Buscar

CASOS CONCRETOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

P á g i n a | 1 
 
1 
ELABORADO PELO ALUNO PETER 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
ÍNDICE 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ............................................................... 2 
PRINCÍPIOS GERAIS E ESPECÍFICOS DO PROCESSO DO TRABALHO ............................. 2 
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (CCP) ...................................................... 6 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ........................................................ 8 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ................................................... 8 
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO ................................................. 12 
VARAS DO TRABALHO ..................................................................... 13 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO ......................................................... 15 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA ............... 15 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA FUNÇÃO ................................................ 19 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR .................................................. 20 
ATOS PROCESSUAIS ...................................................................................... 21 
PARTES E PROCURADORES ............................................................................. 30 
PROCEDIMENTOS ........................................................................................ 34 
AUDIÊNCIA TRABALHISTA .............................................................................. 35 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ........................................................................... 44 
RECURSOS TRABALHISTAS .............................................................................. 47 
RECURSO ORDINÁRIO ...................................................................... 49 
RECURSO DE REVISTA ...................................................................... 50 
AGRAVO DE INSTRUMENTO .............................................................. 51 
AGRAVO DE PETIÇÃO....................................................................... 51 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ............................................................. 52 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ............................................................. 53 
EMBARGOS INFRINGENTES ............................................................... 53 
RECURSO ADESIVO ......................................................................... 53 
PEDIDO DE REVISÃO ........................................................................ 54 
AGRAVO REGIMENTAL ..................................................................... 54 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO .............................................................. 54 
RECLAMAÇÃO CORRECIONAL ............................................................. 54 
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA ............................................................................ 55 
DA EXECUÇÃO ............................................................................................ 57 
DA EXECUÇÃO (CONTINUAÇÃO) ..................................................................... 62 
DA EXECUÇÃO (CONTINUAÇÃO) ..................................................................... 66 
 
P á g i n a | 2 
 
2 
 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
Professora: Carla Goes 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
É o conjunto de regras e princípios que regulam a atividade jurisdicional do Estado na solução dos conflitos 
trabalhistas individuais e coletivos. 
Ainda que prevista constitucionalmente nas Cartas de 1934 (art. 122) e 1937 (art. 139), vinculada ao Poder 
Executivo, a Justiça do Trabalho foi efetivamente organizada pela Consolidação das Leis do Trabalho, em 1943, 
e reconhecida como integrante do Poder Judiciário pela Constituição Federal de 1946. 
A partir de sua implantação, a Justiça do Trabalho no Brasil se inspirou no sistema paritário da Itália fascista, 
exigindo a representação do Estado (juízes togados), da classe empresarial e da classe trabalhadora (juízes 
classistas) na solução dos conflitos trabalhistas, o que perdurou até a edição da Emenda Constitucional n. 24, em 
1999, que extinguiu as Juntas de Conciliação e Julgamento (e a representação classista) e criou as Varas do 
Trabalho, com juízo singular (CF, art. 116). 
Embora nenhuma lesão ou ameaça a direito possa ser excluída da apreciação do Poder Judiciário (CF, art. 5º, 
XXXV), desde que nenhum direito trabalhista seja objeto de renúncia (direta ou indireta — transação lesiva), os 
conflitos individuais trabalhistas poderão ser pacificados sem o uso da jurisdição, o que se fará mediante 
autocomposição (solução da controvérsia sem intervenção de terceiros — autonomia privada), mediação 
(terceiro oferecendo proposta de paz aos envolvidos) ou conciliação (por intermédio de uma comissão de 
conciliação prévia, a ser estudada a seguir). 
A arbitragem (atribuir a terceira pessoa ou órgão a decisão da controvérsia) será apenas reconhecida na solução 
dos conflitos coletivos de trabalho, em razão da subserviência natural do trabalhador (que necessita extrair o 
sustento familiar vendendo a energia de seu trabalho e concorrendo com a oferta de outros trabalhadores) ao 
empregador, favorecendo a imposição de determinado árbitro, malgrado a existência de compromisso arbitral 
(pacto no qual as partes submetem o litígio existente à arbitragem, escolhendo de comum acordo o julgador). 
 
PRINCÍPIOS GERAIS E ESPECÍFICOS DO PROCESSO DO TRABALHO 
Princípios constitucionais 
a) princípio da igualdade ou isonomia (art. 5º, caput): todos são iguais perante a lei. É a obrigação de que as 
partes tenham iguais oportunidades e igual tratamento no processo, considerando-se as suas desigualdades. 
Segundo o clássico conceito de Celso Antônio Bandeira de Mello, os iguais devem ser tratados de forma igual e os 
desiguais, desigual, na medida de sua desigualdade. Busca-se, assim, a igualdade material/substancial, e não 
apenas a formal. É com tal fundamento, por exemplo, que a Fazenda Pública tem prazo quádruplo para contestar 
e em dobro para recorrer (art. 188 do CPC e art. 1º do Decreto-Lei nº 779/69), ou o reclamante tem isenção de 
custas e despesas processuais. O princípio, que busca a igualdade verdadeira entre as partes do processo, 
também é chamado de princípio da paridade de armas, que se efetiva por meio da aplicação de técnicas, como a 
inversão do ônus da prova; 
b) princípio do contraditório (art. 5º, LV ): as partes devem ter a oportunidade de se manifestar sobre todas as 
provas produzidas nos autos, bem como das manifestações da parte ex adversa. Como a 
Constituição não fala em contraditório prévio, admite-se o contraditório diferido, como nas liminares inaudita 
altera pars; 
c) princípio da ampla defesa (art. 5º, LV ): assim como o princípio do contraditório, ele é bilateral, garantindo-se 
às partes a possibilidade de defesa ampla, seja por meio de petição inicial, contestação, recurso ou produção de 
provas. Recorde-se que cada parte defende em juízo o direito que defende ter; 
d) princípio da imparcialidade do juiz: o juiz deve ser imparcial, porém não necessariamente neutro, uma vez que 
a sua visão de mundo e as experiências de vida acabam por interferir em sua decisão. Está previsto no art. 10 da 
Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948). Para tanto, os juízes têm garantia de vitaliciedade, 
inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio; 
e) princípio da motivação das decisões (art. 93, IX): todas as decisões devem ser fundamentadas, sob pena de 
nulidade. É decorrente do princípio da imparcialidade; 
f) princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV): o princípio tem a sua vertente formal, que é a obrigatoriedade 
de observâncias das normas processuais previstas em lei, bem como a material/substancial, que é a garantia de 
um processo justo. Ele advém do princípio da segurança jurídica e dele decorremdiversos outros princípios. 
P á g i n a | 3 
 
3 
Mesmo na ausência de um Código de Processo Coletivo, pode-se dizer que a tutela processual coletiva é regulada 
por leis esparsas, como a Lei da Ação Civil Pública e o microssistema do CDC, disposições estas que devem ser 
respeitadas, sob pena de violação ao princípio em comento; 
 
 Como esse assunto foi cobrado em concurso? 
Na prova dissertativa do concurso para Juiz do Trabalho/TRT da 3ª Região/2008, a 6ª questão era: É hoje 
possível, no Brasil, falar-se de um devido processo legal coletivo? Em caso afirmativo, como ele repercute nas 
questões da identificação das ações, da distribuição dos ônus da sucumbência, das condições da ação e da carga 
eficacial da coisa julgada, inclusive em relação a terceiros? 
 
