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Aula 06 Antígeno e Anticorpo

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ANTÍGENO E ANTICORPO
Profª MSc. Érika R. G. Costa
ANTÍGENOS
Introdução
• São substâncias capazes de provocar uma 
resposta imunológica.
• Em geral, são substâncias exógenas.
• Doença Auto-imune – substâncias 
próprias ( Endógenas) são reconhecidas 
como não próprias.
Principais Conceitos
• Imunogenicidade: Capacidade que uma substância tem de induzir
e reagir com os produtos de uma resposta imunológica -
imunógeno.
• Antigenicidade: Capacidade que uma substância tem de se ligar a
um dos componentes do sistema imune – antígeno.
• Haptenos ou antígeno incompleto
- Substância incapaz de promover resposta imune isoladamente.
- Necessária sua união com outras substâncias para desencadear 
uma resposta – Carreador – Proteína
• Epítopo
- São grupos de aminoácidos
- É a parte ativa da molécula;
- Determina a resposta imunológica;
- Antígeno pode conter mais de um epítopo.
EPITOPOS ANTIGÊNICOS
Epítopo 1
Epítopo 2
Epítopo 3
ANTÍGENO
EPITOPOS ANTIGÊNICOS DO VÍRUS HIV
CLASSES DE ANTÍGENOS
 Polissacarídeos
– Antígenos ABO
 Lipídios
– Raramente imunogênicos
 Ácidos nucléicos
– Pouco imunogênicos funcionam como haptenos
 Proteínas
– Altamente imunogênicas
Fatores que influenciam a 
imunogenicidade
 Estranheza
 Tamanho Molecular
 Composição química
Determinantes 
Conformacionais
Determinantes 
Sequenciais
– Estrutura Primária
– Estrutura Secundária
– Estrutura Terciária
– Estrutura Quaternária
ESTRANHEZA
 Grau de imunogenicidade: (filogenenética)
• Ag autólogos: mesmo indivíduo (Auto-imunidade; 
auto-transplantes)
• Ag singênicos: indivíduos geneticamente idênticos
• Ag alogênicos: indivíduos geneticamente 
diferentes
• Ag xenogênicos: indivíduos de espécies diferentes
Peso molecular
• Tamanho da molécula
• < 1.000 Da - Não imunogênicas
• 1.000 e 6.000 Da - Pode ser imunogênica
• > 6.000 Da - São imunogênicas e mais 
facilmente fagocitadas
COMPLEXIDADE QUÍMICA
 Homopolímeros não são imunogênicos. 
 Heteropolímeros são mais imunogênicos.
OUTROS REQUISITOS 
PARA IMUNOGENICIDADE
 Composição genética
 Dose do antígeno
 Via de inoculação
Epitelial, subcutânea e intradérmica - Linfonodos
Endovenosa e Intraperitonial - Baço
 Adjuvantes
– Tolerância - Altas doses de Ag
- Doses repetitivas de Ag
Tipos de Antígenos
T-independentes
 Polissacárideos
 Propriedades
– Estrutura
polimérica
– Ativação Policlonal
de LB
 Resistência à 
degradação
 Exemplos
– Polissacarideo de pneumococcus, lipopolisacarideo
– Flagelos
Tipos de Antígenos
T-dependentes
 Proteínas
 Exemplos
– Proteínas
microbianas
– Proteínas não-
próprias ou
alteradas
Superantígenos
 Exemplos
– Enterotoxinas estafilocócica
– Toxina do choque tóxico estafilocócico
– Toxina estafilocócica esfoliante
– Exotoxina estreptocócica pirogênica
ANTICORPOS
IMUNOGLOBULINAS
• Estrutura do Anticorpo
• Os anticorpos podem ser clivados em fragmentos:
Fragmento Fab - onde se liga o Ag 
Fragmento Fc - parte da molécula responsável por 
funções efetoras.
• Ambas as cadeias H (Heavy) e L (Light) são divididas em 
regiões:
V (Variáveis) – determina a especificidade;
C (Constantes) - determina a função efetora do 
anticorpo; 
• Na espécie humana reconhecem-se 5 classes química e 
fisicamente distintas de anticorpos : 
IgG,IgA,IgM,IgD e IgE
Introdução
Estrutura do anticorpo
Estrutura da IgG
É a Ig mais abundante no sangue (80%), em 
particular na resposta secundária a um antígeno e é 
constituía por 2 cadeias leves e 2 cadeias pesadas
Divide-se em 4 classes:IgG1,IgG2,IgG3 e IgG4 com 
sequências de aminoácidos e actividades funcionais 
ligeiramente diferentes 
A IgG1, IgG3 e a IgG4 são capazes 
de atravessar a placenta e providenciar 
ao feto alguma imunidade humoral
A IgG3 é a mais eficiente ativadora de 
Complemento
Estrutura da IgA
As IgA estão presentes no soro com quatro cadeias 
polipeptídicas;
É a imunoglobulina presente em maior quantidade (10-
15%) nas secreções externas como leite, saliva e 
lágrimas onde existe na forma de dímero.
IgA constitui a primeira linha de defesa contra 
microorganismos invasores das superfícies mucosas
Estrutura da IgM
A IgM constitui cerca de 5-10% do soro total e é o 
primeiro anticorpo expresso na superfície da célula B;
No sangue a IgM é composta por cinco cadeias 
polipeptídicas, mas quando à superfície da célula B é 
expressa com 4 cadeias polipeptídicas.
Devido ao seu tamanho encontra-se 
primariamente nos espaços intravasculares.
