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Caderno Proc. Penal I aula 1

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Rio de janeiro, 03 de agosto de 2017
Direito Processual Penal - aula 1
Prof: Thiago Minagé
	Conteúdo programático (aula 1) - Contexto político e histórico em que o CPP/41 foi promulgado; Princípios Constitucionais e Gerais informadores do Processo Penal.
Novo Código de Processo Penal - tramita no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados) o PLS nº 156 (Projeto de Lei no Senado), renumerado para PL nº 8.045/10, cuidando da elaboração de um Novo Código de Processo Penal, produzido com base no anteprojeto gestado por uma Comissão de Juristas em 2008, a qual tivemos a honra de integrar.
Conceito de Direito Processual Penal (doutrina: CPP esquematizado) - O Estado, ente soberano que é, tem o poder de ditar as regras de convivência e, para isso, pode aprovar normas que tenham por finalidade manter a paz e garantir a proteção aos bens jurídicos considerados relevantes: vida, incolumidade física, honra, saúde pública, patrimônio, fé pública, patrimônio público, meio ambiente, direitos do consumidor etc. Essas normas, de caráter penal, estabelecem previamente punições para os infratores. Assim, no exato instante em que ela é desrespeitada pela prática concreta do delito, surge para o Estado o direito de punir (jus puniendi).
Este, entretanto, não pode impor imediata e arbitrariamente uma pena, sem conferir ao acusado as devidas oportunidades de defesa. Ao contrário, é necessário que os órgãos estatais incumbidos da persecução penal obtenham provas da prática do crime e de sua autoria e que as demonstrem perante o Poder Judiciário, que, só ao final, poderá declarar o réu culpado e condená-lo a determinada espécie de pena.
Existe, portanto, o que se chama de conflito de interesses. De um lado, o Estado pretendendo
punir o agente e, de outro, a pessoa apontada como infratora exercendo seu direito de defesa
constitucionalmente garantido, a fim de garantir sua liberdade.
A solução da lide só será dada pelo Poder Judiciário após lhe ser apresentada uma acusação
formal pelo titular do direito de ação. Uma vez aceita esta acusação, estará iniciada a ação penal, sendo que, durante o seu transcorrer, deverão ser observadas as regras que disciplinam o seu tramitar até que se chegue à decisão final. Esse conjunto de princípios e normas que disciplinam a persecução penal para a solução das lides penais constitui um ramo do direito público denominado.
Contexto em que o CPP foi promulgado (doutrina Eugenio Pacelli) - Inspirado na legislação processual penal italiana produzida na década de 1930, em pleno regime fascista, o Código de Processo Penal (CPP) brasileiro foi elaborado em bases notoriamente autoritárias, por razões óbvias e de origem. 
Voltando ao passado, o princípio fundamental que norteava o Código de Processo Penal, então, era o da presunção de culpabilidade. Manzini, penalista italiano que ainda goza de grande prestígio entre nós, ria-se daqueles que pregavam a presunção de inocência, apontando uma suposta inconsistência lógica no raciocínio, pois, dizia ele, como justificar a existência de uma ação penal contra quem seria presumivelmente inocente?
Evidentemente, a aludida dúvida somente pode ser explicada a partir de um pressuposto: o de que o fato da existência de uma acusação implicava juízo de antecipação de culpa, presunção de culpa, portanto, já que ninguém acusa quem é inocente! Vindo de uma cultura de poder fascista e autoritário, como aquela do regime italiano da década de 1930, nada há a se estranhar. Mas a lamentar há muito. Sobretudo no Brasil, onde a onda policialesca do Código de Processo Penal produziu uma geração de juristas e de aplicadores do Direito que, ainda hoje, mostram alguma dificuldade em se desvencilhar das antigas amarras.
A CRFB/88 e o Processo Constitucional (doutrina: Eugenio) - Enquanto a legislação codificada pautava-se pelo princípio da culpabilidade e da periculosidade do agente, o texto
constitucional instituiu um sistema de amplas garantias individuais, a começar pela afirmação da situação jurídica de quem ainda não tiver reconhecida a sua responsabilidade penal por sentença condenatória passada em julgado: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (art. 5º, LVII, CF). 
A mudança foi radical. A nova ordem passou a exigir que o processo não fosse mais conduzido, prioritariamente, como mero veículo de aplicação da lei penal, mas, além e mais que isso, que se transformasse em um instrumento de garantia do indivíduo em face do Estado.
O devido processo penal constitucional busca, então, realizar uma Justiça Penal submetida à exigência de igualdade efetiva entre os litigantes. O processo justo deve atentar, sempre, para a desigualdade material que normalmente ocorre no curso de toda persecução penal, em que o Estado ocupa posição de proeminência, respondendo pelas funções investigatórias e acusatórias, como regra, e pela atuação da jurisdição, sobre a qual exerce o monopólio.
Processo justo a ser realizado sob instrução contraditória, perante o juiz natural da causa, e no qual seja exigida a participação efetiva da defesa técnica, como única forma de construção válida do convencimento judicial. E o convencimento deverá ser sempre motivado, como garantia do adequado exercício da função judicante e para que se possa impugná-lo com maior amplitude perante o órgão recursal.
Mais que isso, ou junto a isso, deve ser um processo construído sob os rigores da Lei e do Direito, cuja observância é imposta a todos os agentes do Poder Público, de maneira que a verdade ou verossimilhança (certeza, enfim!) judicial seja o resultado da atividade probatória licitamente desenvolvida. Disso decorrerá também a vedação das provas obtidas ilicitamente (art. 5º, LVI, CF), não só como afirmação da necessidade de respeito às regras do Direito, mas como proteção aos direitos individuais, normalmente atingidos quando da utilização ilícita de diligências e dos meios probatórios.
Uma vez que ao Estado deve interessar, na mesma medida, tanto a absolvição do inocente quanto a condenação do culpado, o órgão estatal responsável pela acusação, o Ministério Público, passou a ser, com a Constituição de 1988, uma instituição independente, estruturado em carreira, com ingresso mediante concurso público, sendo-lhe incumbida a defesa da ordem
jurídica, e não dos interesses exclusivos da função acusatória. Nesse sentido, o Ministério Público, e não só o Poder Judiciário, deve atuar com imparcialidade, reduzindo-se a sua caracterização conceitual de parte ao campo específico da técnica processual.
Princípios
Princípio do Juiz Natural - refere-se ao órgão jurisdicional previamente definido como competente para julgar o caso penal. Trata-se de um direito ao órgão e não a pessoa. Obs.: Sérgio Moro não é o Juiz da lava jato, o juiz natural é a 13 vara criminal de Curitiba. 
Princípio da vedação da prova ilícita - nenhuma prova será admitida, caso desrespeite norma procedimental ou viole direitos. Teoria dos frutos da árvore envenenada. 
Princípio da correlação entre acusação e sentença - também conhecido como congruência, significa que uma decisão não pode fugir dos parâmetros estabelecidos entre acusação e defesa. Ex.: tapa no rosto, para uns será lesão corporal, para outros foi uma tentativa de homícidio; e para um retardado foi tentar tentar matar um mosquito.
Princípio do contraditório - vai além de contrapor o que foi dito, uma vez que começa desde a produção probatória em que as Partes devem atuar ativamente. 
Contraditório diferido postergado - significa que a prova é produzida e a parte contrária pode se manifestar posteriormente. Obs.: Ocorre quando a prova é produzida unilateralmente e a parte contrária se manifesta apenas em outro momento.
Princípio ampla defesa - é a defesa técnica (feita pelo advogado) somada a autodefesa (no interrogatório).
Presunção de inocência - a pessoa é considerada inocente até a sentença penal condenatória transitada em julgado.
Princípio da indisponibilidade- uma vez iniciado o processo criminal o mesmo não poderá ser abandonado
Princípio oralidade - os atos devem ser praticados de forma oral, dando dinamismo ao desenvolvimento do processo. 
Princípio da Publicidade - todas as informações no processo devem ser públicas e de fácil acesso, ressalvado o segredo de justiça.
Banco Nacional de Mandados de Prisão (CNJ) - http://www.cnj.jus.br/bnmp/#/pesquisar
Princípio do duplo grau de jurisdição - é o direito que todo pessoa dispõe de ver a decisão ser revisada por outros julgadores. 
Caso aula 1
Questão discursiva:
A Autoridade Policial da 13ª Delegacia de Polícia da Comarca da Capital, que investiga o crime de lesão corporal de natureza grave, do qual foi vítima o segurança da boite TheNight Agenor Silva, obtém elementos de informação que indicam a suspeita de autoria dos fatos ao jovem de classe média Plininho, de 19 anos. O Delegado então determina a intimação de Plininho para que o mesmo compareça em sede policial para prestar esclarecimentos, sob pena de incorrer no crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP. Pergunta-se:
Caso Plininho não compareça para prestar declarações, poderá responde pelo cime do art. 330 do CP?
Resposta: 
Sim, caso Plínho não compareça à delegacia para prestar esclarecimentos poderá incorrer no crime de desobediência, conforme determina o art. 330, CP, in verbis:
“Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.”
 
