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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ______________________________________________________________________________ 1 OBJETIVOS ____________________________________________________________________________________ 1 INTRODUÇÃO ________________________________________________________________________________ 2 3. Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civil da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais (Lei 8.112/90 e suas alterações) 3.1. Título I - Capítulo Único 3.1.1. Das Disposições Preliminares __________________________________________________ 3 3.2. Título II – Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição 3.2.1. Capítulo I - Do Provimento ____________________________________________________ 4 3.2.2. Capítulo II - Da Vacância ______________________________________________________ 9 3.2.3. Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição ____________________________________ 11 3.2.4. Capítulo IV - Da Substituição _________________________________________________ 13 3.3. Título III – Dos Direitos e Vantagens 3.3.1. Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração ___________________________________ 14 3.3.2. Capítulo II - Das Vantagens __________________________________________________ 16 3.3.3. Capítulo III - Das Férias ______________________________________________________ 21 3.3.4. Capítulo IV - Das Licenças ____________________________________________________ 22 3.3.5. Capítulo V - Dos Afastamentos________________________________________________ 25 3.3.6. Capítulo VI - Das Concessões _________________________________________________ 27 3.3.7. Capítulo VII - Do Tempo de Serviço ____________________________________________ 28 3.3.8. Capítulo VIII - Do Direito de Petição ____________________________________________ 30 1 APRESENTAÇÃO Olá, pessoal! Com o objetivo de disponibilizar conteúdo relevante para a formação e capacitação de um servidor mais preparado aos desafios presentes no serviço público contemporâneo, estamos disponibilizando a vocês, elementos importantes da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais). Ressaltamos que este material não pretende ser uma aula sobre o assunto, mas uma ferramenta que irá facilitar a aprendizagem para aqueles servidores que quiserem estudar o Regime Jurídico de forma mais detalhada, atualizada e, consequentemente, aplicar as disposições da Lei. Por fim, reiteramos que o conteúdo aqui disponibilizado conta com material de apoio, elaborado pela própria Administração Pública, que permitirá a cada um de vocês concluir seus estudos da maneira mais precisa e completa, além de questões avaliativas sobre o conteúdo ministrado. Bons Estudos! OBJETIVOS Após o estudo deste material, você será capaz de reconhecer: a) Os trâmites legais e a aplicação da Lei nº 8.112/1990, Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais, no âmbito da UFPA. b) Os pontos mais importantes da legislação complementar relacionados à Lei 8.112/90. 2 INTRODUÇÃO Antes de iniciarmos efetivamente a discussão sobre as disposições da Lei 8.112/90, é cabível uma breve apresentação acerca da Estrutura do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal e seu Órgão Central, responsável por organizar tudo o que o Regime Jurídico Único normatiza. Então, vamos lá! O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, cujo objetivo foi organizar a Administração Federal, assim como estabelecer diretrizes para a Reforma Administrativa, dispôs no seu art. 30 sobre os Sistemas de Atividades Auxiliares. Seu art. 31 estabeleceu que a estruturação destes sistemas se daria por Decreto. Assim surgiu o Decreto nº 67.326, de 05 de outubro de 1970, que dispõe sobre o Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal, o SIPEC. Nesse sentido, atualmente, de acordo com o Decreto nº 9.035, de 20 de abril de 2017, o Órgão Central do SIPEC é a Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério do Planejamento e Gestão, sendo Órgão Setorial, por exemplo, a Coordenação de Gestão de Pessoas do Ministério da Educação, e Órgão Seccional, a Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal da Universidade Federal do Pará. Com estas informações, queremos que todos vocês compreendam a importância do Órgão Central do SIPEC, já que uma grande parte dos direitos, deveres, garantias e obrigações conferidas ao servidor pela Lei 8.112/90 são regulamentadas por este Órgão, por meio de Orientações Normativas, Portarias, Notas Técnicas, dentre outros. Salientamos que todas estas regulamentações podem ser encontradas por meio do endereço descrito abaixo: Sem mais delongas, passamos, então, ao conteúdo da Lei 8.112/90. Vamos lá? https://conlegis.planejamento.gov.br/conlegis/legislacao/indexSaudacao.htm 3 3. Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civil da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais (Lei 8.112/90 e suas alterações). A Lei Federal n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dispõe sobre o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações públicas federais. Esta norma estabelece os requisitos para investidura, direitos, deveres e obrigações de todos os servidores públicos pertencentes à Administração. A título de comparação, vocês podem imaginar as relações de trabalho das empresas privadas: o regime jurídico ali estabelecido é a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, que rege relações de base contratual, a partir da vontade das partes que podem ajustar livremente as condições de trabalho, respeitada a legislação sobre o assunto. 3.1. Título I - Capítulo Único 3.1.1. Das Disposições Preliminares O que diz a Lei? Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. Vamos nos aprofundar sobre o assunto? 4 Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “Servidor público em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos”. Estatutários ou servidor público em sentido estrito, são os titulares de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar definidos em lei, integrantes da Administração Direta, autarquias e fundações públicas com personalidade jurídica de Direito Público. 3.2. Título II – Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição. 3.2.1. Capítulo I - Do Provimento O que diz a Lei? Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira1; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo2; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental. § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento decargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. (...) Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Art. 8º São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IV transferência; (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 1997) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; 1 A Emenda Constitucional 19/98 alterou o Art. 37, I, da CF, promovendo a acessibilidade a cargos públicos também aos estrangeiros. A Constituição Federal, nesse sentido, tem exceção prevista em seu § 1°, Art. 207 c/c § 3° do artigo em epígrafe, que prevê provimento por professores, técnicos e cientistas estrangeiros; 2 É pacífica a jurisprudência no sentido de que não se admite negar a posse a cargo público de candidato com escolaridade inequivocamente superior à exigida no edital; PARA FACILITAR 5 VIII - reintegração; IX - recondução. Art. 9o A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (...) Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (Vide EMC nº 19)3 I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade. § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008) (...) Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)4 Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Observando tudo o que a Lei acima dispôs, creio que tenha ficado algumas dúvidas sobre o assunto. Vamos tentar solucioná-las agora. 3 O artigo 20 da Lei nº 8.112/90 ainda prevê, em sua redação original, o requisito de cumprimento de 24 meses de estágio probatório. Contudo, a partir da edição da Emenda Constitucional nº 19 /1998, o prazo do estágio probatório dos servidores públicos passou a ser de três anos. 4 O prazo para adquirir a estabilidade, a partir da edição da Emenda Constitucional nº 19 /1998, também passou a ser de três anos. 6 Então, o que seria provimento? Quais são as formas de provimento de cargo público? Provimento é o ato de preenchimento de cargo público Requisitos para investidura no cargo público (Art. 5º da Lei 8.112/90) A nacionalidade brasileira Quitação com as obrigações eleitorais O gozo dos direitos políticos Nível de escolaridade exigido para o cargo Quitação com as obrigações militares Idade mínima de 18 anos • Forma de provimento originário de um cargo. Dependendo de aprovação em concurso público em caso de provimento de cargo efetivo ou vitalício (Art.11, Lei 8112/90) e, se tratar de cargo em comissão, será de livre nomeação e exoneração, dispensando-se o concurso. Nomeação (art. 9º da Lei 8.112/90) • Forma de provimento derivado. Consiste na elevação de nível de um Servidor de uma classe para outra, dentro de uma mesma carreira. Não confundir com Progressão Funcional, que significa mudança do padrão em que se encontra o servidor para o imediatamente superior. Promoção • Forma de Provimento derivado. Ocasião em que o servidor sofre limitação em sua capacidade física ou mental, comprovada por inspeção médica, ocorrerá sua investidura em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com sua atual condição. Readaptação (art. 24 da Lei 8.112/90) • Forma de provimento derivado. Hipótese de retorno à atividade de servidor: aposentado por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria ou aposentado no interesse da Administração (desde que solicite a reversão; que a aposentadoria tenha sido voluntária; que fosse estável quando em atividade; que a aposentadoria tenha ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação; que haja cargo vago). Reversão (arts. 25 a 27 da Lei 8.112/90) • Forma de provimento derivado. É o aproveitamento do servidor que, posto em disponibilidade ou reconduzido quando o cargo anterior encontra-se ocupado, será lotado em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Aproveitamento (arts. 30 a 32 da Lei 8.112/90) • Forma de provimento derivado. Reinvestidura do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. Reintegração (art. 28 da Lei 8.112/90) • Forma de provimento derivado. Ocorre quando o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado, em razão de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupado. Recondução (art. 29 da Lei 8.112/90) 7 A ascensão e a transferência foram revogadas pela Lei nº 9.527/97 como formas de provimento de cargo público, previstas no Art. 8.°, da Lei 8.112/90. Posteriormente, o STF declarou, por meio da Súmula Vinculante nº 43, o seguinte: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.” O que é concurso público? O eminente jurista Carvalho Filho define concurso público como: “(...) o procedimento administrativo que tem por fim aferir as aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos ao provimento de cargos e funções públicas. Na aferição pessoal, o Estado verifica a capacidade intelectual, física e psíquica de interessados em ocupar funções públicas e no aspecto seletivo são escolhidos aqueles que ultrapassam as barreiras opostas no procedimento, obedecidas sempre à ordem de classificação. Cuida-se, na verdade, do mais idôneo meio de recrutamento de servidores públicos”. Nesse sentido, é essencialque os concursos dispensem tratamento igualitário e impessoal aos interessados. garantindo assim o gozo da plenitude de igualdade para o ingresso no serviço público, com base no que dispõe a CF, Art.37, II c/c Lei n.º 8.112/90, Art. 11 e Art. 12 caput e § 2.°. E quanto à posse e o exercício? Posse • Segundo Carvalho Filho: "(...) A posse é o ato da investidura pelo qual ficam atribuídos ao servidor as prerrogativas, os direitos e os deveres do cargo. É o ato de posse que completa a investidura, espelhando uma verdadeira conditio iuris para o exercício da função pública. É o momento em que o servidor assume o compromisso do fiel cumprimento dos deveres e atribuições". • A posse ocorrerá no prazo de 30 dias contados da publicação do ato de provimento (nomeação); Exercicio • Na lição de Carvalho Filho: "(...) Exercício, como é óbvio, só se legitima na medida em que se tenha consumado o processo de investidura. É o exercício que confere ao servidor o direito à retribuição pecuniária como contraprestação pelo desempenho das funções inerentes ao cargo". • O exercício se dará no prazo de 15 dias, contados da data da posse; PARA FACILITAR 8 E o que acontece se eu não tomar posse ou entrar em exercício dentro do prazo? 1. Será tornado sem efeito o ato de nomeação se a posse não ocorrer no prazo previsto, nos termos do § 6°, art. 13. 