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SIMULADO FCC 29 abril

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Prévia do material em texto

SIMULADO FCC 
Prof. Fernando Pestana 
 
Texto I 
 
Pátrio poder 
 
Pais que vivem em bairros violentos de 
São Paulo chegam a comprometer 20% de sua 
renda para manter seus filhos em escolas 
privadas. O investimento faz sentido? A 
questão, por envolver múltiplas variáveis, é 
complexa, mas, se fizermos questão de extrair 
uma resposta simples, ela é "provavelmente 
sim". Uma série de estudos sugere que a 
influência de pais sobre o comportamento dos 
filhos, ainda que não chegue a ser nula, é 
menor do que a imaginada e se dá por vias 
diferentes das esperadas. Quem primeiro 
levantou essa hipótese foi a psicóloga Judith 
Harris no final dos anos 90. 
Para Harris, os jovens vêm programados 
para ser socializados não pelos pais, como 
pregam nossas instituições e nossa cultura, 
mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças 
com as quais convivem. Um dos muitos 
argumentos que ela usa para apoiar sua teoria 
é o fato de que filhos de imigrantes não 
terminam falando com a pronúncia dos 
genitores, mas sim com a dos jovens que os 
cercam. 
As grandes aglomerações urbanas, 
porém, introduziram um problema. Em nosso 
ambiente ancestral, formado por bandos de no 
máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças 
era heterogêneo, reunindo meninos e meninas 
de várias idades. Hoje, com escolas que 
reúnem centenas de alunos, o(a) garoto(a) 
tende a socializar-se mais com coleguinhas do 
mesmo sexo, idade e interesses. O resultado é 
formação de nichos com a exacerbação de 
características mais marcantes. Meninas se 
tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. 
O mau aluno encontra outros maus alunos, que 
constituirão uma subcultura onde rejeitar a 
escola é percebido como algo positivo. O 
mesmo vale para a violência e drogas. Na outra 
ponta, podem surgir meios que valorizem a 
leitura e a aplicação nos estudos. 
Nesse modelo, a melhor chance que os 
pais têm de influir é determinando a vizinhança 
em que seu filho vai viver e a escola que 
frequentará. 
 
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. 
Folha de São Paulo, 7/12/2014) 
 
 
 
 
1. À pergunta O investimento faz sentido? o 
próprio autor responde: “provavelmente sim”. 
Essa resposta se justifica, porque 
 
(A) a escola, ao contrário do que se imagina, tem 
efeitos tão poderosos quanto os que decorrem da 
convivência familiar. 
(B) as influências dos pares de um educando 
numa escola pública são menos nocivas do que 
os exemplos de seus pais. 
(C) a qualidade do convívio de um estudante com 
seus colegas de escola é um fator determinante 
para sua formação. 
(D) as grandes concentrações humanas 
estimulam características típicas do que já foi 
nosso ambiente ancestral. 
(E) a escola particular, mesmo sendo cara, acaba 
por desenvolver nos alunos uma subcultura 
crítica em relação ao ensino. 
 
2. Com a frase O resultado é formação de nichos 
com a exacerbação de características mais 
marcantes o autor está afirmando que a 
socialização nas escolas se dá de modo a 
 
(A) dissolver os agrupamentos perniciosos. 
(B) promover a competitividade entre os grupos. 
(C) estabelecer uma hierarquia no interior dos 
grupos. 
(D) incentivar o desempenho dos alunos mais 
habilitados. 
(E) criar grupos fortemente tipificados. 
 
3. Considere as seguintes afirmações: 
 
I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith 
Harris é a de que os estudantes migrantes são 
menos sensíveis às influências dos pais que às de 
seus professores. 
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela 
amizade de outro mau aluno prova que as 
deficiências da vida familiar antecedem e 
determinam o mau aproveitamento escolar. 
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, 
podem ser positivos ou negativos os traços de 
afinidade que levam os estudantes a se 
agruparem. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma 
APENAS em 
 
(A) I. 
(B) III. 
(C) II e III. 
(D) I e II. 
(E) I e III. 
4. Traduz-se corretamente um segmento do 
texto em: 
 
(A) primordial vida marinha = preponderante 
nascente marítima 
(B) propelida pela luz solar = arrefecida pela 
energia do sol 
(C) recuperar esse valor intrínseco = reaver 
essa importância inerente 
(D) colônia extravagante de organismos = 
linhagem errante de seres vivos 
(E) resiliente biologia tropical = perseverante 
bioma dos trópicos 
 
