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Direito Civil

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2017	-	05	-	12
Reta	final	OAB:	revisão	unificada	-	Edição	2016
9.	DIREITO	CIVIL
LEI	DE	INTRODUÇÃO	ÀS	NORMAS	DO	DIREITO	BRASILEIRO
ASPECTOS	INTRODUTÓRIOS
Anteriormente	 conhecida	 como	 Lei	 de	 Introdução	 ao	 Código	 Civil	 ou	 LICC,	 a	 atual	 Lei	 de
Introdução	às	Normas	do	Direito	Brasileiro	(LINDB)	corresponde	ao	Dec.-lei	4.657/1942,	cuja	ementa
foi	alterada	pela	Lei	12.376/2010.
••	 Função:	 tem	 como	 função	 a	 regulamentação	 das	 normas	 em	 si;	 é	 um	 conjunto	 de	 normas
versando	 a	 respeito	 de	 normas,	 lhes	 disciplinado	 a	 vigência,	 a	 interpretação,	 a	 integração	 e	 a
aplicação	no	tempo	e	espaço.
••	Abrangência:	todo	o	ordenamento	jurídico;	todos	os	ramos	do	direito.
••	Fontes	Formais:	são	as	formas	ou	os	modos	pelos	quais	o	direito	se	manifesta.	A	lei	é	o	objeto
da	 LINDB	 e	 a	 principal	 fonte	 do	 direito.	 A	 própria	 lei	 de	 introdução	 destaca	 os	 costumes	 e	 os
princípios	gerais	do	direito	como	fontes	formais	(art.	4.º	da	LINDB).	Desse	modo:
Lei
Em	 sentido	 estrito,	 a	 lei	 pode	 ser	 conceituada	 como	um	preceito	 jurídico	 escrito,
proveniente	 de	 autoridade	 estatal	 competente,	 criada	 por	 meio	 de	 um	 processo
previamente	definido,	com	caráter	geral	e	obrigatório.
Costume
Também	chamada	de	usos	e	costumes,	é	a	norma	aceita	por	todos	como	obrigatória,
sem	 que	 o	 Poder	 Público	 a	 tenha	 estabelecido.	 É	 a	 prática	 reiterada	 de	 um
comportamento	e	a	convicção	de	sua	obrigatoriedade.
Princípios
gerais	 do São	proposições	de	caráter	geral	e	amplo	que	englobam	implícita	ou	explicitamente
direito um	conjunto	de	normas,	que	determinam	a	produção	de	efeitos	no	sistema	jurídico.
Além	deles,	muitos	 incluem	 como	 fontes	 indiretas	 (ou	mediatas)	 a	 doutrina	 e	 a	 jurisprudência,
dada	a	contribuição	que	exercem	para	a	elaboração	das	normas.
a)	Doutrina:	Também	chamada	de	direito	científico	ou	ciência	jurídica,	a	doutrina	é	o	conjunto
organizado	das	pesquisas	e	indagações	dos	estudiosos	do	direito;
b)	 Jurisprudência:	 É	 o	 conjunto	 de	 decisões	 do	 Poder	 Judiciário	 reiteradas,	 constantes	 e
pacíficas,	resultantes	da	aplicação	de	normas	a	casos	semelhantes.
••	Fontes	Materiais:	são	todos	os	fatores	que	condicionam	a	formação	das	normas	jurídicas,	ou
seja,	 que	 implicam	 o	 conteúdo	 das	 fontes	 formais.	 São	 razões	 de	 ordem	 econômica,	 sociológica,
política	etc.
A	LEI
A	lei	é	a	expressão	máxima	do	direito	e	a	principal	fonte	do	direito.	É	um	conjunto	ordenado	de
regras	que	se	apresenta	como	um	texto	escrito.
••	Características:	dentre	as	características	da	lei,	destacam-se	as	principais:
Generalidade A	 lei	 é	 destinada	 a	 todos	 de	 forma	 indistinta,	 tendo	 em	 vista	 a	 naturezaabstrata	de	seu	comando.
Imperatividade A	lei	é	um	comando,	uma	ordem	que	impõe	um	dever	de	conduta.
Autorizamento A	 lei	 autoriza	 que	 o	 lesado	 pela	 violação	 exija	 o	 seu	 cumprimento	 ou	 areparação.	O	autorizamento	permite	e	legitima	o	uso	da	faculdade	de	coagir.
Permanência A	 lei	 permanece	 até	 ser	 revogada	 por	 outra	 lei.	 É	 importante	 observar,contudo,	que	algumas	leis	são	temporárias	(art.	2.º	da	LINDB).
Criação	 por
autoridade
competente
A	 lei	 é	 um	 ato	 do	 Estado.	 Sua	 existência	 depende	 da	 emanação	 pelo	 poder
competente	com	o	preenchimento	das	formalidades	necessárias.
••	Classificação:	as	leis	admitem	diversas	classificações,	conforme	variam	os	critérios	utilizados:
Quanto	 à
imperatividade
Cogente De	 ordem	 pública,	 expressam	 um	 mandamento	 ou	 umaproibição.	Não	podem	ser	alteradas	pela	vontade	das	partes.
Não	cogente Permitem	 que	 os	 particulares	 disponham	 como	 lhesconvier	e	funcionam	no	silêncio	dos	contratantes.
Quanto	 à
natureza
Substantivas Definem	 direitos	 e	 deveres.	 Também	 chamadas	 de	 leismateriais.
Adjetivas Definem	 os	 meios	 de	 realização	 dos	 direitos.	 Tambémchamadas	de	leis	processuais.
••	Vigência	da	 lei:	 as	 leis	nascem,	 são	aplicadas	 e	permanecem	em	vigor	 até	 serem	revogadas.
Vigência	é	nome	que	se	dá	ao	prazo	com	que	se	delimita	esse	período	de	validade	da	lei.	É,	portanto,
uma	qualidade	temporal	da	norma.
••	Início	da	vigência:	uma	vez	sancionada	pela	autoridade	competente,	a	lei	deve	ser	publicada
no	 órgão	 oficial.	 Com	 a	 publicação,	 haverá	 um	prazo	 para	 o	 início	 de	 vigência,	 que	 poderá	 estar
especificado	na	própria	lei	sancionada	ou	não.
No	silêncio,	a	lei	começa	a	vigorar:
No	Brasil 45	dias	depois	de	oficialmente	publicada	(art.	1.º,	caput,	da	LINDB).
Nos	 Estados
Estrangeiros
3	 (três)	 meses	 depois	 de	 oficialmente	 publicada	 (art.	 1.º,	 §	 1.º,	 da
LINDB).
••Vacatio	legis:	período	entre	a	publicação	e	o	efetivo	início	dos	efeitos	da	lei.	Durante	a	vacatio
legis,	a	lei	nova	nada	obriga	porque	ainda	não	entrou	em	vigor.
••	Nova	publicação:	caso,	antes	de	entrar	a	lei	em	vigor	(ou	seja,	durante	a	vacatio	legis),	ocorra
nova	publicação	de	seu	texto,	destinada	à	correção,	o	prazo	começará	a	correr	da	nova	publicação
da	lei	(art.	1.º,	§	3.º,	da	LINDB).	É	bom	observar	que	a	correção	após	o	período	da	vacatio	legis,	 ou
seja,	quando	a	lei	já	for	vigente,	deve	ser	feita	por	uma	nova	lei	(art.	1.º,	§	4.º,	da	LINDB).
••	Revogação:	 é	a	perda	da	eficácia	da	 lei,	 a	 lei	deixa	de	vigorar	no	 sistema	normativo.	Não	 se
destinando	à	 vigência	 temporária,	 a	 lei	 terá	 vigor	 até	 que	 outra	 a	modifique	 ou	 revogue	 (art.	 2.º,
caput,	da	LINDB).
i)	Classificação:
Quanto
à
extensão
Ab-rogação Revogação	total	da	lei	anterior.
Derrogação Revogação	parcial	da	lei	anterior.
Quanto
à	forma
Expressa A	 lei	 posterior	 revoga	 a	 anterior	 quando	 expressamente	 odeclare.
A	 lei	 posterior	 revoga	 a	 anterior	 quando	 seja	 com	 ela
Tácita incompatível	 ou	 quando	 regule	 inteiramente	 a	 matéria	 de	 que
tratava	a	lei	anterior.
••	 Efeito	 repristinatório:	 a	 lei	 revogada	 não	 se	 restaura	 por	 ter	 a	 lei	 revogadora	 perdido	 a
vigência	 (art.	 2.º,	 §	 3.º,	 da	 LINDB).	 Somente	 se	 houver	 expressa	 previsão,	 poderá	 haver	 a
repristinação.
••	 Do	 conhecimento	da	 lei:	 ninguém	 poderá	 se	 escusar	 de	 cumprir	 a	 lei,	 alegando	 que	 não	 a
conhece	(art.	3.º	da	LINDB).
INTEGRAÇÃO	DA	LEI
••	Definição:	quando	a	lei	for	omissa,	o	juiz	decidirá	o	caso	de	acordo	com	a	analogia,	os	costumes
e	os	princípios	gerais	de	direito	(art.	4.º	da	LINDB).
ANALOGIA
••	Definição:	é	a	aplicação	a	um	caso	não	contemplado	de	modo	direto	ou	específico	por	 lei,	de
uma	norma	prevista	para	hipótese	distinta,	mas	semelhante	ao	caso	não	contemplado.	Trata-se	de
um	mecanismo	de	integração	da	norma.	Podem	ser	de	duas	espécies:	legal	ou	jurídica.
Legis	ou	legal:	Ocorre	com	a	aplicação	de	uma	norma	existente	sobre	hipótese	não	normatizada.
Juris	ou	 jurídica:	 Ocorre	 com	a	 aplicação	 de	 um	 conjunto	 de	 normas	 existentes	 sobre	 o	 caso
acerca	do	qual	a	lei	é	omissa.
••	Pressupostos:
a)	Não	previsão	do	caso	em	norma	jurídica;
b)	Relação	de	semelhança	entre	o	caso	não	contemplado	e	outro	previsto;
c)	Existência	de	identidade	de	razões	entre	os	dois	casos.
COSTUMES
••	 Definição:	 também	 chamado	 de	 “usos	 e	 costumes”	 ou	 “direito	 consuetudinário”,	 é	 a	 norma
aceita	por	 todos	 como	obrigatória,	 sem	que	o	Poder	Público	a	 tenha	estabelecido.	 São	espécies	de
costumes:	praeter	legem,	contra	legem	e	secundum	legem.
a)Praeter	legem.	Não	previsto	em	lei	e	não	contrariado	por	ela.	Aceito	pelo	ordenamento.
b)Contra	 legem.	 Que	 contraria	 uma	 determinada	 lei	 em	 vigor.	 Não	 aceito	 pelo	 ordenamento,
pois	os	costumes	não	revogam	as	leis.
c)Secundum	legem.	Há	previsão	legal;	sua	eficácia	é	reconhecida	pelo	direito	positivo.
••	Requisitos:	são	de	duas	ordens:	objetivos	e	subjetivos.
Objetivo Trata-se	do	uso	constante	e	reiterado	da	conduta	no	tempo.
Subjetivo Também	 conhecido	 como	 opinio	 necessitatis,	 isto	 é,	 a	 crença	 na	 obrigatoriedadejurídica,a	convicção	de	sua	obrigatoriedade	por	parte	daqueles	que	o	aplicam.
PRINCÍPIOS	GERAIS	DO	DIREITO
••	Definição:	são	proposições	de	caráter	geral	e	amplo,	que	englobam	implícita	ou	explicitamente
um	conjunto	de	normas	que	determinam	a	produção	de	efeitos	no	sistema	jurídico.
JURISPRUDÊNCIA
••	 Definição:	 é	 o	 conjunto	 de	 decisões	 reiteradas	 do	 Poder	 Judiciário,	 constantes	 e	 pacíficas,
resultantes	de	aplicação	de	normas	a	casos	concretos.
EQUIDADE
Na	aplicação	da	 lei,	 o	 juiz	atenderá	aos	 fins	 sociais	 a	que	ela	 se	dirige	 e	às	 exigências	do	bem
comum	(art.	5.º	da	LINDB).
APLICAÇÃO	DA	NORMA	NO	TEMPO
A	Lei	em	vigor	terá	efeito	imediato	e	geral,	respeitados	o	ato	jurídico	perfeito,	o	direito	adquirido
e	a	coisa	julgada	(art.	6.º	da	LINDB).	Ou	seja,	a	lei	nova	se	aplica	aos	casos	pendentes	e	futuros.	E	só
se	aplica	aos	casos	pretéritos	se	NÃO	houver	ofensa	ao	direito	adquirido,	ato	jurídico	perfeito	e	coisa
julgada.
Ato	 Jurídico
Perfeito É	o	já	consumado	segundo	a	lei	vigente	ao	tempo	em	que	se	efetuou.
Direito
Adquirido
Aquele	 que	 se	 dá	 com	 o	 exercício	 imediato	 do	 titular,	 pois	 definitivamente
integrado	ao	seu	patrimônio.
Coisa	Julgada É	a	decisão	judicial	de	que	já	não	caiba	recurso.
PARTE	GERAL
DAS	PESSOAS
DA	PERSONALIDADE
••	Definição:	a	personalidade	jurídica	é	um	atributo	essencial	para	ser	sujeito	de	direito	(art.	1.º
do	CC/2002).	Para	a	teoria	geral	do	Direito	Civil,	a	personalidade	é	a	aptidão	genérica	para	titularizar
direitos	e	contrair	obrigações.
••	Início	da	Personalidade:	a	personalidade	civil	da	pessoa	começa	do	nascimento	com	vida	(art.
2.º	do	CC/2002).
••	Nascituro:	a	lei	põe	a	salvo,	desde	a	concepção,	os	direitos	do	nascituro	(art.	2.º	do	CC/2002).
DA	CAPACIDADE
••	Capacidade	jurídica:	é	a	medida	da	personalidade.