2. O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação, se não entrar em exercício no prazo previsto, conforme disposto no § 2°, art. 15. Como funciona o estágio probatório e a estabilidade? A Emenda Constitucional nº 19/1998, modificou o período da estabilidade que passou a ser de 3 anos. Tal modificação trouxe bastante polêmica quanto a aplicação do estágio probatório e da estabilidade, que apesar de serem dois institutos vinculados, não se confundem. Maria Sylvia Zanella Di Pietro define os dois conceitos da seguinte maneira: “O período de três anos para aquisição da estabilidade pode ser desde logo aplicado. Com efeito, no caso do servidor nomeado por concurso, a estabilidade se adquire depois de três anos, o período compreendido entre o início do exercício e a aquisição da estabilidade é denominado estágio probatório e tem por finalidade apurar se o servidor apresenta condições para o exercício do cargo, referente, à moralidade, assiduidade, disciplina e eficiência”. Para dirimir suas dúvidas quanto ao tempo de estágio probatório e estabilidade, e a consequente aplicação em suas atribuições cotidianas, iremos considerar os termos do Ofício-Circular nº 16/SRH/MP, do Órgão Central do SIPEC, que dispõe o seguinte: No mesmo sentido se pronunciou a Consultoria Jurídica deste Ministério, por meio do PARECER/MP/CONJUR/RA/Nº 1073- 2.6/2004, que entendeu que o estágio probatório e a estabilidade possuem a duração de três anos. Dessa maneira, para o contexto da Administração Pública Federal, Autárquica e Fundacional, o período de estágio probatório e a consequente aquisição de estabilidade serão de 03 anos. 9 Então, o que seria vacância? 3.2.2. Capítulo II - Da Vacância O que diz a Lei? Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; IV - ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - transferência; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento. Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar- se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor. No ensinamento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, vacância “é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função”. Quais as formas de vacância? Formas de vacância Exoneração Demissão Formas de vacância Promoção Readaptação Formas de vacância Aposentadoria Posse em outro cargo inacumulável Falecimento 10 Obs1: A promoção e a readaptação, já vistas anteriormente nas formas de vacância, configuram-se como formas de provimento e vacância simultaneamente. Obs2: Demissão é uma forma de vacância decorrente da aplicação de penalidade funcional, em razão da prática de ilícito administrativo, que tem como efeito o desligamento do servidor público. Obs3: A exoneração, apesar de se configurar como uma forma de desligamento de cargo público, não se configura como aplicação de penalidade. Vacância por posse em cargo inacumulável x demissão: quais os efeitos? Em razão de questionamentos do tipo “Quando deverá ser concedida exoneração e quando a vacância?”, “Qual a diferença administrativa entre ‘exoneração, a pedido e vacância em virtude de cargo inacumulável’?”, “Quais as consequências administrativas entre um e outro termo?”, o Órgão Central do SIPEC elaborou a Nota Informativa nº 305 /2010/COGES/DENOP/SRH/MP, onde esclarecia os efeitos desses dois institutos assim: SERVIDOR NOVA SITUAÇÃO INSTITUTO CONSEQUÊNCIAS Estável Posse em outro cargo público Posse em outro cargo inacumulável Poderá ser reconduzido ao antigo cargo, desde que não seja aprovado no estagio probatório e não obtenha a estabilidade. Obs.: caso o novo cargo seja federal, poderá usufruir as férias e perceber gratificação natalina neste cargo, caso não tenha usufruído, e desde que não haja quebra de interstício. Exoneração a pedido Poderá ser reconduzido ao antigo cargo, desde que não seja aprovado no estágio probatório e não obtenha a estabilidade. Obs.: independentemente da esfera do novo cargo, terá que cumprir novo interstício para usufruir férias e perceber gratificação natalina. Emprego público ou privado Só se aplica a exoneração Haverá a quebra do vínculo entre o servidor e a Adm. Não poderá ser reconduzido. Será indenizado em relação às férias e a gratificação natalina. Não estável Posse em outro Posse em outro Não poderá ser reconduzido ao antigo PARA FACILITAR 11 cargo público cargo inacumulável cargo. Obs.: caso o novo cargo seja federal, poderá usufruir as férias e perceber gratificação natalina neste cargo, caso não tenha usufruído, e desde que não haja quebra de interstício. Exoneração a pedido Não poderá ser reconduzido ao antigo cargo, sendo indenizado em relação às férias e a gratificação natalina. Emprego público ou privado Só se aplica a exoneração Haverá a quebra do vínculo entre o servidor e a Adm. Não podendo ser reconduzido. Será indenizado em relação às férias e à gratificação natalina. 3.2.3. Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição O que diz a Lei? Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527,de 10.12.97) II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 12 Então, qual a diferença e o que são remoção e redistribuição? IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) De maneira bem simples, remoção é a mudança de lotação do servidor dentro do mesmo Órgão/Entidade ao qual ele se encontra vinculado, enquanto que a redistribuição seria a mudança de Órgão/Entidade para outro Órgão/Entidade do mesmo Poder (Executivo/Legislativo/Judiciário). Exemplificando, a remoção seria a alteração da lotação de um servidor dentro das unidades da UFPA, enquanto que a redistribuição seria o deslocamento do servidor da UFPA para UFRJ, desde que haja a contrapartida do código de vaga. De acordo com o art. 36, a remoção possui três modalidades: remoção de oficio, ou seja, no interesse da Administração; remoção a pedido, que fica a critério da Administração; e remoção a pedido, independentemente do interesse da Administração, em razão de: acompanhamento do cônjuge ou companheiro deslocado no interesse da Administração, por motivo de saúde do servidor ou por processo seletivo. Por outro lado, a redistribuição sempre será no interesse da Administração, com a finalidade de ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades do serviço. De acordo com a Nota informativa Nº 349/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, os requisitos para efetivação da Redistribuição, além do interesse da Administração, nos termos do art. 37, são: I - equivalência de vencimentos; II - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; III - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; IV - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. 