5. Respeita a ortografia oficial vigente: 
 
(A) O culto à ignorância e à xenofobia é o 
responsável, em nosso dia-a-dia, por esta 
situação deplorável, que enserra a população 
local na bolha impenetrável de seus interesses 
e valores particulares. 
(B) Incrementar a participação política é um 
desafio perene, aja vista a nova estratégia de 
controle político que aparelha muitos órgãos 
publicos, incluindo os do setor educacional. 
(C) A soberania do mercado não é 
imprescindível para a democracia liberal − é 
uma alternativa a ela e a todo tipo de política, 
na medida em que elimina a necessidade de 
serem tomadas decisões que contemplem 
consensos coletivos. 
(D) Foram mencionadas as estratégias para 
disperçar as cepas oligárquicas das altas 
esferas do poder e, sobretudo, para prover o 
controle jurídico das suas ações; mais, até o 
momento, não se obteve sucesso. 
(E) Suas ideias íam de encontro às dos demais; 
ele sempre optava pelas vias mais polêmicas 
afim de obter atenção da audiência. 
 
6. Michelangelo resistiu a pintar a capela... 
...que afligem os seres humanos... 
O jovem Michelangelo penou para 
demonstrar o valor de seu gênio... 
 
Fazendo-se as alterações necessárias, os 
elementos sublinhados acima foram 
corretamente substituídos por um pronome, 
respectivamente, em: 
 
(A) lhe pintar – lhes afligem – o demonstrar 
(B) pintar-lhe – afligem-nos − demonstrar-lhe 
(C) pintá-la – afligem-lhes – demonstrá-lo 
(D) pintá-la – os afligem – demonstrá-lo 
(E) pintar-lhe – os afligem – lhe demonstrar 
 
7. No uso popular e poético emprega-se o 
termo com frequência para exprimir a aspiração 
a estados ou objetos desconhecidos e apenas 
pressentidos ou vislumbrados, os quais, no 
entanto, se julgam mais perfeitos que os 
conhecidos e os quais se espera alcançar ou 
obter no futuro. 
 
Os elementos sublinhados acima podem ser 
substituídos, sem prejuízo da clareza e da 
correção gramatical, respectivamente, por: 
 
(A) que - onde 
(B) que - que 
(C) onde - cujos 
(D) cujos - que 
(E) onde - de que 
 
8. Os tempos e os modos verbais estarão 
corretamente articulados na frase: 
 
(A) Eduardo Coutinho, morto em 2014, 
destacara-se como um mestre dos 
documentários, cuja arte contemplasse o 
depoimento vivo, sempre que rejeitava o retrato 
estereotipado das pessoas. 
(B) A exemplo do que houvesse na arte de 
Eduardo Coutinho, o primeiro passo de toda 
política deveria ter levado em conta o respeito 
pela condição singular do outro, conquanto, para 
isso, surgiam dificuldades. 
(C) Caso não fizesse dessa obsessão um eixo de 
sua trajetória, Coutinho não viveria como um 
artista crítico, para quem já houvesse arte 
encarnada no corpo e suspensa no espírito do 
outro. 
(D) Em seu processo criativo, Coutinho saberia 
ver e ouvir e, consequentemente, havia se 
acercado da história de cada um como um 
processo sensível e inacabado, sem que fosse 
necessário ajustar conceitos. 
(E) A obsessão que Coutinho demonstraria pela 
cena da vida era similar à que tivesse pela arte, e 
isso fez com que seja quase impossível, para 
Coutinho, opor personagem a pessoa. 
 
9. Se numa transformação da frase O borracheiro 
coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença 
tranquilizadora atribuirmos aos termos 
sublinhados a função de sujeito, as formas 
verbais que lhes correspondem deverão ser, na 
ordem dada: 
 
(A) foi coçada − foi proferida 
(B) havia coçado − tinha proferido 
(C) coçara − proferira 
(D) tinhacoçado − teria proferido 
(E) estava sendo coçada − tinha sido proferida 
 
10. na época, o látex representava 50% da 
exportação do Brasil 
 
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo 
que o grifado acima encontra-se em: 
 
(A) A temática amazônica se impõe... 
(B) ... escreveria sobre Paraty ou Pequim, 
certamente. 
(C) E teve uma importância econômica 
fundamental durante 40 anos... 
(D) ... mas conheço um pouco o interior da 
Amazônia. 
(E) ... quando já era uma fortaleza avançada 
dos portugueses... 
 
