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Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 1 de 19 . ESTUDO DE MÉTODOS DE MONTAGEM DE NÚCLEO DE TRANSFORMADORES DE MÉDIA TENSÃO Sumário 1 RESUMO ................................................................................................. 1 2 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 2 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 2 4 METÓDOLOGIA ..................................................................................... 3 4.1 TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA ................................................................................. 3 4.1.1 Núcleo Magnético ............................................................................................. 4 4.2 ANÁLISE COM SIMULAÇÕES DE ELEMENTOS FINITOS ...................................................... 6 4.2.1 FEMM ............................................................................................................. 6 4.2.2 Ansys Eletronics (Maxwell)................................................................................ 9 5 CONCLUSÃO ........................................................................................ 18 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 19 [5] - NORMA NBR 5356-1, TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA .............................................. 19 1 RESUMO O transformador elétrico é, hoje, um dos principais produtos da região do Vale do rio Itajaí, em Santa Catarina. Com intenso valor agregado, por conta da engenharia nele aplicada, o produto representa a qualidade da produção da região, representado por diversos fabricantes, nacionais e estrangeiros globais. Não há, no Brasil, uma região que concentre tantos fabricantes de transformadores quanto a do Vale do Itajaí. Especificamente, quanto ao transformador, o seu núcleo magnético, composto de chapas de aço silicioso, é uma das partes com o maior custo financeiro e de processo, além de suma importância em seu papel pela eficiência da transferência de energia elétrica do transformador. Na indústria de transformadores foram consolidados dois métodos de montagem das chapas do núcleo. O Single Step-Lap , tido como convencional, e o Multi Step-Lap. Então, este trabalho tem como objetivo estudar e comparar esses dois métodos de montagem, através de simulação computacional, baseando-se no método dos elementos finitos e em testes práticos de laboratório. Como resultado, se pretende evidenciar os efeitos eletromagnéticos Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 2 de 19 . existentes no núcleo do transformador, como a distribuição do fluxo magnético nas chapas, a indução magnética, e também as perdas magnéticas (Foucault e Histerese),realizando um estudo comparativo dos modelos , para mostrar as diferenças e vantagens de cada método, sob a óptica do custo-benefício para a produção em escala industrial . Além disso, o estudo vai permitir entender mais a influência das técnicas de montagem das chapas no desempenho do transformador. Palavras chaves: Transformador, Núcleo magnético, Multi Step-Lap, Single Step-Lap, Perdas magnéticas. 2 INTRODUÇÃO Por conta da importância do transformador na operação e expansão de sistemas elétricos e pela sua influência na economia da região do Vale do rio Itajaí, em Santa Catarina, o estudo de temas relacionados com esse vital elemento dos sistemas elétricos de potência são normalmente conduzidos pela FURB, tal como neste projeto. Especificamente, quanto ao transformador, o seu núcleo magnético é uma das partes com o maior custo financeiro e de processo e, por isso, naturalmente apresenta itens que necessitam uma investigação científica. Neste caso, a investigação das técnicas de montagem, ou empilhamento, das lâminas, ou das chapas, cujas diferentes técnicas podem ter consequências significativas no funcionamento do transformador, bem como seu preço final. Nesse estudo foram desenvolvidas simulações utilizando software FEMM (Finite Elements Method Magnetics), livre, que resolve problemas eletromagnéticos em baixa frequência em duas dimensões, de forma planar e com domínio assimétrico, bem como o Eletronics Ansys (Maxwell), pago, do qual a FURB tem licença de uso, que resolve problemas eletromagnéticos em baixa frequência, em 2D e 3D. As simulações no FEMM aqui apresentadas têm como objetivo comprovar o que é descrito em [1], na página 41 de seu Capítulo II, onde é analisada a indução nas juntas dos núcleos com métodos de montagens single step-lap e multi step-lap. No Maxwell, foram modelados os núcleos de estudo, em 3D, para analisar a simulação ao longo do tempo, usando o solver Transient , com base na corrente de excitação, nas perdas magnéticas e na distribuição da indução magnética dos núcleos. 