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Aula 18

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CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
1
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II 
Disciplina: Direito Penal 
Prof. Rogério Sanches 
Aula Nº 18 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações da Aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STJ - HC 154336 / DF 
2.2. STF – ARE 705620 AgR / DF 
III. Simulados 
 
 
I. ANOTAÇÕES DA AULA 
 
Continuação de figuras equiparadas (art. 171, §2°, VI) 
 
 Art. 171 do CP - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em 
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante 
artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder 
do sacado, ou lhe frustra o pagamento. 
 
 
A fraude ela se bifurca em: 
 
a) Emissão de cheque sem provisão de fundos 
b) Frustração de seu pagamento (exemplo: emitir cheque e, em seguida, encerrar a conta para evitar 
seu pagamento). 
 
Obs. nessas duas hipóteses é imprescindível a má-fé (Súmula 246 do STF) 
 
Sujeitos do crime 
 
a) Ativo: é o emitente do cheque. O endossante pode configurar como sujeito ativo? 
 
Temos duas correntes 
 
1ª Corrente: o endossante não emite o cheque, não podendo figurar como autor, mas somente 
como partícipe (NUCCI). 
 
2ª Corrente: o endossante pode figurar como autor, pois a expressão "emitir" deve ser tomada no 
seu sentido amplo, punindo-se a conduta de quem endossa sabendo das características do 
titulo. (NORONHA) 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
2
b) Passivo: é qualquer pessoa 
 
Conduta 
 
 Emissão de cheque pós-datado configura o crime? 
 
A emissão de cheque pós-datado sem posterior fundo não configura o crime, pois tal prática 
desnatura o cheque, deixando de ser ordem de pagamento à vista, devendo ser tratado com as 
características da nota promissória. 
 
Atenção: se no momento da emissão do cheque pós-datado o agente age com má-fé, temos a 
fraude, configurando o estelionato do "caput". 
 
Vamos comparar as duas modalidades 
 
� Emitir o cheque sem fundo 
 
o Lembra da súmula 554 do STF, que trabalha com a reparação do dano antes do 
recebimento da inicial, o arrependimento posterior extingue a punibilidade (não se 
aplicando o art. 16 do CP). Essa súmula só se refere ao “emitir o cheque sem fundo”. 
 
o A Súmula 521 do STF e a Súmula 244 do STJ, se referem a competência que é o local 
da recusa do pagamento (não do local da fraude, vantagem ou prejuízo). Essas súmulas 
só se referem a “emitir cheque sem fundo” 
 
� Frustrar o pagamento 
 
o Atenção: apesar de a súmula 554 do STF não fazer referência ao comportamento de 
frustrar o pagamento não existe motivo para a emissão. 
 
o Atenção: a mesma observação feita em relação a Súmula 554 do STF deve ser aqui 
repetida. 
 
Cuidado: a conduta do agente que falsifica a assinatura de cheque não se enquadra no 
art. 171, §2°, VI, mas no "caput", não incidindo as Súmulas 521 e 554 ambas do STF. 
 
Suponhamos dois comportamentos 
 
a) Primeiro comportamento 
 
a. Cheque sem fundo 
b. O agente repara o dano antes do recebimento da inicial 
c. Caracteriza o comportamento do art. 171, §2°, VI. A reparação do dano ocorre a extinção 
da punibilidade (Súmula 554 do STF) 
 
b) Segundo momento 
 
a. Emitir cheque falsificado 
b. O agente repara o dano antes do recebimento da inicial 
c. Caracteriza o art. 171, “caput”. A reparação do dano ocorre a arrependimento posterior 
(art. 16 do CP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
3
 
 
Art. 171, §3° do CP – majorante de pena. 
 
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido 
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de 
economia popular, assistência social ou beneficência. 
 
Atenção para a Súmula 24 do STJ: Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima 
entidade autárquica da Previdência Social, a qualificadora do § 3º do Art. 171 do Código Penal. 
 
 Estelionato previdenciário 
 
a) Fraude praticada pelo servidor, o crime é instantâneo de efeitos permanentes. 
 
b) Fraude praticada pelo próprio beneficiário, o crime é permanente 
 
c) Cuidado: a natureza jurídica interfere no momento da consumação, prisão em flagrante e 
lei penal no tempo (Súmula 711 do STF). 
 