g) princípio do juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII): ao tempo da demanda, a lei já deve atribuir a um órgão do 
Poder Judiciário, a jurisdição e a competência para resolver aquele conflito, não sendo admitido nenhum tribunal 
de exceção; 
h) princípio do promotor natural (art. 5º, XXXV e LIII, 127 e 129, I): traz a mesma ideia do anterior, porém 
aplicado ao membro do Ministério Público. Não é, entretanto, reconhecido pelo STF (HC nº 90277-DF); 
i) princípio do duplo grau de jurisdição: princípio implícito na Constituição, que decorre do devido processo legal 
em sentido substancial, bem como da organização do Poder Judiciário em tribunais (artigos 102 e 105). Ele 
garante a dupla análise da matéria fática, tanto que os recursos aos tribunais superiores não são considerados 
como manifestação de um 3º grau de jurisdição. Como não está garantido expressamente, é possível a existência 
de instância única, o que também é admitido pela própria CF (art. 102, I, b). Como exemplo, temos o dissídio de 
alçada, previsto no art. 2º, §§ 3º e 4º, da Lei nº 5.584/70; 
j) princípio da inafastabilidade/indeclinabilidade da jurisdição, acesso à justiça ou ubiquidade (art. 5º, XXXV): 
aplica-se ao processo individual ou coletivo. É o princípio que justifica o non liquet, pelo qual o juiz não pode se 
eximir de julgar uma determinada ação. Bezerra Leite pondera que o direito processual do trabalho conta com os 
seguintes sistemas de jurisdição trabalhista: sistema de acesso individual (dissídios individuais e plúrimos), 
sistema de acesso coletivo (dissídios coletivos) e sistema de acesso metaindividual (ação civil pública). Nesse 
sentido, não é necessário o esgotamento da fase administrativa para o ajuizamento de ação, tanto que o STF 
deferiu liminares nas ADI 2139 e 2160 para dar interpretação conforme ao art. 625-D da CLT, permitindo que as 
ações trabalhistas tenham prosseguimento sem a submissão anterior à Comissão de Conciliação Prévia; 
k) princípio da razoabilidade da duração do processo (art. 5º, LXXVIII): assegura-se a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Isso não significa que o processo deve ser 
célere a qualquer custo, mas sim que os atos processuais devem ser praticados em tempo condizente com o 
estritamente necessário, sem morosidade. Parte da doutrina defende, inclusive, que a demora do Poder Judiciário 
poderia ensejar indenização por parte do Estado; 
l) princípio da cooperação ou colaboração (Fredie Didier Júnior): o Poder Judiciário deve ser agente-colaborador 
no processo, deixando de lado uma mera função de fiscalizar o cumprimento de regras, para fiscalizar ativamente 
a participação das partes. O juiz teria, assim, o dever de esclarecer as dúvidas das partes, de consultá-las quando 
precisar de esclarecimentos e de prevenir os conflitos. 
m) princípio do ativismo judicial: para poder garantir os direitos fundamentais, o juiz deve manter uma postura 
mais ativista no processo. 
Atualmente, o ativismo é mais acentuado na fase probatória, principalmente no processo trabalhista, em que se 
busca a verdade real; 
n) princípio da proibição da prova ilícita (art. 5º, LVI ): não são permitidas no processo as provas obtidas por 
meios ilícitos. A prova ilegal é o gênero que tem a prova ilícita e a ilegítima como espécies. A primeira é a prova 
que é obtida com violação a regras de direito material (ex: mediante tortura), enquanto a segunda é a obtida por 
meio de violação à lei processual (ex: decreto não fundamentado de quebra de sigilo fiscal). 
Em alguns casos de matéria criminal, quando estão em jogo valores constitucionalmente garantidos, o Supremo 
Tribunal Federal tem entendido que a proibição do uso da prova ilicitamente produzida deve ceder espaço ao 
princípio da razoabilidade (cedência recíproca em caso de colisão de princípios). 
A Excelsa Corte também entende que quando uma conversa é gravada por um dos interlocutores, a prova não é 
considerada ilícita, pois não houve interceptação. 
 
Princípios infraconstitucionais comuns 
a) princípio da inércia da jurisdição, dispositivo ou da demanda (art. 2º do CPC): aquele que se sente lesado ou 
ameaçado é quem deve procurar o Poder Judiciário para exercer a sua pretensão. Assim como no processo civil, o 
processo trabalhista apresenta exceções a tal princípio, como nos casos de reclamações instauradas de ofício 
pela SRTE (art. 39 da CLT) e na execução processada de ofício pelo juiz (art. 878 da CLT). Há divergência quanto à 
instauração de instância no dissídio coletivo promovida pelo Presidente do Tribunal 
P á g i n a | 4 
 
4 
(art. 856 da CLT), em razão da necessidade de comum acordo prevista no art. 114, §2º, da CF (Renato Saraiva 
entende que apenas o MP e os sindicatos têm tal legitimidade); 
b) princípio inquisitivo ou impulso oficial (art. 130 do CPC e 765 da CLT): apesar de o ajuizamento da ação 
competir à parte, cabe ao juiz dar andamento ao processo, com o uso de seus poderes, inclusive instrutórios (a 
exemplo do art. 852-D da CLT). Renato Saraiva fundamenta em tal princípio a possibilidade de o juiz formar 
litisconsórcio ou fazer o chamamento à lide no caso de solidariedade, sucessão de empregadores ou 
responsabilidade do empreiteiro principal em subempreitadas; 
c) princípio da instrumentalidade (art. 154 e 244 do CPC): o processo deve ser um meio para se garantir a 
aplicação do direito material. 
Dessa forma, se a lei prever determinada forma para um ato processual, sem cominação de nulidade, reputa-se 
válido aquele que for praticado em desacordo com a legislação, desde que tenha atingido a sua finalidade; 
d) princípio da impugnação especificada (art. 302 do CPC): no processo do trabalho, também vige o princípio de 
que a parte reclamada deve impugnar especificadamente todos os pontos da petição inicial, não se admitindo a 
defesa por negativa geral, sob pena de tais fatos se tornarem incontroversos; 
e) princípio da estabilidade da lide (artigos 41 e 294 do CPC): no âmbito do processo do trabalho, em que a 
apresentação de defesa é feita em audiência e não existe o saneamento do processo, a doutrina propõe uma 
devida adaptação ao princípio. Assim, a alteração do pedido ou da causa de pedir sem a concordância do réu só 
será possível até o momento de apresentação de defesa em audiência, uma vez que, no processo civil, o marco 
da citação existe porque é a partir dali que a defesa é apresentada diretamente no 
Cartório. Da mesma forma, o aditamento da inicial não seria mais possível, nem mesmo com a concordância da 
parte, a partir do início da instrução processual; 
f) princípio da eventualidade (art. 300 do CPC): na defesa, o réu deve alegar todas as suas razões, ainda que de 
maneira sucessiva, o que é decorrência lógica do princípio da impugnação especificada; 
g) princípio da preclusão (artigos 245 e 473 do CPC e 795 da CLT ): o processo deve ter sua marcha para frente, 
não podendo haver retrocesso aos atos processuais já consumados. No processo do trabalho, a irresignação 
quanto a uma decisão interlocutória deve ser feita por meio de protesto nos autos, a fim de se evitar a preclusão.Divide-se em preclusão consumativa, temporal, lógica, ordinatório, máxima (coisa julgada) e pro judicato; 
h) princípio da economia processual: a atividade jurisdicional deve ser prestada com o menor custo possível, 
garantindo-se a máxima efetividade com o mínimo esforço; 
i) princípio da perpetuatio jurisdictionis (art. 87 do CPC): a competência fixada nos curso da demanda não mais 
se modifica, exceto pela supressão do órgão judiciário e alteração de competência absoluta. 
Vale para o juízo, e não para o juiz; 
j) princípio do ônus da prova (art. 333 do CPC e 818 da CLT ): quanto ao ponto, a CLT prevê simplesmente que a 
prova das alegações incumbe à parte que as fizer. Parte da doutrina defende que ali se consagrou o princípio da 
carga dinâmica das provas, pelo qual o juiz deve analisar, no caso concreto, quem tem o ônus de comprovar 
cada fato. Entretanto, é majoritária a corrente pela aplicação do art. 333 do CPC. Há, ainda, corrente que mitiga a 
aplicação do dispositivo por meio da inversão do ônus da prova, por analogia ao art. 6º, VIII, do CDC. Para Bezerra 
Leite, a inversão do ônus da prova estaria consagrada no art. 852-D da CLT, quanto ao rito sumaríssimo; 
k) princípio da oralidade: os atos processuais devem ser realizados de forma verbal, na própria audiência. É de se 
perceber que o princípio tem vasta aplicação na seara trabalhista, como na leitura da inicial e apresentação de 
defesa oral (art. 847 da CLT) e de razões finais orais (art. 850 da CLT). A doutrina propõe que ele se subdivide nos 
princípios da identidade física do juiz, da imediatidade, da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, da 
concentração e da prevalência da palavra oral sobre a escrita; 
l) princípio da imediatidade ou da imediação (artigos 342, 440 e 446, II, do CPC e art. 820 da CLT ): a prova deve 
ser produzida perante o juiz, que buscará os elementos necessários para formar o seu livre convencimento 
motivado; 
m) princípio da identidade física do juiz (art. 132 do CPC): como decorrência da imediatidade, o juiz que produziu 
a prova oral é o que deve julgar o processo, principalmente porque ele está mais apto para tal. O juiz que presidiu 
a audiência teve percepções que nem sempre podem ser registradas em ata, pelo que é importante que ele seja o 
julgador do processo. 
As Súmulas 136 do TST e 222 do STF dispõem sobre a não aplicação do princípio ao processo trabalhista. 
Entretanto, tal entendimento é da época em que havia as Juntas de Conciliação e Julgamento, compostas por 3 
juízes, com grande rotatividade entre os classistas. Francisco Antônio de Oliveira sustenta, inclusive, que o 
princípio passou a viger no processo trabalhista a partir da extinção da representação classista. 
Atualmente, o princípio vem sendo previsto em diversos regimentos internos, vinculando o julgamento ao 
magistrado que presidiu a instrução probatória; 
n) princípio da concentração: os atos processuais devem ser praticados de forma concentrada, preferencialmente 
em uma única audiência. 
P á g i n a | 5 
 