13 Como funciona a substituição? 3.2.4. Capítulo IV - Da Substituição O que diz a Lei? Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria. A substituição consiste na retribuição paga ao substituto pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, na proporção dos dias de efetiva substituição, por motivo de afastamento ou impedimento legal do titular de Cargo de Direção ou Função Gratificada. De acordo com o art. 38 da Lei n.º 8.112/90, os substitutos serão indicados previamente no regimento interno, e no caso de omissão, serão designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. Espontaneamente, o substituto acumulará o exercício do cargo ou função assumido, e do cargo que ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles no respectivo período. Caso o período ultrapasse trinta dias, o substituto fará jus à retribuição proporcional. Reitera-se, por fim, que a Nota Técnica nº 363/2017-MP, do Órgão Central do SIPEC, estabelece que o conceito à expressão "unidade administrativa organizadas em nível de assessoria, prevista no art. 39, seria definido como “unidade integrante da estrutura administrativa de um órgão ou entidade que tenha como atividade/atribuição primordial a prestação de assessoramento”. diante disso, ao titular 14 de unidade administrativa que exerce função de chefia e direção, será devida a designação de substituto, não cabível, todavia, àqueles que prestem função de assessoramento, já que não são ocupantes de cargo de direção ou chefia, e sim de assessoria. 3.3. Título III – Dos Direitos e Vantagens 3.3.1. Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração O que diz a Lei? Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. (...) Art. 44. O servidor perderá: I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide Decreto nº 1.502, de 1995) | (Vide Decreto nº1.903, de 1996) |(Vide Decreto nº 2.065, de 1996) (Regulamento) (Regulamento) (...) Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) § 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) (...) Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 15 Quais são os pontos importantes? De acordo com o art. 40, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. A remuneração, por sua vez, prevista no art. 41, é o vencimento acrescido das vantagens pecuniárias. Já o art. 42 explica sobre o teto a ser observado no momento de estabelecer a remuneração do servidor. A previsão do teto também é estabelecida pela Constituição Federal de 1988 que estabelece no art. 37, XI, que a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Recentemente, por decisão majoritária do Plenário do Supremo Tribunal Federal, foi negado provimento a dois Recursos Extraordinários (REs 602043 e 612975) em que o Estado do Mato Grosso questionava decisões do Tribunal de Justiça local (TJ-MT) contrárias à aplicação do teto na remuneração acumulada de dois cargos públicos exercidos pelo mesmo servidor. O entendimento que prevaleceu entre os ministros foi no sentido de que deve ser aplicado o teto remuneratório constitucional de forma isolada para cada cargo público acumulado, nas formas autorizadas pela Constituição. Reitera-se que o tema teve repercussão geral reconhecida, com a seguinte tese: “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público”. Por fim, em relação ao ressarcimento ao erário, previsto nos arts. 46 e 47 da Lei 8.112/90, tal procedimento deverá obedecer aos termos da Orientação Normativa nº 05/2013, do Órgão Central do SIPEC, que disciplina o passo a passo a ser seguido para que seja efetivado o desconto na folha de pagamento do servidor. Nesse sentido, é 16 Quais são essas vantagens? necessário salientar que o desconto em folha para ressarcimento ao erário depende de autorização do servidor. 3.3.2. Capítulo II - Das Vantagens O que diz a Lei? Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. § 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento. Indenizações Ajuda de Custo Diárias Indenização de transporte Auxilio-moradia Gratificações Gratificação natalina Gratificação por encargo de curso ou concurso Adicionais Adicional por tempo de serviço (anuênio) Adicional por insalubridade, periculosidade ou atividades penosas Adicional por serviço extraordinário (hora-extra) Adicional noturno Adicional de férias 17 De acordo com Carvalho Filho, vantagens pecuniárias “(...) são as parcelas pecuniárias acrescidas ao vencimento-base em decorrência de uma situação fática previamente estabelecida na norma jurídica pertinente. Toda vantagem pecuniária reclama a consumação de certo fato, que proporciona o direito a sua percepção. Presente a situação fática prevista na norma, fica assegurado ao servidor o direito subjetivo a receber o valor correspondente à vantagem. Esses fatos podem ser das mais diversas ordens: desempenho das funções por certo tempo; natureza especial da função, grau de escolaridade; funções exercidas em gabinetes de chefia; trabalhos em condições anormais de dificuldades, etc. Iniciando pelas indenizações, estas abarcam a ajuda de custo, diárias, transporte e auxílio-moradia. Aqui, a Administração busca compensar o servidor por despesas relativas ao exercício do cargo público. A ajuda de custo, prevista no art. 53, destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. Esta verba de natureza indenizatória compreende tanto o pagamento de valores adicionais equivalentes a uma, duas ou três remunerações de acordo com o numero de dependentes do servidor, quanto o transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. Além da previsão do art. 53, a ajuda de custo encontra-se disciplinada também no Decreto 4.004/2001. As diárias, por sua vez, conforme previsão do art. 58 destina-se a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento, do servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior. O decreto 5.992/2006 regulamenta a concessão de diárias no âmbito da administração federal direta, autárquica e fundacional. A indenização de Transporte, com previsão no art. 60, destina-se ao servidor que efetua despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. A Orientação Normativa nº 04/2011, do Órgão Central do SIPEC, estabelece a orientação quanto ao pagamento de auxílio-transporte aos servidores nos deslocamentos residência/trabalho/residência. PARA FACILITAR 18 Por