 
Receptação 
 
 Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, 
em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de 
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba 
ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
 
Admite a suspensão condicional do processo. O flagrante não pode ser convertido em preventiva para o 
agente primário. 
 
O bem jurídico tutelado na receptação é o patrimônio. Observação, Noronha ensina que além do 
patrimônio tutela-se a Administração da justiça. 
 
Sujeitos do crime 
 
 Ativo: qualquer pessoa (crime comum) 
 
Cuidado: não figura como sujeito ativo o concorrente (autor ou partícipe) do crime 
antecedente. 
 
É possível receptação de coisa própria? 
 
Não é possível a receptação de coisa própria, salvo se for estiver na posse legítima de 
terceiro 
 
Passivo: A mesma vítima do crime antecedente 
 
Conduta do crime 
 
 Receptação própria – art. 180, caput, 1ª parte. 
 
 Receptação imprópria – art. 180, caput, 2ª parte. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
4
 É imprescindível o ajuste entre autor do crime anterior e o receptador? 
 
O ajuste é dispensável, lembrando o exemplo do receptador que se apodera de objeto 
dispensado pelo ladrão em fuga, sabendo tratar-se de produto de crime. 
 
Toda receptação se dá por título injusto? 
 
Nem sempre a receptação se dá por título injusto, bastando lembrar comerciante que vende 
mercadoria em troca de produto de origem criminosa; advogado que recebe como 
honorário, coisa que sabe ser produto de crime. 
 
Receptação própria/imprópria: observações comuns 
 
Obs.1: nos dois casos é imprescindível a existência de crime precedente. (“coisa produto de 
crime”) não abrange contravenção penal por ser analogia “in mallan partem”. No tocante a ato 
infracional temos duas correntes: 
 
a) 1ª Corrente: não abrange por ser analogia “in mallan partem” 
 
b) 2ª Corrente: abrange ato infracional, pois é crime praticado por menor infrator. 
 
Esse crime é necessariamente contra o patrimônio? Resposta, não necessariamente é contra o 
patrimônio, lembrando a doutrina a possibilidade de receptação de coisa produto de peculato 
(crime contra a Administração Pública). 
 
 
Obs.2: discute-se na doutrina se é possível à receptação de coisa imóvel 
 
1ª Corrente: a lei não restringe objeto material do crime, podendo ser coisa móvel ou 
imóvel (Fragoso) 
 
2ª Corrente: o crime de receptação pressupõe deslocamento do objeto material, só podendo 
ser coisa móvel. (Hungria) e o STF conforme HC 57710 / SP - SÃO PAULO, 16/05/1980. 
 
 Não importa seja a coisa genuína, transformada ou alterada o crime de receptação persiste. 
 
Voluntariedade 
 
A título de dolo. 
 
Abrange o dolo eventual? Lembrando-se da expressão “coisa que sabe ser produto crime”. Temos 
duas correntes: 
 
1ª Corrente: essa expressão abrange dolo direto e o dolo eventual 
 
2ª Corrente: essa expressão abrange somenteo dolo direto não abrange o dolo eventual. Essa 
corrente é a que prevalece. 
 
 Diferença entre receptação (art. 180 do CP) e o crime de favorecimento real (art. 349 do CP) 
 
 Ex. Fulano oculta o carro subtraído por beltrano. 
 
� Para receptação: se fulano ocultou para si ou para outrem (pessoa diversa do autor 
do crime antecedente) temos o crime de receptação 
 
� Para favorecimento: se fulano ocultou para auxiliar beltrano, temos 
favorecimento real. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
5
 
Consumação 
 
� Receptação própria: 
 
Consuma-se com a prática de qualquer dos núcleos. Tem núcleos indicando crime permanente. 
(transportar, conduzir e ocultar). Admite a tentativa. 
 
� Receptação imprópria: 
 
Consuma-se com o ato de influir terceiro de boa-fé. A maioria da doutrina não admite a 
tentativa (minoria admite possível na forma escrita). 
 
Observação importante: O STJ reconheceu atípica a receptação de folhas de cheque por não 
possuir valor econômico intrínseco (HC 154.336/DF) 
 
Receptação qualificada 
 
Art. 180, § 1º do CP - Adquirir, receber, transportar, conduzir, 
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, 
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação 
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
 Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
Não admite suspensão condicional do processo, é possível a conversão do flagrante em preventiva, 
mesmo para o agente primário. 
 