5 
Dessa forma, o juiz só deve adiar a audiência em hipóteses excepcionais, como nas do art. 825, parágrafo único, 
849 e 852-C da CLT; 
o) princípio da lealdade processual ou da probidade (artigos 16 a 18 do CPC): decorre da necessidade de se ter 
uma conduta moral e ética dentro do processo, com o objetivo de efetivamente trazer a justa composição da lide. 
É o desrespeito a tal princípio que acarreta, por exemplo, a aplicação de multas por litigância de má-fé. 
 
Princípios específicos do processo do trabalho. 
Parte da doutrina defende que o processo do trabalho não conta com princípio próprios, mas apenas com os 
mesmos princípios do direito processual civil, sendo alguns deles apenas enfatizados. Entretanto, é majoritário o 
entendimento em sentido contrário, o que se verifica pelos seguintes princípios não existentes no processo 
comum. Não há negar, entretanto, que alguns deles também têm sua manifestação no processo civil comum 
a) princípio da proteção: por se tratar de um ramo do direito que objetiva proteger o trabalhador hipossuficiente, 
o princípio da proteção também tem a sua vertente no processo do trabalho, pois o desequilíbrio entre as partes 
também se revela no campo processual. 
Há corrente no sentido de que é apenas o princípio da igualdade concretizado no processo do trabalho. 
Exemplo: 1) a ausência do empregado na audiência inicial implica apenas o arquivamento do feito, permitindo-se 
o ajuizamento de nova ação, enquanto a ausência do reclamado implica o reconhecimento de sua revelia e os 
efeitos da confissão ficta (art.. 844 da CLT); 2) predomina o entendimento de que o benefício da justiça gratuita 
atinge apenas os empregados, e não os empregadores; 3) impulso oficial nas execuções (art. 878 da CLT); 4) 
obrigatoriedade de depósito recursal apenas para o reclamado (art. 899, §1º, da CLT); 5) para facilitar a prova, a 
ação deve ser ajuizada no local da prestação de serviços (art. 651 da CLT). 
b) princípio da finalidade social (Humberto Theodoro Júnior): o processo trabalhista tem sua finalidade social, de 
proteção ao hipossuficiente. 
Se o princípio da proteção conta com disposições legais, o princípio da finalidade social permite que o juiz atue de 
forma proteger o hipossuficiente, na ausência de disposição legal específica. 
Trata-se da aplicação do art. 5º da LINDB; 
c) princípio da busca da verdade real: é a vertente processual do princípio da primazia da realidade. No 
processo trabalhista, o juiz deve perquirir o que efetivamente ocorreu na relação trabalhista, em detrimento 
apenas das provas documentais constantes nos autos. Para tal, o juiz tem amplo poder instrutório e liberdade na 
direção do processo (art. 765 da CLT); 
d) princípio da conciliação (art. 764, § 1º, da CLT): o processo trabalhista é calcado na conciliação entre as partes, 
tanto que a tentativa de acordo é obrigatória antes da apresentação da defesa (art. 831 da CLT) e após as razões 
finais (art. 850 da CLT). É certo que a Justiça Comum também vem primando pela conciliação, mas é no processo 
do trabalho que ele é consagrado com maior ênfase. A homologação pelo juiz não é obrigatória, pois ele pode se 
negar quando verificar fraude ou prejuízo ao trabalhador; 
e) princípio da indisponibilidade: o processo do trabalho tem por finalidade o cumprimento dos direitos 
trabalhistas indisponíveis; 
f) princípio da normatização coletiva, jurisdição normativa ou nomogênese derivada (Giglio): a Justiça do 
Trabalho exerce o Poder Normativo, pelo qual substitui as partes na resolução de um conflito coletivo de 
natureza econômica. É feito por uma ação chamada dissídio coletivo. Na prática, pode-se estabelecer normas e 
condições de trabalho. 
g) princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias 
(art. 893, § 1º, da CLT): as decisões interlocutórias não estão sujeitas a recurso de imediato, mas apenas quando 
da decisão final. Isso significa que o processo do trabalho não conta com o recurso de agravo, tal qual no processo 
civil. O mérito da decisão interlocutória será apreciado apenas no recurso ordinário e, segundo a jurisprudência, 
desde que a parte tenha protestado contra a decisão no momento oportuno. As exceções ao princípio estão 
previstas na Súmula 214 do TST. O princípio decorre do princípio da oralidade, pois se evita que a audiência seja 
interrompida e possibilita a solução mais rápida do processo; 
h) princípio do jus postulandi (art. 791 da CLT ): colocados por Giglio e Saraiva. Conquanto também exista 
excepcionalmente no processo comum, na Justiça do Trabalho as partes podem acompanhar as suas reclamações 
em 1ª e 2ª instâncias sem a necessidade de advogado. 
Isso independe do valor da causa. Não se aplica, entretanto, às ações rescisórias, cautelares, mandados de 
segurança e recurso de competência do TST (Súmula 425 do TST). Há corrente que defende a não recepção do 
dispositivo,uma vez que o art. 133 da CF/88 prevê que a advocacia é indispensável à administração da justiça, o 
que não prevalece na doutrina e jurisprudência; 
i) princípio da extrapetição: o juiz pode condenar a reclamada em pedidos não contidos na petição inicial, nos 
casos previstos em lei. 
P á g i n a | 6 
 
6 
Exemplo: artigos 137, §2º, 467, 496 da CLT e Súmula 211 do TST. Segundo Schiavi, o fundamento estaria nos 
princípios da celeridade, informalidade e simplicidade do processo do trabalho; 
j) princípio da despersonalização do empregador (Giglio e Bezerra Leite): o processo do trabalho aplica a teoria 
menor da desconsideração da personalidade jurídica, com fundamento no art. 28 do CDC; 
k) princípio da simplificação procedimental (Giglio): ele se manifesta de diversas formas, como a outorga do jus 
postulandi, comunicação postal dos atos às partes, nomeação de perito único e ausência de fase de avaliação dos 
bens. 
Cléber Lúcio de Almeida elenca os seguintes princípios como típicos do processo do trabalho: a) princípio da 
unidade essencial entre o direito processual do trabalho e o direito do trabalho (por serem eles humanizantes, 
com o objetivo de garantir a dignidade da pessoa humana); b) princípio da conciliação obrigatória; c) princípio da 
simplificação das formas e procedimentos; d) princípio da facilitação da defesa dos direitos em juízo; e) princípio 
da socialidade (o interesse social prevalece sobre o individual); f) princípio da verdade real; g) princípio da justiça 
e equidade da decisão; h) princípio da imperatividade da execução da decisão atributiva de créditos trabalhistas; 
i) princípio da interpretação das normas em sentido favorável à solução definitiva do conflito de interesse; j) 
princípio da prioridade da tutela específica sobre a tutela pelo equivalente monetário. 
Wagner Giglio ainda acrescenta os princípios ideais, que se revelam como tendência atual, com o intuito de 
aperfeiçoar e aprimorar o processo trabalhista: a) princípio da extrapetição (segundo ele, idealmente, deveria 
caber ao trabalhador apenas narrar os fatos e, ao juiz, apurar o descumprimento das obrigações legais pelo 
empregador); b) princípio da iniciativa extraparte; c) princípio da coletivização das ações individuais. 
 