Capacidade
de	 direito	 ou
de	gozo
Aptidão	para	aquisição	de	direitos,	reconhecida	aos	seres	humanos,	sem	qualquer
distinção.	Toda	pessoa	natural,	inclusive	os	entes	despersonalizados,	tem	capacidade
de	direito	e	a	adquire	ao	nascer	com	vida	ou	por	expressa	determinação	legal.
Capacidade
de	 fato	 ou	 de
exercício
Aptidão	(autonomia)	para	o	exercício	de	atos	e	negócios	 jurídicos,	pessoalmente,
sem	 necessidade	 de	 estar	 representado	 por	 terceiros.	 Nem	 toda	 pessoa	 tem
capacidade	de	fato.
••	Capacidade	civil	plena:	a	pessoa	que	reúne	a	capacidade	de	direito	e	a	capacidade	de	fato,	diz-
se	 possuir	 capacidade	 civil	 plena.	 São	 plenamente	 capazes	 todas	 as	 pessoas	 que	 podem	 se
autodeterminar,	 podendo	 praticar	 atos	 e	 negócios	 jurídicos	 por	 si	 ou	 apoiado	 por	 terceiros
judicialmente	designados	(art.	1.783-A	do	CC/2002	com	redação	dada	pela	Lei	nº	13.146/2015)
••	 Capacidade	 civil	 da	 pessoa	 com	 deficiência:	 no	 atual	 sistema,	 as	 pessoas	 com	 deficiência
(física,	mental	etc.)	são,	por	regra,	plenamente	capazes,	podendo	exercer	sua	plena	capacidade	por	si
ou	 apoiadas	 por	 terceiros	 previamente	 designados.	 A	 definição	 de	 curatela	 para	 pessoas	 com
deficiência	 (física,	 mental	 etc.)	 passou	 a	 constituir	 medida	 protetiva	 EXTRAORDINÁRIA,
proporcional	às	necessidades	e	às	circunstâncias	de	cada	caso,	e	durará	o	menor	tempo	possível	(art.
84	da	Lei	13.146/2015).
••	 Incapacidade:	 nem	 toda	 pessoa,	 entretanto,	 pode	 exercer	 pessoalmente	 os	 seus	 direitos,
praticando	atos	e	negócios	jurídicos,	necessitando	de	terceiros	que	as	representem	para	o	exercício
desses	direitos.
Incapacidade
absoluta
Critério	 único:	 etário.	 O
indivíduo	 necessita	 de
terceiro	 para	 praticar	 todos
os	atos	da	vida	civil.
São	 absolutamente	 incapazes	 de	 exercer
pessoalmente	 os	 atos	 da	 vida	 civil	 os	menores
de	 16	 anos.	 (art.	 3.º	 do	 CC/2002	 com	 redação
dada	pela	Lei	13.146/2015).
Incapacidade
relativa
Pluralidade	 de	 critérios:
etário,	 psíquico	 ou	 físico.
Necessitam	da	 assistência	 de
terceiros	 para	 praticar
alguns	atos	da	vida	civil,	mas
podem	 praticar
determinados	atos	sem	eles.
São	 relativamente	 incapazes	 os	 maiores	 de
16	e	menores	de	18	anos;	os	ébrios	habituais	e
os	 viciados	 em	 tóxicos;	 aqueles	 que,	 por	 causa
transitória	 ou	 permanente,	 não	 puderem
exprimir	sua	vontade;	e	os	pródigos	(art.	4.º	do
CC/2002	 com	 redação	 dada	 pela	 Lei
13.146/2015).
QUADRO-RESUMO
••	Atos	praticados	pelo	relativamente	incapaz:	Há	hipóteses	nas	quais	o	legislador	permite	ao
relativamente	incapaz	proceder	sem	a	necessidade	de	ser	assistido.	São	exemplos:	aceitar	mandato
(art.	666	do	CC/2002);	ser	testemunha	de	atos	 jurídicos	(art.	228	do	CC/2002);	 fazer	testamento	(art.
1.860	do	CC/2002);	casar	(art.	1.517	do	CC/2002).
••	Cessação	da	incapacidade:	cessa	a	incapacidade	civil,	assim	que	cessarem	as	suas	causas	(Ex.:
pela	maioridade,	pela	cura	da	enfermidade	etc.)	ou	por	meio	da	emancipação.
EMANCIPAÇÃO
••	 Definição:	 é	 uma	 forma	 de	 cessação	 da	 incapacidade	 de	 um	 indivíduo	 que	 ainda	 não
completou	dezoito	anos,	nos	termos	do	art.	5.º	do	CC/2002.	De	acordo	com	o	dispositivo,	são	espécies
de	emancipação:	voluntária,	judicial	e	legal.
Voluntária
(inc.	 I,	 1.ª
parte)
Aos	 16	 anos	 completos,	 concedida	pelos	pais	 (ou	de	um	deles	na	 falta	do	 outro);
exigência	de	instrumento	público;	independe	de	homologação	judicial.
Judicial
(inc.	 I,	 2.ª
parte)
Aos	16	anos	completos,	concedida	pelo	juiz,	na	hipótese	de	menor	posto	sob	tutela,
após	oitiva	do	tutor.
Legal
(incs.	II	a	V)
a)	pelo	casamento;
b)	pelo	exercício	de	emprego	público	efetivo;
c)	pela	colação	de	grau	em	curso	de	ensino	superior;
d)	 pelo	 estabelecimento	 civil	 ou	 comercial,	 ou	 pela	 existência	 de	 relação	 de
emprego,	desde	que,	em	função	deles,	o	menor	com	dezesseis	anos	completos	 tenha
economia	própria.
TÉRMINO	DA	PERSONALIDADE
••	Morte:	 A	 existência	 e	 a	 personalidade	 da	 pessoa	 natural	 terminam	 com	 a	morte	 (art.	 6.º	 do
CC/2002).	 Por	 conseguinte,	 extingue-se,	 também,	 a	 capacidade.	 São	 espécies	 de	 morte:	 real,
presumida	e	simultânea.
Morte	Real Constatada	 na	 presença	 do	 cadáver,	 diagnosticada	 por	 profissional	 da	 áreamédica	pela	denominada	morte	encefálica.
Morte
Presumida
Quando	ausente	o	cadáver.	A	presunção	pode	ocorrer	em	duas	modalidades:
•	Sem	declaração	de	ausência:	(a)	quando	for	extremamente	provável	a	morte	de
quem	estava	em	perigo	de	vida;	e	(b)	quando	alguém,	desaparecido	em	campanha	ou
feito	 prisioneiro,	 não	 for	 encontrado	 até	 dois	 anos	 após	 o	 término	 da	 guerra.	 Em
qualquer	um	dos	casos,	a	morte	presumida	somente	poderá	ser	requerida	depois	de
esgotadas	 as	 buscas	 e	 averiguações,	 devendo	 a	 sentença	 fixar	 a	 data	 provável	 do
falecimento.
•	 Com	 declaração	 de	 ausência,	 nos	 casos	 em	 que	 a	 lei	 autoriza	 a	 abertura	 de
sucessão	definitiva.	Aqui,	a	pessoa	desaparece	sem	deixar	notícias.
Morte
Simultânea
(Comoriência)
Morte	 simultânea	 de	 dois	 ou	 mais	 indivíduos,	 na	 mesma	 ocasião.	 Não	 tendo
havido	 tempo	ou	oportunidade	para	 a	 transferência	de	bens	 entre	 os	 comorientes,
um	não	herda	do	outro	(art.	8.º	do	CC/2002).
DOS	DIREITOS	DA	PERSONALIDADE
••	Definição:	 são	direitos	subjetivos,	 intrínsecos	ao	ser	humano,	que	têm	como	objeto	os	bens	e
valores	essenciais	ao	desenvolvimento	da	pessoa	humana	em	si	e	em	suas	projeções	sociais.
Características
•	Intrínsecos	ao	ser	humano,	considerado	em	si	mesmo	e	em	suas	projeções	ou
exteriorizações.
•	 São	 intransmissíveis	 e	 irrenunciáveis,	 não	 podendo	 o	 seu	 exercício	 sofrer
limitação	voluntária,	com	exceção	dos	casos	previstos	em	lei	(art.	11	do	CC/2002).
•	Proteção:	(a)	cessação	da	ameaça	ou	lesão;	(b)	perdas	e	danos,	sem	prejuízo
de	outras	sanções	previstas	em	lei	(art.	12	do	CC/2002).
••	Classificação:
Direitos	 físicos.	 Relativos	 ao	 corpo,	 às	 partes	 separadas	 do	 corpo,	 ao	 cadáver	 e	 às	 partes
separadasdo	cadáver,	bem	como	à	integridade	(higidez)	física,	imagem	e	voz.
Direitos	 psíquicos.	 Privacidade	 (intimidade),	 liberdade,	 segredo	 (sigilo),	 integridade	 (higidez)
psíquica,	convivência	social.
Direitos	morais.	 Honra,	 identidade	 (nome),	 educação,	 emprego,	 habitação,	 cultura	 e	 criações
intelectuais.
••	O	nome	da	pessoa	natural:	toda	pessoa	tem	direito	ao	nome	(art.	16	do	CC/2002).
Elementos	Essenciais Elementos	Secundários Agnomes
Prenome
(nome	 próprio,	 primeiro	 nome,
nome	individual)
Sobrenome
(patronímico,	 apelido	 de	 família,
cognome)
Títulos	nobiliárquicos	ou	honoríficos
(conde,	comendador)
Títulos	Eclesiásticos
(padre,	monsenhor,	cardeal)
Qualitativos	 de	 identidade	 oficial
(senador,	juiz,	prefeito)
Títulos	acadêmicos
(doutor,	mestre)
Integram
o	nome
Exemplos:
Júnior
Filho
Neto
DA	AUSÊNCIA
••	 Definição:	 ausente	 é	 a	 pessoa	 que	 desaparece	 do	 seu	 domicílio	 sem	 dar	 notícias	 de	 seu
paradeiro	 e	 sem	 deixar	 um	 representante	 ou	 procurador	 para	 administrar-lhe	 os	 bens.	 A
denominada	“declaração	de	ausência”	deve	obedecer	a	três	fases	distintas:
1.ª
fase
Curadoria
dos	 bens	 do
ausente
Com	o	noticiado	desaparecimento,	 o	 juiz,	 a	 requerimento	de	qualquer
interessado	 ou	 do	 Ministério	 Público,	 declarará	 a	 ausência,	 e	 nomeará
curador	(art.	22	do	CC/2002).
2.ª
fase
Sucessão
provisória
Decorrido	um	ano	da	arrecadação	dos	bens	do	ausente,	ou,	se	ele	deixou
representante	 ou	 procurador,	 em	 se	 passando	 três	 anos,	 poderão	 os
interessados	requerer	que	se	declare	a	ausência	e	se	abra	provisoriamente
a	sucessão	(art.	26	do	CC/2002).
3.ª
fase
Sucessão
definitiva
Os	 interessados	 poderão	 requerer	 a	 abertura	 da	 sucessão	 definitiva,
última	fase	da	declaração	de	ausente,	em	3	(três)	hipóteses:
a)	quando	houver	a	certeza	da	morte	do	ausente	(art.	35	do	CC/2002);
b)	 dez	 anos	 depois	 de	 passada	 em	 julgado	 a	 sentença	 que	 concede	 a
abertura	da	sucessão	provisória	(art.	37	do	CC/2002);
c)	provando-se	que	o	ausente	conta	oitenta	anos	de	idade,	e	que	de	cinco
datam	as	últimas	notícias	dele	(art.	38	do	CC/2002).
DAS	PESSOAS	JURÍDICAS
••	Definição:	conjunto	de	pessoas	ou	bens	dotado	de	personalidade	jurídica	própria	e	constituído
na	forma	da	lei,	para	a	consecução	de	fins	comuns.
••	Teorias:
a)	Teoria	da	ficção.	Parte	do	pressuposto	de	que	só	o	homem	é	sujeito	de	direito,	sendo	a	pessoa
jurídica	uma	criação	do	legislador,	contrária	à	realidade,	mas	imposta	pelas	circunstâncias.
b)	Teoria	orgânica	(organicista)	ou	da	realidade	objetiva.	A	pessoa	jurídica	é	uma	realidade
viva,	 um	 organismo	 social	 capaz	 de	 vida	 autônoma,	 e,	 à	 semelhança	 da	 pessoa	 física,	 a	 pessoa
coletiva	realiza	seus	fins	por	meio	de	órgãos	adequados.
c)	 Teoria	 da	 realidade	 técnica.	 A	 pessoa	 jurídica	 resulta	 de	 um	 processo	 técnico,	 a
personificação,	pelo	qual	a	ordem	 jurídica	atribui	personalidade	a	grupos	em	que	a	 lei	 reconhece
vontade	e	objetivos	próprios.	Esta	posição	doutrinária	foi	adotada	no	art.	45	do	CC/2002.
d)	Teoria	institucional.	A	pessoa	 jurídica	é	uma	organização	social	para	atingir	determinados
fins.	 Partindo	 da	 análise	 das	 relações	 sociais,	 não	 da	 vontade	 humana,	 constata	 a	 existência	 de
grupos	organizados	para	a	realização	de	uma	ideia	socialmente	útil.
••	Início	da	existência	legal:	com	a	inscrição	do	ato	constitutivo	no	respectivo	registro	(art.	45	do
CC/2002).