fim, o auxílio-moradia, consiste, de acordo com o art. 60-a, no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação das despesas efetuadas pelo servidor. A Orientação Normativa nº 10, de 24 de abril 2013, do Órgão Central do SIPEC, regula os procedimentos a serem adotados para a concessão deste auxilio, estabelecendo, dentre outras coisas, que o auxílio-moradia abrange apenas gastos com alojamento, não sendo indenizáveis as despesas de condomínio, energia, telefone, alimentação, bebidas, Imposto Prediale Territorial Urbano - IPTU, taxas e outras despesas acessórias do aluguel ou da contratação de hospedagem. As gratificações, por sua vez, apresentam os seguintes conceitos e elementos: A gratificação natalina, popularmente denominada como 13º salário, tem previsão entre os arts. 63 a 66, que estabelecem que o servidor terá direito de perceber uma gratificação, cujo valor será pago até dia 20 do mês de dezembro de cada ano, correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o mesmo fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. De acordo com o Decreto nº 1.043, de 13 de janeiro de 1994, estabelece que os recursos necessários ao pagamento da Gratificação Natalina dos servidores, inclusive inativos e pensionistas a que se refere este decreto serão liberados pela Secretaria do Tesouro Nacional em duas parcelas, nos meses de junho e dezembro. Em relação à Gratificação por encargo de curso ou concurso, prevista no art. 76-a, é devida ao servidor que, em caráter eventual, participar dos seguintes eventos: instrutoria em curso de formação, ou instrutoria em curso de desenvolvimento ou de treinamento para servidores, regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; banca examinadora ou de comissão para exames orais, análise curricular, correção de provas discursivas, elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; logística de preparação e de realização de curso, concurso público ou exame vestibular, envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; e aplicação, 19 fiscalização ou avaliação de provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisão dessas atividades. Além da previsão na Lei 8.112/90, esta gratificação é regulamentada pelo Decreto 6.114, de 15 de maio de 2007, estabelecendo, dentre outras coisas, que a Gratificação não será devida pela realização de treinamentos em serviço ou por eventos de disseminação de conteúdos relativos às competências das unidades organizacionais. Por fim, reitera-se que, para efeito de cálculo do valor desta gratificação, a Nota Técnica nº 11471/2016-MP, do Órgão Central do SIPEC, versa acerca da necessidade de divulgação atualizada do valor do menor e maior vencimento da Administração Pública federal. Por fim, em relação aos adicionais, pode-se definir o seguinte: O adicional por tempo de serviço, também conhecido como anuênio, passou a vigorar a partir da edição da Lei 8.112/90, sendo estabelecido à razão de 1% por ano de serviço público efetivo, nos termos do art. 67, em sua redação original. Contudo, com o advento da Lei nº 9.527/97 (precedida pela Medida Provisória nº 1.480-19 e reedições), a referida vantagem passou a ser concedida após cinco anos de efetivo tempo de serviço público, no percentual de 5% (cinco por cento). Posteriormente, o adicional por tempo de serviço foi extinto em 08.03.1999, pela Medida Provisória 1.815, a qual resguardou as situações constituídas até 08/03/1999. Os adicionais de insalubridade, periculosidade ou de atividade penosa, previstos entre os arts. 68 a 72, são concedidos aos servidores que estão sujeitos a condições atípicas de segurança, salubridade ou onerosidade. De acordo com a Orientação Normativa nº 04/2017, Os adicionais de insalubridade, de periculosidade e de irradiação ionizante, bem como a gratificação por trabalhos com raios-x ou substâncias radioativas, estabelecidos na legislação vigente, não se acumulam, tendo caráter transitório, enquanto durar a exposição. Por fim, não geram direito aos adicionais de insalubridade e periculosidade as atividades: em que a exposição a circunstâncias ou condições insalubres ou perigosas seja eventual ou esporádica; consideradas como atividades-meio ou de suporte, em que não há obrigatoriedade e habitualidade do contato; que são realizadas em local inadequado, em virtude de questões gerenciais ou por problemas organizacionais de 20 outra ordem; e em que o servidor ocupe função de chefia ou direção, com atribuição de comando administrativo, exceto quando respaldado por laudo técnico individual que comprove a exposição em caráter habitual ou permanente. Já o adicional por serviço extraordinário, comumente conhecido como hora- extra, tem previsão nos arts. 73 e 74, possibilitando o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho. De acordo com a Orientação Normativa nº 03/2015, do Órgão Central do SIPEC, a prestação de serviço extraordinário está condicionada à ocorrência e comprovação de situações excepcionais e temporárias para execução de tarefas de imprescindível necessidade para o serviço público, cujo adiamento ou interrupção importe em manifesto prejuízo. Além disso, o serviço extraordinário deverá ocorrer logo após a jornada de trabalho do servidor, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas diárias, 44 (quarenta e quatro) mensais e 90 (noventa) anuais, consecutivas ou não. Por fim, regra geral, salvo em casos de emergência ou calamidade pública, o serviço extraordinário não deverá ser prestado: pelo servidor submetido à jornada de trabalho reduzida, nos termos da Medida Provisória nº 2.174-28, de 24 de agosto de 2001; pelo servidor que tenha horário especial, nos termos do art. 98 da Lei nº 8.112, de 1990; pelo servidor que cumpra jornada de trabalho de 6 (seis) horas diárias e de 30 (trinta) horas semanais, nos termos do art. 3º do Decreto nº 1.590, de 10 de agosto de 1995; pelo servidor que acumule cargos, cuja soma da jornada regular e a do serviço extraordinário ultrapasse o total de 60 (sessenta) horas semanais; e pelo servidor ocupante de cargo de técnico de radiologia. O adicional noturno, por sua vez, com previsão no art. 75, será concedido sempre que o servidor exercer suas atividades por horário compreendido entre as 22h de um dia e às 5h do seguinte, ao qual será acrescido valor-hora de 25%. Cada hora será computada como cinquenta e dois minutos e trinta segundos. De acordo com a Orientação Normativa nº 03/2015, citada acima, na hipótese de realização de serviço extraordinário que ultrapasse o horário de 22 (vinte e duas) horas de um dia até 5 (cinco) horas do dia seguinte, o servidor fará jus ao adicional noturno, calculado sobre a hora majorada em 50% (cinquenta por cento). 