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (CCP) 
Em decorrência da alteração constitucional promovida pela Emenda n. 24, de 09/12/1999, foram criadas, pela Lei 
n. 9.958/2000, as denominadas Comissões de Conciliação Prévia — CCPs, de composição paritária, com a 
finalidade única de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. 
Segundo parte da doutrina, o surgimento das CCPs decorreu da extinção da função classista nos órgãos de 
jurisdição trabalhista, o que fez com que diversos juízes representantes dos trabalhadores e das empresas 
(categorias profissionais e econômicas) perdessem status e significativos vencimentos mensais, que à época 
somavam quase dois terços da remuneração dos magistrados de carreira. 
Na forma dos arts. 625-A e s. da CLT (introduzidos pela citada Lei n. 9.958/2000), as comissões poderão ser 
instituídas no âmbito das empresas, de grupo de empresas, dos sindicatos ou até mesmo intersindical. 
No ambiente das empresas, a constituição mínima será de dois e máxima de dez integrantes, observadas as 
seguintes normas: 
 
I — a metade dos membros indicada pelo empregador e a outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio 
secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional; 
II — tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; 
III — mandato de um ano (para titulares e suplentes), permitida uma recondução. 
À semelhança dos membros das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs), será vedada a dispensa 
dos representantes dos empregados (titulares ou suplentes) integrantes das CCPs até um ano após o final do 
mandato, salvo se cometerem falta grave. O afastamento das atividades se dará apenas quando houver 
convocação para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nesse 
mister. 
Polêmico e ineficaz se revela o art. 625-D da CLT, que define que qualquer demanda de natureza trabalhista seja 
submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída no 
âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. 
Diante do já citado comando emergente do art. 5º, XXXV, da CF (inafastabilidade do Poder Judiciário diante de 
lesão ou ameça a direito), o comparecimento perante a CCP se consubstancia em uma singela faculdade 
assegurada ao trabalhador que objetiva a obtenção de um título executivo extrajudicial, mas não constitui uma 
condição ou um pressuposto processual da reclamatória. 
Em decisões liminares proferidas em sede de ação direta de inconstitucionalidade (ADI 2.139 e 2.160), o Supremo 
Tribunal Federal suspendeu cautelarmente a eficácia do art. 625-D da CLT, sob o fundamento de que, ao 
contrário da Constituição Federal de 1967, a atual esgota as situações concretas que condicionam o ingresso 
em juízo à fase administrativa, não estando alcançados os conflitos subjetivos de interesse. 
De qualquer forma, eleita a via conciliatória prévia, a pretensão deve ser formulada por escrito ou reduzida a 
termo, sendo entregue cópia datada e assinada aos interessados. 
Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, comissão de empresa e comissão sindical, o 
interessado optará por uma delas para submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro 
conhecer do pedido. 
P á g i n a | 7 
 
7 
Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração de tentativa 
conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da comissão. O referido 
documento, a teor do disposto na CLT, deveria ser juntado em uma eventual reclamação judicial, o que perde 
serventia diante da indispensabilidade do juízo conciliatório no processo do trabalho. 
Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu preposto e pelos 
membros da comissão, fornecendo-se cópia às partes. 
Nos termos do art. 625-E, parágrafo único, o termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia 
liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. 
Acerca da eficácia geral liberatória, a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho assim se 
pronuncia: 
 
A quitação passada pelo empregado, com assistência de entidade sindical de sua categoria, ao 
empregador, com observância dos requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem eficácia 
liberatória em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva 
expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas. 
I — A quitação não abrange parcelas não consignadas no recibo de quitação e, consequentemente, seus 
reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem desse recibo. 
II — Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do contrato de trabalho, a 
quitação é válida em relação ao período expressamente consignado no recibo de quitação (Súmula 330 do 
TST). 
 
Destarte, resta incontroverso que os títulos não submetidos à transação poderão ser deduzidos em juízo. 
Contudo, diante do princípio fundamental da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, ainda que expressas no 
termo de conciliação, as verbas trabalhistas quitadas a menor, mesmo que sem ressalvas (o que, inclusive, se 
revelaria ilógico em um acordo), poderão ser pleiteadas pelas suas diferenças perante o 
Poder Judiciário, por meio de reclamação trabalhista. 
Vale ressaltar, ainda, por oportuno, que a finalidade da CCP é tentar conciliar os conflitos individuais de trabalho. 
Assim, atuando fora desta finalidade, como verdadeiro órgão de homologação de rescisão do contrato de 
trabalho, não se há como validar o termo deconciliação firmado em face da fraude perpetrada (TST-AIRR 
507/2007, 5ª Turma, Rel. Min. João Batista Brito Pereira, DJ 1º-10-2009). 
TÍTULO VI-A 
(incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
DA COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
 Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição 
paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos 
individuais do trabalho. Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por 
grupos de empresas ou ter caráter intersindical. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez 
membros, e observará as seguintes normas: (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em 
escrutínio,secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional; 
 II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes títulares; 
 III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. 
 § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, 
titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. (Incluído 
pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 § 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas 
atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo 
o despendido nessa atividade. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas de funcionamento 
definidas em convenção ou acordo coletivo. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
P á g i n a | 8 
 
8 
 Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na 
localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da 
categoria. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 § 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a tempo por qualquer dos membros da Comissão, sendo 
entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 § 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa 
conciliatória frustada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que devera ser juntada à 
eventual reclamação trabalhista. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 § 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no caput deste artigo, 
será a circunstância declarada na petição da ação intentada perante a Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.958, 
de 12.1.2000) 
 § 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, o 
interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do 
pedido. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu proposto 
e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto 
quanto às parcelas expressamente ressalvadas. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa de 
conciliação a partir da provocação do interessado. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia do prazo, a 
declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, 
recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustada de conciliação ou do esgotamento do prazo 
previsto no art. 625-F. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
 Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em funcionamento ou que vierem a 
ser criados, no que couber, as disposições previstas neste Título, desde que observados os princípios da paridade e 
da negociação coletiva na sua constituição. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
A jurisdição é a expressão de vontade do direito material que se realiza por meio de um processo (complexos de 
atos). No âmbito trabalhista, a jurisdição está estruturada em três graus: Tribunal Superior do Trabalho (instância 
extraordinária), Tribunais Regionais do Trabalho (segunda instância) e as Varas do Trabalho (primeira 
instância). 
 
São considerados órgãos da Justiça do Trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais Regionais do 
Trabalho e os próprios Juízes do Trabalho (CF, art. 111). 
 
A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos 
da Justiça do Trabalho (CF, art. 113). 
 
1. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
O Tribunal Superior do Trabalho (TST), órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, palavra máxima em matéria 
trabalhista, com sede na capital da República e jurisdição em todo território nacional, é composto de vinte e sete 
ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da 
República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo (CF, art. 111-A): 
 
I — um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério 
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício; 
II — os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados 
pelo próprio Tribunal Superior. 
 
A presidência, a vice-presidência e a corregedoria-geral são os cargos de direção do TST, preenchidos mediante 
eleição, concorrendo os ministros mais antigos da Corte, em número correspondente ao dos cargos, para 
mandatos de dois anos, proibida a reeleição. 
P á g i n a | 9 
 
9 
Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar, conciliar e julgar, na forma da lei, em grau originário ou 
recursal ordinário ou extraordinário, as demandas individuais e os dissídios coletivos entre trabalhadores e 
empregadores que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais, os conflitos de direito sindical, bem assim outras 
controvérsias decorrentes de relação de trabalho e os litígios relativos ao cumprimento de suas próprias decisões, 
de laudos arbitrais e de acordos coletivos. 
Segundo o texto constitucional, funcionarão, ainda, junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
 
I — a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras 
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira. 
II — o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, 
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do 
sistema, cujas decisões terão efeito vinculante (CF, art. 111-A, § 2º). 
 
Embora a Lei n. 7.701/2008 disponha sobre competência funcional, com fulcro no art. 96, I, a, daConstituição 
Federal, o Tribunal Superior do Trabalho, por intermédio de seu regimento interno (atualmente disciplinado pela 
Resolução Administrativa n. 1.295/2008), definiu a competência e o funcionamento de cada um de seus órgãos 
jurisdicionais: o Tribunal Pleno; o Órgão Especial; a Seção Especializada em Dissídios Coletivos; a Seção 
Especializada em Dissídios Individuais (dividida em duas Subseções, SBDI-1 e SBDI-2) e as Turmas, bem como 
dos órgãos administrativos. 
 
