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2017 - 05 - 12 Reta final OAB: revisão unificada - Edição 2016 9. DIREITO CIVIL LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Anteriormente conhecida como Lei de Introdução ao Código Civil ou LICC, a atual Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) corresponde ao Dec.-lei 4.657/1942, cuja ementa foi alterada pela Lei 12.376/2010. •• Função: tem como função a regulamentação das normas em si; é um conjunto de normas versando a respeito de normas, lhes disciplinado a vigência, a interpretação, a integração e a aplicação no tempo e espaço. •• Abrangência: todo o ordenamento jurídico; todos os ramos do direito. •• Fontes Formais: são as formas ou os modos pelos quais o direito se manifesta. A lei é o objeto da LINDB e a principal fonte do direito. A própria lei de introdução destaca os costumes e os princípios gerais do direito como fontes formais (art. 4.º da LINDB). Desse modo: Lei Em sentido estrito, a lei pode ser conceituada como um preceito jurídico escrito, proveniente de autoridade estatal competente, criada por meio de um processo previamente definido, com caráter geral e obrigatório. Costume Também chamada de usos e costumes, é a norma aceita por todos como obrigatória, sem que o Poder Público a tenha estabelecido. É a prática reiterada de um comportamento e a convicção de sua obrigatoriedade. Princípios gerais do São proposições de caráter geral e amplo que englobam implícita ou explicitamente direito um conjunto de normas, que determinam a produção de efeitos no sistema jurídico. Além deles, muitos incluem como fontes indiretas (ou mediatas) a doutrina e a jurisprudência, dada a contribuição que exercem para a elaboração das normas. a) Doutrina: Também chamada de direito científico ou ciência jurídica, a doutrina é o conjunto organizado das pesquisas e indagações dos estudiosos do direito; b) Jurisprudência: É o conjunto de decisões do Poder Judiciário reiteradas, constantes e pacíficas, resultantes da aplicação de normas a casos semelhantes. •• Fontes Materiais: são todos os fatores que condicionam a formação das normas jurídicas, ou seja, que implicam o conteúdo das fontes formais. São razões de ordem econômica, sociológica, política etc. A LEI A lei é a expressão máxima do direito e a principal fonte do direito. É um conjunto ordenado de regras que se apresenta como um texto escrito. •• Características: dentre as características da lei, destacam-se as principais: Generalidade A lei é destinada a todos de forma indistinta, tendo em vista a naturezaabstrata de seu comando. Imperatividade A lei é um comando, uma ordem que impõe um dever de conduta. Autorizamento A lei autoriza que o lesado pela violação exija o seu cumprimento ou areparação. O autorizamento permite e legitima o uso da faculdade de coagir. Permanência A lei permanece até ser revogada por outra lei. É importante observar,contudo, que algumas leis são temporárias (art. 2.º da LINDB). Criação por autoridade competente A lei é um ato do Estado. Sua existência depende da emanação pelo poder competente com o preenchimento das formalidades necessárias. •• Classificação: as leis admitem diversas classificações, conforme variam os critérios utilizados: Quanto à imperatividade Cogente De ordem pública, expressam um mandamento ou umaproibição. Não podem ser alteradas pela vontade das partes. Não cogente Permitem que os particulares disponham como lhesconvier e funcionam no silêncio dos contratantes. Quanto à natureza Substantivas Definem direitos e deveres. Também chamadas de leismateriais. Adjetivas Definem os meios de realização dos direitos. Tambémchamadas de leis processuais. •• Vigência da lei: as leis nascem, são aplicadas e permanecem em vigor até serem revogadas. Vigência é nome que se dá ao prazo com que se delimita esse período de validade da lei. É, portanto, uma qualidade temporal da norma. •• Início da vigência: uma vez sancionada pela autoridade competente, a lei deve ser publicada no órgão oficial. Com a publicação, haverá um prazo para o início de vigência, que poderá estar especificado na própria lei sancionada ou não. No silêncio, a lei começa a vigorar: No Brasil 45 dias depois de oficialmente publicada (art. 1.º, caput, da LINDB). Nos Estados Estrangeiros 3 (três) meses depois de oficialmente publicada (art. 1.º, § 1.º, da LINDB). ••Vacatio legis: período entre a publicação e o efetivo início dos efeitos da lei. Durante a vacatio legis, a lei nova nada obriga porque ainda não entrou em vigor. •• Nova publicação: caso, antes de entrar a lei em vigor (ou seja, durante a vacatio legis), ocorra nova publicação de seu texto, destinada à correção, o prazo começará a correr da nova publicação da lei (art. 1.º, § 3.º, da LINDB). É bom observar que a correção após o período da vacatio legis, ou seja, quando a lei já for vigente, deve ser feita por uma nova lei (art. 1.º, § 4.º, da LINDB). •• Revogação: é a perda da eficácia da lei, a lei deixa de vigorar no sistema normativo. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue (art. 2.º, caput, da LINDB). i) Classificação: Quanto à extensão Ab-rogação Revogação total da lei anterior. Derrogação Revogação parcial da lei anterior. Quanto à forma Expressa A lei posterior revoga a anterior quando expressamente odeclare. A lei posterior revoga a anterior quando seja com ela Tácita incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. •• Efeito repristinatório: a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência (art. 2.º, § 3.º, da LINDB). Somente se houver expressa previsão, poderá haver a repristinação. •• Do conhecimento da lei: ninguém poderá se escusar de cumprir a lei, alegando que não a conhece (art. 3.º da LINDB). INTEGRAÇÃO DA LEI •• Definição: quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito (art. 4.º da LINDB). ANALOGIA •• Definição: é a aplicação a um caso não contemplado de modo direto ou específico por lei, de uma norma prevista para hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado. Trata-se de um mecanismo de integração da norma. Podem ser de duas espécies: legal ou jurídica. Legis ou legal: Ocorre com a aplicação de uma norma existente sobre hipótese não normatizada. Juris ou jurídica: Ocorre com a aplicação de um conjunto de normas existentes sobre o caso acerca do qual a lei é omissa. •• Pressupostos: a) Não previsão do caso em norma jurídica; b) Relação de semelhança entre o caso não contemplado e outro previsto; c) Existência de identidade de razões entre os dois casos. COSTUMES •• Definição: também chamado de “usos e costumes” ou “direito consuetudinário”, é a norma aceita por todos como obrigatória, sem que o Poder Público a tenha estabelecido. São espécies de costumes: praeter legem, contra legem e secundum legem. a)Praeter legem. Não previsto em lei e não contrariado por ela. Aceito pelo ordenamento. b)Contra legem. Que contraria uma determinada lei em vigor. Não aceito pelo ordenamento, pois os costumes não revogam as leis. c)Secundum legem. Há previsão legal; sua eficácia é reconhecida pelo direito positivo. •• Requisitos: são de duas ordens: objetivos e subjetivos. Objetivo Trata-se do uso constante e reiterado da conduta no tempo. Subjetivo Também conhecido como opinio necessitatis, isto é, a crença na obrigatoriedadejurídica,a convicção de sua obrigatoriedade por parte daqueles que o aplicam. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO •• Definição: são proposições de caráter geral e amplo, que englobam implícita ou explicitamente um conjunto de normas que determinam a produção de efeitos no sistema jurídico. JURISPRUDÊNCIA •• Definição: é o conjunto de decisões reiteradas do Poder Judiciário, constantes e pacíficas, resultantes de aplicação de normas a casos concretos. EQUIDADE Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum (art. 5.º da LINDB). APLICAÇÃO DA NORMA NO TEMPO A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (art. 6.º da LINDB). Ou seja, a lei nova se aplica aos casos pendentes e futuros. E só se aplica aos casos pretéritos se NÃO houver ofensa ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Ato Jurídico Perfeito É o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Direito Adquirido Aquele que se dá com o exercício imediato do titular, pois definitivamente integrado ao seu patrimônio. Coisa Julgada É a decisão judicial de que já não caiba recurso. PARTE GERAL DAS PESSOAS DA PERSONALIDADE •• Definição: a personalidade jurídica é um atributo essencial para ser sujeito de direito (art. 1.