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AULA 06

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INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
1
 
INTENSIVO II 
Disciplina: Direito Penal 
Prof. Rogério Sanches 
Aula Online 02 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações da Aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STJ - REsp 1212911/RS 
2.2. STF - HC 107636 / RS 
III. Simulados 
 
 
I. ANOTAÇÕES DA AULA 
 
 
CONCURSO DE CRIMES 
 
Concurso Formal ou ideal de crimes 
 
Previsão legal: Art. 70 CP 
Concurso formal 
 
 Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os 
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o 
disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
 
Atenção: A regra do concurso formal foi criada com o fim de beneficiar o agente. 
 
Requisitos 
 
 Unidade de conduta: não significa ato único, vem desdobrada em vários atos. 
 
 Pluralidade de crimes: idênticos ou não. 
 
Exemplo 01: 
 
“A” dirigindo seu automóvel, com manifesta negligência (sentido amplo), perde o controle da direção 
causando a morte dos pedestre. 
 
� “A” responde por homicídio culposo (art. 302 CTB) c/c 70 do CP. 
 
Exemplo 02: 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
2
“A” entra no coletivo e , mediante grave ameaça, subtrai os pertences pessoais dos passageiros. 
� “A” responde por art. 157 c.c art. 70 do CP – conduta única desdobrada em vários atos. 
 
Espécies 
 
a) Concurso forma homogêneo: os crimes decorrem da conduta única, são da mesma espécie. 
 
b) Concurso formal heterogêneo: Os crimes são de espécies distintas. 
 
c) Concurso formal próprio, perfeito ou normal: O agente apesar de provocar dois ou mais resultados não 
tem intenção independente em relação a cada crime .Não há desígnios autônomos. 
 
d) Concurso formal impróprio, imperfeito ou anormal: o agente age com desígnios autônomos em cada 
um dos crimes. Só tem cabimento nos crimes dolosos. 
 
Obs.: A combinação das espécies é perfeitamente possível. 
 
Regras de aplicação das penas 
 
No concurso formal próprio – o juiz aplica a pena mais grave dentre as cominadas para os vários crimes 
praticados pelo agente, em seguida majora esta pena do quantum anunciado em lei – Sistema da 
exasperação. 
 
Exemplo: 
 
Art. 302 CTB c.c. art. 70 CP 
 
• 1ª fase - circunstâncias judiciais- art. 59 CP 
• 2ª fase - agravantes e atenuantes. 
• 3ª fase – concurso forma- vai aumentar a pena de 1/6 até a metade. 
 
Obs: quanto maior o número de infrações, maior será o aumento. 
 
Cuidado: às vezes o concurso formal pode ser pior ao agente do que o concurso formal.É possível no 
concurso formal heterogêneo a som das penas ser mais benéfico para o réu, aplica-se nesses casos o art. 
70, P. único do CP, que anuncia o sistema do cumulo material benéfico. 
 
Art. 70, Parágrafo único do CP - Não poderá a pena exceder a que seria 
cabível pela regra do art. 69 deste Código. 
 
Exemplo: 
 
“A” atira para matar “B”. Depois do disparo, não somente mata “B” como também culposamente fere “C”. 
 
� “A” vai responder pelo homicídio de “B” e lesões leves de “C”. A pena do 121 CP é de 06 a 
20anos e a pena da lesão culposa art. 129,§6º CP é de 02 meses a 01 anos. 
 
 Aplicando o sistema da exasperação aplica-se a pena mais grave (06 a 20 anos) aumentada 
de 1/6 a metade� 06 anos + 1/6 = 07 anos. 
 
 Pelo sistema do cumulo material aplica-se a pena de 06 anos + 02 meses= 6 anos e 02 
meses 
 
� Para o réu é mais benéfico aplicar o sistema do cúmulo material. 
 
 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
3
 
No concurso formal impróprio - o agente atua com desígnios autônomos. 
 
� Aplica-se o sistema do cúmulo material, o juiz individualiza e soma as penas dos vários crimes 
praticados pelo agente. 
 
 
CONTINUIDADE DELITIVA OU CRIME CONTINUADO 
 
 
Previsão legal no art. 71 do CP 
 
 Crime continuado 
 
 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a 
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – crime continuado genérico. 
 
 Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, 
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 
70 e do art. 75 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) – crime continuado específico. 
 
 
 
Obs.: Zaffaroni rotula esta espécie de concurso como concurso material atenuado ou falso crime 
continuado. 
 
Sob o aspecto objetivo, concurso material= conduta delitiva. 
 
O instituto do crime continuado está baseado em razões de política criminal. O juiz, ao invés de aplicar as 
penas correspondentes aos vários delitos praticados em continuidade, por ficção jurídica, para fins da 
pena, considera como se um só crime foi praticado pelo agente, majorando a sua pena.Espécies 
 
a) Crime continuado genérico (art. 71, “caput”) 
 
• Requisitos 
 
1. Pluralidade de condutas; 
 
2. Pluralidade de crimes da mesma espécie (previsto no mesmo tipo penal, protegendo igual bem 
jurídico); 
 
 Pergunta: É possível continuidade delitiva? 
 
a) entre roubo e extorsão? Apesar de protegerem o mesmo bem jurídico estão em 
tipos distintos, não sendo possível a continuidade. 
 
b) entre roubo e latrocínio? Apesar de previstos no mesmo tipo, não 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
4
protegem o mesmo bem jurídico, o latrocínio além do patrimônio também protege a 
vida, sendo inviável a continuidade. 
 
c) na apropriação indébita previdenciária- art. 168-A e a sonegação previdenciária – 
Art. 337-A? O STJ em decisão inédita acaba de admitir – REsp 121.2911 
 
 
3. Elo de continuidade 
 
a) Mesmas condições de tempo: a jurisprudência anuncia um espaço temporal de 30 dias. 
 
Cuidado: O STF na ação penal 516 admitiu o espaço temporal de até 07 anos nos crimes contra a 
ordem tributária. 
 
b) Mesmas condições de local: a jurisprudência anuncia que os vários crimes devem ser praticados 
na mesmo comarca (ou comarcas vizinhas). 
 
c) Mesmo modo de execução 
 
d) Outras circunstâncias semelhantes 
 
Pergunta: Demanda homogeneidade subjetiva?Os vários crimes tem que resultar de plano 
previamente elaborado pelo agente? 
R: 
� 1C – para caracterizar o crime continuado deve existir u dolo unitário ou global que torne 
coesas todas as infrações come-tidas, executando-se um plano preconcebido (PREVALECE-
STF). 
� 2C – a unidade de desígnios (dolo único) não é requisito do crime continuado (LFG). 
 
Regras de fixação da pena 
 
 Adotou- se o sistema da exasperação – o juiz vai adotar uma só pena ( a mais grave) ele majora de 1/6 
até 1/3). 
 
Crime continuado específico (art. 71, § único do CP) 
 
Atenção: novidade introduzida pela reforma do CPpela lei 7.209 de 1984 
 
Art. 71, Parágrafo único do CP - Nos crimes dolosos, contra vítimas 
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá 
o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e 
a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 
70 e do art. 75 deste Código 
 
Além dos requisitos da continuidade genérica, pressupõe: 
 
• Pluralidade de condutas 
• Pluralidade de crimes da mesma espécie 
• Elo de continuidade 
• Crimes dolosos 
• Crimes dolosos com vítimas diferentes 
• Crimes cometidos com violência ou grave ameaça a pessoa 
 
 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa Súmula, apesar de ainda aplicada em alguns concursos, é anterior a reforma de 1984. 
Prova Cespe – continua trabalhando com esta súmula. 
 
 
Regras de fixação da pena 
 
É o do sistema da exasperação. 
 
Atenção: deve-se aplicar o concurso material benéfico, se a soma das penas for mais benéfica prevalece 
sobre a exasperação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pergunta: Admite-se no mesmo contexto fático crime continuado e concurso formal? 
R: 
Exemplo: No dia 01/01/2012, no dia 02/01/2012 e no dia 03/01/2012 roubo a ônibus. Posso aplicar tanto 
a continuidade delitiva quanto o concurso formal? 
 
� 1C – para LFG deve-se desprezar o concurso formal, aplicando-se somente a continuidade delitiva, 
evitando-se bis in idem. 
 
� 2C – para o STF s dois concursos devem ser aplicados, não havendo bis in idem. 
 