1.1. TRIBUNAL PLENO 
O Tribunal Pleno é constituído por todos os ministros da Corte, não participando das sessões solenes e das 
sessões ordinárias ou extraordinárias os juízes convocados, exigida a presença mínima de quatorze ministros para 
seu funcionamento. 
Dentre outras atribuições, compete ao Tribunal Pleno: 
 
a) eleger e dar posse aos membros eleitos para os cargos de direção e aos ministros nomeados para o Órgão 
Especial, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior da 
Justiça do Trabalho; 
b) aprovar, modificar ou revogar, em caráter de urgência e com preferência na pauta, súmula da jurisprudência 
predominante em dissídios individuais e os precedentes normativos da seção especializada em dissídios coletivos; 
c) julgar os incidentes de uniformização de jurisprudência; e 
d) decidir sobre a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, quando aprovada 
a arguição pelas Seções Especializadas ou Turmas. 
21 
1.2. ÓRGÃO ESPECIAL 
O Órgão Especial é constituído pelo presidente, pelo vice-presidente, pelo corregedor-geral da Justiça do 
Trabalho, por sete ministros mais antigos (incluindo os membros da direção) e sete ministros eleitos pelo 
Tribunal Pleno. Os ministros integrantes do Órgão Especial comporão também outras Seções do Tribunal. 
O quorum para funcionamento do Órgão Especial será de oito ministros, competindo-lhe, em matéria judiciária: 
 
a) processar e julgar as reclamações destinadas à preservação da competência dos órgãos do Tribunal ou garantir 
a autoridade de suas decisões; 
b) julgar mandado de segurança impetrado contra atos do presidente ou de qualquer ministro do Tribunal, 
ressalvada a competência das seções especializadas; 
c) julgar os recursos interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho em mandado de segurança 
de interesse dos juízes e servidores da Justiça do Trabalho; 
d) julgar os recursos interpostos contra decisão em matéria de concurso para a Magistratura do Trabalho; 
e) julgar os recursos ordinários em agravos regimentais interpostos contra decisões proferidas em reclamações 
correicionais ou em pedidos de providência que envolvam impugnações de cálculos de precatórios; 
f) julgar os recursos interpostos contra agravo regimental e mandado de segurança em que tenha sido apreciado 
despacho de presidente de Tribunal Regional em precatório; g) julgar os agravos regimentais interpostos contra 
decisões proferidas pelo corregedor-geral da Justiça do Trabalho; e 
h) deliberar sobre as demais matérias jurisdicionais não incluídas na competência dos outros órgãos do Tribunal. 
 
1.3. SEÇÃO ESPECIALIZADA EM DISSÍDIOS COLETIVOS 
A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) é composta pelo presidente, pelo vice-presidente, pelo 
corregedor-geral da Justiça do Trabalho e por seis ministros mais antigos, sendo exigida a presença de, no 
mínimo, cinco ministros para seu funcionamento. 
P á g i n a | 10 
 
10 
Compete à Seção Especializada em Dissídios Coletivos: 
 
I — originariamente: 
a) julgar os dissídios coletivos de natureza econômica e jurídica, de sua competência (que excedam a jurisdição 
dos Tribunais Regionais do Trabalho), ou rever suas próprias sentenças normativas, nos casos previstos em lei; 
b) homologar as conciliações firmadas nos dissídios coletivos; 
c) julgar as ações anulatórias de acordos e convenções coletivas; 
d) julgar as ações rescisórias propostas contra suas sentenças normativas; 
e) julgar os agravos regimentais contra despachos ou decisões não definitivas, praticados pelo presidente do 
Tribunal ou por qualquer dos ministros integrantes da Seção Especializada em Dissídios Coletivos; 
f) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais do Trabalho em processo de dissídio coletivo; 
g) processar e julgar as medidas cautelares incidentais nos processos de dissídio coletivo; e 
h) processar e julgar as ações em matéria de greve, quando o conflito exceder a jurisdição de Tribunal Regional do 
Trabalho; 
 
II — em última instância julgar: 
a) os recursos ordinários interpostos contra as decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em 
dissídios coletivos de natureza econômica ou jurídica; 
b) os recursos ordinários interpostos contra decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em ações 
rescisórias e mandados de segurança pertinentes a dissídios coletivos e a direito sindical e em ações anulatórias 
de acordos e convenções coletivas; 
c) os embargos infringentes interpostos contra decisão não unânime proferida em processo de dissídio coletivo 
de sua competência originária, salvo se a decisão embargada estiver em consonância com precedente normativo 
do Tribunal Superior do Trabalho, ou com súmula de sua jurisprudência predominante; e 
d) os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário nos processos de sua 
competência. 
 
2.1.4. SEÇÃO ESPECIALIZADA EM DISSÍDIOS INDIVIDUAIS 
A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI) é composta de vinte e um ministros, sendo: o presidente, o 
vice-presidente, o corregedor-geral da Justiça do Trabalho e mais dezoito ministros, e funciona em composição 
plena ou dividida em duas subseções para julgamento dos processos de sua competência. O quorum exigido para 
o funcionamento da SDI plena é de onze ministros, mas as deliberações somente poderão ocorrer pelo voto da 
maioria absoluta dos integrantes da Seção. 
Compete à SDI, em composição plena, julgar, em caráter de urgência e com preferência na pauta, os processos 
nos quais tenha sido estabelecida, na votação, divergência entre as Subseções I e II da Seção Especializada em 
Dissídios Individuais, quanto à aplicação de dispositivo de lei federal ou da Constituição da República. 
Atualmente, integram a Subseção I da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1) quatorze ministros: 
o presidente, o vice- presidente, o corregedor-geral da Justiça do Trabalho e mais onze ministros, 
preferencialmente os presidentes de Turma, sendo exigida a presença de, no mínimo, oito ministros para o seu 
funcionamento. Haverá pelo menos um e no máximo dois integrantes de cada Turma da composição da citada 
subseção. 
Compete à SBDI-1: 
 
a) julgar os embargos interpostos das decisões divergentes das Turmas, ou destas que divirjam de decisão da 
Seção de Dissídios Individuais, de orientação jurisprudencial ou de súmula; e 
b) julgar os agravos e os agravos regimentais interpostos contra despacho exarado em processo de sua 
competência. 
 
Integram a Subseção II da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-2) o presidente, o vice-presidente, 
o corregedor-geral da Justiça do Trabalho e mais sete ministros, sendo exigida a presença de, no mínimo, seis 
para o seu funcionamento. 
Compete à SBDI-2: 
 
I — originariamente: 
a) julgar as ações rescisórias propostas contra suas decisões, as da Subseção I e as das Turmas do Tribunal; 
b) julgar os mandados de segurança contra os atos praticados pelo presidente do Tribunal, ou por qualquer dos 
ministros integrantes da Seção Especializada em Dissídios Individuais, nos processos de sua competência; 
c) julgar as ações cautelares; e 
P á g i n a | 11 
 
11 
d) julgar os habeas corpus; 
 
II — em única instância: 
a) julgar os agravos e os agravos regimentais interpostos contra despacho exarado em processos de sua 
competência;e 
b) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais e os que envolvam Juízes de Direito investidos da 
jurisdição trabalhista e Varas do Trabalho em processos de dissídios individuais; 
 
III — em última instância: 
a) julgar os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio 
individual de sua competência originária; e 
b) julgar os agravos de intrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário em processos 
de sua competência. 
 
1.5. TURMAS 
Por força da Resolução Administrativa n. 1.263/2007, o Tribunal Superior do Trabalho possui atualmente oito 
Turmas, compostas, cada uma delas, por três ministros, sendo presidida pelo mais antigo integrante do 
colegiado. 
O funcionamento das Turmas depende da presença de três magistrados, fazendo com que, na ausência de 
qualquer ministro integrante, seja convocado ministro de outra Turma. 
Compete a cada uma das Turmas julgar: 
 
a) os recursos de revista interpostos contra decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho, nos casos previstos em 
lei; 
b) os agravos de instrumento dos despachos de presidente de Tribunal Regional que denegarem seguimento a 
recurso de revista; 
c) os agravos e os agravos regimentais interpostos contra despacho exarado em processo de sua competência; e 
d) os recursos ordinários em ação cautelar, quando a competência para julgamento do recurso do processo 
principal for atribuída à Turma. 
 