11. Não que ele seja o único a ter alma. 
 
O segmento abaixo que possui a mesma função 
sintática do termo em destaque na frase acima 
encontra-se sublinhado em: 
 
(A) ...uma partícula sua pode transformar-se 
em muita, muita coisa. 
(B) Há corpos celestes longínquos de densidade 
tão incrível... 
(C) Os senhores ficarão surpresos ao ouvir 
minha resposta... 
(D) ...uma polegada cúbica de sua matéria 
pesaria uma tonelada na Terra. 
(E) ... a atemporalidade é o nada estático... 
 
12. E a cada um daqueles homens pobres ele 
dá cada dia sua ração de alegria. 
 
A função sintática do termo sublinhado acima é 
a mesma do que se encontra, também 
sublinhado, em: 
 
(A) ... nenhuma catedral imensa [...] tem nada 
capaz de um som tão lindo e puro... 
(B) Pois cada um de nós quando criança tem 
dentro da alma seu sino de ouro... 
(C) Eles sabem que de todos os ruídos e sons 
que fogem do mundo em procura de Deus... 
(D) ... que Deus [...] ouve o som alegre do sino 
de ouro perdido no fundo do sertão. 
(E) De tarde seu som vai voando em ondas 
mansas sobre as matas e os cerrados... 
 
13. Está inteiramente adequada a pontuação da 
seguinte frase: 
 
(A) Muita gente imagina, ainda hoje, que o 
convívio familiar, dado sempre como fator 
principal na formação de um jovem, tenha 
ainda um papel decisivo, quando, na verdade, 
essa função, para o bem ou para o mal, é 
exercida no interior dos grupos de colegas e 
amigos. 
(B) Muita gente imagina ainda hoje, que o 
convívio familiar dado sempre como fator 
principal na formação de um jovem, tenha 
ainda um papel decisivo, quando na verdade 
essa função, para o bem ou para o mal, é 
exercida no interior dos grupos de colegas e 
amigos. 
(C) Muita gente imagina, ainda hoje que o 
convívio familiar, dado sempre como fator 
principal na formação de um jovem tenha ainda, 
um papel decisivo, quando na verdade essa 
função, para o bem ou para o mal é exercida no 
interior dos grupos de colegas e amigos. 
(D) Muita gente imagina ainda hoje que, o 
convívio familiar, dado sempre como fator 
principal na formação de um jovem, tenha ainda, 
um papel decisivo quando na verdade, essa 
função para o bem ou para o mal, é exercida no 
interior dos grupos de colegas e amigos. 
(E) Muita gente imagina ainda hoje, que o 
convívio familiar dado sempre, como fator 
principal na formação de um jovem, tenha ainda 
um papel decisivo quando na verdade, essa 
função, para o bem ou para o mal é exercida, no 
interior dos grupos de colegas e amigos. 
 
14. Atente para as afirmações abaixo. 
 
I. Pois o amor, diz ela, não está no objeto 
amado, mas no sujeito amante: ele está do lado 
daquele que deseja, não daquele que é desejado. 
/ Os dois-pontos introduzem uma explicação. 
II. O diálogo de Platão, por vezes designado 
Discurso sobre o amor, é composto de uma 
sequência de discursos... / Sem prejuízo da 
correção, o segmento isolado por vírgulas pode 
ser também isolado por parênteses. 
III. É neste meio humanista de Florença que 
Ficino elabora sua obra, composta por 
comentários e tratados de filosofia. / O emprego 
da vírgula, na frase acima, antecede uma 
restrição. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
 
(A) I e II. 
(B) II. 
(C) I e III. 
(D) II e III. 
(E) III. 
 