••	Extinção	da	pessoa	jurídica:
a)	Convencional.	Por	deliberação	de	seus	membros,	conforme	quorum	previsto	nos	estatutos	ou
na	 lei.	Na	sociedade	por	prazo	 indeterminado,	por	deliberação	da	maioria	absoluta	dos	sócios;	na
sociedade	 por	 prazo	 determinado,	 por	 deliberação	 unânime	 dos	 sócios	 (art.	 1.033,	 II	 e	 III,	 do
CC/2002).	Também	se	enquadra	nesta	modalidade	a	hipótese	do	término	do	prazo	determinado,	sem
que	a	sociedade	entre	em	processo	de	dissolução	 (art.	1.033,	 I,	do	CC/2002).	Também,	pela	 falta	de
pluralidade	de	sócios	(180	dias	para	encontrar	novo	sócio).
b)	Legal.	Por	motivo	determinante	em	lei	(falência);	morte	de	todos	os	sócios.
c)	Administrativa.	Quando	a	pessoa	jurídica	depende	de	autorização	do	poder	público	e	esta	é
cassada.
d)	 Judicial.	 A	 requerimento	 de	 qualquer	 um	 dos	 sócios.	 Os	 motivos	 podem	 variar:	 pretende
anular	a	constituição;	verificou	a	inexequibilidade	etc.
••	Classificação:
As	pessoas	jurídicas	se	classificam,	de	acordo	com	o	Código	Civil	de	2002:
Direito
público
interno
(art.	41	do
CC/2002)
a)	a	União;
b)	os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os	Territórios;
c)	os	Municípios;
d)	as	autarquias,	inclusive	as	associações	públicas;
e)	as	demais	entidades	de	caráter	público	criadas	por	lei.	Estas	entidades	são	regidas
por	 leis	próprias,	as	quais	 lhe	outorgam	existência	e	personalidade.	Contudo,	aquelas	a
que	se	tenha	dado	estrutura	de	direito	privado,	regem-se,	no	que	couber,	quanto	ao	seu
funcionamento,	pelas	normas	do	Código	Civil.
Direito
público
externo
(art.	42	do
CC/2002)
São	 os	 Estados	 estrangeiros	 e	 todas	 as	 pessoas	 que	 forem	 regidas	 pelo	 direito
internacional	público.
Direito
privado
(art.	44	do
CC/2002)
a)	as	associações;
b)	as	sociedades;
c)	as	fundações;
d)	as	organizações	religiosas;
e)	os	partidos	políticos;
f)	as	empresas	individuais	de	responsabilidade	limitada.
ASSOCIAÇÕES
••	 Conceito:	 união	 de	 pessoas	 que	 se	 organizem	 para	 fins	 não	 econômicos.	 Mas	 não	 há
impedimento	para	uma	associação	desenvolver	atividades	econômicas	para	geração	de	renda,	desde
que	 os	 destine	 integralmente	 à	 consecução	 de	 seu	 objetivo	 social.	 Entre	 os	 associados,	 não	 existe
direitos	e	obrigações	recíprocos.
••	Criação:	por	Estatuto	Social.
••	Relação	entre	os	associados:	direitos	iguais	ou	categorias	internas	com	mais	vantagens.
••	Exclusão	do	associado:	por	justa	causa,	assegurado	o	direito	de	defesa,	nos	termos	do	estatuto.
••	 Alteração	 do	 estatuto:	 mediante	 de	 assembleia	 com	 o	 quorum	 especificado	 no	 próprio
estatuto.
••	Dissolução:	o	patrimônio	será	destinado	a	outra	entidade	de	fins	não	lucrativos,	designada	no
estatuto	 ou,	 no	 silêncio,	 a	 entidade	 pública	 de	 finalidade	 semelhante,	 por	 deliberação	 dos
associados.	 Se	 não	 houver	 entidade	 pública,	 o	 dinheiro	 irá	 para	 a	 Fazenda	 Pública	 Estatal	 ou
Federal.	O	associado	terá	direito	de	receber	de	volta	o	que	aportou	na	associação.
FUNDAÇÕES
••	 Conceito:	 pessoa	 jurídica	 resultante	 de	 uma	 afetação	 patrimonial	 com	 finalidade	 social
específica.	Fins	não	econômicos.	Decorre	da	vontade	de	uma	pessoa:	o	instituidor.
••	Espécies:	podem	ser	particulares	ou	públicas	(mas	as	públicas	são	regidas	por	lei	própria,	no
Direito	Administrativo).
••	Formas	de	constituição:	(a)	por	escritura	pública	ou	(b)	por	testamento.
SOCIEDADES
a)	empresária:	tem	por	objeto	o	exercício	de	atividade	própria	de	empresário	sujeito	a	registro.
Objeto	de	estudo	do	Direito	Comercial.
b)	simples:	exerce	atividade,	mas	não	é	considerada	atividade	de	empresário.
c)	 sociedade	 comum:	 sociedade	 não	 personificada;	 aquela	 que	 não	 adquiriu	 personalidade
jurídica	por	não	ter	sido	arquivado	o	seu	contrato	ou	estatuto	social	no	registro	próprio.	Chamada	de
“irregular”	pelo	antigo	Código	Civil.
d)	sociedade	em	conta	de	participação:	 sociedade	não	personificada,	por	determinação	 legal,
formada	por	sócio	ostensivo	e	sócio	participante.	Portanto,	é	sociedade	regular.
e)	 cooperativas:	 união	 voluntária	 de	 pessoas	 para	 satisfazer	 suas	 necessidades	 e	 aspirações
econômicas,	sociais	e	culturais	em	comum.
i)	Partidos	Políticos
Conceito:	Os	partidos	políticos	foram	disciplinados	no	art.	17	da	CF/1988	e	na	Lei	9.096/1995	(Lei
Orgânica	 dos	 Partidos	 Políticos).	 São	 entidades	 que	 apresentam	 como	 característica	 marcante	 a
liberdade	de	criação.ii)	Organizações	Religiosas
Conceito:	 Representam	 uma	 espécie	 de	 pessoa	 jurídica	 de	 direito	 privado	 sem	 qualquer
definição	 em	 lei.	 O	 §	 1.º	 do	 art.	 44	 do	 CC/2002	 garante-lhes	 liberdade	 de	 criação,	 organização,
estruturação	 interna,	 sendo	 vedado	 ao	 poder	 público	 negar-lhes	 reconhecimento	 ou	 registro	 dos
atos	constitutivos.	iii)	Empresa	Individual	de	Responsabilidade	Limitada
Conceito:	 São	pessoas	 jurídicas	 de	 direito	 privado	definidas	no	 art.	 980-A	do	CC/2002	 como	 “a
empresa	 individual	de	responsabilidade	 limitada	será	constituída	por	uma	única	pessoa	titular	da
totalidade	do	 capital	 social,	 devidamente	 integralizado,	 que	não	 será	 inferior	 a	 100	 (cem)	vezes	 o
maior	salário	mínimo	vigente	no	País”.	O	Código	Civil	estabelece	que	a	pessoa	natural	que	constituir
empresa	 individual	 de	 responsabilidade	 limitada	 somente	 poderá	 figurar	 em	uma	única	 empresa
dessa	modalidade.
••	 Desconsideração	 da	 personalidade	 jurídica:	 Em	 caso	 de	 abuso	 da	 personalidade	 jurídica,
caracterizado	 pelo	 desvio	 de	 finalidade,	 ou	 pela	 confusão	 patrimonial,	 pode	 o	 juiz	 decidir,	 a
requerimento	 da	 parte,	 ou	 do	Ministério	 Público	 quando	 lhe	 couber	 intervir	 no	 processo,	 que	 os
efeitos	de	certas	e	determinadas	relações	de	obrigações	sejam	estendidos	aos	bens	particulares	dos
administradores	ou	sócios	da	pessoa	jurídica	(art.	50	do	CC/2002).
DO	DOMICÍLIO
••	 Domicílio	 da	 pessoa	 natural:	 é	 o	 lugar	 onde	 ela	 estabelece	 a	 sua	 residência	 com	 ânimo
definitivo	(art.	70	do	CC/2002).
••	Modalidades:
Domicílio
familiar
•	 Uma	 pessoa	 poderá	 ter	 vários	 domicílios	 se	 tiver	 diversas	 residências,	 onde,
alternadamente,	viva	(art.	71	do	CC/2002).
•	 Caso	 a	 pessoa	 não	 tenha	 residência	 habitual,	 o	 lugar	 onde	 for	 encontrada	 será
considerado	o	seu	domicílio	(art.	73	do	CC/2002).
Domicílio
profissional
•	 É	 também	 domicílio	 da	 pessoa	 natural,	 quanto	 às	 relações	 concernentes	 à
profissão,	o	lugar	onde	esta	é	exercida	(art.	72	do	CC/2002).
•	 Se	 a	 pessoa	 exercitar	 profissão	 em	 lugares	 diversos,	 cada	 um	 deles	 constituirá
domicílio	 para	 as	 relações	 que	 lhe	 corresponderem	 (art.	 72,	 parágrafo	 único,	 do
CC/2002).
••	Alteração	do	domicílio:	a	mudança	do	domicílio	ocorre	com	a	intenção	manifesta	de	transferir
a	residência	(art.	74	do	CC/2002).	A	intenção	poderá	ser	aferida	pela	conduta	da	pessoa.	Exemplos:
matricular	 filho	no	novo	colégio,	 transferir	 linha	telefônica,	abertura	de	conta	bancária,	posse	em
cargo	público	etc.
••	Classificação:
Domicílio
voluntário	geral
É	 a	 residência;	 depende	 da	 vontade	 exclusiva	 do	 interessado	 (art.	 70	 do
CC/2002).
Domicílio
voluntário
especial
Fixado	em	contrato,	de	comum	acordo	pelos	contratantes,	para	cumprimento
das	obrigações	pactuadas	(art.	78	do	CC/2002).
Determinado	pela	lei	em	razão	da	condição	de	determinada	pessoa	(art.	76	do
CC/2002):
a)	do	incapaz	é	o	do	seu	representante	ou	assistente;
b)	 do	 servidor	 público,	 o	 lugar	 em	 que	 exercer	 permanentemente	 suas
Domicílio
necessário	 ou
legal
funções;
c)	do	militar,	onde	servir,	e,	 sendo	da	Marinha	ou	da	Aeronáutica,	a	 sede	do
comando	a	que	se	encontrar	imediatamente	subordinado;
d)	do	marítimo,	onde	o	navio	estiver	matriculado;
e)	do	preso,	o	lugar	em	que	cumprir	a	sentença.
••	Domicílio	das	pessoas	jurídicas:	as	pessoas	jurídicas,	tanto	de	direito	público	como	de	direito
privado,	também	possuem	domicílio.	Em	relação	às	pessoas	jurídicas	de	direito	privado,	utiliza-se	o
termo	“sede”	ou	“estabelecimento”,	ao	invés	de	“domicílio”	(art.	75	do	CC/2002).
a)	o	Distrito	Federal	é	o	domicílio	o	da	União;
b)	as	respectivas	capitais	são	o	domicílio	dos	Estados	e	Territórios;
c)	o	lugar	onde	funcione	a	administração	é	o	domicílio	dos	Municípios;	e
d)	 o	 lugar	 onde	 funcionarem	 as	 respectivas	 diretorias	 e	 administrações,	 ou	 onde	 elegerem
domicílio	especial	no	seu	estatuto	ou	atos	constitutivos	é	o	domicílio	das	demais	pessoas	jurídicas.
••	Pluralidade	de	domicílios	da	pessoa	 jurídica:	 tendo	a	pessoa	 jurídica	 estabelecimentos	 em
lugares	diferentes,	cada	um	deles	será	considerado	domicílio	para	os	atos	neles	praticados	(art.	75,	§
1.º,	do	CC/2002).
DOS	BENS
••	Definição:	é	toda	coisa	com	conteúdo	econômico,	que	pode	propiciar	à	pessoa	a	satisfação	de
um	interesse.	São	valores	materiais	e	imateriais	que	podem	ser	objeto	de	uma	relação	jurídica.
••	Outras	definições:
Coisas
comuns
Bens	insuscetíveis	de	apropriação,	como,	por	exemplo,	o	ar	atmosférico,	o	mar,	ambos
considerados	 em	 sua	 grandeza.	 Sendo	 possível	 sua	 apropriação	 em	 porções	 limitadas,
tornam-se	“bens”.
Res
nullius
Bens	sem	dono,	visto	que	estão	à	disposição	de	quem	as	encontrar,	como,	por	exemplo,
os	 peixes	 ou	 demais	 caças	 (observação:	 o	 que	 não	 significa	 que	 não	 possa	 haver	 leis
regulamentando	o	assunto	–	leis	ambientais).
Res
derelicta Bem	móvel	abandonado,	que	pode	ser	apropriado	por	qualquer	outra	pessoa.
••	Classificação	dos	bens
a)	Bens	Móveis	e	Imóveis
i)	Imóveis:	É	o	solo	e	tudo	quanto	se	lhe	incorporar	natural	ou	artificialmente.	São	os	que	se	não
podem	transportar,	sem	destruição,	modificação,	fratura	ou	dano,	de	um	para	outro	lugar	(arts.	79	a
81	do	CC/2002).
–	Imóveis	por	Natureza:	o	solo,	com	sua	superfície,	subsolo	e	espaço	aéreo.
–	 Imóveis	por	Acessão	Natural:	 árvores	e	 frutos	pendentes,	bem	como	acessórios	e	adjacências
naturais	 (pedras,	 fontes,	 plantas	 etc.).	 Ou	 formação	 de	 ilhas,	 aluvião,	 avulsão	 etc.	 (ver	 modos
originários	de	aquisição	de	propriedade).
–	Imóveis	por	Acessão	Artificial:	construções	e	plantações.
–	Imóveis	por	determinação	legal:
a)	Os	direitos	reais	sobre	imóveis	e	as	ações	que	os	asseguram;	e
b)	O	direito	à	sucessão	aberta.
––	Regra	Especial:	Não	perdem	o	caráter	de	imóveis	(art.	81	do	CC/2002):
a)	as	edificações	que,	separadas	do	solo,	mas	conservando	a	sua	unidade,	forem	removidas	para
outro	local;	e
b)	os	materiais	provisoriamente	separados	de	um	prédio,	para	nele	se	reempregarem.
ii)	Móveis:	São	os	bens	suscetíveis	de	movimento	próprio,	ou	de	remoção	por	força	alheia,	sem
alteração	da	substância	ou	da	destinação	econômico-social	(arts.	82	a	84	do	CC/2002).