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O núcleo magnético do transformador, sua parte vital, é composto por lâminas de aço silício, empilhadas uma a uma, montadas manualmente[1]. Uma vez posto o transformador em operação, Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 3 de 19 . um item de suma importância para o seu bom desempenho é o valor que a temperatura atinge em diversos pontos do seu núcleo magnético, que se deve ao calor gerado pelas perdas no núcleo e a sua capacidade de dissipação, desde ao longo do centro do núcleo até a sua superfície [2]. Essas perdas se devem aos efeitos Foucalt e Histerese, inerentes à passagem do fluxo magnético variável, no núcleo do transformador [3]. Por sua vez, a temperatura não deve exceder um valor máximo de projeto, pois os materiais isolantes se deterioram de forma prematura, comprometendo a vida útil do equipamento. Portanto, para que o transformador possua um bom desempenho é necessário que medidas sejam tomadas, já no projeto, para se garantir que a temperatura no seu núcleo não atinja valores críticos. Uma das mais eficazes e difundidas medidas é a inserção de canais que permitem a circulação de óleo, dissipando mais facilmente o calor gerado[1]. Entretanto, uma das medidas menos consideradas é a influência do tipo de empilhamento de lâminas, que pode, entretanto, ter papel decisivo no desempenho do transformador. Isso porque nas junções das lâminas empilhadas ocorre o chamado stress de campo magnético, que produz considerável aquecimento pontual e que pode comprometer o resultado final. Neste caso, segundo [1], o contexto é relativamente simples, pois existem somente dois métodos básicos de empilhamento das lâminas: O Single Step-Lap, que alterna lâmina a lâmina a superposição de cantos, e Multi Step-Lap[1,4], cuja superposição ocorre em grupo de lâminas. O primeiro é relativamente mais trabalhoso e demorado, mas rende bons resultados de eficiência térmica. O segundo, mais prático e rápido, invariavelmente implica em pontos de elevado aquecimento, na junção das lâminas, em cantos. Frequentemente, a escolha por um desses métodos não está baseada somente na preocupação com a temperatura, mas também com custos de produção e o tempo de montagem. Entretanto, é necessário quantificar exatamente a diferença entre eles, no que diz respeito às perdas, a fim de auxiliar na correta decisão por um deles. Este é, portanto, o objetivo deste trabalho, através da comparção de desempenho térmico dos dois métodos, com base em simulações computacionais e alguns experimentos básicos. 4 METÓDOLOGIA 4.1 Transformador de Potência Transformadores de potência, de acordo com [5], são equipamentos estáticos com dois ou mais enrolamentos que, por indução eletromagnética, transforma um sistema de tensão e corrente alternadas em outro sistemade tensão e corrente, de valores geralmente diferentes, mas à mesma frequência, com o objetivo de transmitir potência elétrica. Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 4 de 19 . 4.1.1 Núcleo Magnético O núcleo do transformador tem como objetivo assegurar um bom acoplamento magnético, para isso, cria-se um circuito de elevada permeabilidade magnética, mediante a utilização de um material ferromagnético. Nos transformadores de potência, o núcleo é constituído por um empilhamento de chapas de aço silicioso (3% a 5%) de espessura variando entre 0,23 mm a 0,35 mm, com cristais orientados, laminada a frio, e recoberta de uma camada que serve de isolante Interlaminar. 