15. Considerados o contexto e a norma-padrão, 
 
(A) em “É o que, por exemplo, sugere a definição 
de Spinoza segundo a qual a vergonha é a 
tristeza que acompanha a ideia de alguma ação 
que imaginamos censurada pelos outros”, resulta 
em incorreção o acréscimo de vírgula entre 
Spinoza e segundo. 
(B) em “O rubor pode subir às faces de alguém 
que está sendo objeto da atenção de uma 
plateia, mesmo que esta atenção seja motivada 
pelo elogio, pelo recebimento de um prêmio, 
portanto acompanhada de um juízo positivo. Este 
tipo de vergonha não deixa de ser 
psicologicamente misterioso: por que será que as 
pessoas sentem desconforto ao serem ‘apenas’ 
observadas, mesmo que esta observação não 
contenha ameaças precisas, mesmo que ela seja 
lisonjeira?”, o emprego de aspas em "apenas" 
empresta ironia à palavra, tal como em: "Ele foi 
‘apenas’ assaltado, sem muita violência". 
(C) em O rubor pode subir às faces de alguém, 
está correto o emprego do sinal de crase, assim 
como o está em “O sentimento de vergonha é 
comum à qualquer pessoa”. 
(D) as palavras opróbrio e ignomínia estão 
corretamente grafadas e acentuadas, assim 
como o estão as palavras desta frase: "A 
ausência de rúbrica nos documentos é mais um 
deslise para o qual ela tem o intuíto de 
reinvindicar tratamento de excessão". 
(E) em a vergonha pressupõe um controle 
interno: quem sente vergonha julga a si 
próprio, os dois-pontos introduzem 
consequência. 
 
16. Atente para as afirmações, abaixo, sobre o 
texto: 
 
I. Com a substituição de que por "se" em Não é 
preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para 
saber que a prática foi uma das maiores 
vergonhas da humanidade, atribui-se caráter 
hipotético ao que se diz em seguida. 
II. Sem prejuízo para a correção, pode-se isolar 
com vírgulas o título do livro A Crime So 
Monstrous em “Seu título era A Crime So 
Monstrous...”, como ocorre com o título do 
filme 12 Anos de Escravidão em “O filme de 
Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode 
relembrar ao mundo algumas vergonhas 
passadas”. 
III. O travessão empregado em A escravidão 
que denunciava com dureza era a velha 
escravidão clássica − a exploração braçal e 
brutal de milhares ou milhões de seres 
humanos trabalhando em plantações ou 
pedreiras ao som do chicote introduz uma 
explicação, função semelhante à dos dois-
pontos empregados no último parágrafo (“... 
confesso que espero pelo dia em que Hollywood 
também irá filmar as vergonhas presentes: as 
vidas anônimas dos infelizes da Mauritânia ou 
do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, 
não têm final feliz”). 
 
Está correto o que consta APENAS em 
 
(A) I e III. 
(B) I. 
(C) I e II. 
(D) II. 
(E) II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Texto II 
 
Eduardo Coutinho, artista generoso 
 
Uma das coisas mais bonitas e 
importantes da arte do cineasta Eduardo 
Coutinho, mestre dos documentários, morto em 
2014, está em sua recusa aos paradigmas que 
atropelam nossa visão de mundo. Em vez de 
contemplar a distância grupos, classes ou 
segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa, 
surpreendendo-a, surpreendendo-se, 
surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada 
expressões coletivistas como “os moradores do 
Edifício”, os “peões de fábrica”, “os sertanejos 
nordestinos”: os famigerados “tipos sociais”, 
usualmente enquadrados por chavões, dão lugar 
ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem 
ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia 
desse operário que está falando, de repercutir as 
palavras e os silêncios do morador de um 
povoado da Paraíba. 
Essa dimensão ética de discernimento e 
respeito pela condição singular do outro deveria 
ser o primeiro passo de toda política. Nem 
paternalismo, nem admiração prévia, nem 
sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo 
ver e ouvir, para conhecer a história de cada um 
como um processo sensível e inacabado, não 
para ajustar ou comprovar conceitos. Sua 
obsessão pela cena da vida é similar à que tem 
pela arte, o que torna quase impossível, para ele,distinguir uma da outra, opor personagem a 
pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. 
Fazendo dessa obsessão um eixo de sua 
trajetória, Coutinho viveu como um 
homem/artista crítico para quem já existe arte 
encarnada no corpo e suspensa no espírito do 
outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, 
apresenta-se, mostra-se, mostra-o, mostra-nos. 
 