º do CC/2002). Para a teoria geral do Direito Civil, a personalidade é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações. •• Início da Personalidade: a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida (art. 2.º do CC/2002). •• Nascituro: a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (art. 2.º do CC/2002). DA CAPACIDADE •• Capacidade jurídica: é a medida da personalidade. Capacidade de direito ou de gozo Aptidão para aquisição de direitos, reconhecida aos seres humanos, sem qualquer distinção. Toda pessoa natural, inclusive os entes despersonalizados, tem capacidade de direito e a adquire ao nascer com vida ou por expressa determinação legal. Capacidade de fato ou de exercício Aptidão (autonomia) para o exercício de atos e negócios jurídicos, pessoalmente, sem necessidade de estar representado por terceiros. Nem toda pessoa tem capacidade de fato. •• Capacidade civil plena: a pessoa que reúne a capacidade de direito e a capacidade de fato, diz- se possuir capacidade civil plena. São plenamente capazes todas as pessoas que podem se autodeterminar, podendo praticar atos e negócios jurídicos por si ou apoiado por terceiros judicialmente designados (art. 1.783-A do CC/2002 com redação dada pela Lei nº 13.146/2015) •• Capacidade civil da pessoa com deficiência: no atual sistema, as pessoas com deficiência (física, mental etc.) são, por regra, plenamente capazes, podendo exercer sua plena capacidade por si ou apoiadas por terceiros previamente designados. A definição de curatela para pessoas com deficiência (física, mental etc.) passou a constituir medida protetiva EXTRAORDINÁRIA, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível (art. 84 da Lei 13.146/2015). •• Incapacidade: nem toda pessoa, entretanto, pode exercer pessoalmente os seus direitos, praticando atos e negócios jurídicos, necessitando de terceiros que as representem para o exercício desses direitos. Incapacidade absoluta Critério único: etário. O indivíduo necessita de terceiro para praticar todos os atos da vida civil. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos. (art. 3.º do CC/2002 com redação dada pela Lei 13.146/2015). Incapacidade relativa Pluralidade de critérios: etário, psíquico ou físico. Necessitam da assistência de terceiros para praticar alguns atos da vida civil, mas podem praticar determinados atos sem eles. São relativamente incapazes os maiores de 16 e menores de 18 anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; e os pródigos (art. 4.º do CC/2002 com redação dada pela Lei 13.146/2015). QUADRO-RESUMO •• Atos praticados pelo relativamente incapaz: Há hipóteses nas quais o legislador permite ao relativamente incapaz proceder sem a necessidade de ser assistido. São exemplos: aceitar mandato (art. 666 do CC/2002); ser testemunha de atos jurídicos (art. 228 do CC/2002); fazer testamento (art. 1.860 do CC/2002); casar (art. 1.517 do CC/2002). •• Cessação da incapacidade: cessa a incapacidade civil, assim que cessarem as suas causas (Ex.: pela maioridade, pela cura da enfermidade etc.) ou por meio da emancipação. EMANCIPAÇÃO •• Definição: é uma forma de cessação da incapacidade de um indivíduo que ainda não completou dezoito anos, nos termos do art. 5.º do CC/2002. De acordo com o dispositivo, são espécies de emancipação: voluntária, judicial e legal. Voluntária (inc. I, 1.ª parte) Aos 16 anos completos, concedida pelos pais (ou de um deles na falta do outro); exigência de instrumento público; independe de homologação judicial. Judicial (inc. I, 2.ª parte) Aos 16 anos completos, concedida pelo juiz, na hipótese de menor posto sob tutela, após oitiva do tutor. Legal (incs. II a V) a) pelo casamento; b) pelo exercício de emprego público efetivo; c) pela colação de grau em curso de ensino superior; d) pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. TÉRMINO DA PERSONALIDADE •• Morte: A existência e a personalidade da pessoa natural terminam com a morte (art. 6.º do CC/2002). Por conseguinte, extingue-se, também, a capacidade. São espécies de morte: real, presumida e simultânea. Morte Real Constatada na presença do cadáver, diagnosticada por profissional da áreamédica pela denominada morte encefálica. Morte Presumida Quando ausente o cadáver. A presunção pode ocorrer em duas modalidades: • Sem declaração de ausência: (a) quando for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; e (b) quando alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Em qualquer um dos casos, a morte presumida somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. • Com declaração de ausência, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Aqui, a pessoa desaparece sem deixar notícias. Morte Simultânea (Comoriência) Morte simultânea de dois ou mais indivíduos, na mesma ocasião. Não tendo havido tempo ou oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes, um não herda do outro (art. 8.º do CC/2002). DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE •• Definição: são direitos subjetivos, intrínsecos ao ser humano, que têm como objeto os bens e valores essenciais ao desenvolvimento da pessoa humana em si e em suas projeções sociais. Características • Intrínsecos ao ser humano, considerado em si mesmo e em suas projeções ou exteriorizações. • São intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária, com exceção dos casos previstos em lei (art. 11 do CC/2002). • Proteção: (a) cessação da ameaça ou lesão; (b) perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei (art. 12 do CC/2002). •• Classificação: Direitos físicos. Relativos ao corpo, às partes separadas do corpo, ao cadáver e às partes separadasdo cadáver, bem como à integridade (higidez) física, imagem e voz. Direitos psíquicos. Privacidade (intimidade), liberdade, segredo (sigilo), integridade (higidez) psíquica, convivência social. Direitos morais. Honra, identidade (nome), educação, emprego, habitação, cultura e criações intelectuais. •• O nome da pessoa natural: toda pessoa tem direito ao nome (art. 16 do CC/2002). Elementos Essenciais Elementos Secundários Agnomes Prenome (nome próprio, primeiro nome, nome individual) Sobrenome (patronímico, apelido de família, cognome) Títulos nobiliárquicos ou honoríficos (conde, comendador) Títulos Eclesiásticos (padre, monsenhor, cardeal) Qualitativos de identidade oficial (senador, juiz, prefeito) Títulos acadêmicos (doutor, mestre) Integram o nome Exemplos: Júnior Filho Neto DA AUSÊNCIA •• Definição: ausente é a pessoa que desaparece do seu domicílio sem dar notícias de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens. A denominada “declaração de ausência” deve obedecer a três fases distintas: 1.ª fase Curadoria dos bens do ausente Com o noticiado desaparecimento, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomeará curador (art. 22 do CC/2002). 2.ª fase Sucessão provisória Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão (art. 26 do CC/2002). 3.