É o 1º anticorpo a ser produzido na 
resposta imune primária e também o 
Primeiro a ser produzido pelo 
recém-nascido
É capaz de ativar, quando na sua 
forma de pentâmero o Complemento
Estrutura da IgD
É uma imunoglobulina presente em baixas 
concentrações em circulação ( 0,3mg/ml), cuja 
função primária é o de receptor Ag de superfície nos 
linfócitos B.
Células B maturas podem exprimir IgM e IgD ao 
mesmo tempo sendo estes específicos para o mesmo 
antígeno;
Não possui funções biológicas conhecidas
Estrutura da IgE
A IgE está presente em muito baixas concentrações no 
soro (ng/ml), mas tem um papel significante no início da 
resposta inflamatória aguda, na protecção contra 
parasitas e nas reações alérgicas.
A IgE medeia reacções de hipersensibilidade como a 
asma e a “febre do feno” e reações anafiláticas
As alergias estão associadas 
com a produção de IgE: 
após estímulo Ag as células plasmáticas 
produzem IgE a qual se liga a receptores
específicos nos mastócitos e basófilos 
induzindo a liberação de agentes ativos, 
ex:histamina
Funções dos anticorpos
• Anticorpo de Membrana como receptor de 
linfócito B
Linfócitos B maduros expressam IgG e IgM na 
superfície. 
O encontro do antígeno com esses receptores 
desencadeia uma reação dentro de linfócito, 
ativando proteínas citoplasmáticas que ativam a 
resposta imune, multiplicação e diferenciação 
em plasmócitos para produzir mais anticorpos. 
• Neutralização do antígeno pelo anticorpo 
secretado. 
Toxinas bacterianas, drogas, agentes virais e
outros parasitas, iniciam a lesão celular pela
ligação a receptores específicos da superfície
celular.
Os anticorpos podem impedir esta interação,
neutralizando o processo tóxico ou infeccioso.
• Opsonização
Os anticorpos envolvem a bactéria ou vírus em 
questão, e se ligam a receptores de fração FC dos 
macrófagos. 
Isso melhora a eficiência da fagocitose. 
O macrófago fagocita bem mais rápido se o antígeno 
estiver envolvido por anticorpos. 
• Ativação do complemento por IgG ou IgM
A ativação da cascata pela via clássica é inicia pela 
ligação do componente C1q do complemento com a 
região CH2 ( na região FC) do anticorpo. 
• Citotoxidade mediada por células dependente de
anticorpos IgG, IgE e IgA - ADCC
Neutrófilos, eosinófilos, SMF, linfócitos NK
O linfócito NK (natural killer) mata logo que encontra uma
célula revestida por IgG, reconhecendo-a na hora.
O receptor de FCIII no Linf.NK ao se ligar a IgG começa a
liberar o Fator de Necrose Tumoral (TNF) e o interferon-.
Já os eosinófilos atacam vermes helmintos e
outros parasitas revestidos por IgE, sendo que os
neutrófilos não reconhecem.
A IgE vai promover identificação e ativação dos
eosinófilos, que vão liberar a proteína básica
principal, que vai matar o parasita
Funções dos Anticorpos
Implicações Clínicas 
• IgG
O nível de IgG estará aumentado em:
 Infecções granulomatosas crônicas ( ex. 
tuberculose, sífilis, paracoccidioidomicose...); 
 Infecções em geral; 
 Hiperimunização; 
 Doençahepática; 
 Desnutrição severa; 
 Disproteinemia; 
 Doenças associadas com desordens dermatológicas 
ou granulomas de hipersensibilidade; 
 Artrite Reumatóide
• IgG
O nível de IgG estará diminuído em:
Agamaglobulinemia
Aplasia linfóide
Deficiência de IgA ou seletiva de IgG
Mieloma IgA
Proteinemia de Bence Jones 
Leucemia Linfoblástica Crônica
• IgM
O nível de IgM estará aumentado (adultos) em:
Macroglobulinemia de Waldenström; 
Tripanosomíase - fase aguda 
Actinomicose - fase aguda 
Doença de Carrión (bartonelose) 
Malária 
Mononucleose Infecciosa 
Lupus Eritematoso
Artrite Reumatóide
Desgamaglobulinemias
Obs. No recém-nascido, um nível de IgM acima de 20 ng /dl é 
uma indicação de estimulação do sistema imune in utero
pelo vírus de rubéola, o citomegalovirus, sífilis, ou 
toxoplasmose. 
• IgM
O nível de IgM estará diminuído em: 
Agamaglobulinemia; 
Distúrbios linfoproliferativos(certos casos); 
Aplasia linfóide; 
Mieloma de IgG ou IgA; 
Disgamaglobulinemia; 
Leucemia Linfoblástica Crônica; 
• IgA
O nível de IgA estará aumentado em:
Síndrome de Wiskott-Aldrich
Cirrose (a maioria dos casos)
Certas fases das doenças do colágeno e auto-
imunes como artrite reumática e LES
Infecções Crônicas não baseada em deficiências
imunológicas
Mieloma de IgA
IgA
O nível de IgA estará diminuído em:
Telangiectasia ataxia hereditária 
Deficiência Imunológica (por exemplo, 
disgamaglobulinemia, agamaglobulinemia congênita 
e adquirida, e hipogamaglobulinemia) 
Síndromes de Mal absorção 
Aplasia Linfóide
Mieloma de IgG
Leucemia Linfoblástica Aguda e Crônica 
• IgE
O nível de IgE estará aumentado em:
Atopias de pele, como eczemas; 
Febre de Feno 
Asma 
Choque Anafilático
Mieloma de IgE
• IgE
O nível de IgE estará diminuído em:
Agamaglobulinemia Congênita 
Hipogamaglobulinemia devido a metabolismo 
defeituoso ou síntese de imunoglobulinas 
• IgD
O nível de IgD estará aumentado em:
Infecções Crônicas 
Mielomas de IgD

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