Juízes convocados 
Juízes convocados são magistrados requisitados em caráter excepcional e temporário pelo Tribunal Superior do 
Trabalho aos Tribunais Regionais do Trabalho, com o objetivo de auxiliar no julgamento dos processos. 
 
1.6. ESCOLA NACIONAL DE FORMAÇÃO EAPERFEIÇOAMENTO DE MAGISTRADOS DO TRABALHO (ENAMAT) 
Conforme já estudado, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho 
(ENAMAT) constitui órgão que funciona junto ao Tribunal Superior do Trabalho com autonomia administrativa, 
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira. 
 
1.7. CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
Também já estudado, funcionando com a mesma autonomia administrativa junto ao Tribunal Superior do 
Trabalho, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) exerce a supervisão administrativa, orçamentária, 
financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho, de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema. 
Suas decisões têm efeito vinculante, conforme estabelecido no art. 111-A, § 2º, II, da CF. 
 
O CSJT é composto por onze membros: 
a) o presidente, o vice-presidente e o corregedor-geral da Justiça do Trabalho, como membros natos; 
b) três ministros do Tribunal Superior do Trabalho, eleitos pelo Tribunal Pleno; 
c) cinco presidentes de Tribunais Regionais do Trabalho, eleito cada um deles por região geográfica do país; 
 
Os ministros eleitos para compor o Conselho cumprirão mandato de dois anos, vedada a recondução. 
 
1.8. SÚMULAS, PRECEDENTES NORMATIVOS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS 
Por muito tempo apresentada na forma de enunciados, a jurisprudência dominante do Tribunal Superior do 
Trabalho atualmente se exterioriza por meio de súmulas. 
Segundo o Regimento Interno do TST, à Comissão de Jurisprudência e Precedentes Normativos incumbe propor 
ou apreciar proposta de edição de súmula de jurisprudência, que será submetida à apreciação do Tribunal 
Pleno. 
P á g i n a | 12 
 
12 
A Comissão de Jurisprudência e de Precedentes Normativos será constituída de três ministros titulares e um 
suplente, designados pelo Órgão Especial, excluídos os titulares que integrem outras comissões permanentes e os 
membros da direção. Além de propor a edição de súmulas e precedentes normativos, a aludida Comissão tem 
como competência recomendar o cancelamento ou revisão das já editadas e inserir as orientações 
jurisprudenciais das Seções do Tribunal que retratem a jurisprudência pacificada da Corte, indicando os 
precedentes que a espelham. 
Os acórdãos catalogados para fim de edição de súmula deverão ser de relatores diversos, proferidos em sessões 
distintas. 
A edição, a revisão ou o cancelamento de súmula serão objeto de apreciação pelo Tribunal Pleno, considerando-
se aprovado o projeto quando a ele anuir a maioria absoluta de seus membros efetivos. As súmulas canceladas ou 
alteradas manterão a respectiva numeração, com a nota correspondente, tomando novos números as que forem 
editadas. 
Também compete à referida Comissão a edição de precedentes normativos e de orientações jurisprudenciais do 
Órgão Especial, da Seção de Dissídios Coletivos e das duas Subseções da Seção de Dissídios Individuais do TST, 
sem necessidade de apreciação pelo Tribunal Pleno. 
Da aprovação da proposta pela Comissão resultará um projeto, devidamente instruído com a sugestão do texto, a 
exposição dos motivos que justificaram a sua edição, a relação dos acórdãos que originaram os precedentes e a 
indicação da legislação pertinente à hipótese. 
O projeto será encaminhado aos ministros do Tribunal para, no prazo de quinze dias, apresentarem sugestões ou 
objeções pertinentes. 
Vencido o prazo, a Comissão deliberará conclusivamente, acolhendo ou não o quanto sugerido ou objetado. 
Os acórdãos catalogados para fins de adoção de precedentes normativos e de orientações jurisprudenciais 
deverão ser de relatores diversos, proferidos em sessões distintas. 
Os precedentes normativos e as orientações jurisprudenciais expressarão a jurisprudência prevalente das 
respectivas subseções, quer para os efeitos do que contém a Súmula 333 do TST (não ensejam recurso de revista, 
decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho), quer para o 
que dispõe o art. 557, caput, e seu § 1º-A, do CPC. 
 
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em 
confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de 
Tribunal Superior. 
§1º-A. Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou jurisprudência dominante do Supremo 
Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. 
 
2. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO 
Os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na 
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 
anos, sendo (CF, art. 115): 
 
I — um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério 
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício; 
II — os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
 
Para efeito de jurisdição trabalhista, o território nacional é atualmente dividido em 24 regiões: 
 
1ª Região — Estado do Rio de Janeiro; 
2ª Região — Estado de São Paulo; 
3ª Região — Estado de Minas Gerais; 
4ª Região — Estado do Rio Grande do Sul; 
5ª Região — Estado da Bahia; 
6ª Região — Estado de Pernambuco; 
7ª Região — Estado do Ceará; 
8ª Região — Estado do Pará e do Amapá; 
9ª Região — Estado do Paraná; 
10ª Região — Distrito Federal e Tocantins; 
11ª Região — Estado do Amazonas e de Roraima; 
12ª Região — Estado de Santa Catarina; 
13ª Região — Estado da Paraíba; 
14ª Região — Estado de Rondônia e do Acre; 
P á g i n a | 13 
 
13 
15ª Região — Município de Campinas (SP); 
16ª Região — Estado do Maranhão; 
17ª Região — Estado do Espírito Santo; 
18ª Região — Estado de Goiás; 
19ª Região — Estado de Alagoas; 
20ª Região — Estado de Sergipe; 
21ª Região — Estado do Rio Grande do Norte; 
22ª Região — Estado do Piauí; 
23ª Região — Estado de Mato Grosso; 
24ª Região — Estado de Mato Grosso do Sul. 
 
Os Tribunais Regionaisdo Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a 
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo (CF, art. 115, § 2º), ou, 
ainda, instalar a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional nos 
limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários (CF, art. 115, 
§1º). 
Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete (CLT, art 678): 
 
I — ao Tribunal Pleno, especialmente: 
a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos (entre categorias econômica e profissional 
com âmbito territorial na jurisdição); 
b) processar e julgar originariamente: 
 
• as revisões de sentenças normativas; 
• a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos; 
• os mandados de segurança contra atos de seus juízes. 
 
c) processar e julgar em última instância: 
 
• os recursos das multas impostas pelas Turmas; 
• as ações rescisórias das decisões das Varas do Trabalho, dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, 
das Turmas e de seus próprios acórdãos; 
• os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, as Varas 
do Trabalho ou entre aqueles e estas; 
 
d) julgar em única ou última instância: 
 
• os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes os seus serviços auxiliares e respectivos 
servidores; 
• as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus membros, assim como 
dos juízes de primeira instância e de seus funcionários; 
 
II — às Turmas: 
a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, I; 
b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de recursos de sua alçada; 
c) impor multas de demais penalidades relativas a atos de sua competência jurisdicional e julgar os recursos 
interpostos das decisões das Varas e dos Juízes de Direito que as impuserem. 
 
Os Tribunais que funcionem com Seções Especializadas e Órgãos Especiais (ou Grupo de Turmas), além das 
Turmas, conforme previsão legal (atualmente a 2ª, 3ª e 15ª Regiões), reservarão ao Tribunal Pleno apenas a 
apreciação das matérias de natureza administrativa (inteligência do art. 4º, § 3º, da Lei n. 7.119/83). 
 
3. VARAS DO TRABALHO 
A partir da Emenda Constitucional n. 24/99, o primeiro grau da jurisdição trabalhista passou a ser denominado 
Vara do Trabalho. 
 
A lei criará as Varas da Justiça do Trabalho, mas poderá, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la 
aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (CF, art. 112). 
P á g i n a | 14 
 
14 
 
As Varas do Trabalho compõem-se de um juiz do trabalho titular e, dentro das disponibilidades orçamentárias 
de cada TRT, um juiz do trabalho substituto (auxiliar). 
Compete às Varas do Trabalho (CLT, art. 652): 
 
a) conciliar e julgar todos os dissídios individuais oriundos da relação de trabalho ou controvérsias dela 
decorrentes; 
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; 
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência. 
 
Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência 
do empregador, podendo o juiz da Vara, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a 
reclamação também versar sobre outros assuntos. 
 
3.1. JUIZ DO TRABALHO 
Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular (CF, art. 116). 
Em conformidade com a Resolução n. 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ingresso na carreira, cujo 
cargo inicial será o de juiz substituto, dar-se-á mediante concurso público de provas e títulos, de acordo com os 
arts. 93, I, e 96, I, c, da Constituição Federal, sendo exigido do candidato o título de bacharel em Direito e três 
anos, no mínimo, de atividade jurídica. 
A nomeação no cargo de Juiz do Trabalho Substituto far-se-á por ato do presidente do respectivo Tribunal 
Regional do Trabalho. 
 
3.2. DISTRIBUIDOR 
Nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho haverá um distribuidor.31 
Compete ao distribuidor (CLT, art. 714), principalmente: 
 
a) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada Vara, dos feitos que, para esse fim, lhe 
forem apresentados pelos interessados; 
b) o fornecimento, aos interessados, do recibo correspondente a cada feito distribuído; 
c) a baixa na distribuição dos feitos, quando lhe for deteminado pelo juiz titular das Varas; 
d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, verbalmente ou por certidão, de informações sobre os feitos 
distribuídos. 
 
Os distribuidores são designados pelo presidente do Tribunal Regional, dentre os funcionários das Varas e do 
Tribunal Regional, existentes na mesma localidade. 
 
3.3. SECRETARIA 
A cada Vara do Trabalho corresponderá uma secretaria, sob direção de funcionário que o juiz titular designar, 
para exercer a função de diretoria, e que receberá, além dos vencimentos correspondentes ao seu padrão, a 
gratificação fixada em lei. 
Compete às secretarias das Varas (CLT, art. 711), principalmente: 
 
a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos processos e outros papéis que lhe 
forem encaminhados; 
b) a informação, às partes interessadas e a seus procuradores, do andamento dos respectivos processos, cuja 
consulta lhes facilitará; 
c) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria; 
d) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do arquivamento da secretaria; e 
e) a realização das penhoras e demais diligências processuais. 
 
Aos diretores de secretaria compete ainda, especialmente: 
a) supervisionar os trabalhos da secretaria velando pela boa ordem do serviço; 
b) tomar por termo as reclamações verbais nos casos de dissídios individuais; 
c) promover o rápido andamento dos processos, especialmente na fase de execução, e a pronta realização dos 
atos e das diligências deprecadas pelas autoridades superiores; 
P á g i n a | 15 
 
15 
d) dar aos litigantes ciência das reclamações e demais atos processuais de que devam ter conhecimento, 
assinando as respectivas notificações. 
 
Oficiais de justiça avaliadores 
Incumbe aos oficiais de justiça avaliadores da Justiça do Trabalho (legalmente denominados analistas judiciários 
especializados na execução de mandados) a realização dos atos decorrentes do cumprimento dos julgados das 
Varas do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho que lhe forem cometidos pelos respectivos magistrados 
(citações, penhoras, arrestos etc.). 
Cada oficial de justiça avaliador funcionará perante uma Vara do Trabalho, salvo quando existir na localidade 
órgão específico destinado à distribuição de mandados judiciais (central de mandados). 
Nas localidades onde houver mais de uma Vara, a atribuição para o cumprimento do ato deprecado ao oficial de 
justiça avaliador será transferida a outro sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, sem razões que o 
justifiquem, não tiver sido cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário às penalidades legais (CLT, art. 721). 
À luz do art. 144 do CPC, o oficial de justiça será civilmente responsável quando, sem justo motivo, recusar-se a 
cumprir, dentro do prazo, os atos que lhe impõe a lei, ou os que o juiz a que está subordinado lhe comete, bem 
como praticar ato nulo com dolo ou culpa. 
Havendo necessidade de avaliação, terá o oficial de justiça avaliador prazo suplementar de 10 (dez) dias para 
cumprimento do ato. 
Na falta ou impedimento de oficial de justiça, o juiz titular da Vara poderá atribuir a realização do ato a qualquer 
serventuário (oficial de justiça ad hoc).Não se caracteriza o vínculo empregatício na nomeação para o exercício das funções de oficial de justiça “ad hoc”, 
ainda que feita de forma reiterada, pois exaure-se a cada cumprimento de mandado (OJ 164, SBDI-1, do TST). 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
Dá-se o nome de jurisdição ao Poder, função e atividade de aplicar o direito a um fato concreto, pelos órgãos do 
Poder Judiciário, obtendo a justa composição do conflito. Ou seja, jurisdição é o Poder de julgar. 
Já competência é o limite da jurisdição de cada órgão judicial, ou seja, é a distribuição desse Poder de julgar entre 
os órgãos que compõem o Poder Judiciário, podendo referir-se à determinada matéria, às pessoas, ou ao local. 
É pelo exame desse limite da jurisdição que se saberá qual o órgão judicial competente para julgar determinada 
matéria; pois, com razão, afirma Marcelo Abelha Rodrigues: “todo juiz competente possui jurisdição, mas nem 
todo juiz que possui jurisdição possui competência”. 
Na Justiça do Trabalho, os critérios que determinam a competência, usando com base a teoria geral do direito 
processual, são: a matéria (ratione materiae), as pessoas (ratione personae), a função (ou hierarquia) e o 
território (ratione loci). 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA 
Está disciplinada na Constituição Federal de 1988, artigo 114, alterado pela EC 45/2004. 
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar (Art. 114): 
 
 As ações oriundas da relação de trabalho, 
Com a “Reforma do Judiciário”, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e julgar as ações 
decorrentes da relação de trabalho e não mais da relação de emprego somente. Ressalte-se que a relação de 
trabalho é mais abrangente, por se tratar de gênero, que comporta várias espécies, entre elas, a relação de 
emprego, que se refere aos conflitos existentes entre empregado e empregador. 
Importante ressaltar que, apesar de se tratar de uma relação de trabalho, por força da Súmula 363 do STJ, a 
justiça do trabalho não tem competência para processar e julgar as ações decorrentes de cobrança de honorários 
advocatícios, por se tratar o advogado de profissional liberal. 
 
Súmula 363 STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por 
profissional liberal contra cliente. 
 
 Abrangidos os entes de direito público externo e... 
Em processo trabalhista, a EC 45/2004 acabou com imunidade de jurisdição dos entes de direito público externo, 
por se tratar, a matéria discutida neste processo, de ato de gestão e não de ato de império. Contudo, por questão 
de soberania, permanece a imunidade de execução para estes entes. 
Importante ressaltar a nova jurisprudência do TST, por meio da OJ 416 SDI-1: as organizações ou organismos 
internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional 
P á g i n a | 16 
 
16 
incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário 
relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de 
renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. 
 
 Da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
Importante ressaltar que, conforme liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, e 
referendada pelo plenário daquele STF, na ADI nº 3.395-6, proposta pela AJUFE, Associação dos Juízes Federais, 
esta competência refere-se apenas aos servidores públicos regidos pela CLT. Não abrange os servidores públicos 
estatutários ou de caráter jurídico-administrativo. 
Assim, será competente a Justiça Federal, no caso de servidores públicos federais; e sendo o caso de servidores 
públicos estaduais ou municipais, a competência será da Justiça Estadual. 
As ações que envolvam exercício do direito de greve; 
A recente Súmula Vinculante 23 do STF, reconhece a Justiça do Trabalho como competente para processar e 
julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa 
privada. 
Importante observar que as ações sobre greve oriundas da relação de trabalho de natureza estatutária, entre 
servidores investidos em cargos públicos, de provimento efetivo ou em comissão, continuam na esfera de 
competência da Justiça Comum, federal ou estadual, conforme o caso. 
 
 As ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre 
sindicatos e empregadores; 
Destaque-se que a expressão “sindicatos” deve merecer interpretação ampliativa, abrangendo federações, 
confederações e as centrais sindicais. 
 
 Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria 
sujeita à sua jurisdição; 
O mandado de segurança (CF/1988, Art. 5º, LXIX) consiste em uma ação constitucional, de natureza civil, 
contenciosa e mandamental, regida por lei especial (Lei n° 12.016/09), que tem por objetivo proteger direito 
líquido e certo contra ato praticado por autoridade pública. Anteriormente à EC 45/20024, a Justiça Laboral 
julgava basicamente os mandados de segurança interpostos contra ato judicial e, por conseguinte, eram 
apreciados pelos Tribunais do Trabalho. Com a ampliação da competência material da Justiça Especializada, os 
mandados de segurança passaram a ser cabíveis contra atos de outras autoridades, além das judiciárias, tais 
como os auditores fiscais e delegados do trabalho, oficiais de cartório que recusam o registro de entidade sindical 
e até mesmo de atos praticados por membros do Ministério Público do Trabalho em inquéritos civis, já que será 
da competência da justiça trabalhista o mandamus quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição. 
Atualmente, quanto ao habeas corpus (CF/1988, Art. 5º, LXVIII) em matéria laboral, será competente a justiça do 
trabalho sempre que houver restrição da liberdade de locomoção do empregado ou trabalhador por parte do 
empregador ou tomador dos serviços nos casos de servidão por dívida e movimento grevista. Anteriormente, o 
grande exemplo era a prisão civil do depositário infiel, determinada pelo magistrado laboral na execução 
trabalhista, conforme estabelecido na CF/1988, Art. 5º, LXVII. Entretanto, com a recente Súmula Vinculante 25 
do STF, que dispõe ser ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito, este 
exemplo não mais se aplica. 
No que tange ao habeas data (CF/1988, Art. 5º, LXXII), instrumento jurídico de pouco uso, passa agora ser 
acolhido na competência da Justiça do Trabalho, desde que o ato questionado envolva matéria sujeita à sua 
jurisdição. Ressalte que a doutrina vem sustentando a possibilidade de habeas data para permitir ao trabalhador, 
empregado, tomador de serviços ou empregador o conhecimento de informações ou a retificação de dados, 
constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, como o 
Ministério do Trabalho e Emprego, por exemplo. 
 
 Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, 
o; 
É de se ressaltar que a Constituição Federal de 1988 (art. 102, I, o) estabeleceu a competência do STF para julgar 
os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, 
ou entre estes e qualquer outro tribunal; também determina a Carta de 1988, que cabe ao Superior Tribunal de 
Justiça julgar os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, “o”, 
bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos (art. 105, I, 
d). 
P á g i n a | 17 
 
17 
Na jurisdição trabalhista, os conflitos de competência, previstos do arts. 803 ao 812 da CLT, serãoresolvidos na 
forma do art. 808, da CLT. Assim, serão processados e julgados pelo Tribunal Superior, os suscitados entre 
Tribunais Regionais, ou entre Varas do Trabalho e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais 
diferentes; e pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Varas do Trabalho e entre Juízos de Direito investidos 
na jurisdição trabalhista, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões. Ressalte-se ainda o que dispõe a Súmula 
420 do TST: não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a 
ele vinculada. 
 
Art. 803- Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: 
 
a) Varas do Trabalho e Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho; 
 
b) Tribunais Regionais do Trabalho; 
 
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária; 
 
d) Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Art. 804- Dar-se-á conflito de jurisdição: 
 
a) quando ambas as autoridades se considerarem competentes; 
 
b) quando ambas as autoridades se considerarem incompetentes. 
 
Art. 805- Os conflitos de jurisdição podem ser suscitados: 
 
a) pelos Juízes e Tribunais do Trabalho; 
 
b) pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais da Justiça do Trabalho; 
 
c) pela parte interessada, ou o seu representante. 
 
Art. 806- É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de 
incompetência. 
 
Art. 807- No ato de suscitar o conflito deverá a parte interessada produzir a prova de existência dele. 
 
Art. 808- Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos: 
 
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre uma e outras, nas 
respectivas regiões; 
 
b) pela Câmara de Justiça do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Varas e Juízos de Direito 
sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; 
 
c) pelo Conselho Pleno, os suscitados entre as Câmaras de Justiça do Trabalho e de Previdência Social; 
 
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do Trabalho e as da Justiça 
Ordinária. 
 
Art. 809- Nos conflitos de jurisdição entre as Juntas e os Juízos de Direito observar-se-á o seguinte: 
 
I- o juiz ou presidente mandará extrair dos autos as provas do conflito e, com a sua informação, remeterá o processo 
assim formado, no mais breve prazo possível, ao Presidente do Tribunal Regional competente; 
 
II- no Tribunal Regional, logo que der entrada o processo, o presidente determinará a distribuição do feito, podendo o 
relator ordenar imediatamente às Juntas e aos Juízos, nos casos de conflito positivo, que sobrestejam o andamento 
dos respectivos processos, e solicitar, ao mesmo tempo, quaisquer informações que julgue convenientes. 
Seguidamente, será ouvida a Procuradoria, após o que o relator submeterá o feito a julgamento na primeira sessão; 
 
III- proferida a decisão, será a mesma comunicada, imediatamente, às autoridades em conflito, prosseguindo no foro 
julgado competente. 
 
Art. 810- Aos conflitos de jurisdição entre os Tribunais Regionais aplicar-se-ão as normas estabelecidas no artigo 
anterior. 
 
Art. 811- Nos conflitos suscitados na Justiça do Trabalho entre as autoridades desta e os órgãos da Justiça Ordinária, 
o processo do conflito, formado de acordo com o inciso I do art. 809, será remetido diretamente ao presidente do 
Supremo Tribunal Federal. 
 
Art. 812- A ordem processual dos conflitos de jurisdição entre as Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho será a 
estabelecida no seu regimento interno. 
P á g i n a | 18 
 
18 
 
 As ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
Cuidado! 
As ações de indenização por dano material ou moral decorrente de acidente de trabalho são da competência da 
Justiça do Trabalho; contudo, as ações acidentárias (lides previdenciárias, envolvendo auxílio doença acidentário) 
são de competência da Justiça Comum Estadual, nos termos abaixo: 
 
Art. 643, § 2º, da CLT: as questões referentes a acidentes do trabalho continuam sujeitas a justiça 
ordinária. 
 
Art. 109, I, da CF/1988: aos Juízes Federais compete processar e julgar as causas em que a União, 
entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
 
Súmula 15 do STJ: compete à justiça estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do 
trabalho. 
 
Súmula 501 do STF: compete à justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as 
instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, suas autarquias, 
empresas públicas ou sociedades de economia mista. 
 
Súmula Vinculante 22 pelo STF: compete a justiça do trabalho processar e julgar as ações de indenização 
por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra 
empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da 
promulgação da EC 45/2004. 
 
 As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de 
fiscalização das relações de trabalho; 
Era da Justiça Comum Federal a competência para processar e julgar as ações concernentes às penalidades 
administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho, pelo fato da 
existência de interesse da União na causa, uma vez que é atribuição do Ministério do Trabalho e Emprego. Com o 
advento da EC nº 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para tais causas. 
 
 A execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir; 
É importante observar que esta competência já tinha previsão constitucional no art. 114, § 3º, mesmo antes da 
EC 45/2004. Assim, serão executadas de ofício as contribuições sociais em decorrência de decisão proferida pelos 
Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários 
pagos durante o período contratual reconhecido (art. 876, parágrafo único, CLT). Por meio da OJ 415 da SDI-1, o 
TST entende também que compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao 
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, 
e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado 
decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991). 
 
 Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
Os dissídios, oriundos das relações entre empregados e empregadores bem como de trabalhadores avulsos e 
seus tomadores de serviços, em atividades reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça do 
Trabalho, de acordo com o presente Título e na forma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho (CLT, Art. 
643). 
 
A Justiça do Trabalho é competente, ainda, para processar e julgar as ações entre trabalhadores portuários e os 
operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho 
(CLT, Art. 643, § 3º). 
 
As questões concernentes à Previdência Social (INSS – Instituto Nacional do Seguro Social) serão decididas pela 
Justiça Federal (CF/1988, art. 109, I). 
 
P á g i n a | 19 
 
19 
A Súmula 300 do TST estabelece a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações ajuizadas por 
empregados em face de empregadores, relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social – PIS. 
 
A Súmula

Outros materiais