ª fase Sucessão definitiva Os interessados poderão requerer a abertura da sucessão definitiva, última fase da declaração de ausente, em 3 (três) hipóteses: a) quando houver a certeza da morte do ausente (art. 35 do CC/2002); b) dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória (art. 37 do CC/2002); c) provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele (art. 38 do CC/2002). DAS PESSOAS JURÍDICAS •• Definição: conjunto de pessoas ou bens dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, para a consecução de fins comuns. •• Teorias: a) Teoria da ficção. Parte do pressuposto de que só o homem é sujeito de direito, sendo a pessoa jurídica uma criação do legislador, contrária à realidade, mas imposta pelas circunstâncias. b) Teoria orgânica (organicista) ou da realidade objetiva. A pessoa jurídica é uma realidade viva, um organismo social capaz de vida autônoma, e, à semelhança da pessoa física, a pessoa coletiva realiza seus fins por meio de órgãos adequados. c) Teoria da realidade técnica. A pessoa jurídica resulta de um processo técnico, a personificação, pelo qual a ordem jurídica atribui personalidade a grupos em que a lei reconhece vontade e objetivos próprios. Esta posição doutrinária foi adotada no art. 45 do CC/2002. d) Teoria institucional. A pessoa jurídica é uma organização social para atingir determinados fins. Partindo da análise das relações sociais, não da vontade humana, constata a existência de grupos organizados para a realização de uma ideia socialmente útil. •• Início da existência legal: com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro (art. 45 do CC/2002). •• Extinção da pessoa jurídica: a) Convencional. Por deliberação de seus membros, conforme quorum previsto nos estatutos ou na lei. Na sociedade por prazo indeterminado, por deliberação da maioria absoluta dos sócios; na sociedade por prazo determinado, por deliberação unânime dos sócios (art. 1.033, II e III, do CC/2002). Também se enquadra nesta modalidade a hipótese do término do prazo determinado, sem que a sociedade entre em processo de dissolução (art. 1.033, I, do CC/2002). Também, pela falta de pluralidade de sócios (180 dias para encontrar novo sócio). b) Legal. Por motivo determinante em lei (falência); morte de todos os sócios. c) Administrativa. Quando a pessoa jurídica depende de autorização do poder público e esta é cassada. d) Judicial. A requerimento de qualquer um dos sócios. Os motivos podem variar: pretende anular a constituição; verificou a inexequibilidade etc. •• Classificação: As pessoas jurídicas se classificam, de acordo com o Código Civil de 2002: Direito público interno (art. 41 do CC/2002) a) a União; b) os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; c) os Municípios; d) as autarquias, inclusive as associações públicas; e) as demais entidades de caráter público criadas por lei. Estas entidades são regidas por leis próprias, as quais lhe outorgam existência e personalidade. Contudo, aquelas a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do Código Civil. Direito público externo (art. 42 do CC/2002) São os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Direito privado (art. 44 do CC/2002) a) as associações; b) as sociedades; c) as fundações; d) as organizações religiosas; e) os partidos políticos; f) as empresas individuais de responsabilidade limitada. ASSOCIAÇÕES •• Conceito: união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Mas não há impedimento para uma associação desenvolver atividades econômicas para geração de renda, desde que os destine integralmente à consecução de seu objetivo social. Entre os associados, não existe direitos e obrigações recíprocos. •• Criação: por Estatuto Social. •• Relação entre os associados: direitos iguais ou categorias internas com mais vantagens. •• Exclusão do associado: por justa causa, assegurado o direito de defesa, nos termos do estatuto. •• Alteração do estatuto: mediante de assembleia com o quorum especificado no próprio estatuto. •• Dissolução: o patrimônio será destinado a outra entidade de fins não lucrativos, designada no estatuto ou, no silêncio, a entidade pública de finalidade semelhante, por deliberação dos associados. Se não houver entidade pública, o dinheiro irá para a Fazenda Pública Estatal ou Federal. O associado terá direito de receber de volta o que aportou na associação. FUNDAÇÕES •• Conceito: pessoa jurídica resultante de uma afetação patrimonial com finalidade social específica. Fins não econômicos. Decorre da vontade de uma pessoa: o instituidor. •• Espécies: podem ser particulares ou públicas (mas as públicas são regidas por lei própria, no Direito Administrativo). •• Formas de constituição: (a) por escritura pública ou (b) por testamento. SOCIEDADES a) empresária: tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro. Objeto de estudo do Direito Comercial. b) simples: exerce atividade, mas não é considerada atividade de empresário. c) sociedade comum: sociedade não personificada; aquela que não adquiriu personalidade jurídica por não ter sido arquivado o seu contrato ou estatuto social no registro próprio. Chamada de “irregular” pelo antigo Código Civil. d) sociedade em conta de participação: sociedade não personificada, por determinação legal, formada por sócio ostensivo e sócio participante. Portanto, é sociedade regular. e) cooperativas: união voluntária de pessoas para satisfazer suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais em comum. i) Partidos Políticos Conceito: Os partidos políticos foram disciplinados no art. 17 da CF/1988 e na Lei 9.096/1995 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos). São entidades que apresentam como característica marcante a liberdade de criação.ii) Organizações Religiosas Conceito: Representam uma espécie de pessoa jurídica de direito privado sem qualquer definição em lei. O § 1.º do art. 44 do CC/2002 garante-lhes liberdade de criação, organização, estruturação interna, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos. iii) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada Conceito: São pessoas jurídicas de direito privado definidas no art. 980-A do CC/2002 como “a empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País”. O Código Civil estabelece que a pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. •• Desconsideração da personalidade jurídica: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica (art. 50 do CC/2002). DO DOMICÍLIO •• Domicílio da pessoa natural: é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo (art. 70 do CC/2002). •• Modalidades: Domicílio familiar • Uma pessoa poderá ter vários domicílios se tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva (art. 71 do CC/2002). • Caso a pessoa não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada será considerado o seu domicílio (art. 73 do CC/2002). Domicílio profissional • É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida (art. 72 do CC/2002). • Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem (art. 72, parágrafo único, do CC/2002). •• Alteração do domicílio: a mudança do domicílio ocorre com a intenção manifesta de transferir a residência (art. 74 do CC/2002). A intenção poderá ser aferida pela conduta da pessoa. Exemplos: matricular filho no novo colégio, transferir linha telefônica, abertura de conta bancária, posse em cargo público etc. •• Classificação: Domicílio voluntário geral É a residência; depende da vontade exclusiva do interessado (art. 70 do CC/2002). Domicílio voluntário especial Fixado em contrato, de comum acordo pelos contratantes, para cumprimento das obrigações pactuadas (art. 78 do CC/2002). Determinado pela lei em razão da condição de determinada pessoa (art. 76 do CC/2002): a) do incapaz é o do seu representante ou assistente; b) do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas Domicílio necessário ou legal funções; c) do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; d) do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e) do preso, o lugar em que cumprir a sentença. •• Domicílio das pessoas jurídicas: as pessoas jurídicas, tanto de direito público como de direito privado, também possuem domicílio. Em relação às pessoas jurídicas de direito privado, utiliza-se o termo “sede” ou “estabelecimento”, ao invés de “domicílio” (art. 75 do CC/2002). a) o Distrito Federal é o domicílio o da União; b) as respectivas capitais são o domicílio dos Estados e Territórios; c) o lugar onde funcione a administração é o domicílio dos Municípios; e d) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos é o domicílio das demais pessoas jurídicas. •• Pluralidade de domicílios da pessoa jurídica: tendo a pessoa jurídica estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos neles praticados (art. 75, § 1.