21 Como é o gozo das férias? Encerrando, o adicional de férias, com previsão no art. 76, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias, independentemente de solicitação do servidor. 3.3.3. Capítulo III - Das Férias O que diz a Lei? Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997) § 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. § 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. § 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo. (Vide Lei nº 9.525, de 1997) De acordo com o art. 77, o servidor públicoterá 30 dias de férias que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos. Para os servidores pertencentes a carreira do Magistério Federal, a Lei 12.772/2012 determinou que os mesmo fariam jus a 45 (quarenta e cinco) dias de férias anuais. Diferentemente dos empregados submetidos ao Regime da Consolidação das Leis Trabalhistas, para o servidor público, somente o primeiro período aquisitivo de férias deve ter os 12 (doze) meses de exercício. Após o primeiro período aquisitivo, a cada novo ano iniciará um /novo período de férias. A Orientação Normativa nº 02/2011, do Órgão Central do SIPEC, que regula a concessão das férias, passou a permitir, a partir do exercício 2015, a concessão de férias aos servidores em usufruto de licença capacitação, afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país ou para estudo ou missão no exterior com remuneração, que, se não forem programadas, serão registradas e pagas a cada mês de dezembro. Por fim, 22 A quais licenças o servidor tem direito? reitera-se que as férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. 3.3.4. Capítulo IV - Das Licenças O diz a Lei? Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: I - por motivo de doença em pessoa da família; II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; III - para o serviço militar; IV - para atividade política; V - prêmio por assiduidade; V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VI - para tratar de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato classista. Licenças Por motivo de doença em pessoa da família1 (art. 83) Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro2 (art. 84) Licenças Para o serviço militar3 (art. 85) Para atividade política4 (art. 86) Licenças Para capacitação5 (art. 87) Para tratar de interesses particulares6 (art. 91) Para desempenho de mandato classista7 (art. 92) 23 Obs1: A Licença por motivo de doença em pessoa da família, apesar de encontrar-se descrita no art. 83, também é regulamentada pelo Decreto nº 7.003, de 9 de novembro de 2009, conforme parágrafo único do art. 9º do supracitado Decreto. Esta licença será concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, padrasto ou madrasta, filhos e enteados, ou dependente, mediante comprovação médica oficial e desde que conste do assentamento funcional do servidor. Além disso, a assistência do servidor deve ser indispensável ao tratamento, além de haver incompatibilidade entre a assistência e o exercício do cargo. Sem prejuízo da remuneração a licença será concedida por 60 dias consecutivos ou não, num período de doze meses. Excedendo este prazo, será concedida sem remuneração por até 90 dias consecutivos ou não, sendo vedada a concessão de nova licença em período inferior a 12 meses do término da última licença concedida. Obs2: A licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro terá duas modalidades: a) sem remuneração: regra geral, esta licença será concedida sem remuneração, em razão de deslocamento do cônjuge ou companheiro para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o desempenho de mandato eletivo; b) com exercício provisório: no caso do cônjuge ou companheiro deslocado também ser servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o servidor poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. De acordo com a Orientação Normativa nº 05/2012, do Órgão Central do SIPEC, os requisitos para a concessão dessa licença são: Art. 4º Serão observados os seguintes requisitos para a concessão do exercício provisório: I - deslocamento do cônjuge do servidor para outro ponto do território nacional, ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo; II - exercício de atividade compatível com o seu cargo, e III - transitoriedade da situação que deu causa ao deslocamento do cônjuge. PARA FACILITAR 24 Art. 5º O processo a que se refere o art. 3º deverá conter, necessariamente, os seguintes documentos: I - ato que determinou o deslocamento do cônjuge ou companheiro; II - análise atestando a compatibilidade entre as atividades a serem exercidas com aquelas afetas ao cargo efetivo; III - documento que comprove que o cônjuge ou companheiro que foi deslocado é servidor público ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; IV - certidão de casamento ou declaração de união estável firmada em cartório, ambos com data anterior ao deslocamento; e V- anuências dos órgãos e entidades envolvidos. Obs3: Licença para o serviço militar será concedida ao servidor, na hipótese de convocação deste para o serviço militar. Uma vez concluído o serviço militar, o servidor terá 30 dias sem remuneração para reassumir o cargo. Obs4: Licença para atividade política será concedida para o servidor que se candidatar a cargo eletivo, sendo esta sem remuneração, durante o período compreendido entre a sua escolha em convenção partidária e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Posteriormente, a partir do registro até o 10º dia seguinte à eleição, serão assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de 3 meses. Obs5: A Licença para capacitação veio em substituição a antiga Licença prêmio por assiduidade, que foi revogada por meio da Medida Provisória nº 1.522 de 11/10/1996, posteriormente convertida na Lei nº 9.527/97. Diferentemente da Licença-prêmio, a Licença para capacitação não é acumulável e não possui efeito de contagem em dobro para aposentadoria. Para fazer jus a Licença para capacitação, deve haver o interesse da Administração e o servidor deve ter completado o quinquênio de efetivo exercício, momento no qual poderá se afastar por um período de até 03 meses, com a respectiva remuneração, para participar de curso de capacitação profissional. Por fim, de acordo