões de demanda, a qual, são realizadas através dos 
mesmos sistemas de gestão de estoques e interação com fornecedores, sendo realizados 
simultaneamente no mesmo período com autorização da diretoria financeira. O que distingue essas 
duas modalidades de compras está justamente no custo agregado ao volume a ser adquirido. 
 O gerenciamento da falta de medicamentos consiste na execução de atividades de manter os 
níveis de estoques quando há risco de falta de medicamentos. Desde processo decorrem o 
empréstimo de medicamentos ou as compras emergenciais. O primeiro tem como consequência o 
processo de empréstimo entre farmácias de hospitais parceiros através de procedimento formal. O 
segundo é ocasionado pelo risco ou falta de medicamentos, o qual ocorre com maior rapidez 
possível para se evitar a ruptura de estoques. 
As compras emergenciais pouco se assemelham às demais compras farmacêuticas, observou-se 
com esta pesquisa que esta modalidade possui um custo maior por está inserida em caráter 
emergencial. É utilizado o sistema ERP para monitoramento desses medicamentos, assegurando-
se a compra em tempo hábil. As atividades de cotação de orçamentos e fechamento de compras 
são realizadas através de instrumentos diferentes das demais modalidades. 
6 Considerações finais 
Os processos envolvidos na gestão de compras, estão sendo gerenciados e executados de forma 
interligada, encerrando-se com o recebimento de medicamentos. O principal problema 
identificado na análise dos processos mapeados foi a falta de medicamentos hospitalares. Tal 
problema, justificou-se pela sazonalidade no consumo, que é proporcionada por fatores 
incontroláveis do ambiente. Para a resolução desta situação, ocorre o processo de empréstimo de 
medicamentos, o qual, o setor de farmácia solicita empréstimo a outros hospitais parceiros, para 
reposição posterior. 
Percebeu-se que existe um dilema entre o custo de manter o estoque em excesso a um menor 
preço, e o custo de comprar exatamente o solicitado, a um preço mais caro, eliminando-se os 
estoques em excesso, de acordo com as cotações dos fornecedores. 
Sobre o fornecimento de medicamentos, pode-se constatar que se considera os padrões de 
qualidade definidos pela farmácia em conciliação com a politica financeira, bem como o menor 
preço, existindo fornecedores locais e regionais. O sistema de cotação pode ser considerado um 
diferencial competitivo na rede de suprimentos existente, porém identificou-se a necessidade da 
interligação entre este sistema e o ERP existente. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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Alegre: Editora Bookman, 2006. 
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Paulo: Saraiva, 2003. 
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