º, do CC/2002). DOS BENS •• Definição: é toda coisa com conteúdo econômico, que pode propiciar à pessoa a satisfação de um interesse. São valores materiais e imateriais que podem ser objeto de uma relação jurídica. •• Outras definições: Coisas comuns Bens insuscetíveis de apropriação, como, por exemplo, o ar atmosférico, o mar, ambos considerados em sua grandeza. Sendo possível sua apropriação em porções limitadas, tornam-se “bens”. Res nullius Bens sem dono, visto que estão à disposição de quem as encontrar, como, por exemplo, os peixes ou demais caças (observação: o que não significa que não possa haver leis regulamentando o assunto – leis ambientais). Res derelicta Bem móvel abandonado, que pode ser apropriado por qualquer outra pessoa. •• Classificação dos bens a) Bens Móveis e Imóveis i) Imóveis: É o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. São os que se não podem transportar, sem destruição, modificação, fratura ou dano, de um para outro lugar (arts. 79 a 81 do CC/2002). – Imóveis por Natureza: o solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo. – Imóveis por Acessão Natural: árvores e frutos pendentes, bem como acessórios e adjacências naturais (pedras, fontes, plantas etc.). Ou formação de ilhas, aluvião, avulsão etc. (ver modos originários de aquisição de propriedade). – Imóveis por Acessão Artificial: construções e plantações. – Imóveis por determinação legal: a) Os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; e b) O direito à sucessão aberta. –– Regra Especial: Não perdem o caráter de imóveis (art. 81 do CC/2002): a) as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; e b) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. ii) Móveis: São os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (arts. 82 a 84 do CC/2002). – Móveis por Natureza: os que podem ser transportados de um lugar a outro, sem deterioração, por força própria (semoventes) ou alheia (móveis propriamente ditos). – Móveis por antecipação: são bens incorporados ao solo, mas com a intenção de separálos oportunamente e convertê-los em móveis (árvores destinadas ao corte, frutos e safras ainda não colhidos). – Móveis por determinação legal: (1) As energias que tenham valor econômico (gás, corrente elétrica etc.) (2) Os direitos reais sobre móveis e as ações correspondentes. (3) Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. –– Regra Especial: os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio (art. 84 do CC/2002). Atenção Principais diferenças entre “bens móveis” e “bens imóveis”: MÓVEIS IMÓVEIS Adquiridos por simples tradição. Dependem de escritura pública e registro. Não exige anuência do cônjuge para alienação ou gravação de ônus real. Exige anuência do cônjuge para alienação ou gravação de ônus real, exceto se casados na separação de bens. Usucapião: 3 (três) e 5 (cinco) anos. Usucapião: 2 (dois), 5 (cinco), 10 (dez) e 15 (quinze) anos. Objeto de penhor Objeto de hipoteca b) Bens Fungíveis e Infungíveis i) Fungíveis: Bens substituíveis (mesma espécie, qualidade e quantidade) (art. 85 do CC/2002); e ii) Infungíveis: Bens insubstituíveis (art. 85 do CC/2002). c) Bens Consumíveis e Inconsumíveis i) Consumíveis:Os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação (art. 86 do CC/2002); e ii) Inconsumíveis: Aqueles cujo uso não importa em destruição imediata (art. 86 do CC/2002). d) Bens Divisíveis e Indivisíveis i) Divisíveis: bens que se podem partir em porções reais e distintas: (1) sem alteração na substância; (2) sem diminuição considerável de valor; ou (3) sem prejuízo do uso a que se destina (art. 87 do CC/2002); e ii) Indivisíveis: (1) por natureza (não se pode fracionar sem alteração na substância – um animal, um relógio, um brilhante); (2) por determinação legal (quando a lei expressamente impede o seu fracionamento – servidões prediais, hipoteca); ou (3) por vontade das partes (art. 88 do CC/2002). e) Bens Singulares e Coletivos i) Singulares: quando considerados na sua individualidade, independente dos demais (art. 89 do CC/2002); e ii) Coletivos: Quando se consideram agregados a um todo. Universalidades de fato pluralidade de bens singulares que tenham destinação unitária. Cada um dos bens pode ser objeto de relação jurídica própria (art. 90 do CC/2002). Universalidade de direito complexo de relações jurídicas dotadas de valor econômico (herança, patrimônio, fundo de comércio, massa falida) (art. 91 do CC/2002). f) Bens Principais e Acessórios i) Principais: existem sobre si, abstrata ou concretamente (art. 92, 1.ª parte, do CC/2002); e ii) Acessórios: Bens cuja existência supõe a do principal (art. 92, 2.ª parte, do CC/2002). Produtos utilidades que podem ser retiradas da coisa, mas diminuem-lhe a quantidade,porque não se reproduzem periodicamente (ex.: pedras, metais). Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz (ex.: plantação, aluguéis). Benfeitorias acréscimos que o homem faz a outro bem. Elas podem ser voluptuárias, úteis ounecessárias (art. 96 do CC/2002). Pertenças se destinam ao uso, ao serviço ou aformoseamento do outro e não constituemparte integrante (art. 93 do CC/2002). Bens Públicos e Particulares Públicos Bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. a) Uso Comum (não podem ser alienados): rios, mares, estradas, ruas e praças. b) Uso Especial (não podem ser alienados): edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. c) Dominicais (podem ser alienados): constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Privados Todos os outros bens, seja qual for a pessoa a que pertençam. g) Bens Públicos e Particulares i) Públicos: Bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. a) Uso Comum (não podem ser alienados): rios, mares, estradas, ruas e praças; b) Uso Especial (não podem ser alienados): edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; e c) Dominicais (podem ser alienados): constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. ii) Privados: todos os outros bens, seja qual for a pessoa a que pertençam. FATOS JURÍDICOS •• Noções gerais: todo acontecimento, natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos e obrigações, na órbita do direito, denomina-se fato jurídico. O fato jurídico seria todo o acontecimento em virtude do qual começam ou terminam as relações jurídicas. Fatos Jurídicos (lato sensu) Fatos Jurídicosstricto sensu (Naturais) Atos jurídicoslato sensu (Humanos) Ordinários (nascimento, morte, maioridade, decurso do tempo etc.) Extraordinários (caso fortuito e força maior – raio, terremoto, tempestade etc.) Lícitos a) Atos jurídicos stricto sensu; b) Negócios Jurídicos; e c) Ato-fato Jurídico Ilícitos NEGÓCIO JURÍDICO •• Aspectos gerais: a principal categoria dos fatos jurídicos são os negócios. Estes podem ser compreendidos como um fato resultante de uma exteriorização de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre ele incide. Plano da Existência Verificação da presença de alguns dos elementos essenciais sem os quais o direito considera inexistente o negócio, ou seja, se o negócio possui objeto idôneo, se possui cunho negocial, se houve declaração de vontade. Se não possuir, será inexistente. Plano da Validade Verificação da presença dos requisitos do negócio jurídico e de outros previstos na lei, como proibição da simulação, do objetivo de fraudar a lei e dos defeitos do negócio jurídico. Plano da Eficácia O negócio jurídico existe, mas, aqui, pergunta-se se já gerou efeitos. Análise dos elementos acidentais da declaração. •• Requisitos de validade: De acordo com o art. 104 do CC/2002, são eles: (a) agente capaz; (b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e (c) forma prescrita ou não defesa em lei. •• Interpretação: em relação à interpretação dos negócios jurídicos, deverão ser observados a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (art. 113 do CC/2002). •• Exteriorização de vontade: é a declaração de vontade privada, destinada a produzir os efeitos que o agente pretende e o direito reconhece. A vontade pode ser exteriorizada de forma expressa ou tácita. Expressa é aquela realizada por meio de signos de linguagem, como é o caso da fala, da escritaetc. Tácita é aquela que decorre de um comportamento do agente suficiente para exprimir seuquerer. •• O silêncio: não é forma de manifestação, porém importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa (art. 111 do CC/2002). •• Reserva mental: a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento (art. 110 do CC/2002). •• Forma: a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir (art. 107 do CC/2002). DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO •• Definição: são imperfeições na formação da vontade ou na sua declaração. São duas as espécies de defeitos: os vícios de consentimento e os vícios sociais. Vícios do consentimento São as anomalias de vontade que prejudicam a própria pessoa Erro ou Ignorância Dolo Coação que exteriorizou a vontade de praticar o negócio. Estado de perigo Lesão Vícios sociais São aqueles cujos prejuízos se projetam a uma terceira pessoa não participante da relação negocial. Fraude contra credores DO ERRO OU IGNORÂNCIA (ARTS. 138 A 144 DO CC/2002) •• Definição: erro é a noção falsa que o agente tem de qualquer dos elementos do ato jurídico ou do negócio. Consiste em uma falsa representação de realidade. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial (essencial) que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. O erro é substancial quando: a) interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; b) concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira adeclaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; e c) sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. •• Falso motivo: só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. DO DOLO (ARTS. 145 A 150 DO CC/2002) •• Definição: é o artifício ou expediente astucioso empregado para induzir alguém à prática de um ato que o prejudica, aproveitando ao autor do dolo ou a terceiro. Os negócios jurídicos são anuláveis por dolo, quando este for a sua causa (dolo principal). •• Omissão dolosa: nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. •• Dolo de terceiro: pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. •• Dolo bilateral: Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização (art. 150 do CC/2002). •• Dolo acidental: só obriga à satisfação das perdas e danos. É acidental o dolo quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. •• Dolo do representante de uma das partes: se partir do representante legal só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. DA COAÇÃO (ARTS. 151 A 155 DO CC/2002) •• Definição: é a ameaça intencional para constranger alguém à prática de um negócio jurídico. Para viciar a declaração da vontade a ameaça há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. DO ESTADO DE PERIGO (ART. 156 DO CC/2002) •• Definição: configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar- se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Dois requisitos que marcam o instituto são: ““Salvar-se”” O dano pode ser físico ou moral, ou seja, integridade física, honra ouliberdade. Ciência pela outra parte A outra parte deve ter ciência que o contratante enfrenta momento de perigo. DA LESÃO (ART. 157 DO CC/2002) •• Definição: ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico (art. 157 do CC/2002). DA FRAUDE CONTRA CREDORES (ARTS. 158 A 165 DO CC/2002) •• Definição: aqui a vontade manifestada corresponde exatamente ao desejo do agente, mas possui o objetivo de prejudicar terceiros, no caso, credores. É praticado por devedor insolvente ou pelo ato reduzido à insolvência. Pode ocorrer em quatro hipóteses: Hipótese A: Transmissão gratuita ou remissão de dívida Esta modalidade exige apenas a gratuidade ou a remissão de dívida, ou seja, o denominado eventus damni que é o ato prejudicial ao credor ou a insolvência. Independe do conhecimento do beneficiário. Hipótese B: Transmissão onerosa Aqui serão exigidos os dois elementos: a) eventus damni: a insolvência ou o prejuízo decorrente dela. Objetivamente, o credor aufere que o devedor, após o negócio, não conseguirá honrar a obrigação. b) consilium fraudis: ao pé da letra: conluio fraudulento. Mas não precisa haver conluio entre devedor e adquirente. Basta que este saiba ou tenha condições de saber que o negócio reduzirá o devedor à insolvência ou diminuir-lhe-á, ainda mais, o patrimônio já desfalcado. Hipótese C: Pagamento antecipado de dívida O credor quirografário (que não possui garantias), que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu (art. 162 do CC/2002). Hipótese D: Concessão fraudulenta de garantias Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor (art. 163 do CC/2002). •• Ação Pauliana: a ação anulatória cujo objeto é a fraude contra credores é conhecida como revocatória ou pauliana. DA REPRESENTAÇÃO •• Definição: os direitos adquirem-se por ato próprio do adquirente ou por intermédio de outrem. Neste último caso surge o fenômeno da representação. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. •• Espécies: a) Legal. Deferida pela lei aos pais, tutores, curadores. É exercida atribuindo a alguém a função de cuidar dos interesses de pessoas incapazes. b) Judicial. Ocorre em relação à pessoa capaz, instituída pelo juiz, como o síndico em relação à massa falida, o inventariante em relação ao espólio de bens etc.; e c) Convencional ou Voluntária. Decorre do negócio jurídico específico denominado “mandato”. •• Conflito de interesses: Desde que haja má-fé por parte do representante e do outro contratante, ou seja, desde que este saiba previamente (ou deveria saber) do conflito, poderá ser anulado o negócio jurídico pelo representado (art. 119 do CC/2002). •• Contrato consigo mesmo: A lei denomina “contrato consigo mesmo” a hipótese em que a pessoa atua como representante de um lado e parte de outro. Aliena (como representante) um bem ou direito a si mesmo (mas aqui como o outro polo contratante). Para esse negócio a regra é a proibição, salvo se permitido pela lei ou pelo próprio representado. EFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO •• Conceito: todo negócio jurídico válido irradia efeitos. Em razão da autonomia da vontade, os efeitos (eficácia) podem ser modificados pela inserção de elementos acidentais pela vontade das partes do negócio. São eles: (a) a condição; (b) o termo; e (c) o modo ou encargo. a) Condição: considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto (art. 121 do CC/2002). A subordinação acarreta ora a suspensão (condição suspensiva) ora a resolução, ou seja, extinção (condição resolutiva) da eficácia negocial. Condição Suspensiva Enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Trata- se apenas de um direito eventual, ou seja, uma expectativa de direito. Condição Resolutiva Enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercerse desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe. i) Modalidades de condições: as condições podem ser: Casuais Dependem do acaso, do fortuito, de fato alheio à vontade das partes. Opõem-se às potestativas. Ex.: “(...) se chover amanhã.” Por extensão, será também chamada de casual quando depender da vontade exclusiva de terceiro estranho ao negócio. Puramente Potestativas Sujeitas ao puro arbítrio de uma das partes, sem qualquer influência externa. Ex.: “(...) se eu quiser”. Somente estas são proibidas. Simplesmente Potestativas Dependem da vontade de uma das partes e, também, de outros fatores externos (“(...) sevocê for a Paris” – não depende somente do querer; tem que providenciar passagem, estadia, angariar fundos para a viagem etc.) Mistas Dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade de umterceiro. (“(...) se casares com tal pessoa”) b) Termo: é o momento em que começa ou se extingue a eficácia de um ato jurídico. Enquanto a condição é acontecimento futuro e incerto, o termo é futuro e certo. O Código Civil estabelece duas espécies de termo: i) termo inicial ou suspensivo (dies a quo) O termo inicial é o que fixa o momento em que a eficácia do negócio deve ter início. O fato de haver termo não significa que a parte ainda não adquiriu o direito. Pelo contrário, já houve a aquisição, mas apenas o exercício é diferido. Isto porque o “termo” é evento futuro, mas é certo. ii) termo final ou resolutivo (dies ad quem) O termo final extingue o direito. Fixa o momento de resolução do negócio. iii) Contando os prazos: – Na contagem do prazo para o implemento do termo negocial (art. 132 do CC/2002), salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. – Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. – Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. – Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. Quadro comparativo: Termo Condição Evento futuro e certo Evento futuro e incerto Adquire desde logo o direito, obstado apenas o exercício. Não se adquire desde logo o direito nem o exercício. c) O encargo ou modo: é um ônus imposto a uma liberalidade. Serve para impor uma obrigação ao favorecido, em benefício do instituidor ou de terceiros (pode ser a coletividade, inclusive). Ex.: pessoa que doa determinada quantia em dinheiro para que o beneficiário construa um hospital; herança deixada a alguém para que cuide de seu filho. DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO •• Conceito: invalidade é a sanção que o direito estabelece para a prática do ato jurídico a que falte qualquer dos seus requisitos. A invalidade compreende a nulidade e a anulabilidade. Não se confunde com ato inexistente. •• Nulidade: é a sanção legal para os atos praticados sem os necessários requisitos, do que resulta a inidoneidade do ato para a produção dos efeitos que lhe são próprios. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. •• Hipóteses de nulidade: é nulo o negócio jurídico quando: a) celebrado por pessoa absolutamente incapaz; b) for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; c) o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; d) não revestir a forma prescrita em lei; e) for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; f) tiver por objetivo fraudar lei imperativa; g) a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção; e h) simulado. •• Simulação: É uma declaração enganosa da vontade, visando a proteger efeito diverso do indicado no negócio. As partes não pretendem originalmente o negócio que se mostra à vista de todos. Haverá simulação nos negócios jurídicos quando (art. 167, § 1.º, do CC/2002): a) aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; b) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; e c) os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. A simulação pode ser absoluta ou relativa. Simulação absoluta Não há ato jurídico acobertado. As partes não realizam nenhum negócio. Apenas fingem, para criar uma aparência, uma ilusão externa. Só existe um negócio, que é o simulado. Exemplo: falsa confissão de dívida perante amigo, com concessão de garantia real, para esquivar-se de execução de credores quirografários. Simulação relativa Há dois atos jurídicos: o dissimulado (oculto, acobertado, mas verdadeiramente desejado) e o simulado (aparente, destinado a enganar). Exemplo: homem casado, para contornar proibição legal de fazer doação à concubina, simula venda a um terceiro, que transferirá o bem àquela. •• Anulabilidade: é uma sanção mais branda que a nulidade. Sua razão de ser está na proteção que o direito dispensa aos interesses particulares. Por isso, o negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. •• Hipóteses de anulabilidade: além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: a) por incapacidade relativa do agente; b) por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. •• Distinção entre nulidade e anulabilidade Quanto ao interesse protegido ANULABILIDADE NULIDADE Interesse privado. Mera conveniência das partes. Negócios realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício social. Interesse público (ordem pública). Negócios realizados sem observância dos requisitos essenciais ou quando ofendem preceitos de ordem pública, que interessam à sociedade. Quanto à pessoa que pode argui-la Depende da provocação dos interessados diretamente prejudicados. Por qualquer interessado em nome próprio ou por intermédio do MP. Quanto à possibilidade de ser suprida a confirmação Pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes ou sanada pela confirmação. Não pode ser suprida pelo juiz ou sanada pela confirmação. Quanto à prescrição Se a lei não estabelecer outro prazo, será de dois anos para pleitear-se a anulação. Não se valida com o decurso do tempo. Prazo decadencial 4 (quatro) anos: nas hipóteses do art. 178 do CC/2002. 2 (dois) anos: quando a lei silenciar Imprescritível. DOS ATOS ILÍCITOS •• Definição: são os praticados com infração ao dever legal de não lesar outras pessoas. Comete ato ilícito aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral (art. 186 do CC/2002). Os ilícitos, por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento jurídico, fazem nascer a obrigação de indenizar (ressarcimento). •• Abuso do direito: também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (art. 187 do CC/2002). •• Exclusão de ilicitude: não constituem atos ilícitos: a) Legítima defesa. Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e em legítima defesa, não pode o agente ser responsabilizado civilmente pelos danos provocados. b) Exercício regular de direito. Desde que observados os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Ou seja, mesmo observando os limites do direito subjetivo, não poderá haver abuso de direito; e c) Estado de necessidade. O ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. PRESCRIÇÃO •• Definição: é a perda da pretensão do titular do direito violado. E a pretensão é o poder de exigir uma conduta positiva ou negativa contra aquele que lhe viola um direito. •• Alteração do prazo: não se admite o aumento ou diminuição dos prazos prescricionais por convenção entre as partes, considerando que se trata deuma matéria de ordem pública, sendo inalteráveis as disposições legais (art. 192 do CC/2002). •• Alegação: a prescrição pode ser alegada a qualquer tempo, em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita, ou seja, pela parte que se beneficia (art. 193 do CC/2002). Também pode ser pronunciada de ofício (art. 332, § 1.º, c/c art. 487, II, ambos do novo CPC). •• Renúncia: a prescrição pode ser renunciada. A renúncia se dá ao prescribente que abre mão do direito de invocá-la. Pode ser expressa ou tácita. Porém, só terá validade: (a) após a prescrição se consumar (ou seja, após transcorrido o prazo legal) e (b) desde que não cause prejuízo a terceiros. •• Impedimento e suspensão da prescrição a) Impedimento: é o obstáculo ao curso do respectivo prazo, antes do seu início. Constituise em um fato que não permite comece o prazo prescricional a correr. Assim, se o prazo ainda não começou a fluir, a causa ou obstáculo impede que comece; e b) Suspensão: se, entretanto, o obstáculo surge após o prazo ter iniciado, dá-se a suspensão. Desse modo, a suspensão é a cessação temporária do curso do prazo prescricional sem prejuízo do tempo já decorrido. Cessando as causas suspensivas, a prescrição continua a correr, aproveitando-se o tempo anteriormente decorrido. Não corre a prescrição (impedimento ou suspensão): i) entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; ii) entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; iii) entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela; iv) contra os incapazes de que trata o art. 3.º do CC/2002; v) contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; vi) contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra; vii) pendendo condição suspensiva; viii) não estando vencido o prazo; e ix) pendendo ação de evicção. •• Interrupção da prescrição: é o fato que impede o fluxo normal do prazo, inutilizando o já decorrido (volta a correr por inteiro). A interrupção depende, em regra, de um comportamento ativo, diferentemente da suspensão, que decorre de certos fatos previstos na lei. •• A interrupção da prescrição dar-se-á: a) por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; b) por protesto, nas condições do inciso antecedente; c) por protesto cambial; d) pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; e) por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; e f) por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. •• Prazos prescricionais: a denominada prescrição ordinária ou geral ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. O art. 206 do CC/2002 estabelece os prazos prescricionais especiais. DECADÊNCIA •• Definição: É a perda do próprio direito material. Espécies: (a) decadência legal (fixada pela lei); e (b) decadência convencional (quando a lei expressamente permite às partes escolher o prazo decadencial). Ex officio: Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando se tratar da decadência legal (art. 210 do CC/2002). Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação (art. 211 do CC/2002). •• Renúncia: é nula a renúncia à decadência fixada em lei. •• Distinções: Prescrição Decadência Perda da pretensão (poder de exigir de outrem uma ação ou omissão). Perda do direito material. Se inicia com a violação do direito. Se inicia com a aquisição do direito. Pode suspender-se ou interromper-se. Não se suspende ou interrompe (em regra).Exceção: absolutamente incapazes. Não corre contra determinadas pessoas. Corre contra todos. Decorre da lei. Pode decorrer da lei, testamento e da convençãodas partes. Permite renúncia. Não permite a renúncia (apenas na consensual). PROVA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS •• Espécies: salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante (art. 212 do CC/2002): (a) confissão; (b) documento; (c) testemunha; (d) presunção; e (e) perícia. –– Confissão: não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. –– Documento: a escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas outras de caráter legal. –– Testemunha: salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados (art. 227 do CC/2002) A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva (art. 228, § 2.