Sujeitos 
 
Ativo: pessoa na atividade comercial ou industrial. Abrange o comerciante de fato ou o irregular? 
Sim conforme o §2° desse crime (art. 180 do CP) § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para 
efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o 
exercício em residência. 
 
Passivo: mesmo do crime anterior 
 
Conduta 
 
Receptação no exercício de atividade comercial ou industrial 
 
Atenção: para configurar receptação qualificada é imprescindível nexo entre a coisa receptada e a 
atividade desempenhada pelo receptador. 
 
Voluntariedade 
 
 Punição a título de dolo. Abrange qual dolo, direto e eventual? 
 
� Art. 180 “Caput” do CP 
 
o “coisa que sabe” 
o Dolo direto 
o Pena de 1 a 4 anos 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
6
� Art. 180, §1° do CP 
o “coisa que deve saber” 
o Dolo? 
 
� 1ª Corrente: só abrange o dolo eventual (dolo direto está no caput), essa 
corrente diz que a pena do art. 180, §1° do CP é inconstitucional. Aplicando-se 
aqui também a pena de 1 a 4 anos. 
 
� 2ª Corrente: Abrange dolo direto e dolo eventual 
 
o Pena de 3 a 8 anos. 
 
 
Receptação culposa (art. 180, §3° do CP) 
 
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela 
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem 
a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: 
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
 Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou 
ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
A infração penal é de menor potencial ofensivo. 
 
O tipo pene 3 condutas (alternativas) negligentes; 
 
1ª Conduta: coisa que, por sua natureza. 
 
2ª Conduta: pela desproporção entre o valor e o preço 
 
3ª conduta: condição de quem a oferece 
 
Art. 180 § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido 
ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. 
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
Benefícios 
 
Art. 180 § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, 
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de 
aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 
2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
 
� Benefício para a receptação culposa 
 
o Perdão judicial 
o Requisitos: 
� Primariedade do agente 
� Culpa levíssima 
 
Atenção: não importa o valor da coisa 
 
� Benefício para a receptação dolosa 
 
o Privilégio 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
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o Requisitos 
� Primariedade do agente 
� Pequeno valor da coisa 
 
Atenção: abrange a receptação qualificada 
 
 
Majorante de pena 
 
 Art. 180 § 6º - Tratando-se de bens e instalações do 
patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária 
de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena 
prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído 
pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 
 
Obs. tem doutrina etiquetando o §6° do art. 180 como qualificadora 
 
Observações 
 
1. A majorante só incide no “caput” e não no §1° do art. 180 do CP 
2. O §6° do art. 180 não se refere ao Distrito Federal 
 
E se a receptação ocorrer sobre bens de Empresa pública? O STF no HC 105.452/RS entendeu 
cabível o aumento de pena. 
 
Crimes contra o patrimônio: disposições gerais (artigos 181 a 183 CP) 
 
 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes 
previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 
2003) 
 
 I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
 
 II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco 
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
 
Imunidade patrimonial absoluta (escusa absolutótia) 
 
1ª Corrente: natureza jurídica: extinção da punibilidade 
 
2ª Corrente: natureza jurídica: exclusão da punibilidade 
 
Hipóteses: crime cometido em prejuízo de: 
 
I. Cônjuge 
 
Obs. 1: abrange separação de fato 
 
Obs.2: através de analogia “in bonan partem” abrangem união estável mesmo que homoafetiva 
 
II. Ascendente ou descendente 
 
Obs.1: não abrange o irmão 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
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Obs.2: não abrange demais colaterais 
 
Obs.3: não abrange os afins 
 
 
 Art. 182 - Somente se procede mediante representação, 
se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide 
Lei nº 10.741, de 2003) 
 
 I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
 
 II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
 
 III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Escusa relativa: transforma a ação penal pública incondicionada em condicionada 
 
Hipóteses: crimes cometidos em prejuízo: 
 
I. Cônjuge separado judicialmente 
 
II. Irmão 
 
III. De tio ou sobrinho com quem o agente coabita 
 
Obs.1: a imprescindível a coabitação 
 
Obs.2: o crime não precisa ocorrer no local da coabitação 
 
 
 Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos 
anteriores: 
 
 I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, 
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; 
 
 II - ao estranho que participa do crime. 
 