–	Móveis	por	Natureza:	os	que	podem	ser	transportados	de	um	lugar	a	outro,	sem	deterioração,
por	força	própria	(semoventes)	ou	alheia	(móveis	propriamente	ditos).
–	Móveis	 por	 antecipação:	 são	 bens	 incorporados	 ao	 solo,	 mas	 com	 a	 intenção	 de	 separálos
oportunamente	 e	 convertê-los	 em	móveis	 (árvores	 destinadas	 ao	 corte,	 frutos	 e	 safras	 ainda	 não
colhidos).
–	Móveis	 por	 determinação	 legal:	 (1)	 As	 energias	 que	 tenham	 valor	 econômico	 (gás,	 corrente
elétrica	etc.)	(2)	Os	direitos	reais	sobre	móveis	e	as	ações	correspondentes.	(3)	Os	direitos	pessoais	de
caráter	patrimonial	e	respectivas	ações.
––	 Regra	 Especial:	 os	 materiais	 destinados	 a	 alguma	 construção,	 enquanto	 não	 forem
empregados,	 conservam	 sua	qualidade	de	móveis;	 readquirem	essa	qualidade	os	provenientes	da
demolição	de	algum	prédio	(art.	84	do	CC/2002).
Atenção
Principais	diferenças	entre	“bens	móveis”	e	“bens	imóveis”:
MÓVEIS IMÓVEIS
Adquiridos	por	simples	tradição. Dependem	de	escritura	pública	e	registro.
Não	exige	anuência	do	cônjuge	para
alienação	ou	gravação	de	ônus	real.
Exige	anuência	do	cônjuge	para	alienação	ou	gravação	de
ônus	real,	exceto	se	casados	na	separação	de	bens.
Usucapião:	3	(três)	e	5	(cinco)	anos. Usucapião:	2	(dois),	5	(cinco),	10	(dez)	e	15	(quinze)	anos.
Objeto	de	penhor Objeto	de	hipoteca
b)	Bens	Fungíveis	e	Infungíveis
i)	Fungíveis:	Bens	substituíveis	(mesma	espécie,	qualidade	e	quantidade)	(art.	85	do	CC/2002);	e
ii)	Infungíveis:	Bens	insubstituíveis	(art.	85	do	CC/2002).
c)	Bens	Consumíveis	e	Inconsumíveis
i)	Consumíveis:Os	 bens	móveis	 cujo	 uso	 importa	 destruição	 imediata	 da	 própria	 substância,
sendo	também	considerados	tais	os	destinados	à	alienação	(art.	86	do	CC/2002);	e
ii)	Inconsumíveis:	Aqueles	cujo	uso	não	importa	em	destruição	imediata	(art.	86	do	CC/2002).
d)	Bens	Divisíveis	e	Indivisíveis
i)	 Divisíveis:	 bens	 que	 se	 podem	 partir	 em	 porções	 reais	 e	 distintas:	 (1)	 sem	 alteração	 na
substância;	 (2)	sem	diminuição	considerável	de	valor;	ou	 (3)	sem	prejuízo	do	uso	a	que	se	destina
(art.	87	do	CC/2002);	e
ii)	 Indivisíveis:	 (1)	 por	 natureza	 (não	 se	 pode	 fracionar	 sem	 alteração	 na	 substância	 –	 um
animal,	um	relógio,	um	brilhante);	(2)	por	determinação	legal	(quando	a	lei	expressamente	impede	o
seu	fracionamento	–	servidões	prediais,	hipoteca);	ou	(3)	por	vontade	das	partes	(art.	88	do	CC/2002).
e)	Bens	Singulares	e	Coletivos
i)	Singulares:	quando	considerados	na	sua	individualidade,	independente	dos	demais	(art.	89	do
CC/2002);	e
ii)	Coletivos:	Quando	se	consideram	agregados	a	um	todo.
Universalidades
de	fato
pluralidade	de	bens	singulares	que	tenham	destinação	unitária.	Cada	um	dos
bens	pode	ser	objeto	de	relação	jurídica	própria	(art.	90	do	CC/2002).
Universalidade
de	direito
complexo	 de	 relações	 jurídicas	 dotadas	 de	 valor	 econômico	 (herança,
patrimônio,	fundo	de	comércio,	massa	falida)	(art.	91	do	CC/2002).
f)	Bens	Principais	e	Acessórios
i)	Principais:	existem	sobre	si,	abstrata	ou	concretamente	(art.	92,	1.ª	parte,	do	CC/2002);	e
ii)	Acessórios:	Bens	cuja	existência	supõe	a	do	principal	(art.	92,	2.ª	parte,	do	CC/2002).
Produtos utilidades	 que	 podem	 ser	 retiradas	 da	 coisa,	 mas	 diminuem-lhe	 a	 quantidade,porque	não	se	reproduzem	periodicamente	(ex.:	pedras,	metais).
Frutos são	as	utilidades	que	uma	coisa	periodicamente	produz	(ex.:	plantação,	aluguéis).
Benfeitorias acréscimos	que	o	homem	faz	a	outro	bem.	Elas	podem	ser	voluptuárias,	úteis	ounecessárias	(art.	96	do	CC/2002).
Pertenças se	 destinam	 ao	 uso,	 ao	 serviço	 ou	 aformoseamento	 do	 outro	 e	 não	 constituemparte	integrante	(art.	93	do	CC/2002).
Bens	Públicos	e	Particulares
Públicos
Bens	 do	 domínio	 nacional	 pertencentes	 às	 pessoas	 jurídicas	 de	 direito	 público
interno.
a)	Uso	Comum	(não	podem	ser	alienados):	rios,	mares,	estradas,	ruas	e	praças.
b)	Uso	Especial	(não	podem	ser	alienados):	edifícios	ou	terrenos	destinados	a	serviço
ou	 estabelecimento	 da	 administração	 federal,	 estadual,	 territorial	 ou	 municipal,
inclusive	os	de	suas	autarquias.
c)	Dominicais	(podem	ser	alienados):	constituem	o	patrimônio	das	pessoas	jurídicas
de	 direito	 público,	 como	 objeto	 de	 direito	 pessoal,	 ou	 real,	 de	 cada	 uma	 dessas
entidades.
Privados Todos	os	outros	bens,	seja	qual	for	a	pessoa	a	que	pertençam.
g)	Bens	Públicos	e	Particulares
i)	 Públicos:	 Bens	 do	 domínio	 nacional	 pertencentes	 às	 pessoas	 jurídicas	 de	 direito	 público
interno.
a)	Uso	Comum	(não	podem	ser	alienados):	rios,	mares,	estradas,	ruas	e	praças;
b)	 Uso	 Especial	 (não	 podem	 ser	 alienados):	 edifícios	 ou	 terrenos	 destinados	 a	 serviço	 ou
estabelecimento	 da	 administração	 federal,	 estadual,	 territorial	 ou	municipal,	 inclusive	 os	 de	 suas
autarquias;	e
c)	Dominicais	 (podem	 ser	 alienados):	 constituem	o	patrimônio	das	 pessoas	 jurídicas	 de	direito
público,	como	objeto	de	direito	pessoal,	ou	real,	de	cada	uma	dessas	entidades.
ii)	Privados:	todos	os	outros	bens,	seja	qual	for	a	pessoa	a	que	pertençam.
FATOS	JURÍDICOS
••	Noções	gerais:	todo	acontecimento,	natural	ou	humano,	que	determine	a	ocorrência	de	efeitos
constitutivos,	modificativos	ou	extintivos	de	direitos	e	obrigações,	na	órbita	do	direito,	denomina-se
fato	jurídico.	O	fato	jurídico	seria	todo	o	acontecimento	em	virtude	do	qual	começam	ou	terminam
as	relações	jurídicas.
Fatos	Jurídicos	(lato	sensu)
Fatos	Jurídicosstricto	sensu
(Naturais)
Atos	jurídicoslato	sensu
(Humanos)
Ordinários
(nascimento,	 morte,
maioridade,	 decurso	 do
tempo	etc.)
Extraordinários
(caso	 fortuito	 e	 força	maior	 –
raio,	terremoto,	tempestade	etc.)
Lícitos
a)	 Atos
jurídicos	stricto
sensu;
b)	 Negócios
Jurídicos;	e
c)	 Ato-fato
Jurídico
Ilícitos
NEGÓCIO	JURÍDICO
••	 Aspectos	 gerais:	 a	 principal	 categoria	 dos	 fatos	 jurídicos	 são	 os	 negócios.	 Estes	 podem	 ser
compreendidos	como	um	fato	resultante	de	uma	exteriorização	de	vontade,	a	que	o	ordenamento
jurídico	 atribui	 os	 efeitos	 designados	 como	 queridos,	 respeitados	 os	 pressupostos	 de	 existência,
validade	e	eficácia,	impostos	pela	norma	jurídica	que	sobre	ele	incide.
Plano
da
Existência
Verificação	 da	 presença	 de	 alguns	 dos	 elementos	 essenciais	 sem	 os	 quais	 o	 direito
considera	 inexistente	 o	 negócio,	 ou	 seja,	 se	 o	 negócio	 possui	 objeto	 idôneo,	 se	 possui
cunho	negocial,	se	houve	declaração	de	vontade.	Se	não	possuir,	será	inexistente.
Plano
da
Validade
Verificação	da	presença	dos	requisitos	do	negócio	jurídico	e	de	outros	previstos	na	lei,
como	 proibição	 da	 simulação,	 do	 objetivo	 de	 fraudar	 a	 lei	 e	 dos	 defeitos	 do	 negócio
jurídico.
Plano
da
Eficácia
O	 negócio	 jurídico	 existe,	 mas,	 aqui,	 pergunta-se	 se	 já	 gerou	 efeitos.	 Análise	 dos
elementos	acidentais	da	declaração.
••	Requisitos	de	validade:	De	acordo	 com	o	art.	 104	do	CC/2002,	 são	eles:	 (a)	 agente	 capaz;	 (b)
objeto	lícito,	possível,	determinado	ou	determinável;	e	(c)	forma	prescrita	ou	não	defesa	em	lei.
••	 Interpretação:	 em	 relação	 à	 interpretação	 dos	 negócios	 jurídicos,	 deverão	 ser	 observados	 a
boa-fé	e	os	usos	do	lugar	de	sua	celebração	(art.	113	do	CC/2002).
••	Exteriorização	de	vontade:	é	a	declaração	de	vontade	privada,	destinada	a	produzir	os	efeitos
que	o	agente	pretende	e	o	direito	reconhece.	A	vontade	pode	ser	exteriorizada	de	forma	expressa	ou
tácita.
Expressa é	aquela	realizada	por	meio	de	signos	de	linguagem,	como	é	o	caso	da	fala,	da	escritaetc.
Tácita é	aquela	que	decorre	de	um	comportamento	do	agente	suficiente	para	exprimir	seuquerer.
••	O	silêncio:	não	é	 forma	de	manifestação,	porém	importa	anuência,	quando	as	circunstâncias
ou	 os	 usos	 o	 autorizarem,	 e	 não	 for	 necessária	 a	 declaração	 de	 vontade	 expressa	 (art.	 111	 do
CC/2002).
••	Reserva	mental:	a	manifestação	de	vontade	subsiste	ainda	que	o	seu	autor	haja	feito	a	reserva
mental	de	não	querer	o	que	manifestou,	salvo	se	dela	o	destinatário	tinha	conhecimento	(art.	110	do
CC/2002).
••	Forma:	a	validade	da	declaração	de	vontade	não	dependerá	de	forma	especial,	senão	quando	a
lei	expressamente	a	exigir	(art.	107	do	CC/2002).
DOS	DEFEITOS	DO	NEGÓCIO	JURÍDICO
••	Definição:	são	imperfeições	na	formação	da	vontade	ou	na	sua	declaração.	São	duas	as	espécies
de	defeitos:	os	vícios	de	consentimento	e	os	vícios	sociais.
Vícios	 do
consentimento
São	as	anomalias	de	vontade	que	prejudicam	a	própria	pessoa
Erro	 ou
Ignorância
Dolo
Coação
que	exteriorizou	a	vontade	de	praticar	o	negócio. Estado	 de
perigo
Lesão
Vícios
sociais
São	aqueles	cujos	prejuízos	se	projetam	a	uma	terceira	pessoa
não	participante	da	relação	negocial.
Fraude
contra
credores
DO	ERRO	OU	IGNORÂNCIA	(ARTS.	138	A	144	DO	CC/2002)
••	Definição:	erro	é	a	noção	falsa	que	o	agente	tem	de	qualquer	dos	elementos	do	ato	jurídico	ou
do	negócio.	Consiste	em	uma	falsa	representação	de	realidade.	São	anuláveis	os	negócios	jurídicos,
quando	 as	 declarações	 de	 vontade	 emanarem	 de	 erro	 substancial	 (essencial)	 que	 poderia	 ser
percebido	 por	 pessoa	 de	 diligência	 normal,	 em	 face	 das	 circunstâncias	 do	 negócio.	 O	 erro	 é
substancial	quando:
a)	interessa	à	natureza	do	negócio,	ao	objeto	principal	da	declaração,	ou	a	alguma	das	qualidades
a	ele	essenciais;
b)	 concerne	à	 identidade	ou	à	qualidade	essencial	da	pessoa	a	quem	se	 refira	adeclaração	de
vontade,	desde	que	tenha	influído	nesta	de	modo	relevante;	e
c)	sendo	de	direito	e	não	implicando	recusa	à	aplicação	da	lei,	for	o	motivo	único	ou	principal	do
negócio	jurídico.
••	Falso	motivo:	só	vicia	a	declaração	de	vontade	quando	expresso	como	razão	determinante.