4.1.1.1 Perdas Magnéticas Quando um campo magnético variável no tempo atravessa um material ferromagnético possui perdas associadas à Histerese (Estática), Foucault (Dinâmica) e Anômalas. As leis que governam o eletromagnetismo, e consequentemente as perdas magnéticas, são as quatro equações de Maxwell, descritas abaixo: ݎݐܪ = ܬ + డడ௧ , que representa a Lei de Ampère; 1.1 ݀݅ݒܤ = 0 , que representa a Lei de Gauss para campos magnéticos; 1.2 ݎݐܧ = − డడ௧ , que representa a Lei de Faraday; 1.3 ݀݅ݒ ܦ = ߩ , que representa a Lei de Gauss para campos elétricos; 1.4 ܤ = ߤ ܪ , que é a Equação constituinte I e 1.5 ܬ = ߪ ܧ , que é Equação constituinte II 1.6 A perda por histerese está relacionada com a energia necessária para deslocar as paredes dos domínios magnéticos, devido à reversão sucessiva da magnetização no núcleo de aço silicioso, quando nela é aplicada uma tensão senoidal com determinada frequência. Conforme mostrado na Figura 1, a área interna desta curva é a medida da perda volumétrica por histerese do material. ܲ = ݇ ݂ ܤ, sendo 2.1 Ph = Perdas volumétricas por Histerese (alinhamento de domínios), em W/m3 ; kh = coeficiente de perdas por Histerese, segundo o material; f = frequência , em Hz; B = Indução nominal de operação, em T; n = coeficiente de Steinmetz, variando de 1,3 a 2,5 Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 5 de 19 . Figura 1 - Ciclo de Histerese genérico de uma material ferromagnético Por outro lado, as perdas por efeito Foucault se dão pelas correntes induzidas no núcleo ferromagnético, também quando este é percorrido por um fluxo variável no tempo. Então, de acordo com a lei de Faraday, a variação do fluxo produz um campo elétrico ao longo de um caminho fechado, e pelo material desse caminho possuir uma condutividade elétrica razoável, formam-se anéis de corrente (Figura 2). Para contornar esse fenômeno os núcleos são laminados, diminuindo a circulação das correntes induzidas e, por e extensão, diminuindo as perdas que dependem do quadrado da espessura da lâmina. Com a mesma finalidade, também é adicionado silício ao aço, para aumentar a resistividade do núcleo magnético e com isso se diminuir a densidade de corrente induzida. ܲ = ݇ ݂² ݐ² ܤଶ, sendo 2.2 Pf = Perdas volumétricas por efeito Foucault, em W/m3 ; kc = coeficiente de perdas Foucault ; f = Frequência , em Hz; t = Espessura da lâmina , em m; B = Indução nominal de operação , em T. Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 6 de 19 . Figura 2 - Perdas por Foucault Além dessas perdas, também há as perdas anômalas, significativamente menores e que não serão abordadas. 4.2 Análise com simulações de elementos finitos 4.2.1 FEMM Segundo [1], o núcleo Multi Step-Lap tem um desempenho superior ao Single Ste-Lap devido à distribuição das chapas. Para quantificar a base para a afirmação, se mostra que para uma densidade de fluxo nominal de 1,7 T, a densidade de fluxo na junta do núcleo Single Step-Lap é de 2,7 T (saturação significativa ), enquanto que no fluxo disperso a densidade de fluxo é cerca de 0,7T. Já no modelo Multi Step-Lap, a diferença de valores de densidade de fluxo é de apenas 0,04T , sendo redistribuído quase igualmente em laminagens de outros cinco passos e com uma densidade de fluxo próxima a 2,0T. Isso explica porque os números de desempenho sem carga (corrente, perdas e ruído) mostram uma melhoria acentuada para o método Multi Step-Lap. A partir dessas afirmações, se desenvolveu o interesse em efetivamente comprová-las, utilizando-se de simulação computacional. Para isso, o programa escolhido foi o FEMM, baseado no método dos elementos finitos, por ser um programa gratuito e de fácil utilização. Assim, foi modelado a distribuição de fluxo magnético nas chapas de aço silicioso, nas montagens Single e Multi Step-Lap, considerando um gap de 1mm. O pacote Single Step-Lap foi considerado como tendo 6 chapas 3 x 2, enquanto que o pacote Multi Step-Lap foi considerado com 5 chapas 1 x 5, conforme mostrado nas Figura 3 e 4, enquanto que as características dos materiais utilizados são mostradas na Figura 5. Foi simulada a aplicação de um campo magnético nas suas fronteiras até se obter uma indução nominal de 1,7 T, estando os resultados mostrados nas Figura 6 e na Figura 7. Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 7 de 19 . Figura 3 - Distribuição das chapas Single e Multi Step-Lap Single Step-Lap Multi Step-Lap Figura 4 - Modelo 2D FEMM Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 8 de 19 . Figura 5 - Materiais FEMM Figura 6 – Distribuição da indução magnética no modelo Single Step-Lap do FEMM Figura 7 - Distribuição da indução magnética no modelo Multi Step-Lap do FEMM Como esperado, se obteve resultados bem coerentes com o descrito em [1], pois para o modelo Single Step-Lap a indução magnética no ponto mais critico, que no caso é junta, foi de 2,6 T. Por outro lado, no modelo Multi Step-Lap a indução foi de 2,1 T. Embora em [1] não se descreva qual foi a distribuição de chapas adotada e o gap de ar, foram realizadas algumas simulações 2D Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 9 de 19 . mudando a distribuição das chapas e o tamanho do gap, cujos resultados não variaram muito, por conta da permeabilidade magnética do aço silicioso ser doze mil vezes maior que a do ar. Por sua vez, dado que a indução magnética é obtida a partir do fluxo magnético dividida pela seção que ele percorre, é de se esperar que a indução magnética do Multi Step-lap seja menor que a do Single Step-lap , já que sua é maior. 4.2.2 Ansys Eletronics (Maxwell) O Método Elementos Finitos foi utilizado para a análise. Utilizou-se o módulo Transient Solver do software Maxwell, que calcula os campos magnéticos variantes no tempo. O modelo desenvolvido, em geometria 3D, no próprio software, os núcleos têm as seguintes dimensões, 300 mm de altura com chapas de 50 mm de largura e com espessura total de 50,4 mm, conforme mostrado na Figura 8 e na Figura 9. Foram consideradas chapas de aço silicioso com espessura de 0,3 mm e fator de empilhamento de 0,96, conforme mostrado na Figura 15. Figura 8 - Modelo 3D do Maxwell Single Step-Lap 3x2 Figura 9 - Modelo 3D do Maxwell Multi Step-Lap 5x1 Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 10 de 19 . 4.2.2.1 Simetria Por limitações de máquina, foi necessário contornar esse imprevisto aplicando simetrias na geometria de estudo. O modelo final ficou com dimensões próximas a ¼ das do modelo original, conforme mostrado na Figura 10. O software Electronics Ansys tem ferramentas de fronteirase multiplicador de simetrias que permite obter os resultados como se fosse o modelo original, mostrado na Figura 9. Núcleo Single Step-Lap Núcleo Multi Step-Lap Figura 10 – Modelos utilzados após a aplicação das simetrias 4.2.2.2 Malha A etapa de geração de malha é uma das etapas mais importantes do pré-processamento de uma análise magnética e é com certeza uma das mais decisivas na qualidade das soluções numéricas obtidas. Basicamente, quanto menor a malha mais coerente será o resultado, embora o tempo de processamento do modelo aumente bastante. Por isso, o ideal é encontrar um meio termo entre o resultado e o tempo de simulação. Para tanto, foi considerado uma malha de 1 mm nas juntas do núcleo por ser o objetivo de estudo, e malhas de 8 mm de comprimento no restante da geometria, conforme mostram a Figura 11 e a Figura 12. Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 11 de 19 . Figura 11 - Malha computacional Single Step-lap Figura 12 - Malha computacional Multi Step-lap 4.2.2.3 Condições de contorno As condições de contorno e principais considerações utilizadas no modelo numérico são: Como no eixo X e Y foram feitos cortes na geometria foi necessário aplicar fronteiras para o software entender que a geometria é um espelho nesses eixos, no eixo X foi aplicada a fronteira de fluxo tangencial e no eixo Y foi aplicado fluxo normal; A equação considerada para a alimentação do circuito e a quantidade de espiras do enrolamento está representada na Figura 14; Os materiais utilizados para simulação estão representados na Figura 15, o próprio software calcula os coeficientes de perdas magnéticas o kc e kh do núcleo magnético utilizado, só sendo necessário a entrada de dados simples (densidade do aço silicioso, condutividade elétrica do material, espessura da lâmina e frequência de operação); Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 12 de 19 . Modelo Single Step-lap Modelo Multi Step-lap Figura 13 - Condições de Contorno Figura 14 - Equação para excitação do enrolamento Figura 15 - Materiais Maxwell Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 13 de 19 . 