Entretanto, caso o delegado entenda ser necessário que o acusado seja conduzido a força para que preste depoimento em sede policial, a autoridade olicial (delegado), poderá requer ao juízo competente para que seja expedido ordem de condução coercitiva, conforme determina o art. 260, CPP, in verbis: 
“Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
Parágrafo único.  O mandado conterá, além da ordem de condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável.”
Cabe ainda destacar o que dipõe o art. 352, CPP, in verbis:
Art. 352.  O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Entretanto, cabe esclarecer que o acusado não será o brigado a falar, tendo em vista a proteção constitucional de que ninguém será obrigado a produzir prova contra si mesmo, conforme dispõe o art, 5º, LXIII, CRFB, in verbis:
“o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;”
b) E se houvesse processo penal tramitando regularmente e o juiz da Vara Criminal intimasse Plininho para o interrogatório, poderia o mesmo responder pelo delito em questão?
Resposta:
Não, pois o próprio código de processo criminal prevê o caso em que o processo correrá a revelia do réu regularmente citado, mas que não compareceu em juízo, conforme art. 367, CPP, in verbis:
“O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.”
Por outro lado, o juízo também poderá determinar condução coercitiva do acusado, bem como o réu também poderá fazer uso do silêncio se assim o desejar.   
2- letra b)
3 - letra c)

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