º, do CC/2002, com redação dada pela Lei 13.146/2015). •• Forma especial: quando a lei exigir forma especial (como o instrumento público) para a validade do negócio, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprirlhe a falta (art. 107 do CC/2002 e art. 406 do novo CPC). PARTE ESPECIAL DIREITO DAS OBRIGAÇÕES DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES NOÇÕES GERAIS Obrigação é a relação jurídica em virtude da qual uma ou mais pessoas determinadas devem, em favor de outra ou de outras, uma prestação de caráter patrimonial. •• Elementos: i) Sujeitos: credor (es) e devedor (es); ii) Objeto: é a prestação (dar, fazer ou não fazer alguma coisa). Deve ter conteúdo patrimonial e ser lícita, possível e determinada ou determinável; e iii) Vínculo jurídico: contratos, declarações unilaterais da vontade, atos ilícitos etc. •• Obrigações naturais: são as que não podem ser reclamadas em juízo, embora lícitas. Exemplos: dívidas de jogo e de aposta, agora tratadas no art. 814 do CC/2002. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA E COISA INCERTA •• Definição: obrigação de dar é aquela em virtude da qual o devedor deve providenciar, em benefício do credor, a tradição de um bem móvel ou imóvel. •• Dar coisa certa: é a coisa individualizada, determinada. •• Dar coisa incerta: consiste em fornecer certa quantidade de unidades de determinado gênero e não uma coisa especificada. Portanto, a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade (art. 243 do CC/2002). •• A escolha diante de coisa incerta: o ato unilateral de escolha denomina-se concentração. Compete ao devedor, se o contrário não foi estipulado. Porém, o devedor não poderá escolher o que há de pior; nem o credor poderá exigir o que há de melhor. O devedor deve optar por algo de “qualidade média” (art. 244 do CC/2002). OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER •• Obrigação de fazer: é a que vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira pessoa. Espécies: Infungível ou personalíssima O devedor deve cumprir pessoalmente a obrigação. Havendo cláusula expressa, o devedor só se exonerará se ele próprio cumprir a prestação. Fungível ou pessoal Quando não há exigência expressa ou o serviço não dependa de qualidades pessoais do devedor. Assim, poderá ser realizado por terceiros. •• Obrigação de não fazer: define-se por uma abstenção. Será sempre pessoal e só pode ser cumprida pelo próprio devedor. Se o devedor realiza o ato, o credor pode exigir que ele o desfaça,sob pena de ser desfeito às suas custas, além de incidir eventual indenização por perdas e danos. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS •• Conceito: nas obrigações alternativas, existem duas ou mais formas pelas quais a obrigação pode ser satisfeita, e o cumprimento de uma única prestação extingue toda a obrigação. •• A escolha: o próprio negócio jurídico firmado entre as partes indica, normalmente, a quem cabe escolher a prestação a ser executada entre as diversas possíveis. No silêncio das partes, aplica- se a norma supletiva existente no art. 252 do CC/2002, que concede o direito de escolha ao devedor. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS •• Conceito: as obrigações são divisíveis ou indivisíveis, conforme possam ou não ser fracionadas em prestações parciais homogêneas. a) Obrigação divisível: é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância e de seu valor. Trata-se de divisibilidade econômica e não material ou técnica. b) Obrigação indivisível: é aquela cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro, não comportando sua cisão em várias obrigações parceladas e distintas. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS •• Definição: são aquelas com pluralidade de credores ou devedores, cada um com direito ou obrigação ao total, como se houvesse um só credor ou devedor. •• Solidariedade ativa: é a de vários credores. Cada um dos credores solidários tem o direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro, independentemente de autorização dos outros credores ou de caução, podendo promover as medidas assecuratórias do seu direito, constituir o devedor em mora e interromper a prescrição. •• Solidariedade passiva: multiplicidade de devedores. O credor pode exigir de qualquer destes o pagamento integral do débito, a qual resulta de disposições legais ou de declaração de vontade das partes interessadas. •• Pagamento parcial: se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto (art. 275 do CC/2002). •• Perdão de um dos codevedores: O perdão concedido a um dos coobrigados extingue a dívida na parte a ele correspondente, de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte perdoada (art. 277 do CC/2002). DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES NOÇÕES GERAIS A transmissão das obrigações pode apresentar-se sob a forma ativa (cessão de crédito) ou passiva (assunção de dívida ou cessão de débito), entre pessoas vivas (inter vivos) ou em virtude de falecimento (causa mortis), podendo ser a título universal, quando abrange todos os bens ou uma fração da totalidade dos bens do cedente, ou a título singular, quando só se refere a um crédito específico. CESSÃO DE CRÉDITO •• Definição: é um negócio jurídico bilateral, pelo qual alguém transfere a outrem os seus direitos de credor numa determinada relação obrigacional. Em outras palavras, é cedida a posição de credor para um terceiro. ASSUNÇÃO DE DÍVIDA •• Definição: é a transferência da posição de devedor em uma relação jurídica. Neste caso, depende do expresso consentimento do credor, ficando exonerado o devedor primitivo. CESSÃO DA POSIÇÃO CONTRATUAL •• Definição: Diferentemente do que ocorre na cessão de crédito ou de débito, neste caso, o cedente transfere a sua própria posição contratual (compreendendo créditos e débitos) a um terceiro (cessionário), que passará a substituí-lo na relação jurídica originária. DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES PAGAMENTO (ADIMPLEMENTO) •• Quem deve pagar: qualquer interessado (devedor, coobrigado, fiador, herdeiro do devedor, adquirente do imóvel hipotecado etc.). O pagamento também pode ser feito por terceiro não interessado. Se o fizer em nome próprio, o terceiro pode tão somente obter o reembolso do que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305 do CC/2002). •• A quem se deve pagar: ao credor, aos seus sucessores, ou ao seu representante legal, judicial ou convencional (art. 308 do CC/2002). •• Do objeto do pagamento: o pagamento é feito na forma estabelecida pela lei ou pelo negócio jurídico e, tratando-se de obrigações pecuniárias, far-se-á em moeda corrente no lugar do cumprimento da obrigação (art. 315 do CC/2002). O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que é devida, ainda que mais valiosa (art. 313 do CC/2002). •• Da prova do pagamento: o devedor que paga tem direito à quitação regular, ou seja, à prova do pagamento feito, podendo reter o pagamento, enquanto lhe for recusada a quitação (art. 319 do CC/2002). •• Lugar do pagamento: salvo convenção em contrário, o pagamento deve ser feito no domicílio do devedor, no momento do vencimento da obrigação. Havendo pluralidade de domicílios ou mais de um lugar indicado para o pagamento, cabe a opção ao credor (art. 327 do CC/2002). •• Tempo do pagamento: o negócio jurídico criador da obrigação estabelece a época de sua realização. No caso de silêncio das partes e desde que não exista disposição legal em sentido contrário, o credor pode exigir o pagamento imediatamente, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso, ou exigir tempo, casos em que o prazo será fixado de acordo com os usos e costumes locais, dependendo de notificação prévia feita pelo credor ao devedor. PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO •• Definição: é o depósito judicial da coisa devida ou depósito em estabelecimento bancário, se for débito em dinheiro, para liberar o devedor, nos casos e forma legais (art. 334 do CC/2002). •• Hipóteses: de acordo com os ditames do art. 335 do CC/2002, (a) se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; (b) se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; (c) se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; (d) se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; (e) se pender litígio sobre o objeto do pagamento. PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO •• Definição: é a substituição de uma pessoa ou de uma coisa por outra pessoa ou coisa, numa relação jurídica. Sub-rogação pessoal Substituição de uma pessoa por outra pessoa. Sub-rogação real Substituição de uma coisa por outra coisa. •• Sub-rogação pessoal: o pagamento efetuado apenas promove uma alteração subjetiva na obrigação, passando a figurar um novo credor na mesma relação jurídica, ainda existente. a) Modalidades de sub-rogação pessoal: Sub- rogação legal A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor (art. 346 do CC/2002): a) do credor que paga a dívida do devedor comum; b) do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; c) do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Sub- rogação convencional A sub-rogação é convencional (art. 347 do CC/2002): a) quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; b) quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. •• Os principais efeitos da sub-rogação são: a) A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores (art. 349 do CC/2002); b) Na sub-rogação legal o sub-rogadonão poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor (art. 350 do CC/2002); e c) O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever (art. 351 do CC/2002). IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO •• Definição: é a escolha da dívida a ser quitada perante um mesmo credor, quando o devedor possuir dois ou mais débitos e não possui condições de saldar todas as dívidas (art. 352 do CC/2002). A imputação pode decorrer: a) de acordo entre os interessados: devedor ou credor fazem a indicação; e b) por determinação legal: se o devedor não fizer a indicação e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa (art. 355 do CC/2002). DAÇÃO EM PAGAMENTO •• Conceito: ocorre quando o credor consente em receber coisa diversa da que lhe é devida. Os elementos necessários da dação em pagamento são, pois, a existência de uma dívida e o pagamento desta pela entrega de uma coisa diferente da prometida, com assentimento do credor e visando à extinção da obrigação. NOVAÇÃO •• Definição: é a extinção de uma obrigação mediante a constituição de uma obrigação nova que se substitui à anterior, distinguindo-se a prestação antiga da nova, seja pelo valor ou natureza da prestação, seja por modificação do credor ou do devedor. Objetiva quando há modificação da prestação. Subjetiva quando ocorre mudança do credor ou do devedor. Animus novandi: é fundamental para que se configure a novação, a intenção de novar. Assim, a novação não se presume; deve ser inequívoca. COMPENSAÇÃO •• Definição: é meio de extinguir as dívidas de pessoas que, ao mesmo tempo, são credora e devedora uma da outra até o limite da existência do crédito recíproco. CONFUSÃO •• Definição: é a extinção da obrigação decorrente da identificação numa mesma pessoa das qualidades de credor e devedor. Os casos mais comuns estão no direito sucessório, em que, por exemplo, o filho deve ao pai e é sucessor deste. REMISSÃO DE DÍVIDA •• Definição: extinção da obrigação na qual há renúncia do credor ao crédito que existe em seu favor. É o perdão da dívida (art. 385 do CC/2002). TRANSAÇÃO •• Definição: é o negócio jurídico bilateral pelo qual os interessados, por concessões mútuas, evitam ou terminam um litígio (art. 840 do CC/2002). Pela transação, as partes extinguem obrigações, não as substituindo normalmente por outras, como ocorre na novação. DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES INADIMPLEMENTO •• Conceito: significa o não cumprimento da obrigação na maneira estipulada. •• Inadimplemento absoluto: não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado (art. 389 do CC/2002). •• Caso fortuito ou força maior: o devedor só não responde pelos prejuízos, se foram resultantes de caso fortuito ou força maior e, ainda, se expressamente não se houver por eles responsabilizado (art. 393 do CC/2002). MORA •• Conceito: pode, diversamente, ao invés de um inadimplemento absoluto, ter havido um simples atraso no adimplemento ou um cumprimento imperfeito da obrigação, que não foi cumprida lugar ou forma fixados. Esse atraso ou imperfeição no cumprimento importa num inadimplemento temporário. Assim, mora é o retardamento culposo no cumprimento da obrigação, quando a prestação ainda é útil para o credor. Inadimplemento absoluto A obrigação foi descumprida e tornou-se inútil ao credor. Mora A obrigação não foi cumprida no tempo, lugar ou forma convencionados,mas ainda é útil ao credor. •• Modalidades: a mora pode ser dar por parte do devedor (mora debitoris ou mora solvendi) ou por parte do credor (mora creditoris ou mora accipiendi). •• Constituição em mora: nos termos do art. 397 do CC/2002, se realiza pelo simples advento do termo ou decurso do prazo, sem necessidade de qualquer interpelação judicial. É o princípio dies interpellat pro homine. Apenas se não houver termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. •• Purga-se a mora: nas hipóteses previstas no art. 401 do CC/2002, sejam elas (a) por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; (b) por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. CLÁUSULA PENAL •• Definição: é um pacto acessório, regulamentado pela lei civil (arts. 408 a 416 do CC/2002), pelo qual as partes, por convenção expressa, submetem o devedor que descumprir a obrigação a uma pena ou multa. •• Espécies: Cláusula penal moratória Quando estipulada para a hipótese de mora. Aqui, terá o credor a possibilidade de exigir a satisfação da multa, juntamente com o cumprimento da obrigação principal (art. 411 do CC/2002) Cláusula penal compensatória Quando estipulada para a hipótese de inadimplemento absoluto. JUROS MORATÓRIOS •• Definição: são os devidos em razão do inadimplemento das obrigações. Quando os juros moratórios não forem convencionados, quando o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora, que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. ARRAS OU SINAL •• Definição: as arras constituem quantia ou coisa móvel dada por uma das partes à outra, em confirmação do acordo de vontade e princípio de pagamento ou garantia da conclusão de um contrato. Podem ser: –– Confirmatórias. Confirmam o contrato, que se torna obrigatório após sua entrega. Prova o acordo de vontades, não podendo mais quaisquer das partes rescindi-lo unilateralmente (arts. 418 e 419 do CC/2002). –– Penitenciais. Atuam como pena convencional, quando houver estipulação de cláusula de arrependimento e uma das partes exercita esse direito. DOS CONTRATOS EM GERAL DISPOSIÇÕES GERAIS •• Definição: o contrato é um negócio jurídico bilateral, pois depende de no mínimo duas declarações de vontade, visando a criar, modificar ou extinguir obrigações. •• Pacta sunt servanda: as partes devem cumprir as obrigações previstas contratualmente; o contrato faz lei entre as partes. •• Função social: a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato (art. 421 do CC/2002). O contrato passa a ser um instrumento a serviço do bem comum, de promoção do interesse social. •• Boa-fé objetiva: os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé (art. 422 do CC/2002). •• Contrato de adesão: nos contratos de adesão, cláusulas ambíguas ou contraditórias deverão ser interpretadas de forma mais favorável ao aderente (art. 423 do CC/2002). FORMAÇÃO DOS CONTRATOS •• Proposta: é a declaração de vontade dirigida por uma parte à outra com a intenção de provocar uma adesão do destinatário. É o início da formação do contrato. •• Obrigatoriedade: a proposta de contrato obriga o proponente, como toda declaração unilateral de vontade, se o contrário não resultar dos seus termos, da natureza do
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