 
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 
 
Conceito: é mais um instrumento (ao lado da pena) utilizado pelo Estado na resposta à violação da norma 
penal, pressupondo, no entanto, agente não imputável ( inimputável ou semi imputável). 
Finalidades: 
 
 Pena – espécie de sanção penal – polifuncional: preventiva, retributiva e reeducativa; Volta-se ao 
passado (fato concreto cometido pelo agente); trabalha com a culpabilidade do agente; 
 
 Medida de segurança - espécie de sanção penal; tem finalidade essencialmente preventiva 
(não se pode negar o seu caráter aflitivo ainda que em menor grau); Volta-se ao futuro 
SÚMULA Nº 605 do STF 
 
NÃO SE ADMITE CONTINUIDADE DELITIVA NOS 
CRIMES CONTRA A VIDA. 
 
SÚMULA Nº 711 do STF 
 
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME 
CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A 
SUA VIGÊNCIA É ANTERI-OR À CESSAÇÃO DA 
CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA. 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
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(fato abstrato que o agente poderá cometer); trabalha com a periculosidade do agente; 
 
Princípios informadores 
 
Os princípios informadores da pena também se aplicam a s medidas de segurança. 
 
� Princípio da legalidade: apesar de existir corrente em sentido contrario ( Assis Toledo), prevalece 
que a medida de segurança obedece a reserva legal + anterioridade. 
 
 
� Proporcionalidade: A pena deve ser proporcional a gravidade do crime. E a medida de segurança? 
Não pode se r proporcional a gravidade do fato mas deve ser proporcional ao grau de 
periculosidade do agente. 
 
Espécies de medida de segurança 
 
Tem previsão no art. 96 do CP 
 
Espécies de medidas de segurança 
 
Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à 
falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
 
Combinando o art. 96 com o art. 97 do CP teremos: 
 
I- Detentiva (internação) – para crime punidos com reclusão. 
II- Restritiva (tratamento ambulatorial) – crimes punidos com detenção quando a internação não é 
necessária. 
 
Atenção: Nota-se que o CP leva em consideração apenas a gravidade da infração e não a periculosidade 
do agente. 
 
CNJ: regra é o tratamento e a exceção é a internação. 
 
Pressupostos 
 
1 – praticar fato previsto como crime – admite-se medida de segurança em contravenção penal. No Brasil 
a medida de segurança é pós – delitual. 
 
2 – periculosidade do agente - sua maior ou menor inclinação para o crime; 
 
 Inimputável – art. 26, caput � doença mental � periculosidade presumida � absolvição imprópria 
(absolvição + medida de segurança); 
 
 Semi imputável - art. 26, p. único � perturbação mental � periculosidade comprovada � 
condenação � o juiz na imposição da sanção penal escolhe aplicar pena diminuída ou substituição 
da pena por medida de segurança. 
 
Aplicação 
 
A duração da medida de segurança 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
7
 
� Previsão legal - art. 97, §1° do CP 
 
Prazo 
 
 Art. 97, § 1º do CP - A internação, ou tratamento ambulatorial, será 
por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, 
mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo 
deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
 
Prazo mínimo de 01 a 03 anos ou o prazo indeterminado, até cessação da periculosidade. 
 
O prazo indeterminado da medida de segurança é constitucional? 
 
 
Hoje, nos tribunais superiores, prevalece a inconstitucionalidade da indeterminação do prazo máximo, 
violando a proibição da prisão perpétua. 
Uma primeira corrente sugere um prazo máximo de 30 anos (o mesmo previsto para as penas privativas 
de liberdade. STF – HC 107432 
 
Uma segunda corrente sugere que a medida de segurança não pode suplantar o limite máximo da pena 
cominada ao crime. STJ – HC 174342. 
 
 
Perícia médica 
 
Previsão legal: art. 97, §2° do CP 
 
Art. 97, § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo 
fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o 
determinar o juiz da execução. 
 
Faz a 1ª pericia quando acabar o prazo mínimo (de 1 a 3 ano), não cessou a periculosidade, faz a pericia 
de ano em ano, até cessar a periculosidade. 
 
Atenção: a expressão “ ou a qualquer tempo” significa que a perícia pode ser antecipada, jamais adiada 
pra depois de 01 anos. 
 