com o Decreto 5.707/2006, a Licença para capacitação poderá ser parcelada, não podendo a menor parcela ser inferior a trinta dias, além da possibilidade de utilização desta Licença, de 25 maneira integral, para a elaboração de dissertação de mestrado ou tese de doutorado, cujo objeto seja compatível com o plano anual de capacitação da instituição. Obs6: A Licença para tratar de interesses particulares poderá ser concedida aos servidores que este não estejam em estágio probatório, por um período de até 3 anos consecutivos, sem remuneração, podendo ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse da Administração. De acordo com a Portaria nº 35, de 1º de março de 2016, do Órgão Central do SIPEC, o total de licenças para tratar de assuntos particulares não poderá ultrapassar seis anos, consecutivos ou não, em toda a vida funcional do servidor. Além disso, eventual pedido de prorrogação desta Licença deverá ser apresentado pelo servidor com no mínimo dois meses de antecedência do término da licença até então vigente. Por fim, caso o servidor, após o fim da Licença, não se apresente a chefia imediata para retornar as atividades, a supracitada Portaria determina a suspensão da reimplantação da remuneraçãodo servidor na folha de pagamento e, após transcorridos 31 (trinta e um) dias consecutivos, iniciar os procedimento para instauração de processo disciplinar, por abandono de cargo, nos termos do art. 138 da Lei nº 8.112, de 1990. Obs7: A Licença para o desempenho de mandato classista será concedida, sem remuneração, para desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe, sindicato ou entidade fiscalizadora da profissão e participação em gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros. A licença terá duração igual ao período do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição. 3.3.5. Capítulo V - Dos Afastamentos O que diz a Lei? Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) (Vide Decreto nº 5.213, de 2004) (Vide Decreto nº 9.144, de 2017) (...) Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições: 26 Como funcionam os afastamentos? I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de vereador: a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. (...) Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Vide Decreto nº 1.387, de 1995) (...) Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) Do afastamento para servir a outro Órgão ou Entidade (Cessão - art. 93) • O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, para o exercicio de cargo em comissão ou função de confiança, além de outros casos previstos em Leis especificas; • Segundo a Orientação Normativa nº 04/2015, do Órgão Central do SIPEC, regra geral, o ônus pela remuneração ou salário do servidor ou empregado cedido envolvendo os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, de qualquer de seus Poderes, ou as empresas públicas ou sociedades de economia mista, é do órgão ou da entidade cessionária, ou seja, a entidade que recebe o servidor cedido; Do afastamento para exercicio de Mandato Eletivo (art. 94) • Para o exercicio de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; • Na hipótese de ser investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; • Na hipótese de ser investido no mandato de vereador: • a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; • b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior (art. 95) • Dependerá da autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do STF. • A ausência não excederá 4 anos. Novo afastamento somente poderá ser concedido após decorrido igual período. • De acordo com o Decreto 1.387/1995, o afastamento do País, com ônus ou com ônus limitado, somente poderá ser autorizado, sendo observado o Decreto 91.800/1985, nos seguintes casos: • I - negociação ou formalização de contratações internacionais que, comprovadamente, não possam ser realizadas no Brasil ou por intermédio de embaixadas, representações ou escritórios sediados no exterior; • II - missões militares; • III - prestação de serviços diplomáticos; • IV - serviços relacionados com a atividade-fim do órgão ou entidade, de necessidade reconhecida pelo Ministro de Estado; • IV - serviço ou aperfeiçoamento relacionado com a atividade fim do órgão ou entidade, de necessidade reconhecida pelo Ministro de Estado; (Redação dada pelo Decreto nº 2.349, de 15.10.1999) • V - intercâmbio cultural, científico ou tecnológico, acordado com interveniência do Ministério das Relações Exteriores ou de ultilidade reconhecida pelo Ministro de Estado; • VI - bolsas de estudo para curso de pós-graduação stricto sensu. 27 Quais são as concessões? 3.3.6. Capítulo VI - Das Concessões O que diz a Lei? Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço: (Redação dada pela Medida provisória nº 632, de 2013) I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; II - pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. Concessão Período de ausência Doação de sangue 1 dia Alistamento eleitoral 2 dia Casamento/ Falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob sua guarda ou tutela e irmãos. 8 dias Horário especial Para servidor estudante, desde que haja incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, devendo haver compensação, que será na mesma semana que ocorreu a ausência para o Do afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País (art. 96-A) • Afastamento, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. • Vedado a servidores que estejam em estagio probatório (exceto docentes da carreira do Magistério Federal, em razão de exceção prevista na Lei 12.772/2012). • Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto ou venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência, deverá ressarcir o erário dos gastos com seu aperfeiçoamento. • Segundo o Decreto 5.707/2006, os períodos de afastamento serão os seguintes: • I - até vinte e quatro meses, para mestrado; • II - até quarenta e oito meses, para doutorado; • III - até doze meses, para pós-doutorado ou especialização; e • IV - até seis meses, para estágio. 28 estudo, devendo ser observado às disposições do Decreto 1.590/1995 sobre a jornada de trabalhodo servidor público federal. Para servidor portador de deficiência ou que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência, quando comprovada necessidade, independentemente de compensação de horário. 3.3.7. Capítulo VII - Do Tempo de Serviço O que diz a Lei? Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de: (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) I - férias; II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal; III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República; IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006) VIII - licença: a) à gestante, à adotante e à paternidade; b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005) d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) f) por convocação para o serviço militar; IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; 29 O que é tempo de serviço? X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica; XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Inicialmente é necessário estabelecer uma distinção entre o conceito de tempo de serviço e o de tempo de contribuição. De acordo com o Decreto 2.172/1997, já revogado, o tempo de serviço seria “o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contesto de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade”. Já o Decreto 3.048/1999 estabelece que o tempo de contribuição seria “o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade”. Dessa maneira, Tempo de contribuição consiste no tempo em que houve atividade abrangida pela Previdência Social, ou seja, não basta o servidor encontrar-se em serviço, deve haver efetivamente a contribuição ao regime próprio de previdência para que o tempo seja considerado para fins de aposentadoria. Nesse sentido, o art. 4º da Emenda Constitucional nº 20/1998 estabeleceu que, observado o disposto no art. 40, § 10, da Constituição Federal, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição. Diante de tudo isso, vocês devem observar que a Lei 8.112/90, no art. 100 ainda se refere ao termo tempo de serviço. Já o art. 102 considera, como efetivo, os seguintes afastamentos: as concessões previstas no art. 97, as férias, os afastamentos previstos nos arts. 93, 94, 95, 96, 96-A, Júri e outros serviços obrigatórios por lei, as licenças (gestante, adotante e paternidade; tratamento da própria saúde até limite de 24 meses; mandato classista; para capacitação; por motivo de acidente em serviço ou doença 30 profissional; e por convocação para o serviço militar), deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18, participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica e afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. Além disso, o art. 103 estabelece em que hipóteses haverá apenas contagem para efeito de Aposentadoria e Disponibilidade, ou seja, diferentemente do art. 102, estas hipóteses não se enquadram como efetivo exercício para todos os efeitos. Por fim, resta um questionamento: como se deve proceder para registrar esses períodos numa eventual mudança de Órgão ou Entidade ou diante da aprovação em concurso público? Situações desta natureza implicam em averbação de tempo de contribuição cumprido em um regime de previdência social para efeito de aposentadoria em outro regime. Averbação de tempo de contribuição consiste no reconhecimento e assentamento desse tempo em documento hábil da Administração Pública, visando ao seu cômputo para efeito de aposentadoria, na forma da contagem recíproca, assegurada pelo § 9º do art. 201 da Constituição Federal. Para emissão deste documento, deve-se observar a Portaria MPS 154/2008, do Ministério da Previdência Social, que regulamenta a emissão de CTC pelos regimes próprios de previdência. 3.3.8. Capítulo VIII - Do Direito de Petição O que diz a Lei? Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010) Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010) I - do indeferimento do pedido de reconsideração; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. 31 Como funciona o direito de petição? O que fazer caso o pedido seja negado? § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. § 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300, de 2010) (...) Art. 110. O direito de requerer prescreve: I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição. Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração. Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído. Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade. Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior. Nos termos do art. 104 da Lei 8.112, é assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. Tal petição deve ser, segundo o art. 105, dirigido à autoridade competente para decidir sobre o pleito do requerente, e encaminhado por, por intermédio daquela, a unidade onde o interessado esteja subordinado. Será concedido o direito de pedir reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, nos termos do art. 106. 32 E se houver novo indeferimento? Ainda caberá interposição de recurso, nos termos do art. 107, referente: ao indeferimento do pedido de reconsideração; e das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. Este recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. Aplicando-se subsidiariamente os termos da Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo, O recurso administrativo tramitará, regra geral, no máximo por três instâncias administrativas. O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decididos dentro de 30 dias. Para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso, o prazo será de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. Os prazos estabelecidos são improrrogáveis e fatais, salvo motivo de força maior. A juízo da autoridade competente, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos retroagirão a data do ato impugnado. APRESENTAÇÃO OBJETIVOS INTRODUÇÃO 3. Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civil da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais (Lei 8.112/90 e suas alterações). 3.1. Título I - Capítulo Único 3.1.1. Das Disposições Preliminares 3.2. Título II – Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição. 3.2.1. Capítulo I - Do Provimento 3.2.2. Capítulo II - Da Vacância 3.2.3. Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição 3.2.4. Capítulo IV - Da Substituição 3.3. Título III – Dos Direitos e Vantagens 3.3.1. Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração 3.3.2. Capítulo II - Das Vantagens 3.3.3. Capítulo III - Das Férias 3.3.4. Capítulo IV - Das Licenças 3.3.5. Capítulo V - Dos Afastamentos 3.3.6. Capítulo VI - Das Concessões 3.3.7. Capítulo VII - Do Tempo de Serviço 3.3.8. Capítulo VIII - Do Direito de Petição
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