DO	DOLO	(ARTS.	145	A	150	DO	CC/2002)
••	Definição:	 é	o	artifício	ou	expediente	astucioso	empregado	para	 induzir	alguém	à	prática	de
um	 ato	 que	 o	 prejudica,	 aproveitando	 ao	 autor	 do	 dolo	 ou	 a	 terceiro.	 Os	 negócios	 jurídicos	 são
anuláveis	por	dolo,	quando	este	for	a	sua	causa	(dolo	principal).
••	Omissão	dolosa:	nos	negócios	 jurídicos	bilaterais,	o	silêncio	 intencional	de	uma	das	partes	a
respeito	de	fato	ou	qualidade	que	a	outra	parte	haja	ignorado,	constitui	omissão	dolosa,	provando-se
que	sem	ela	o	negócio	não	se	teria	celebrado.
••	Dolo	de	terceiro:	pode	também	ser	anulado	o	negócio	jurídico	por	dolo	de	terceiro,	se	a	parte	a
quem	aproveite	dele	tivesse	ou	devesse	ter	conhecimento;	em	caso	contrário,	ainda	que	subsista	o
negócio	jurídico,	o	terceiro	responderá	por	todas	as	perdas	e	danos	da	parte	a	quem	ludibriou.
••	Dolo	bilateral:	Se	ambas	as	partes	procederem	com	dolo,	nenhuma	pode	alegá-lo	para	anular	o
negócio,	ou	reclamar	indenização	(art.	150	do	CC/2002).
••	Dolo	acidental:	 só	 obriga	 à	 satisfação	 das	 perdas	 e	 danos.	 É	 acidental	 o	 dolo	 quando,	 a	 seu
despeito,	o	negócio	seria	realizado,	embora	por	outro	modo.
••	 Dolo	 do	 representante	 de	 uma	 das	 partes:	 se	 partir	 do	 representante	 legal	 só	 obriga	 o
representado	a	responder	civilmente	até	a	importância	do	proveito	que	teve;	se,	porém,	o	dolo	for
do	 representante	 convencional,	 o	 representado	 responderá	 solidariamente	 com	 ele	 por	 perdas	 e
danos.
DA	COAÇÃO	(ARTS.	151	A	155	DO	CC/2002)
••	Definição:	é	a	ameaça	intencional	para	constranger	alguém	à	prática	de	um	negócio	jurídico.
Para	viciar	a	declaração	da	vontade	a	ameaça	há	de	ser	tal	que	incuta	ao	paciente	fundado	temor	de
dano	iminente	e	considerável	à	sua	pessoa,	à	sua	família,	ou	aos	seus	bens.
DO	ESTADO	DE	PERIGO	(ART.	156	DO	CC/2002)
••	Definição:	configura-se	o	estado	de	perigo	quando	alguém,	premido	da	necessidade	de	salvar-
se,	 ou	 a	 pessoa	 de	 sua	 família,	 de	 grave	 dano	 conhecido	 pela	 outra	 parte,	 assume	 obrigação
excessivamente	onerosa.
Dois	requisitos	que	marcam	o	instituto	são:
““Salvar-se”” O	dano	pode	 ser	 físico	ou	moral,	 ou	 seja,	 integridade	 física,	honra	ouliberdade.
Ciência	 pela	 outra
parte
A	outra	parte	deve	ter	ciência	que	o	contratante	enfrenta	momento	de
perigo.
DA	LESÃO	(ART.	157	DO	CC/2002)
••	Definição:	ocorre	a	lesão	quando	uma	pessoa,	sob	premente	necessidade,	ou	por	inexperiência,
se	 obriga	 a	prestação	manifestamente	desproporcional	 ao	valor	da	prestação	oposta.	Aprecia-se	 a
desproporção	das	prestações	segundo	os	valores	vigentes	ao	tempo	em	que	foi	celebrado	o	negócio
jurídico	(art.	157	do	CC/2002).
DA	FRAUDE	CONTRA	CREDORES	(ARTS.	158	A	165	DO	CC/2002)
••	 Definição:	 aqui	 a	 vontade	 manifestada	 corresponde	 exatamente	 ao	 desejo	 do	 agente,	 mas
possui	o	objetivo	de	prejudicar	terceiros,	no	caso,	credores.	É	praticado	por	devedor	insolvente	ou
pelo	ato	reduzido	à	insolvência.	Pode	ocorrer	em	quatro	hipóteses:
Hipótese	 A:
Transmissão
gratuita	 ou
remissão	 de
dívida
Esta	modalidade	exige	apenas	a	 gratuidade	ou	a	 remissão	de	dívida,	 ou	 seja,	 o
denominado	 eventus	 damni	 que	 é	 o	 ato	 prejudicial	 ao	 credor	 ou	 a	 insolvência.
Independe	do	conhecimento	do	beneficiário.
Hipótese	 B:
Transmissão
onerosa
Aqui	serão	exigidos	os	dois	elementos:
a)	eventus	damni:	a	 insolvência	ou	o	prejuízo	decorrente	dela.	Objetivamente,	o
credor	aufere	que	o	devedor,	após	o	negócio,	não	conseguirá	honrar	a	obrigação.
b)	consilium	fraudis:	ao	pé	da	 letra:	conluio	fraudulento.	Mas	não	precisa	haver
conluio	 entre	 devedor	 e	 adquirente.	 Basta	 que	 este	 saiba	 ou	 tenha	 condições	 de
saber	que	o	negócio	reduzirá	o	devedor	à	insolvência	ou	diminuir-lhe-á,	ainda	mais,
o	patrimônio	já	desfalcado.
Hipótese	 C:
Pagamento
antecipado	 de
dívida
O	 credor	 quirografário	 (que	 não	 possui	 garantias),	 que	 receber	 do	 devedor
insolvente	o	pagamento	da	dívida	ainda	não	vencida,	 ficará	obrigado	a	 repor,	 em
proveito	do	acervo	sobre	que	se	tenha	de	efetuar	o	concurso	de	credores,	aquilo	que
recebeu	(art.	162	do	CC/2002).
Hipótese	 D:
Concessão
fraudulenta	 de
garantias
Presumem-se	 fraudatórias	 dos	 direitos	 dos	 outros	 credores	 as	 garantias	 de
dívidas	que	o	devedor	insolvente	tiver	dado	a	algum	credor	(art.	163	do	CC/2002).
••	 Ação	 Pauliana:	 a	 ação	 anulatória	 cujo	 objeto	 é	 a	 fraude	 contra	 credores	 é	 conhecida	 como
revocatória	ou	pauliana.
DA	REPRESENTAÇÃO
••	Definição:	os	direitos	adquirem-se	por	ato	próprio	do	adquirente	ou	por	intermédio	de	outrem.
Neste	 último	 caso	 surge	 o	 fenômeno	 da	 representação.	 A	 manifestação	 de	 vontade	 pelo
representante,	nos	limites	de	seus	poderes,	produz	efeitos	em	relação	ao	representado.
••	Espécies:
a)	Legal.	Deferida	pela	lei	aos	pais,	tutores,	curadores.	É	exercida	atribuindo	a	alguém	a	função
de	cuidar	dos	interesses	de	pessoas	incapazes.
b)	Judicial.	Ocorre	em	relação	à	pessoa	capaz,	instituída	pelo	juiz,	como	o	síndico	em	relação	à
massa	falida,	o	inventariante	em	relação	ao	espólio	de	bens	etc.;	e
c)	Convencional	ou	Voluntária.	Decorre	do	negócio	jurídico	específico	denominado	“mandato”.
••	 Conflito	 de	 interesses:	 Desde	 que	 haja	 má-fé	 por	 parte	 do	 representante	 e	 do	 outro
contratante,	 ou	 seja,	 desde	 que	 este	 saiba	 previamente	 (ou	 deveria	 saber)	 do	 conflito,	 poderá	 ser
anulado	o	negócio	jurídico	pelo	representado	(art.	119	do	CC/2002).
••	 Contrato	 consigo	 mesmo:	 A	 lei	 denomina	 “contrato	 consigo	 mesmo”	 a	 hipótese	 em	 que	 a
pessoa	atua	como	representante	de	um	lado	e	parte	de	outro.	Aliena	(como	representante)	um	bem
ou	 direito	 a	 si	 mesmo	 (mas	 aqui	 como	 o	 outro	 polo	 contratante).	 Para	 esse	 negócio	 a	 regra	 é	 a
proibição,	salvo	se	permitido	pela	lei	ou	pelo	próprio	representado.
EFEITOS	DO	NEGÓCIO	JURÍDICO
••	Conceito:	 todo	negócio	 jurídico	válido	 irradia	efeitos.	Em	razão	da	autonomia	da	vontade,	os
efeitos	 (eficácia)	 podem	 ser	 modificados	 pela	 inserção	 de	 elementos	 acidentais	 pela	 vontade	 das
partes	do	negócio.	São	eles:	(a)	a	condição;	(b)	o	termo;	e	(c)	o	modo	ou	encargo.
a)	Condição:	 considera-se	 condição	 a	 cláusula	 que,	 derivando	 exclusivamente	 da	 vontade	 das
partes,	 subordina	 o	 efeito	 do	 negócio	 jurídico	 a	 evento	 futuro	 e	 incerto	 (art.	 121	 do	 CC/2002).	 A
subordinação	 acarreta	 ora	 a	 suspensão	 (condição	 suspensiva)	 ora	 a	 resolução,	 ou	 seja,	 extinção
(condição	resolutiva)	da	eficácia	negocial.
Condição
Suspensiva
Enquanto	esta	se	não	verificar,	não	se	terá	adquirido	o	direito,	a	que	ele	visa.	Trata-
se	apenas	de	um	direito	eventual,	ou	seja,	uma	expectativa	de	direito.
Condição
Resolutiva
Enquanto	esta	se	não	realizar,	vigorará	o	negócio	jurídico,	podendo	exercerse	desde
a	 conclusão	 deste	 o	 direito	 por	 ele	 estabelecido.	 Sobrevindo	 a	 condição	 resolutiva,
extingue-se,	para	todos	os	efeitos,	o	direito	a	que	ela	se	opõe.
i)	Modalidades	de	condições:	as	condições	podem	ser:
Casuais
Dependem	do	acaso,	do	fortuito,	de	fato	alheio	à	vontade	das	partes.	Opõem-se
às	potestativas.	Ex.:	“(...)	se	chover	amanhã.”	Por	extensão,	será	também	chamada
de	casual	quando	depender	da	vontade	exclusiva	de	terceiro	estranho	ao	negócio.
Puramente
Potestativas
Sujeitas	ao	puro	arbítrio	de	uma	das	partes,	sem	qualquer	influência	externa.
Ex.:	“(...)	se	eu	quiser”.	Somente	estas	são	proibidas.
Simplesmente
Potestativas
Dependem	da	vontade	de	uma	das	partes	e,	também,	de	outros	fatores	externos
(“(...)	sevocê	for	a	Paris”	–	não	depende	somente	do	querer;	tem	que	providenciar
passagem,	estadia,	angariar	fundos	para	a	viagem	etc.)
Mistas Dependem	simultaneamente	da	vontade	de	uma	das	partes	e	da	vontade	de	umterceiro.	(“(...)	se	casares	com	tal	pessoa”)
b)	Termo:	é	o	momento	em	que	começa	ou	se	extingue	a	eficácia	de	um	ato	jurídico.	Enquanto	a
condição	é	acontecimento	futuro	e	incerto,	o	termo	é	futuro	e	certo.	O	Código	Civil	estabelece	duas
espécies	de	termo:
i)	 termo
inicial	 ou
suspensivo
(dies	 a
quo)
O	termo	inicial	é	o	que	fixa	o	momento	em	que	a	eficácia	do	negócio	deve	ter	início.	O
fato	 de	 haver	 termo	 não	 significa	 que	 a	 parte	 ainda	 não	 adquiriu	 o	 direito.	 Pelo
contrário,	já	houve	a	aquisição,	mas	apenas	o	exercício	é	diferido.	Isto	porque	o	“termo”
é	evento	futuro,	mas	é	certo.
ii)
termo	final
ou
resolutivo
(dies	 ad
quem)
O	termo	final	extingue	o	direito.	Fixa	o	momento	de	resolução	do	negócio.
iii)	Contando	os	prazos:
–	 Na	 contagem	 do	 prazo	 para	 o	 implemento	 do	 termo	 negocial	 (art.	 132	 do	 CC/2002),	 salvo
disposição	legal	ou	convencional	em	contrário,	computam-se	os	prazos,	excluído	o	dia	do	começo,	e
incluído	o	do	vencimento.
–	Se	o	dia	do	vencimento	cair	em	feriado,	considerar-se-á	prorrogado	o	prazo	até	o	seguinte	dia
útil.
–	Os	prazos	de	meses	 e	anos	expiram	no	dia	de	 igual	número	do	de	 início,	 ou	no	 imediato,	 se
faltar	exata	correspondência.
–	Os	prazos	fixados	por	hora	contar-se-ão	de	minuto	a	minuto.
Quadro	comparativo:
Termo Condição
Evento	futuro	e	certo Evento	futuro	e	incerto
Adquire	 desde	 logo	 o	 direito,	 obstado	 apenas	 o
exercício.
Não	 se	 adquire	 desde	 logo	 o	 direito	 nem	 o
exercício.
c)	O	encargo	ou	modo:	é	um	ônus	imposto	a	uma	liberalidade.	Serve	para	impor	uma	obrigação
ao	 favorecido,	em	benefício	do	 instituidor	ou	de	 terceiros	 (pode	ser	a	coletividade,	 inclusive).	Ex.:
pessoa	 que	 doa	 determinada	 quantia	 em	 dinheiro	 para	 que	 o	 beneficiário	 construa	 um	 hospital;
herança	deixada	a	alguém	para	que	cuide	de	seu	filho.
DA	INVALIDADE	DO	NEGÓCIO	JURÍDICO
••	Conceito:	 invalidade	é	a	 sanção	que	o	direito	estabelece	para	a	prática	do	ato	 jurídico	a	que
falte	 qualquer	 dos	 seus	 requisitos.	 A	 invalidade	 compreende	 a	nulidade	 e	 a	anulabilidade.	 Não	 se
confunde	com	ato	inexistente.