 III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
 
Inaplicabilidade das escusas 
 
I. Roubo, extorsão ou crime cometido com violência ou grave ameaça 
 
II. Ao estranho que participa do crime 
 
III. Vítima idosa (Lei 10.741/03) 
 
Aplica-se a escusa na violência patrimonial contra a mulher no ambiente doméstico e familiar. 
 
Lembrar: art. 7°, IV da Lei 11.340/06 
 
1ª Corrente: para Maria Berenice, os artigos 181 e 182 não são aplicáveis na hipótese, 
proibição implícita previstana Lei 11.340/06. 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
9
2ª Corrente: não havendo vedação expressa, aplica-se a escusa aos casos de violência familiar 
contra a mulher. 
 
TÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
 
Obs.1: cuidado com o disposto no art.111, V do CP (introduzindo pela Lei 12.650/12) 
 
Obs.2: o Dec. 7.958 de março de 2013 estabelece diretrizes para o atendimento às vítimas de violência 
sexual por profissionais de segurança pública e saúde. 
 
Obs.3: o art. 59 do estatuto do índio majora a pena no caso de vítima índio não integrado. 
 
Tema da próxima aula: continuar crimes contra a dignidade sexual 
 
 
II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STJ - HC 154336 / DF 
 
HABEAS CORPUS. PENAL. NEGATIVA DA AUTORIA DELITIVA. VIA IMPRÓPRIA. REEXAME DE PROVAS. 
RECEPTAÇÃO. TALONÁRIO DE CHEQUES. CRIME NÃO CONFIGURADO. PRECEDENTES. ORDEM 
PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA PARTE, CONCEDIDA. 1. A angusta via do habeas corpus não 
admite incursão na seara fático-probatória dos autos para o fim de rever elementos que digam respeito a 
autoria delitiva de crime. 2. O talonário de cheque não possui valor econômico intrínseco, logo não pode 
ser objeto do crime de receptação. Precedentes. 3. Ordem parcialmente conhecida e, nessa parte, 
concedida a fim de, reconhecendo a atipicidade da conduta, absolver o Paciente em relação ao crime de 
receptação de folhas de cheques, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal. (HC 
154336/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 20/10/2011, DJe 03/11/2011) 
 
2.2. STF – ARE 705620 AgR / DF 
 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. ART. 180, § 1º, 
DO CÓDIGO PENAL. RECEPTAÇÃO QUALIFICADA. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. A 
REPERCUSSÃO GERAL NÃO DISPENSA O PREENCHIMENTO DOS DEMAIS REQUISITOS DE 
ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS. ART. 323 DO RISTF C.C. ART. 102, III, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, LVII, DA CARTA FEDERAL. OFENSA REFLEXA. REEXAME DE 
PROVA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 279/STF. DECISÃO QUE SE MANTÉM POR SEUS PRÓPRIOS 
FUNDAMENTOS. 1. A repercussão geral pressupõe recurso admissível sob o crivo dos demais requisitos 
constitucionais e processuais de admissibilidade (art. 323 do RISTF). Consectariamente, se o recurso é 
inadmissível por outro motivo, não há como se pretender seja reconhecida a repercussão geral das 
questões constitucionais discutidas no caso (art. 102, III, § 3º, da CF). 2. A violação reflexa e oblíqua da 
Constituição Federal decorrente da necessidade de análise de malferimento de dispositivo 
infraconstitucional torna inadmissível o recurso extraordinário. Precedentes: AI 775.275-AgR, Rel. Min. 
CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJ 28.10.2011 e AI 595.651-AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira 
Turma, DJ 25.10.2011. 3. A Súmula 279/STF dispõe, verbis: Para simples reexame de prova não cabe 
recurso extraordinário. 4. É que o recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que 
demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação 
direta da ordem constitucional. 5. In casu, o acórdão objeto do recurso extraordinário assentou: 
APELAÇÃO RECEPTAÇÃO QUALIFICADA ART. 180, § 1º, DO CÓDIGO PENAL CONDENAÇÃO 
MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS INCABÍVEL A ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS 
PENA-BASE DO APELANTE QUE NÃO MERECE REPAROS, FIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL DIANTE DE 
SEUS MAUS ANTECEDENTES E SUA PERSONALIDADE DESVIRTUADA CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 
180, § 1º, DO CÓDIGO PENAL. Apelante condenado a 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em 
regime semi-aberto, e 40 dias-multa. Impossibilidade de absolvição, já que a prova do dolo 
passa pela análise de todos os dados relevantes do processo, principalmente por ser a receptação 
um crime cuja prática costuma ser especialmente dissimulada. Quanto à dosimetria da pena, não 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
10
há qualquer reparo a ser feito na sentença, pois a fixação da pena-base acima do mínimo legal atende aos 
ditames legais, em razão da personalidade do apelante, que ostenta em sua FAC duas anotações. As 
anotações constantes da folha penal do réu, podem sim ser consideradas como maus antecedentes. Com 
a manutenção da pena aplicada ao apelante, padece o pleito defensivo de reconhecimento da prescrição 
da pretensão punitiva retroativa, que vai regular-se, na hipótese, pela pena concretamente aplicada e, in 
casu, se operaria em 12 (doze) anos, consoante artigo 109, inciso III, do Código Penal. O artigo 180, § 
1º, do Estatuto Repressivo é constitucional e pode ser aplicado através da utilização da interpretação 
extensiva, ampliando o significado da expressão deve saber (dolo eventual), englobando também a 
expressão sabe (dolo direto). O comerciante ou industrial que adquire, vende, expõe a venda mercadoria 
que sabe ou devia saber ser de origem ilícita responde pela figura qualificada DESPROVIMENTO DO 
APELO. 6. Agravo regimental a que se NEGA PROVIMENTO. 
 