Cuidado: admite-se médico particular para acompanhar a execução da medida de segurança (art. 43, da 
LEP) 
 
Desinternação / liberação 
 
Previsão lega l- Art. 97, 3° do CP 
 
Desinternação ou liberação condicional 
 
Art. 97, § 3º do CP - A desinternação, ou a liberação, será sempre 
condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, 
antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência 
de sua periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Averiguada a cessação da periculosidade, deve ser determinada a desinternação ou a liberação do agente. 
 
Obs.1: Trata-se de medidas a título de ensaio. 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
8
Obs.2: Se durante 01 ano praticar fato indicativo (não precisa ser fato típico) da persistência da 
periculosidade, a medida de segurança é reestabelecida. 
 
Pergunta: É possível desinternação progressiva? 
 
A jurisprudência dos tribunais superiores tem admitido a desinternação progressiva consistente na 
passagem da internação para o tratamento ambulatorial antes da definitiva liberação do agente. 
 
Desinternação do agente - Art. 97, 4° do CP 
 
 Art. 97, § 4º do CP- Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, 
poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for 
necessáriapara fins curativos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
 
O agente está cumprindo o tratamento ambulatorial, ele pode ser internado se essa providencia for 
necessária para fins curativos. 
 
Atenção: não se trata de regressão, pois não tem finalidade punitiva, mas sim, curativa. 
 
Superveniência de doença mental na fase de execução 
 
O agente é processado, tem pena e na fase de execução ele desenvolve doença mental. 
 
Aplica-se o art. 108 ou o art. 183 da LEP (Lei 7210/84) 
 
No art. 108 da LEP 
 
Art. 108 da lei 7.210/84. O condenado a quem sobrevier doença mental 
será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. 
 
O art. 108 da LEP é aplicado quando: 
 
1: Aplicável no caso de anomalia passageira; 
 
2: A medida de segurança é reversível; 
 
3: O tempo de internação é computado como pena cumprida (deve observar a pena 
imposta); 
 
4: deve observar a pena imposta ( o tempo de internação não ultrapassa a pena 
imposta); 
 
No art. 183 da LEP 
Art. 183 da lei 7.210/84. Quando, no curso da execução da pena 
privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da 
saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da 
Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a 
substituição da pena por medida de segurança. 
 
Aplica-se o art. 183 da LEP quando: 
 
1. Aplicável no caso de anomalia não passageira 
2. A medida de segurança é irreversível 
3 A internação não é computada coma pena 
4. O tempo de internação é computado como o de cumprimento da pena 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
9
(observar o art. 97 do CP) 
 
Qual o tempo máximo da internação? 
R: 
� 1C – tem duração indefinida; 
� 2C - duração máxima de 30 anos. 
� 3C - tem a mesma duração da pena substituída( STJ- decidiu recentemente). 
� 4C – está limitada pela pena máxima abstratamente prevista. 
 
Escoado o limite de cumprimento da medida de segurança, mas persistindo a periculosidade do agente, 
deve-se buscar, perante o juízo cível, a interdição do agente (figurando a o MP como parte legítima), 
demonstrando-se a necessidade da internação extra penal como forma de proteger o paciente ou proteger 
a própria sociedade- art. 1796 CC e art. 9º da lei 10.216/01). 
 
Medida de segurança provisória- art. 319, VII CPP. 
 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes 
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) 
e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
Efeitos da condenação 
 
Pode ser: 
 
• Penal principal – execução forçada da sanção imposta; 
• Penal secundário – reincidência, interrompe a prescrição, revoga o sursis; 
 
 
• Extrapenal genérico – art. 91 CP 
• Extrapenal específico - art. 92 CP 
 
Efeitos extrapenais específicos da condenação 
 
Previsão legal – art. 92 do CP 
 
I - Perda do cargo ou função pública 
 
a) Nos crimes cometidos com abuso de poder-pena privativa de liberdade igual ou superior a 
01 ano. Não abrange restritiva de direitos ou multa. 
 
b) Nos crimes comuns basta uma pena privativa de liberdade superior a 04 anos. Não abrange 
restritiva de direitos ou multa. 
 
II – Incapacidade para o exercício do poder familiar tutela ou curatela 
 
a)Crime doloso 
b)Punido a reclusão 
c) Cometido contra filho tutelado/curatelado. 
 