••	Nulidade:	é	a	sanção	legal	para	os	atos	praticados	sem	os	necessários	requisitos,	do	que	resulta
a	inidoneidade	do	ato	para	a	produção	dos	efeitos	que	lhe	são	próprios.	O	negócio	jurídico	nulo	não
é	suscetível	de	confirmação,	nem	convalesce	pelo	decurso	do	tempo.
••	Hipóteses	de	nulidade:	é	nulo	o	negócio	jurídico	quando:
a)	celebrado	por	pessoa	absolutamente	incapaz;
b)	for	ilícito,	impossível	ou	indeterminável	o	seu	objeto;
c)	o	motivo	determinante,	comum	a	ambas	as	partes,	for	ilícito;
d)	não	revestir	a	forma	prescrita	em	lei;
e)	for	preterida	alguma	solenidade	que	a	lei	considere	essencial	para	a	sua	validade;
f)	tiver	por	objetivo	fraudar	lei	imperativa;
g)	a	lei	taxativamente	o	declarar	nulo,	ou	proibir-lhe	a	prática,	sem	cominar	sanção;	e
h)	simulado.
••	 Simulação:	 É	 uma	 declaração	 enganosa	 da	 vontade,	 visando	 a	 proteger	 efeito	 diverso	 do
indicado	 no	 negócio.	 As	 partes	 não	 pretendem	 originalmente	 o	 negócio	 que	 se	mostra	 à	 vista	 de
todos.
Haverá	simulação	nos	negócios	jurídicos	quando	(art.	167,	§	1.º,	do	CC/2002):
a)	aparentarem	conferir	ou	transmitir	direitos	a	pessoas	diversas	daquelas	às	quais	realmente	se
conferem,	ou	transmitem;
b)	contiverem	declaração,	confissão,	condição	ou	cláusula	não	verdadeira;	e
c)	os	instrumentos	particulares	forem	antedatados,	ou	pós-datados.
A	simulação	pode	ser	absoluta	ou	relativa.
Simulação
absoluta
Não	há	ato	 jurídico	acobertado.	As	partes	não	 realizam	nenhum	negócio.	Apenas
fingem,	para	criar	uma	aparência,	uma	ilusão	externa.	Só	existe	um	negócio,	que	é	o
simulado.
Exemplo:	falsa	confissão	de	dívida	perante	amigo,	com	concessão	de	garantia	real,
para	esquivar-se	de	execução	de	credores	quirografários.
Simulação
relativa
Há	 dois	 atos	 jurídicos:	 o	 dissimulado	 (oculto,	 acobertado,	 mas	 verdadeiramente
desejado)	e	o	simulado	(aparente,	destinado	a	enganar).
Exemplo:	 homem	 casado,	 para	 contornar	 proibição	 legal	 de	 fazer	 doação	 à
concubina,	simula	venda	a	um	terceiro,	que	transferirá	o	bem	àquela.
••	Anulabilidade:	é	uma	sanção	mais	branda	que	a	nulidade.	Sua	razão	de	ser	está	na	proteção
que	o	direito	dispensa	aos	interesses	particulares.	Por	isso,	o	negócio	anulável	pode	ser	confirmado
pelas	 partes,	 salvo	 direito	 de	 terceiro.	O	 ato	 de	 confirmação	 deve	 conter	 a	 substância	 do	 negócio
celebrado	e	a	vontade	expressa	de	mantê-lo.
••	 Hipóteses	 de	 anulabilidade:	 além	 dos	 casos	 expressamente	 declarados	 na	 lei,	 é	 anulável	 o
negócio	jurídico:
a)	por	incapacidade	relativa	do	agente;
b)	por	vício	resultante	de	erro,	dolo,	coação,	estado	de	perigo,	lesão	ou	fraude	contra	credores.
••	Distinção	entre	nulidade	e	anulabilidade
Quanto	ao	interesse	protegido
ANULABILIDADE NULIDADE
Interesse	privado.
Mera	 conveniência	 das	 partes.	 Negócios
realizados	 por	 pessoa	 relativamente	 incapaz	 ou
eivados	de	algum	vício	do	consentimento	ou	vício
social.
Interesse	público	(ordem	pública).
Negócios	 realizados	 sem	 observância	 dos
requisitos	 essenciais	 ou	 quando	 ofendem
preceitos	 de	 ordem	 pública,	 que	 interessam	 à
sociedade.
Quanto	à	pessoa	que	pode	argui-la
Depende	 da	 provocação	 dos	 interessados
diretamente	prejudicados.
Por	qualquer	 interessado	em	nome	próprio	ou
por	intermédio	do	MP.
Quanto	à	possibilidade	de	ser	suprida	a	confirmação
Pode	ser	 suprida	pelo	 juiz,	a	 requerimento	das	partes
ou	sanada	pela	confirmação.
Não	 pode	 ser	 suprida	 pelo	 juiz	 ou
sanada	pela	confirmação.
Quanto	à	prescrição
Se	 a	 lei	 não	 estabelecer	 outro	 prazo,	 será	 de	 dois	 anos	 para
pleitear-se	a	anulação.
Não	 se	 valida	 com	 o	 decurso
do	tempo.
Prazo	decadencial
4	(quatro)	anos:	nas	hipóteses	do	art.	178	do	CC/2002.
2	(dois)	anos:	quando	a	lei	silenciar
Imprescritível.
DOS	ATOS	ILÍCITOS
••	Definição:	são	os	praticados	com	infração	ao	dever	legal	de	não	lesar	outras	pessoas.	Comete
ato	ilícito	aquele	que,	por	ação	ou	omissão	voluntária,	negligência	ou	imprudência,	violar	direito	e
causar	dano	a	outrem,	ainda	que	exclusivamente	moral	(art.	186	do	CC/2002).	Os	ilícitos,	por	serem
praticados	 em	 desacordo	 com	 o	 prescrito	 no	 ordenamento	 jurídico,	 fazem	 nascer	 a	 obrigação	 de
indenizar	(ressarcimento).
••	Abuso	do	direito:	 também	comete	ato	ilícito	o	titular	de	um	direito	que,	ao	exercê-lo,	excede
manifestamente	 os	 limites	 impostos	 pelo	 seu	 fim	 econômico	 ou	 social,	 pela	 boa-fé	 ou	 pelos	 bons
costumes	(art.	187	do	CC/2002).
••	Exclusão	de	ilicitude:	não	constituem	atos	ilícitos:
a)	Legítima	defesa.	Se	o	ato	foi	praticado	contra	o	próprio	agressor,	e	em	legítima	defesa,	não
pode	o	agente	ser	responsabilizado	civilmente	pelos	danos	provocados.
b)	 Exercício	 regular	 de	 direito.	 Desde	 que	 observados	 os	 limites	 impostos	 pelo	 seu	 fim
econômico	ou	social,	pela	boa-fé	ou	pelos	bons	costumes.	Ou	seja,	mesmo	observando	os	limites	do
direito	subjetivo,	não	poderá	haver	abuso	de	direito;	e
c)	 Estado	 de	 necessidade.	 O	 ato	 será	 legítimo	 somente	 quando	 as	 circunstâncias	 o	 tornarem
absolutamente	necessário,	não	excedendo	os	limites	do	indispensável	para	a	remoção	do	perigo.
PRESCRIÇÃO
••	Definição:	é	a	perda	da	pretensão	do	titular	do	direito	violado.	E	a	pretensão	é	o	poder	de	exigir
uma	conduta	positiva	ou	negativa	contra	aquele	que	lhe	viola	um	direito.
••	Alteração	do	prazo:	 não	 se	 admite	 o	 aumento	 ou	 diminuição	 dos	 prazos	 prescricionais	 por
convenção	 entre	 as	 partes,	 considerando	 que	 se	 trata	 deuma	 matéria	 de	 ordem	 pública,	 sendo
inalteráveis	as	disposições	legais	(art.	192	do	CC/2002).
••	Alegação:	a	prescrição	pode	ser	alegada	a	qualquer	tempo,	em	qualquer	grau	de	jurisdição	pela
parte	a	quem	aproveita,	ou	seja,	pela	parte	que	se	beneficia	(art.	193	do	CC/2002).	Também	pode	ser
pronunciada	de	ofício	(art.	332,	§	1.º,	c/c	art.	487,	II,	ambos	do	novo	CPC).
••	Renúncia:	a	prescrição	pode	ser	renunciada.	A	renúncia	se	dá	ao	prescribente	que	abre	mão	do
direito	de	 invocá-la.	Pode	 ser	expressa	ou	 tácita.	Porém,	 só	 terá	validade:	 (a)	após	a	prescrição	 se
consumar	(ou	seja,	após	transcorrido	o	prazo	legal)	e	(b)	desde	que	não	cause	prejuízo	a	terceiros.
••	Impedimento	e	suspensão	da	prescrição
a)	Impedimento:	é	o	obstáculo	ao	curso	do	respectivo	prazo,	antes	do	seu	início.	Constituise	em
um	 fato	 que	 não	 permite	 comece	 o	 prazo	 prescricional	 a	 correr.	 Assim,	 se	 o	 prazo	 ainda	 não
começou	a	fluir,	a	causa	ou	obstáculo	impede	que	comece;	e
b)	 Suspensão:	 se,	 entretanto,	 o	 obstáculo	 surge	 após	 o	 prazo	 ter	 iniciado,	 dá-se	 a	 suspensão.
Desse	modo,	a	suspensão	é	a	cessação	temporária	do	curso	do	prazo	prescricional	sem	prejuízo	do
tempo	já	decorrido.	Cessando	as	causas	suspensivas,	a	prescrição	continua	a	correr,	aproveitando-se
o	tempo	anteriormente	decorrido.
Não	corre	a	prescrição	(impedimento	ou	suspensão):
i)	entre	os	cônjuges,	na	constância	da	sociedade	conjugal;
ii)	entre	ascendentes	e	descendentes,	durante	o	poder	familiar;
iii)	entre	tutelados	ou	curatelados	e	seus	tutores	ou	curadores,	durante	a	tutela	ou	curatela;
iv)	contra	os	incapazes	de	que	trata	o	art.	3.º	do	CC/2002;
v)	contra	os	ausentes	do	País	em	serviço	público	da	União,	dos	Estados	ou	dos	Municípios;
vi)	contra	os	que	se	acharem	servindo	nas	Forças	Armadas,	em	tempo	de	guerra;
vii)	pendendo	condição	suspensiva;
viii)	não	estando	vencido	o	prazo;	e
ix)	pendendo	ação	de	evicção.
••	 Interrupção	da	prescrição:	 é	 o	 fato	 que	 impede	 o	 fluxo	 normal	 do	 prazo,	 inutilizando	 o	 já
decorrido	(volta	a	correr	por	inteiro).	A	interrupção	depende,	em	regra,	de	um	comportamento	ativo,
diferentemente	da	suspensão,	que	decorre	de	certos	fatos	previstos	na	lei.
••	A	interrupção	da	prescrição	dar-se-á:
a)	 por	 despacho	 do	 juiz,	 mesmo	 incompetente,	 que	 ordenar	 a	 citação,	 se	 o	 interessado	 a
promover	no	prazo	e	na	forma	da	lei	processual;
b)	por	protesto,	nas	condições	do	inciso	antecedente;
c)	por	protesto	cambial;
d)	pela	apresentação	do	título	de	crédito	em	juízo	de	inventário	ou	em	concurso	de	credores;
e)	por	qualquer	ato	judicial	que	constitua	em	mora	o	devedor;	e
f)	por	qualquer	ato	inequívoco,	ainda	que	extrajudicial,	que	importe	reconhecimento	do	direito
pelo	devedor.
••	 Prazos	 prescricionais:	 a	 denominada	 prescrição	 ordinária	 ou	 geral	 ocorre	 em	 dez	 anos,
quando	 a	 lei	 não	 lhe	 haja	 fixado	 prazo	 menor.	 O	 art.	 206	 do	 CC/2002	 estabelece	 os	 prazos
prescricionais	especiais.
DECADÊNCIA
••	Definição:	É	a	perda	do	próprio	direito	material.
Espécies:	 (a)	 decadência	 legal	 (fixada	 pela	 lei);	 e	 (b)	 decadência	 convencional	 (quando	 a	 lei
expressamente	permite	às	partes	escolher	o	prazo	decadencial).
Ex	officio:	Deve	o	juiz,	de	ofício,	conhecer	da	decadência,	quando	se	tratar	da	decadência	legal
(art.	210	do	CC/2002).	Se	a	decadência	for	convencional,	a	parte	a	quem	aproveita	pode	alegá-la	em
qualquer	grau	de	jurisdição,	mas	o	juiz	não	pode	suprir	a	alegação	(art.	211	do	CC/2002).
••	Renúncia:	é	nula	a	renúncia	à	decadência	fixada	em	lei.
••	Distinções:
Prescrição Decadência
Perda	 da	 pretensão	 (poder	 de	 exigir	 de
outrem	uma	ação	ou	omissão). Perda	do	direito	material.
Se	inicia	com	a	violação	do	direito. Se	inicia	com	a	aquisição	do	direito.
Pode	suspender-se	ou	interromper-se. Não	 se	 suspende	 ou	 interrompe	 (em	 regra).Exceção:	absolutamente	incapazes.
Não	corre	contra	determinadas	pessoas. Corre	contra	todos.
Decorre	da	lei. Pode	decorrer	da	 lei,	 testamento	 e	da	 convençãodas	partes.
Permite	renúncia. Não	permite	a	renúncia	(apenas	na	consensual).
PROVA	DOS	NEGÓCIOS	JURÍDICOS
••	 Espécies:	 salvo	 o	 negócio	 a	 que	 se	 impõe	 forma	 especial,	 o	 fato	 jurídico	 pode	 ser	 provado
mediante	 (art.	 212	 do	 CC/2002):	 (a)	 confissão;	 (b)	 documento;	 (c)	 testemunha;	 (d)	 presunção;	 e	 (e)
perícia.
––	Confissão:	não	tem	eficácia	a	confissão	se	provém	de	quem	não	é	capaz	de	dispor	do	direito	a
que	se	referem	os	fatos	confessados.	A	confissão	é	irrevogável,	mas	pode	ser	anulada	se	decorreu	de
erro	de	fato	ou	de	coação.
––	 Documento:	 a	 escritura	 pública,	 lavrada	 em	 notas	 de	 tabelião,	 é	 documento	 dotado	 de	 fé
pública,	 fazendo	 prova	 plena.	 A	 prova	 do	 instrumento	 particular	 pode	 suprir-se	 pelas	 outras	 de
caráter	legal.
––	Testemunha:	salvo	os	casos	expressos,	a	prova	exclusivamente	testemunhal	só	se	admite	nos
negócios	jurídicos	cujo	valor	não	ultrapasse	o	décuplo	do	maior	salário	mínimo	vigente	no	País	ao
tempo	em	que	foram	celebrados	(art.	227	do	CC/2002)	A	pessoa	com	deficiência	poderá	testemunhar
em	 igualdade	 de	 condições	 com	 as	 demais	 pessoas,	 sendo-lhe	 assegurados	 todos	 os	 recursos	 de
tecnologia	assistiva	(art.	228,	§	2.º,	do	CC/2002,	com	redação	dada	pela	Lei	13.146/2015).
••	 Forma	 especial:	 quando	 a	 lei	 exigir	 forma	 especial	 (como	 o	 instrumento	 público)	 para	 a
validade	do	negócio,	nenhuma	outra	prova,	por	mais	especial	que	seja,	pode	suprirlhe	a	falta	(art.
107	do	CC/2002	e	art.	406	do	novo	CPC).
PARTE	ESPECIAL
DIREITO	DAS	OBRIGAÇÕES
DAS	MODALIDADES	DAS	OBRIGAÇÕES
NOÇÕES	GERAIS
Obrigação	é	a	relação	jurídica	em	virtude	da	qual	uma	ou	mais	pessoas	determinadas	devem,	em
favor	de	outra	ou	de	outras,	uma	prestação	de	caráter	patrimonial.
••	Elementos:
i)	Sujeitos:	credor	(es)	e	devedor	(es);
ii)	Objeto:	é	a	prestação	(dar,	fazer	ou	não	fazer	alguma	coisa).	Deve	ter	conteúdo	patrimonial	e
ser	lícita,	possível	e	determinada	ou	determinável;	e
iii)	Vínculo	jurídico:	contratos,	declarações	unilaterais	da	vontade,	atos	ilícitos	etc.
••	 Obrigações	 naturais:	 são	 as	 que	 não	 podem	 ser	 reclamadas	 em	 juízo,	 embora	 lícitas.
Exemplos:	dívidas	de	jogo	e	de	aposta,	agora	tratadas	no	art.	814	do	CC/2002.
OBRIGAÇÃO	DE	DAR	COISA	CERTA	E	COISA	INCERTA
••	Definição:	 obrigação	 de	 dar	 é	 aquela	 em	 virtude	 da	 qual	 o	 devedor	 deve	 providenciar,	 em
benefício	do	credor,	a	tradição	de	um	bem	móvel	ou	imóvel.
••	Dar	coisa	certa:	é	a	coisa	individualizada,	determinada.
••	Dar	coisa	incerta:	consiste	em	fornecer	certa	quantidade	de	unidades	de	determinado	gênero	e
não	uma	coisa	 especificada.	 Portanto,	 a	 coisa	 incerta	 será	 indicada,	 ao	menos,	pelo	 gênero	e	pela
quantidade	(art.	243	do	CC/2002).
••	 A	 escolha	 diante	 de	 coisa	 incerta:	 o	 ato	 unilateral	 de	 escolha	 denomina-se	 concentração.
Compete	ao	devedor,	se	o	contrário	não	foi	estipulado.	Porém,	o	devedor	não	poderá	escolher	o	que
há	 de	 pior;	 nem	 o	 credor	 poderá	 exigir	 o	 que	 há	 de	melhor.	 O	 devedor	 deve	 optar	 por	 algo	 de
“qualidade	média”	(art.	244	do	CC/2002).
OBRIGAÇÃO	DE	FAZER	E	NÃO	FAZER
••	Obrigação	de	fazer:	é	a	que	vincula	o	devedor	à	prestação	de	um	serviço	ou	ato	positivo,	seu
ou	de	terceiro,	em	benefício	do	credor	ou	de	terceira	pessoa.
Espécies:
Infungível	 ou
personalíssima
O	devedor	deve	cumprir	pessoalmente	a	obrigação.	Havendo	cláusula	expressa,
o	devedor	só	se	exonerará	se	ele	próprio	cumprir	a	prestação.
Fungível	 ou
pessoal
Quando	 não	 há	 exigência	 expressa	 ou	 o	 serviço	 não	 dependa	 de	 qualidades
pessoais	do	devedor.	Assim,	poderá	ser	realizado	por	terceiros.
••	 Obrigação	 de	 não	 fazer:	 define-se	 por	 uma	 abstenção.	 Será	 sempre	 pessoal	 e	 só	 pode	 ser
cumprida	pelo	próprio	devedor.	Se	o	devedor	realiza	o	ato,	o	credor	pode	exigir	que	ele	o	desfaça,sob	pena	de	ser	desfeito	às	suas	custas,	além	de	incidir	eventual	indenização	por	perdas	e	danos.
OBRIGAÇÕES	ALTERNATIVAS
••	Conceito:	 nas	 obrigações	 alternativas,	 existem	duas	 ou	mais	 formas	 pelas	 quais	 a	 obrigação
pode	ser	satisfeita,	e	o	cumprimento	de	uma	única	prestação	extingue	toda	a	obrigação.
••	 A	 escolha:	 o	 próprio	 negócio	 jurídico	 firmado	 entre	 as	 partes	 indica,	 normalmente,	 a	 quem
cabe	escolher	a	prestação	a	ser	executada	entre	as	diversas	possíveis.	No	silêncio	das	partes,	aplica-
se	a	norma	supletiva	existente	no	art.	252	do	CC/2002,	que	concede	o	direito	de	escolha	ao	devedor.
OBRIGAÇÕES	DIVISÍVEIS	E	INDIVISÍVEIS
••	Conceito:	as	obrigações	são	divisíveis	ou	indivisíveis,	conforme	possam	ou	não	ser	fracionadas
em	prestações	parciais	homogêneas.
a)	 Obrigação	 divisível:	 é	 aquela	 cuja	 prestação	 é	 suscetível	 de	 cumprimento	 parcial,	 sem
prejuízo	de	 sua	 substância	e	de	 seu	valor.	Trata-se	de	divisibilidade	econômica	e	não	material	ou
técnica.
b)	 Obrigação	 indivisível:	 é	 aquela	 cuja	 prestação	 só	 pode	 ser	 cumprida	 por	 inteiro,	 não
comportando	sua	cisão	em	várias	obrigações	parceladas	e	distintas.
OBRIGAÇÕES	SOLIDÁRIAS
••	Definição:	 são	 aquelas	 com	 pluralidade	 de	 credores	 ou	 devedores,	 cada	 um	 com	 direito	 ou
obrigação	ao	total,	como	se	houvesse	um	só	credor	ou	devedor.
••	Solidariedade	ativa:	é	a	de	vários	credores.	Cada	um	dos	credores	solidários	tem	o	direito	de
exigir	do	devedor	o	cumprimento	da	prestação	por	inteiro,	independentemente	de	autorização	dos
outros	 credores	 ou	 de	 caução,	 podendo	 promover	 as	 medidas	 assecuratórias	 do	 seu	 direito,
constituir	o	devedor	em	mora	e	interromper	a	prescrição.
••	Solidariedade	passiva:	multiplicidade	de	devedores.	O	credor	pode	exigir	de	qualquer	destes	o
pagamento	integral	do	débito,	a	qual	resulta	de	disposições	legais	ou	de	declaração	de	vontade	das
partes	interessadas.
••	Pagamento	parcial:	se	o	pagamento	tiver	sido	parcial,	 todos	os	demais	devedores	continuam
obrigados	solidariamente	pelo	resto	(art.	275	do	CC/2002).
••	Perdão	de	um	dos	codevedores:	O	perdão	concedido	a	um	dos	coobrigados	extingue	a	dívida
na	parte	a	ele	correspondente,	de	modo	que,	ainda	reservando	o	credor	a	solidariedade	contra	os
outros,	já	lhes	não	pode	cobrar	o	débito	sem	dedução	da	parte	perdoada	(art.	277	do	CC/2002).
DA	TRANSMISSÃO	DAS	OBRIGAÇÕES
NOÇÕES	GERAIS
A	transmissão	das	obrigações	pode	apresentar-se	sob	a	forma	ativa	(cessão	de	crédito)	ou	passiva
(assunção	 de	 dívida	 ou	 cessão	 de	 débito),	 entre	 pessoas	 vivas	 (inter	 vivos)	 ou	 em	 virtude	 de
falecimento	(causa	mortis),	podendo	ser	a	 título	universal,	quando	abrange	 todos	os	bens	ou	uma
fração	 da	 totalidade	 dos	 bens	 do	 cedente,	 ou	 a	 título	 singular,	 quando	 só	 se	 refere	 a	 um	 crédito
específico.
CESSÃO	DE	CRÉDITO
••	Definição:	é	um	negócio	jurídico	bilateral,	pelo	qual	alguém	transfere	a	outrem	os	seus	direitos
de	credor	numa	determinada	relação	obrigacional.	Em	outras	palavras,	é	cedida	a	posição	de	credor
para	um	terceiro.
ASSUNÇÃO	DE	DÍVIDA
••	 Definição:	 é	 a	 transferência	 da	 posição	 de	 devedor	 em	 uma	 relação	 jurídica.	 Neste	 caso,
depende	do	expresso	consentimento	do	credor,	ficando	exonerado	o	devedor	primitivo.
CESSÃO	DA	POSIÇÃO	CONTRATUAL
••	 Definição:	 Diferentemente	 do	 que	 ocorre	 na	 cessão	 de	 crédito	 ou	 de	 débito,	 neste	 caso,	 o
cedente	 transfere	 a	 sua	 própria	 posição	 contratual	 (compreendendo	 créditos	 e	 débitos)	 a	 um
terceiro	(cessionário),	que	passará	a	substituí-lo	na	relação	jurídica	originária.
DO	ADIMPLEMENTO	E	EXTINÇÃO	DAS	OBRIGAÇÕES
PAGAMENTO	(ADIMPLEMENTO)
••	Quem	deve	pagar:	 qualquer	 interessado	 (devedor,	 coobrigado,	 fiador,	 herdeiro	 do	 devedor,
adquirente	 do	 imóvel	 hipotecado	 etc.).	 O	 pagamento	 também	 pode	 ser	 feito	 por	 terceiro	 não
interessado.	 Se	 o	 fizer	 em	 nome	 próprio,	 o	 terceiro	 pode	 tão	 somente	 obter	 o	 reembolso	 do	 que
pagou,	mas	não	se	sub-roga	nos	direitos	do	credor	(art.	305	do	CC/2002).
••	A	quem	se	deve	pagar:	ao	credor,	aos	seus	sucessores,	ou	ao	seu	representante	legal,	judicial
ou	convencional	(art.	308	do	CC/2002).
••	Do	objeto	do	pagamento:	o	pagamento	é	feito	na	forma	estabelecida	pela	lei	ou	pelo	negócio
jurídico	 e,	 tratando-se	 de	 obrigações	 pecuniárias,	 far-se-á	 em	 moeda	 corrente	 no	 lugar	 do
cumprimento	 da	 obrigação	 (art.	 315	 do	 CC/2002).	 O	 credor	 não	 é	 obrigado	 a	 receber	 prestação
diversa	da	que	é	devida,	ainda	que	mais	valiosa	(art.	313	do	CC/2002).
••	Da	prova	do	pagamento:	o	devedor	que	paga	tem	direito	à	quitação	regular,	ou	seja,	à	prova
do	pagamento	feito,	podendo	reter	o	pagamento,	enquanto	lhe	for	recusada	a	quitação	(art.	319	do
CC/2002).
••	Lugar	do	pagamento:	salvo	convenção	em	contrário,	o	pagamento	deve	ser	feito	no	domicílio
do	devedor,	no	momento	do	vencimento	da	obrigação.	Havendo	pluralidade	de	domicílios	ou	mais
de	um	lugar	indicado	para	o	pagamento,	cabe	a	opção	ao	credor	(art.	327	do	CC/2002).
••	 Tempo	 do	 pagamento:	 o	 negócio	 jurídico	 criador	 da	 obrigação	 estabelece	 a	 época	 de	 sua
realização.	 No	 caso	 de	 silêncio	 das	 partes	 e	 desde	 que	 não	 exista	 disposição	 legal	 em	 sentido
contrário,	o	credor	pode	exigir	o	pagamento	imediatamente,	salvo	se	a	execução	tiver	de	ser	feita	em
lugar	diverso,	ou	exigir	tempo,	casos	em	que	o	prazo	será	fixado	de	acordo	com	os	usos	e	costumes
locais,	dependendo	de	notificação	prévia	feita	pelo	credor	ao	devedor.
PAGAMENTO	EM	CONSIGNAÇÃO
••	Definição:	é	o	depósito	judicial	da	coisa	devida	ou	depósito	em	estabelecimento	bancário,	se	for
débito	em	dinheiro,	para	liberar	o	devedor,	nos	casos	e	forma	legais	(art.	334	do	CC/2002).
••	Hipóteses:	de	acordo	com	os	ditames	do	art.	335	do	CC/2002,	(a)	se	o	credor	não	puder,	ou,	sem
justa	causa,	recusar	receber	o	pagamento,	ou	dar	quitação	na	devida	forma;	(b)	se	o	credor	não	for,
nem	mandar	 receber	 a	 coisa	 no	 lugar,	 tempo	 e	 condição	 devidos;	 (c)	 se	 o	 credor	 for	 incapaz	 de
receber,	for	desconhecido,	declarado	ausente,	ou	residir	em	lugar	incerto	ou	de	acesso	perigoso	ou
difícil;	(d)	se	ocorrer	dúvida	sobre	quem	deva	legitimamente	receber	o	objeto	do	pagamento;	(e)	se
pender	litígio	sobre	o	objeto	do	pagamento.
PAGAMENTO	COM	SUB-ROGAÇÃO
••	Definição:	 é	a	 substituição	de	uma	pessoa	ou	de	uma	coisa	por	outra	pessoa	ou	coisa,	numa
relação	jurídica.
Sub-rogação	pessoal Substituição	de	uma	pessoa	por	outra	pessoa.
Sub-rogação	real Substituição	de	uma	coisa	por	outra	coisa.
••	 Sub-rogação	 pessoal:	 o	 pagamento	 efetuado	 apenas	 promove	 uma	 alteração	 subjetiva	 na
obrigação,	passando	a	figurar	um	novo	credor	na	mesma	relação	jurídica,	ainda	existente.
a)	Modalidades	de	sub-rogação	pessoal:
Sub-
rogação	legal
A	sub-rogação	opera-se,	de	pleno	direito,	em	favor	(art.	346	do	CC/2002):
a)	do	credor	que	paga	a	dívida	do	devedor	comum;
b)	do	adquirente	do	imóvel	hipotecado,	que	paga	a	credor	hipotecário,	bem	como
do	terceiro	que	efetiva	o	pagamento	para	não	ser	privado	de	direito	sobre	imóvel;
c)	do	terceiro	interessado,	que	paga	a	dívida	pela	qual	era	ou	podia	ser	obrigado,	no
todo	ou	em	parte.
Sub-
rogação
convencional
A	sub-rogação	é	convencional	(art.	347	do	CC/2002):
a)	quando	o	credor	recebe	o	pagamento	de	terceiro	e	expressamente	lhe	transfere
todos	os	seus	direitos;
b)	 quando	 terceira	 pessoa	 empresta	 ao	 devedor	 a	 quantia	 precisa	 para	 solver	 a
dívida,	sob	a	condição	expressa	de	ficar	o	mutuante	sub-rogado	nos	direitos	do	credor
satisfeito.
••	Os	principais	efeitos	da	sub-rogação	são:
a)	 A	 sub-rogação	 transfere	 ao	 novo	 credor	 todos	 os	 direitos,	 ações,	 privilégios	 e	 garantias	 do
primitivo,	em	relação	à	dívida,	contra	o	devedor	principal	e	os	fiadores	(art.	349	do	CC/2002);
b)	Na	sub-rogação	legal	o	sub-rogadonão	poderá	exercer	os	direitos	e	as	ações	do	credor,	senão
até	à	soma	que	tiver	desembolsado	para	desobrigar	o	devedor	(art.	350	do	CC/2002);	e
c)	O	credor	originário,	só	em	parte	reembolsado,	terá	preferência	ao	sub-rogado,	na	cobrança	da
dívida	restante,	se	os	bens	do	devedor	não	chegarem	para	saldar	inteiramente	o	que	a	um	e	outro
dever	(art.	351	do	CC/2002).
IMPUTAÇÃO	DO	PAGAMENTO
••	Definição:	é	a	escolha	da	dívida	a	ser	quitada	perante	um	mesmo	credor,	quando	o	devedor
possuir	dois	ou	mais	débitos	e	não	possui	condições	de	saldar	todas	as	dívidas	(art.	352	do	CC/2002).
A	imputação	pode	decorrer:
a)	de	acordo	entre	os	interessados:	devedor	ou	credor	fazem	a	indicação;	e
b)	por	determinação	legal:	se	o	devedor	não	fizer	a	indicação	e	a	quitação	for	omissa	quanto	à
imputação,	esta	se	fará	nas	dívidas	líquidas	e	vencidas	em	primeiro	lugar.	Se	as	dívidas	forem	todas
líquidas	e	vencidas	ao	mesmo	tempo,	a	imputação	far-se-á	na	mais	onerosa	(art.	355	do	CC/2002).
DAÇÃO	EM	PAGAMENTO
••	Conceito:	ocorre	quando	o	credor	consente	em	receber	coisa	diversa	da	que	lhe	é	devida.	Os
elementos	necessários	da	dação	em	pagamento	são,	pois,	a	existência	de	uma	dívida	e	o	pagamento
desta	pela	entrega	de	uma	coisa	diferente	da	prometida,	 com	assentimento	do	credor	e	visando	à
extinção	da	obrigação.
NOVAÇÃO
••	Definição:	é	a	extinção	de	uma	obrigação	mediante	a	constituição	de	uma	obrigação	nova	que
se	 substitui	à	anterior,	distinguindo-se	a	prestação	antiga	da	nova,	 seja	pelo	valor	ou	natureza	da
prestação,	seja	por	modificação	do	credor	ou	do	devedor.
Objetiva quando	há	modificação	da	prestação.
Subjetiva quando	ocorre	mudança	do	credor	ou	do	devedor.
Animus	novandi:	é	fundamental	para	que	se	configure	a	novação,	a	intenção	de	novar.	Assim,	a
novação	não	se	presume;	deve	ser	inequívoca.
COMPENSAÇÃO
••	 Definição:	 é	 meio	 de	 extinguir	 as	 dívidas	 de	 pessoas	 que,	 ao	 mesmo	 tempo,	 são	 credora	 e
devedora	uma	da	outra	até	o	limite	da	existência	do	crédito	recíproco.
CONFUSÃO
••	 Definição:	 é	 a	 extinção	 da	 obrigação	 decorrente	 da	 identificação	 numa	 mesma	 pessoa	 das
qualidades	 de	 credor	 e	 devedor.	 Os	 casos	mais	 comuns	 estão	 no	 direito	 sucessório,	 em	 que,	 por
exemplo,	o	filho	deve	ao	pai	e	é	sucessor	deste.
REMISSÃO	DE	DÍVIDA
••	Definição:	extinção	da	obrigação	na	qual	há	renúncia	do	credor	ao	crédito	que	existe	em	seu
favor.	É	o	perdão	da	dívida	(art.	385	do	CC/2002).
TRANSAÇÃO
••	 Definição:	 é	 o	 negócio	 jurídico	 bilateral	 pelo	 qual	 os	 interessados,	 por	 concessões	 mútuas,
evitam	ou	terminam	um	litígio	(art.	840	do	CC/2002).	Pela	transação,	as	partes	extinguem	obrigações,
não	as	substituindo	normalmente	por	outras,	como	ocorre	na	novação.
DO	INADIMPLEMENTO	DAS	OBRIGAÇÕES
INADIMPLEMENTO
••	Conceito:	significa	o	não	cumprimento	da	obrigação	na	maneira	estipulada.
••	Inadimplemento	absoluto:	não	cumprida	a	obrigação,	responde	o	devedor	por	perdas	e	danos,
mais	 juros	 e	 atualização	 monetária	 segundo	 índices	 oficiais	 regularmente	 estabelecidos,	 e
honorários	de	advogado	(art.	389	do	CC/2002).
••	Caso	fortuito	ou	força	maior:	o	devedor	só	não	responde	pelos	prejuízos,	se	foram	resultantes
de	caso	fortuito	ou	força	maior	e,	ainda,	se	expressamente	não	se	houver	por	eles	responsabilizado
(art.	393	do	CC/2002).
MORA
••	Conceito:	pode,	diversamente,	ao	invés	de	um	inadimplemento	absoluto,	ter	havido	um	simples
atraso	no	adimplemento	ou	um	cumprimento	imperfeito	da	obrigação,	que	não	foi	cumprida	lugar
ou	 forma	 fixados.	 Esse	 atraso	 ou	 imperfeição	 no	 cumprimento	 importa	 num	 inadimplemento
temporário.	 Assim,	 mora	 é	 o	 retardamento	 culposo	 no	 cumprimento	 da	 obrigação,	 quando	 a
prestação	ainda	é	útil	para	o	credor.
Inadimplemento
absoluto A	obrigação	foi	descumprida	e	tornou-se	inútil	ao	credor.
Mora A	obrigação	não	foi	cumprida	no	 tempo,	 lugar	ou	forma	convencionados,mas	ainda	é	útil	ao	credor.
••	Modalidades:	a	mora	pode	ser	dar	por	parte	do	devedor	(mora	debitoris	ou	mora	solvendi)	ou
por	parte	do	credor	(mora	creditoris	ou	mora	accipiendi).
••	Constituição	em	mora:	nos	termos	do	art.	397	do	CC/2002,	se	realiza	pelo	simples	advento	do
termo	ou	decurso	do	prazo,	 sem	necessidade	de	qualquer	 interpelação	 judicial.	É	o	princípio	dies
interpellat	 pro	 homine.	 Apenas	 se	 não	 houver	 termo,	 a	 mora	 se	 constitui	 mediante	 interpelação
judicial	ou	extrajudicial.
••	Purga-se	a	mora:	nas	hipóteses	previstas	no	art.	401	do	CC/2002,	 sejam	elas	 (a)	por	parte	do
devedor,	oferecendo	este	a	prestação	mais	a	importância	dos	prejuízos	decorrentes	do	dia	da	oferta;
(b)	 por	 parte	 do	 credor,	 oferecendo-se	 este	 a	 receber	 o	 pagamento	 e	 sujeitando-se	 aos	 efeitos	 da
mora	até	a	mesma	data.
CLÁUSULA	PENAL
••	Definição:	é	um	pacto	acessório,	regulamentado	pela	lei	civil	(arts.	408	a	416	do	CC/2002),	pelo
qual	 as	partes,	 por	 convenção	expressa,	 submetem	o	devedor	que	descumprir	 a	 obrigação	a	uma
pena	ou	multa.
••	Espécies:
Cláusula
penal
moratória
Quando	estipulada	para	a	hipótese	de	mora.	Aqui,	terá	o	credor	a	possibilidade	de
exigir	a	satisfação	da	multa,	juntamente	com	o	cumprimento	da	obrigação	principal
(art.	411	do	CC/2002)
Cláusula
penal
compensatória
Quando	estipulada	para	a	hipótese	de	inadimplemento	absoluto.
JUROS	MORATÓRIOS
••	 Definição:	 são	 os	 devidos	 em	 razão	 do	 inadimplemento	 das	 obrigações.	 Quando	 os	 juros
moratórios	não	forem	convencionados,	quando	o	forem	sem	taxa	estipulada,	ou	quando	provierem
de	 determinação	 da	 lei,	 serão	 fixados	 segundo	 a	 taxa	 que	 estiver	 em	 vigor	 para	 a	 mora	 do
pagamento	de	impostos	devidos	à	Fazenda	Nacional.
Ainda	que	se	não	alegue	prejuízo,	é	obrigado	o	devedor	aos	juros	da	mora,	que	se	contarão	assim
às	dívidas	em	dinheiro,	como	às	prestações	de	outra	natureza,	uma	vez	que	lhes	esteja	fixado	o	valor
pecuniário	por	sentença	judicial,	arbitramento,	ou	acordo	entre	as	partes.
ARRAS	OU	SINAL
••	Definição:	 as	arras	constituem	quantia	ou	coisa	móvel	dada	por	uma	das	partes	à	outra,	em
confirmação	 do	 acordo	 de	 vontade	 e	 princípio	 de	 pagamento	 ou	 garantia	 da	 conclusão	 de	 um
contrato.	Podem	ser:
––	Confirmatórias.	 Confirmam	 o	 contrato,	 que	 se	 torna	 obrigatório	 após	 sua	 entrega.	 Prova	 o
acordo	de	vontades,	não	podendo	mais	quaisquer	das	partes	rescindi-lo	unilateralmente	(arts.	418	e
419	do	CC/2002).
––	 Penitenciais.	 Atuam	 como	 pena	 convencional,	 quando	 houver	 estipulação	 de	 cláusula	 de
arrependimento	e	uma	das	partes	exercita	esse	direito.
DOS	CONTRATOS	EM	GERAL
DISPOSIÇÕES	GERAIS
••	 Definição:	 o	 contrato	 é	 um	 negócio	 jurídico	 bilateral,	 pois	 depende	 de	 no	 mínimo	 duas
declarações	de	vontade,	visando	a	criar,	modificar	ou	extinguir	obrigações.
••	 Pacta	 sunt	 servanda:	 as	 partes	 devem	 cumprir	 as	 obrigações	 previstas	 contratualmente;	 o
contrato	faz	lei	entre	as	partes.
••	Função	social:	a	liberdade	de	contratar	será	exercida	em	razão	e	nos	limites	da	função	social
do	contrato	(art.	421	do	CC/2002).	O	contrato	passa	a	ser	um	instrumento	a	serviço	do	bem	comum,
de	promoção	do	interesse	social.
••	Boa-fé	objetiva:	os	contratantes	são	obrigados	a	guardar,	assim	na	conclusão	do	contrato,	como
em	sua	execução,	os	princípios	de	probidade	e	boa-fé	(art.	422	do	CC/2002).
••	Contrato	de	adesão:	nos	 contratos	de	adesão,	 cláusulas	ambíguas	ou	contraditórias	deverão
ser	interpretadas	de	forma	mais	favorável	ao	aderente	(art.	423	do	CC/2002).
FORMAÇÃO	DOS	CONTRATOS
••	Proposta:	é	a	declaração	de	vontade	dirigida	por	uma	parte	à	outra	com	a	intenção	de	provocar
uma	adesão	do	destinatário.	É	o	início	da	formação	do	contrato.
••	Obrigatoriedade:	a	proposta	de	contrato	obriga	o	proponente,	como	toda	declaração	unilateral
de	 vontade,	 se	 o	 contrário	 não	 resultar	 dos	 seus	 termos,	 da	 natureza	 do

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