(Armindo Post, inédito) 
 
17. Ao se referir à recusa aos paradigmas que 
atropelam nossa visão de mundo, identificando-a 
como uma característica da arte de Eduardo 
Coutinho, o autor do texto enaltece a capacidade 
que tem esse cineasta de 
 
(A) reproduzir os lugares-comuns e as fórmulas 
conhecidas, aderindo aos valores socialmente 
aceitos e dados por nós como irrefutáveis. 
(B) rejeitar as perspectivas estereotipadas que, 
de forma intempestiva, condicionam nosso modo 
de enxergar as coisas. 
(C) desviar-nos da tentação de embaralhar a 
compreensão que temos da vida, quando ele 
simplifica e enrijece os valores pelos quais 
devemos nos guiar. 
(D) dissipar os valores éticos, substituindo-os por 
critérios pessoais capazes de nos tornar mais 
determinados em nossas iniciativas. 
(E) evitar decididamente os parâmetros 
estranhos aos códigos sociais já firmados, para 
que não nos enganemos na apreciação das 
coisas. 
 
18. Atente para as seguintes afirmações sobre 
Eduardo Coutinho e sua arte: 
 
I. As expressões coletivistas referidas e 
exemplificadas no primeiro parágrafo são 
aquelas que ajudam o cineasta a reconhecer a 
contribuição original de cada cidadão no 
exercício de sua função social. 
II. Deve-se entender que, em seus 
documentários, o cineasta valoriza sobretudo a 
singularidade das pessoas retratadas, em vez 
de tomá-las como tipos sociais já identificados 
e rotulados. 
III. O foco de atenção que o cineasta faz incidir 
sobre as pessoas que retrata é tão intenso e 
bem trabalhado que elas surgem como 
personagens que se revelam para nós em toda 
a sua verdade. Está correto o que se afirma em 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) III, apenas. 
 
19. As normas de concordância verbal estão 
plenamente observadas na seguinte frase: 
 
(A) Aos que vivem de apregoar certezas, diga-
se que faria melhor duvidarem um pouco, pois 
a dúvida nunca faz mal ao rigor com que se 
ordena as ideias. 
(B) Fazem-se notar nos jornais e revistas de 
hoje a convicção com que se manifestam as 
pessoas a propósito de tudo, como se jamais 
lhes faltassem competência para julgar o que 
quer que sejam. 
(C) Tomam-se como presunção de 
incompetência as qualidades de quem hesita e 
reflete antes de agir, preferindo assim a dúvida 
à precipitação, a cautela ao açodamento. 
(D) Sempre haverá aqueles que prefiram 
relativizar suas análises, evitando assim, com a 
dúvida, que se emprestem aos preconceitos o 
peso que eles jamais poderiam ter. 
(E) Não se confunda com a dúvida saudável e 
metódica as indecisões permanentes de quem 
jamais se habilitam a percorrer o caminho que 
leva às decisões finais. 
 
20. Está plenamente adequado o emprego de 
ambas as expressões sublinhadas na frase: 
 
(A) Há vocábulos estrangeiros em cujo 
emprego se faz desnecessário, uma vez que 
nossa língua conta com termos de que o 
sentido traduz plenamente o daqueles. 
(B) O abuso no emprego de estrangeirismos, ao 
qual o autor se bate, é um mal em cujo 
reconhecimento pouca gente é capaz. 
(C) Nossas exportações de café, às quais tanto 
devemos, levaram a outros países um hábito cujo 
cultivo tornou-se parte de nossa identidade. 
(D) Um hábito ridículo, do qual muita gente se 
curva, está no emprego abusivo de palavras 
estrangeiras, nas quais se atribui um prestígio 
maior. 
(E) Há expressões estrangeiras, como “shopping 
center”, onde o uso se justifica plenamente, uma 
vez que nomeiam realidades em que o 
estabelecimento se deu em outros países. 
 
21. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. Na frase Uma vez eu e o moleque Ricardo 
chegamos na beira do rio e não havia ninguém, 
pode-se substituir "na" por "à", mantendo-se a 
correção e, em linhas gerais, o sentido da frase. 
II. Em ... enquanto os canoeiros remavam a toda 
a força..., pode-se acrescentar crase em "à toda 
a força", sem prejuízo para a correção da frase. 
III. No segmento As minhas tias desciam para a 
água fria do Paraíba..., pode-se substituir "para 
a" por "à", sem prejuízo para a correção e, em 
linhas gerais, o sentido da frase. 
 
Está correto o que se afirma APENAS em 
 
(A) I. 
(B) II e III. 
(C) III. 
(D) I e II. 
(E) I e III. 
 
Texto para a questão 22. 
 