� São requisitos cumulativos 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
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10
 
III – Inabilitação pra dirigir veículo 
 
a) Veículo utilizado como meio para a prática de crime doloso. 
 
Estes efeitos não são automáticos dependem de decisão motivada do magistrado. 
___________________________________________________________________________________ 
 
II. JURISPRUDENCIA CORRELATA 
 
2.1. STJ - REsp 1212911/RS 
 
RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. ARTS. 71, 168-A E 337-A, III, DO CP. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO 
DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. EMPRESAS PERTENCENTES AO MESMO GRUPO 
EMPRESARIAL. CONTINUIDADE DELITIVA. POSSIBILIDADE. INQUÉRITOS E AÇÕES PENAIS EM CURSO 
NÃO CONFIGURAM PERSONALIDADE NEGATIVA DO AGENTE. HABEAS CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO. 
PRECEDENTES DO STJ E DO STF. 1. Para o reconhecimento da continuidade delitiva, é necessária a 
prática sucessiva de ações criminosas de semelhante espécie que guardem, entre si, vínculos em relação 
ao tempo, ao lugar e à forma de execução, de modo a revelar homogeneidade de condutas típicas, 
evidenciando serem as últimas ações desdobramentos da primeira (art. 71 do CP). 2. No caso, o réu 
responde por delitos descritos nos arts. 168-A e 337-A, ambos do Código Penal - em continuidade delitiva 
-, nas Apelações Criminais n. 2004.71.038480-8, 2003.71.00.042734-7 e 2004.71.00.021296-7.3. Em 
função da melhor hermenêutica, os crimes descritos nos arts.168-A e 337-A, apesar de constarem em 
títulos diferentes no Código Penal e serem, por isso, topograficamente díspares, refletem delitos que 
guardam estreita relação entre si, portanto cabível o instituto da continuidade delitiva (art. 71 do CP). 
4. O agente cometeu delitos análogos, descritos nos arts. 168-A e 337-A do Código Penal, na 
administração de empresas diversas, mas de idêntico grupo empresarial, durante semelhante período, no 
mesmo espaço geográfico (cidade de Porto Alegre/RS) e mediante similar maneira de execução, portanto 
tem lugar a ficção jurídica do crime continuado (art. 71 do CP). 5. Precedentes deste Tribunal e do 
Supremo Tribunal Federal.6. O acórdão regional firmou-se em sentido contrário à jurisprudência deste 
Tribunal ao considerar os inquéritos e as ações penais em andamento como aspectos desfavoráveis à 
personalidade do réu.7. Recurso especial improvido. De ofício, habeas corpus concedido para afastar a 
majoração da pena-base em razão do juízo negativo sobre a circunstância da personalidade do recorrido. 
 
(REsp 1212911/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 20/03/2012, DJe 
09/04/2012) 
 
 
2.2. STF - HC 107636 / RS 
 
Ementa: Penal. Habeas corpus. Dois crimes de roubo praticados com intervalo de 45 dias. Continuidade 
delitiva. Inexistência. Habitualidade ou reiteração criminosa. 1. O art. 71 do Código Penal arrola os 
requisitos necessários à caracterização do crime continuado, a saber: (i) mais de uma ação ou omissão; 
(ii) prática de dois ou mais crimes da mesma espécie; (iii) condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes; e (iv) os crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do 
primeiro. 2. In casu, o paciente restou condenado por dois crimes de roubo, o primeiro praticado em 
20/12/2004 e o segundo em 05/02/2005, perfazendo entre os delitos um intervalo de 45 dias. 3. É 
assente na doutrina que não há “como determinar o número máximo de dias ou mesmo de meses para 
que se possa entender pela continuidade delitiva. 4. O Supremo Tribunal Federal, todavia, lançou luz 
sobre o tema ao firmar, e a consolidar, o entendimento de que, excedido o intervalo de 30 dias entre os 
crimes, não é possível ter-se o segundo delito como continuidade do primeiro: HC 73.219/SP, Rel. Min. 
MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 26/04/1996, e HC 69.896, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 02/04/1993. 5. A 
habitualidade ou a reiteração criminosa distingue-se da continuidade delitiva, consoante reiteradamente 
vem decidindo esta Corte: HC 74.066/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, 2ª Turma, DJ de 11/10/1996; HC 
93.824/RS, