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AULA 14

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CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
1
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II 
Disciplina: Direito Penal 
Prof. Rogério Sanches 
Aula nº 14 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações da Aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STF – HC 69034 / SP 
2.2. STF – HC 104341 / MG 
III. Simulados 
 
 
I. ANOTAÇÕES DA AULA 
 
Continuação art. 154-A do CP 
 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado 
ou não à rede de computadores, mediante violação indevida 
de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar 
ou destruir dados ou informações sem autorização expressa 
ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades 
para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 
2012). 
 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) 
 
É uma infração penal de menor potencial ofensivo. 
 
Dentre os princípios norteadores do direito penal, destaca-se o princípio da proporcionalidade (evitar 
excessos – é proibir hipertrofia da punição) e também (evitar a intervenção insuficiente do Estado – 
imperativo de tutela). 
 
Apesar a sociedade estar cada vez mais inserida no mundo da informática o direito penal não 
acompanhava. A Lei 12.737/12 tem o objetivo de modernização da legislação criminal. 
 
O bem jurídico tutelado, art. 5°, X no qual é a privacidade individual ou profissional, resguardada 
(armazenada) em dispositivo informática. 
 
§ 1° Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, 
vende ou difunde dispositivo ou programa de computador 
com o intuito de permitir a prática da conduta definida no 
caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
§ 2° Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da 
invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012). 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
2
§ 3° Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de 
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou 
industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou 
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, 
se a conduta não constitui crime mais grave. (Incluído pela 
Lei nº 12.737, de 2012). 
 
§ 4° Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois 
terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão 
a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações 
obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
§ 5° Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for 
praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) 
 
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela 
Lei nº 12.737, de 2012). 
 
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta 
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
 
Sujeito Ativo: é crime comum assim podendo ser praticados por qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: qualquer pessoa pode figurar como vítima. Cuidado: o ofendido é em regra, o 
proprietário do dispositivo invadido (pode ser pessoa jurídica ou pessoa física), é possível identificar 
situações em que a vítima não é o proprietário, mas sim a pessoa prejudicada (ex. computadores em que 
várias pessoas utilizam onde cada uma tem perfil e senhas próprias). 
 
 Conduta: invasão de dispositivo informático alheio, mediante violação indevida de mecanismo de 
segurança ou instalação de vulnerabilidade. 
 
Dispositivo informático: qualquer aparelho com capacidade de armazenar e processar automaticamente 
informações/programas. Exemplos: notebook, netbook, ipad, iphone, tablet, pendrive, etc. 
 
Atenção: é indiferente o fato de o dispositivo estar ou não conectado a rede interna e externa de 
computadores (intranet ou internet). 
 
Forma 1: pune “invadir dispositivo informático alheio, mediante violação de mecanismos de segurança”. 
 
O que se entende por mecanismos de segurança, são obstáculos de proteção do dispositivo, 
exemplos senha, chave de segurança, mecanismo de criptografia, assinatura digital. O agente age 
com a finalidade específica de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem 
autorização do titular do dispositivo. 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
3
Cuidado: a ausência de dispositivo de segurança ou o seu não acionamento impede a configuração 
do crime (nesse sentido BITENCOURT). 
 
Forma 2: invadir dispositivo alheio instalando vulnerabilidade 
 
O que se entende por vulnerabilidades é espalhar “software” malicioso no dispositivo ex. “bugs”, 
“worms”. O fim buscado pelo agente é conquistar vantagem ilícita. 
 
Obs. não existe o crime no próprio dispositivo do agente exemplo burlar senha do próprio computador. 
 
§ 1° Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, 
vende ou difunde dispositivo ou programa de computador 
com o intuito de permitir a prática da conduta definida no 
caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
O § 1° do art. 154-A pune quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde instrumentos para violar 
mecanismo de segurança ou instalar vulnerabilidades. Atenção: o sujeito passivo, nesta modalidade 
criminosa é a coletividade. 
 
A voluntariedade nesse crime é o dolo. 
 
 O tipo penal anuncia finalidades especiais: 
 
� Na modalidade “violar mecanismos de segurança” é imprescindível o fim especial “obter, 
adulterar ou destruir dados ou informações”, se caso não ter esse fim especial o fato é 
atípico, ou seja, apenas ver não há crime. 
 
� Na modalidade de “Instalar vulnerabilidades” é imprescindível o fim especial “obter vantagem 
ilícita”, ou seja, se ter a finalidade de causar dano o fato é atípico. 
 
� Na modalidade do § 1° do art.154-A o agente deve agir com intuito de permitir a pratica da 
conduta prevista no “caput”. 
 
Pergunta da minha prova: agente invade o computador da vítima para descobrir a sua senha 
e subtrair valores de sua conta bancária. Qual o crime praticado? Comete furto qualificado 
pela fraude, ficando a invasão absorvida (É O MESMO RACIOCÍNIO DA VIOLAÇÃO DE 
DOMICÍLIO PARA A SUBTRAÇÃO). 
 
 
Consumação: é um crime formal (ou de consumação antecipada), consuma-se independentemente da 
realização do resultado naturalístico visado, admite a tentativa. (Estamos diante de um crime 
plurissubsistente). 
 
§ 2° Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da 
invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012). 
 
O §2° do art. 154-A traz causa de aumento. 
 
§ 2° Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da 
invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012). 
§ 3° Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de 
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou 
industriais, informações sigilosas, assim definidas 
em lei, ou o controle remoto não autorizado do 
dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
4
12.737, de 2012). 
 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, 
se a condutanão constitui crime mais grave. (Incluído pela 
Lei nº 12.737, de 2012). 
 
§ 3° Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de 
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou 
industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou 
o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, 
se a conduta não constitui crime mais grave. (Incluído pela 
Lei nº 12.737, de 2012). 
 
O §3° do art. 154-A traz a forma qualificada, porém mesmo nessa forma qualificada a pena é de menor 
potencial ofensivo. 
 
O conteúdo de comunicações privadas entende-se como e-mail como exemplo. 
 
O que se entende por segredos comerciais ou industriais como exemplo projetos, fórmulas etc. 
 
O que se entende por informações sigilosas assim definidas em lei, significa que estamos diante de norma 
penal em branco. 
 
Atenção: a violação de sigilo bancário ou de instituição financeira caracteriza crime mais grave, previsto 
no art. 18 da Lei 7.492/86, punido com reclusão de 1 a 4 anos. É irrelevante, na configuração do art. 154-
A, § 3°, que se trate de segredo temporário ou condicionado ao advento de determinado fato. 
 
O que se entende por controle remoto não autorizado do dispositivo invadido, nesse caso após a invasão 
o agente instala um programa para acesso e controle remoto do dispositivo sem autorização da vítima. 
 
§ 4° Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois 
terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão 
a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações 
obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
Conclusões do §4° do art. 154-A do CP. 
 
1. O §3°, se majorado pelo §4°, deixa de ser de menor potencial ofensivo. 
 
2. O §4° é majorante exclusiva do §3°. Já o §2° incide nas figuras previstas no “caput” e §1°. 
 
Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se 
procede mediante representação, salvo se o crime é 
cometido contra a administração pública direta ou indireta de 
qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou 
Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços 
públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
 
Temos uma regra que é ação penal pública condicionada a representação da vítima. Porém temos 
exceções: 
 
a) Crime cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer um dos 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
5
poderes (União, Estados, DF e Municípios). Nesse caso a ação penal é pública incondicionada. 
 
b) Crime contra empresas concessionárias de serviços públicos a ação também é penal pública 
incondicionada 
 
De acordo com NUCCI, sabendo que no art. 154-A, §1°, a vítima é a coletividade, este delito 
poderá não ser autonomamente punido, pois o art. 154-B exige representação da vítima. 
 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
 
Lembrar-se do art. 59 da Lei 6001/73 (Estatuto do índio) 
 
Art. 59 da Lei 6001/73. No caso de crime contra a pessoa, o 
patrimônio ou os costumes, em que o ofendido seja índio não 
integrado ou comunidade indígena, a pena será agravada de um 
terço. 
 
FURTO (Art. 155 do CP) 
 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
A pena é de 01 a 04 anos – significa que no furto simples do caput temos uma infração penal de médio 
potencial ofensivo admite suspensão condicional do processo. 
 
A pena máxima não supera os 04 anos- não cabe preventiva para agente primário; 
 
O bem jurídico tutelado no crime de furto: temos três correntes 
 
 1ª Corrente: é a propriedade (Hungria) 
 
 2ª Corrente: é a propriedade + a posse (Noronha) 
 
 3ª Corrente: é a propriedade + posse + detenção (Fragoso) 
 
 
Sujeitos do crime 
 
Sujeito ativo - Delito comum – praticado por qualquer pessoa, salvo o proprietário, não exige condição 
especial do agente. 
 
� Não existe furto de coisa própria. 
 
Pergunta de concurso: Proprietário que subtrai coisa própria que se encontra na legítima posse de terceiro 
pratica qual crime? 
 
R: Art. 345 ou 346 do CP- exercício arbitrário das próprias razões. 
 
A subtração praticada por funcionário público? Se essa subtração é facilitada pela qualidade de funcionário 
público temos o art. 312, §1° do CP, porém se for uma subtração não facilitada pela qualidade de servidor 
tem o art. 155 do CP. 
 
Pergunta de concurso: Subtrair condômino, coerdeiro ou sócio, da coisa comum, configura qual crime? 
 
R: Art. 156 do CP – Furto de coisa comum. 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
6
Obs1. É infração de menor potencial ofensivo 
Obs2. Depende de representação da vítima. 
 
Cuidado para configurar o art. 156 do CP o objeto material deve ser coisa 
 
Sujeito Passivo – qualquer pessoa seja física ou jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conduta é “subtrair coisa alheia móvel” 
 
O núcleo do tipo é Subtrair – que é o apoderar-se que pode ser o apoderamento da coisa direto 
(apreensão manual) e o apoderamento indireto (por intermédio de 3° pessoa ou animal). 
 
“Coisa alheia móvel” compreende bens economicamente apreciáveis. 
 
Pergunta: E a coisa de interesse apenas moral ou sentimental? Pode ser objeto matéria de furto? 
Temos duas correntes: 
 
1ª Corrente: para Hungria, o relevante interesse moral ou sentimental da coisa pode configurar 
objeto material de furto. 
 
2ª Corrente: é imprescindível coisa economicamente apreciável. Caso seja subtraída coisa de 
interesse apenas moral ou sentimental, a dor causada pela ação do agente deve ser resolvida na 
esfera civil. (NUCCI) 
 
Cuidado: adotando a 2ª Corrente, temos jurisprudência no sentido do que a mera subtração de 
folhas de cheque não é crime, pois o objeto carece de valor econômico. 
 
O homem pode ser o objeto material de furto? O homem não pode ser objeto material de furto, mas será 
do crime de sequestre ou cárcere privado. O cadáver pode ser objeto material de furto 
 
O cadáver, em regra, também não é objeto material do crime, salvo se pertence a alguém, destacado 
para a finalidade específica. Exemplo, cadáver que serve para uma faculdade de medicina ministrar 
anatomia. 
 
Como que fica a remoção de tecidos, órgãos ou partes do corpo da pessoa em desacordo com 
determinações; configura o crime do art. 14, da Lei 9434. 
 
 “Alheia” 
 
� Coisa de ninguém ou abandonada não pode ser objeto material de furto. 
 
Pergunta de concurso: E a coisa perdida deixa de ser de alheia? É coisa alheia, mas sem subtração 
e sim apropriação – Art. 169, P. único, II do CP. 
 
 Art. 169, P. único, Apropriação de coisa achada 
 II - quem acha coisa alheia perdida e dela se 
apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la 
 SUPER DICA 
 
Subtração de coisa de índio não integrado, a pena terá aumento de 1/3, 
não será possível a suspensão condicional do processo e poderá ser 
decretada a preventiva. Ver art. 59 da lei 6001/73 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
7
ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade 
competente, dentro no prazo de quinze dias. 
 
A coisa perdida permanece alheia, mas a ação do agente não é 
subtrair, mas apropriar-se, razão pela qual não se configura 
furto, mas apropriação criminosa. 
 
E a coisa pública de uso comum? 
 
� A todos pertence. 
 
A coisa pública de uso comum, em regra, não é objeto material de furto, poisa todos pertence. 
Excepcionalmente, se destacada para atendê-la atividade econômica de alguém, passa a ser considerada 
coisa alheia, podendo ser objeto material de furto. Não é tese exclusiva de desempregados. 
 
Crime específico pra quem subtrai extintores, coletes salva vidas durante desastres: 
 
Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento 
 
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, 
naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio 
destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou 
dificultar serviço de tal natureza: 
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
Coisa Móvel para o direito penal é a coisa que pode ser transportada sem perder a identidade. 
 
Voluntariedade 
 
Dolo + fim especial � para si ou para outrem 
 
� Exige vontade de apoderamento definitivo. 
 
Pergunta de concurso: E o crime de uso? R: Pode caracterizar um indiferente penal, desde que: 
a) Intenção desde o inicio de uso momentâneo da coisa 
b) Coisa não consumível 
c) Restituição imediata e integral da vítima 
 
1ª Corrente: o apoderamento momentâneo de veículo caracteriza o crime quando comprovado o consumo 
do combustível e do óleo (furto em relação à gasolina e ao óleo). Hungria 
 
2ª Corrente: quem usa o veículo não quer se apoderar da gasolina, mas é obrigado a gastar o 
combustível, pois do contrário o veículo não anda. O veículo é a coias visada (a gasolina, um mero 
acessório). Doutrina moderna. 
 
Consumação 
 
Temos várias teorias: 
 
1ª Corrente: “contrectatio” – consuma-se pelo simples contato entre o agente e a coisa visada, 
dispensando seu deslocamento. 
 
2ª Corrente: “amotio” ou “apprehensio” – consuma-se quando a coisa subtraída passa para o 
poder do agente (a vítima perde a sua disponibilidade), mesmo que num curto espaço de tempo, 
independentemente de deslocamento ou posse mansa e pacífica. O STF e o STJ trabalham 
com essa teoria 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
8
 
3ª Corrente: “ablatio” – consuma-se com o apoderamento da coisa, seguido do seu deslocamento 
para outro lugar. 
 
4ª Corrente: “ilatio” – para a consumação é indispensável que a coisa seja levada para o local 
desejado pelo agente e lá mantida a salvo. 
 
Atenção: adotada a teoria da “amotio” é possível furto consumado mesmo que a coisa permaneça no 
âmbito pessoal ou profissional da vítima (desde que o proprietário perca a disponibilidade sobre o bem). 
 
Agente, visando subtrair dinheiro do bolso da calça da vítima, se depara com algibeira vazia: temos duas 
correntes: 
 
1ª Corrente: foi meramente acidental a inexistência do dinheiro, configurando a tentativa. Hungria 
 
2ª Corrente: se a vítima tem dinheiro acondicionado em outro bolso, o bem jurídico correu perigo, 
caracterizando a tentativa; se a vítima não tem dinheiro algum naquele momento, crime impossível. 
Bitencourt. 
 
Observação importante: a vigilância constante em estabelecimento, por si só, não torna o crime 
impossível. Tem que ser analisado o caso concreto. 
 
Tema da próxima aula: continuar crimes contra o patrimônio 
 
 
II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STF – HC 69034 / SP 
 
"HABEAS CORPUS" - ALEGADA DESCARACTERIZAÇÃO DO CRIME CONSUMADO - "MUTATIO LIBELLI" - 
CERCEAMENTO DE DEFESA - AUSÊNCIA DE DEFESA PREVIA - INOCORRENCIA DE CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL - PEDIDO INDEFERIDO. - O "habeas corpus" não constitui meio processualmente adequado ao 
exame da realização integral do tipo, eis que a discussão jurídica em torno da consumação do delito de 
roubo, acaso admitida nesta sede processual, implicaria irrecusável analise da prova e importaria em 
aprofundada investigação dos elementos instrutorios produzidos no processo penal condenatório. A 
constatação da ocorrência, ou não, da posse tranquila dos bens subtraídos - qualquer que seja a teoria 
jurídica que se possa perfilhar no tema (a da "contrectatio", a da "apprehensio", a da "amotio" ou da 
"ablatio") - encontra obstáculo insuperável no caráter sumaríssimo da ação penal de "habeas corpus". - 
Não constitui situação de injusta coação o reconhecimento, pelo juízo sentenciante, da ocorrência da 
continuidade delitiva, especialmente se a imputação penal constante da denuncia atribuía ao réu a 
pratica, em concurso material, dos crimes de roubo. Essa qualificação jurídico-penal operada pelo 
magistrado, em função da clara, objetiva e expressa descrição dos fatos mencionados na peca acusatória, 
não caracteriza a "mutatio libelli" e nem traduz cerceamento de defesa. - A apresentação da defesa previa 
não constitui atividade processual vinculada do defensor. A ausência dessa peca processual - que traduz 
faculdade decorrente do postulado constitucional da plenitude de defesa - não configura, por si só, causa 
de invalidação do processo penal condenatório. Precedentes. O que gera, na realidade, esse vício formal, 
e a falta de notificação do defensor - em especial quando dativo -, para oferecer a peca defensiva em 
favor do acusado, notadamente quando o seu patrono não tenha estado presente ao ato de interrogatório 
judicial. 
 
(HC 69034, Relator (a): Min. CELSO DE MELLO, Primeira Turma, julgado em 18/02/1992, DJ 19-06-1992 
PP-09521 EMENT VOL-01666-01 PP-00145 RTJ VOL-00140-03 PP-00893) 
 
2.2. STF – HC 104341 / MG 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. FURTO QUALIFICADO TENTADO. ALEGAÇÃO DE CRIME 
IMPOSSÍVEL. NÃO CONFIGURAÇÃO. MEIO EFICAZ PARA A OCORRÊNCIA DO CRIME, QUE SÓ NÃO 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
9
SE CONSUMOU POR MOTIVOS ALHEIOS À VONTADE DO AGENTE. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. I - 
A questão discutida neste habeas é saber se o constante monitoramento do agente pelo equipamento de 
vigilância eletrônico, com a posterior abordagem de um segurança da loja para impedir a consumação do 
crime, é suficiente para torná-lo impossível, nos termos do art. 17 do Código Penal. II – No caso sob 
exame, o meio empregado pelo paciente não foi absolutamente ineficaz, tanto que demandou a 
participação de um agente de segurança para impedir a sua saída com o objetos furtados do 
estabelecimento comercial. III - A existência de equipamentos de segurança apenas dificulta a ocorrência 
do crime, mas não o impede totalmente, a ponto de torná-lo impossível. IV - A jurisprudência desta 
Suprema Corte, em outras oportunidades, afastou a tese de crime impossível pela só existência de 
sistema de vigilância instalado no estabelecimento comercial, visto que esses dispositivos apenas 
dificultam a ação dos agentes, sem impedi-la. V – Habeas corpus denegado. 
 
(HC 104341, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 21/09/2010, DJe-
213 DIVULG 05-11-2010 PUBLIC 08-11-2010 EMENT VOL-02426-01 PP-00164 RT v. 100, n. 906, 2011, p. 
469-479) 
 
 
III. SIMULADOS 
 
3.1. (TJ-PR - 2010 - TJ-PR - Juiz) Antônio sentou-se ao lado de João, em ônibus coletivo, e subtraiu 
dele, sem que João percebesse, certa importância em dinheiro. Após deslocar-se para outro lugar do 
coletivo, saca de uma arma de fogo, ameaça Pedro e Paulo, subtraindo de cada um deles 1 (um) celular e 
1 (um) relógio de ouro. 
Avalie o contexto e assinale a alternativa CORRETA: 
I. Há roubo em concurso formal com furto em continuidade delitiva. 
II. Cometeu furto em concurso material com roubo continuado. 
III. Há concurso formal de furto e roubo. 
IV. Há furto em concurso material com roubos em concurso formal. 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva IV está correta. 
c) As assertivas II e IV estão corretas. 
d) Apenas a assertiva II está correta. 
 
3.2. (FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público) Carlos, com dezoito anosà época do fato, na 
companhia do amigo Paulo, com vinte e dois anos por ocasião do fato, furtaram R$ 300,00 (trezentos 
reais) da carteira do avô de Carlos, seu Romeu, o qual contava, no dia do furto, em 07/08/07, com 61 
anos de idade. Sobre a responsabilização penal dos autores do fato, é correto afirmar: 
a) Carlos responderá pelo delito de furto qualificado, assim como seu amigo Paulo, sendo que não haverá 
isenção de pena para qualquer um dos agentes. 
b) Haverá isenção de pena quanto a Carlos, por se tratar de descendente da vítima, circunstância que 
alcançará o amigo Paulo. 
c) Carlos ficará isento de pena, mas tal circunstância não alcançará o amigo Paulo. 
d) A responsabilização penal de ambos os agentes dependerá de representação da vítima. 
e) A responsabilização penal de Carlos dependerá de queixa-crime e a de Paulo de representação da 
vítima. 
 
3.3. (FCC - 2009 - DPE-MT - Defensor Público) O crime de furto, com arrombamento em casa 
habitada, absorve os delitos de dano e invasão de domicílio. Nesse caso, o conflito aparente de normas foi 
solucionado pelo princípio da 
a) legalidade. 
b) consunção. 
c) especialidade. 
d) subsidiariedade. 
e) alternatividade. 
 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
10
 
GABARITO: 
 
3.1. B 
3.2. A 
3.3. B

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