4.2.2.4 Resultados Após obter a convergência da análise os resultados do comportamento da corrente de excitação, da indução magnética e a distribuição das perdas magnéticas no núcleo serão mostrados nesse tópico. Na Figura 16 são mostrados os gráficos da tensão de alimentação dos enrolamentos, considerando que na equação da alimentação do transformador foi aplicado um transitório para se ter um comportamento mais real do sistema no tempo, quando se entra em regime permanente em aproximadamente 50 ms. Single Step-Lap Multi Step-Lap Figura 16 -Tensão nos enrolamentos Nas Figura 17 estão mostrados os gráficos das correntes de excitação do núcleo. Devido às características não lineares do aço silicioso, a corrente que surge tem a forma não senoidal, chamada a corrente de magnetização, que no modelo multi step-lap apresentou uma amplitude maior do que a do modelo single step-lap. Convém lembrar que para os núcleos modelados foram considerados o mesmo material e as mesmas dimensões, sendo que a única variação são os seus pacotes, dado que um é Single step-lap 3x2 e outro Multi step-lap 5x1. Com essa simples alteração já se teve uma significativa variação na corrente de magnetização. Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 14 de 19 . Single Step-Lap Multi Step-Lap Figura 17 - Corrente de magnetização dos núcleos Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 15 de 19 . Na Figura 18 são mostrados os gráficos das perdas magnéticas no núcleo ao longo do tempo. Como a corrente de magnetização foi diferente para cada caso, consequentemente suas perdas também serão e foram diferentes, o modelo single step-lap apresentou um desempenho melhor comparado com o modelo multi step-lap, por conta de uma perda cerca de 6,5% menor. Ainda, como se pode verificar, as perdas por Histerese para o material escolhido (Aço silício M27) foi de 76% das perdas totais para uma indução nominal de 1T. Single Step-Lap Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 16 de 19 . Multi Step-Lap Figura 18 - Perdas magnéticas A indução magnética nos núcleos é mostrada na Figura 19, que mostram os níveis mais altos da indução magnética nas juntas do núcleo, comprovando a simulação feita em 2D no FEMM (Figura 6 e Figura 7). Algo interessante nessa Figura 19 é o fato de que nas extremidades das juntas do núcleo não há fluxo magnético, com isso a uma massa desnecessária de núcleo, e no modelo multi step-lap há um desperdício maior de material se comparado com o modelo single step-lap. Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 17 de 19 . Single Step-Lap Multi Step-Lap Figura 19 - Indução magnética Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 18 de 19 . 5 CONCLUSÃO A utilização do modelo numérico permitiu avaliar e entender as características e influências das técnicas de montagem dos núcleos de transformadores. Verificou-se que o modelo single step- lap apresentou um desempenho superior que o multi step-lap em relação às perdas magnéticas. A indução nas juntas do modelo single step-lap são superiores podendo assim gerar ruídos de grandeza superior que o multi step-lap, mas o grande influenciador da geração de ruído é a forma que o núcleo é prensado, que não foi estudado via simulação por se tratar de outra física. Em se considerando que por se tratar de um processo industrial, o modelo single step-lap tem vantagens, pois seu tempo de empilhamento é cerca de 40% menor que o modelo multi step-lap para transformadores com núcleos de até 1,6 metros de altura, segundo dados levantados pelo próprio autor, em sua experiência profissional. As simulações realizadas têm significativa importância na análise deste problema de cunho muito apropriado para a pesquisa. Elas demonstram uma capacidade de se antecipar à realização e custosas tentativas experimentais, permitindo inclusive a avaliação de outras técnicas possíveis de empilhamento de lâminas de núcleos de transformadores. Entretanto, é ainda necessário confrontar os resultados obtidos com os resultados experimentais, para validar esta importante ferramenta de pesquisa tecnológica e científica. Relatório Final – PIBIC/FURB 08/06/2017 Bolsista: Kaue J. Salvador Orientador: Sérgio H. L. Cabral Página 19 de 19 . 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] - LARGE POWER TRANSFORMERS, K. KARSAI, D. KERÉNYI, L. KISS, 1987,ELSEVIER, AMSTERDAM. [2] - NOTAS DE AULA DE MÁQUINAS ELÉTRICAS , PROF. SÉRGIO CABRAL, DEET/FURB, 2006 (AVA) [3] - MÁQUINAS ELÉTRICAS, A. E. FITZGERALD E ALLI. MC-GRAW-HILL, 3A. ED. 1999 [4] - TRANSFORMER ENGINEERING: DESIGN, TECHNOLOGY AND DIAGNOSTICS, KULKARNI, S.V., KHAPARDE, S.A.,2ND EDITION,2003, CRC PRESS. [5] - NORMA NBR 5356-1, TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA [6] – ANSYS ELETRONICS, Versão 17.2, Ansys Inc., Waterloo, Canadá, 2017. [7] – FEMM, Versão 8, Aladdin Enterprises, U.S.A, 2017
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