(...) 
Mas também se produzem modos de 
apropriação dos lugares. A indústria do turismo 
produz um modo de estar em Nova York, Paris, 
Roma, Buenos Aires... É evidente que não se 
pode dizer que essas cidades sejam simulacros, 
pois é claro que não o são; entretanto, o 
pacote turístico ignora a identidade do lugar, sua 
história e modo de vida, banalizando-os. 
(...) 
Essa rapidez impede que os olhos 
desfrutem da paisagem. Passa-se em segundos 
por séculos de civilização, faz-se tábula rasa da 
história de gerações que se inscrevem no 
tempo e no espaço. Num autêntico tour de 
force consentido, pouco espaço é destinado à 
criatividade. Por sua vez, o turista vê sufocar um 
desejo que nem se esboçou, o de experimentar. 
 
22. ... pois é claro que não o são... 
... banalizando-os. 
... que se inscrevem no tempo e no 
espaço. 
 
Os elementos sublinhados acima 
referem-se, respectivamente, a: 
 
(A) simulacros − a identidade do lugar, sua 
história e modo de vida − gerações 
(B) pacote turístico − modo de vida − tábula 
rasa 
(C) cidades − os pacotes turísticos − gerações 
(D) simulacros − os pacotes turísticos − 
história 
(E) pacote turístico − a identidade do lugar, 
sua história e modo de vida − tábula rasa 
 
23. Embora as esculturas ficassem longe do 
público, elas foram vistas por artistas que 
visitavam Picasso. 
 
Sem prejuízo da correção e do sentido, o 
elemento sublinhado acima pode ser 
substituído por: 
 
(A) Porquanto 
(B) Apesar de 
(C) Contudo 
(D) Conquanto 
(E) A despeito de 
 
24. Enxergaram-se como proprietários de suas 
esposas; elas são um de seus bens; o adultério 
as rouba. 
 
Dando nova redação à frase acima, ela se 
manterá coerente e formalmente correta em: 
 
(A) Ainda que se vejam como proprietários, os 
homens consideram que o adultério as rouba, 
tal e qual pode acontecer com um de seus 
bens. 
(B) Os homens entendem o adultério como um 
roubo, uma vez que consideram suas esposas 
um bem de que um terceiro se apropria. 
(C) Como as esposas são bens inalienáveis dos 
homens, qualifica-se como roubo aquele que as 
usurpam de seu legítimo proprietário. 
(D) Uma vez premeditado o adultério como um 
roubo, os homens passam a ver suas esposas 
como parte de seu patrimônio do qual foi 
usurpado. 
(E) Não obstante se considere que as esposas 
sejam parte de seus bens, os homens passam a 
ver como um roubo o adultério que os privam 
delas. 
 
25. Está escrito com correção e clareza o que 
se encontra em: 
 
(A) Ainda é comum, mesmo que à criatividade 
não seja estimulada, que o turista veja seu 
desejo de experimentar ser tolhido antes 
mesmo de ser esboçado. 
(B) A autora a princípio, foi instigada a escrever o 
texto em questão, a partir da sensação de que se 
é parte de um cenário, engendrado por uma 
viagem pelo Havaí. 
(C) A possibilidade de superação das alienações 
da vida cotidiana não estão dadas pelo turismo 
como indústria, pois esta não engloba uma 
perspectiva do lazer capaz disso. 
(D) Um mundo fictício de lazer, é criado pela 
indústria do turismo cujo espaço se transforma 
em cenário, no qual a realidade se modifica a 
medida que seduz e fascinao turista. 
(E) Uma vez que, da interação entre espaço e 
sociedade, resulta o que a autora chama de 
"lugar", este é, essencialmente, uma produção 
humana. 
 
GABARITO!!! 
 
1- C 
2- E 
3- B 
4- C 
5- C 
6- D 
7- B 
8- C 
9- A 
10- E 
11- B 
12- C 
13- A 
14- A 
15- B 
16- A 
17- B 
18- D 
19- C 
20- C 
21- E 
22- A 
23- D 
24- B 
25- E 
 
IMPORTANTE!!! 
 
- Darei um aulão presencial no Rio de Janeiro, dia 
28 de maio, das 9h às 18h. Caso queira se 
preparar para as bancas FCC e/ou Cesgranrio 
nesse aulão presencial e deseje mais informações 
sobre ele, mande um e-mail para 
exclusivaturma@gmail.com. 
 
- Sugiro fortemente que não deixe de fazer o 
meu curso em videoaulas de questões 
comentadas da FCC (área fiscal ou de tribunais): 
www.portuguescompestana.com.br.

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