(ARE 705620 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 19/03/2013, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 10-04-2013 PUBLIC 11-04-2013) 
 
 
III. SIMULADOS 
 
3.1. (CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos) Cada um dos próximos itens 
apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, com relação ao direito penal. 
Robson, motorista profissional, foi contratado por um grupo de pessoas para fazer o transporte em seu 
caminhão, de mercadorias que foram objeto de roubo. No início da viagem, o veículo foi interceptado e o 
motorista, preso pela polícia. Nessa situação, Robson praticou o crime de receptação, na modalidade de 
transportar coisa que sabe ser produto de crime. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
3.2. (MPE-SP - 2010 - MPE-SP - Promotor de Justiça) Assinale a alternativa correta: 
a) o ato de ter em depósito, no interior da própria residência, no exercício de atividade comercial, coisa 
que deve saber ser produto de crime de estelionato constitui crime de receptação na modalidade dolosa 
do art. 180, “caput”, do Código Penal. 
b) o crime de receptação, nas modalidades dolosa ou culposa, pressupõe, por expressa disposição legal, a 
anterior prática de crime contra o patrimônio. 
c) no crime de receptação, a modalidade privilegiada (art. 180, § 5º, c.c. art. 155, § 2º, do CP) só pode 
ser reconhecida quando se tratar da figura culposa do delito. 
d) o crime de receptação imprópria implica necessariamente que o terceiro que adquire ou recebe a coisa 
esteja de boa-fé. 
e) o perdão judicial aplica-se à receptação culposa, mesmo na hipótese de o réu ser reincidente. 
 
3.3. (MPE-MG - 2010 - MPE-MG - Promotor de Justiça) STELIUS ficou sabendo que seu companheiro 
de crimes, o famigerado LARAPIUS, iria executar oito furtos de veículos na cidade de Belo Horizonte, mas 
pensava em desistir do plano porque não dispunha de local para guardar os bens furtados. STELIUS 
ofereceu a LARAPIUS o quintal e a garagem da casa de sua propriedade, localizada em ponto estratégico 
na cidade de Belo Horizonte, onde poderiam ser recebidos e guardados os veículos furtados sem chamar 
atenção, até a efetivação da sua venda. STELIUS se dispôs a guardar os bens furtados e não exigiu 
receber nenhum centavo em troca, pois devia favores ao amigo LARAPIUS. Tendo local seguro para 
esconder os bens furtados, LARAPIUS colocou em execução o plano dos crimes. Efetivada a subtração de 
três veículos, os bens foram efetivamente guardados no interior da propriedade de STELIUS, sendo 
vendidos em data posterior, em transação efetivada por LARAPIUS, para receptadores que atuam na 
região. 
Diante do exposto, pode-seadmitir que STELIUS 
a) concorreu na prática de crime de furto simples. 
b) concorreu na prática de crime de furto qualificado. 
c) praticou crime de favorecimento real. 
d) praticou crime de favorecimento pessoal. 
e) praticou crime de receptação. 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
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GABARITO: 
 
3.1. Certo 
3.2. D 
3.3. B

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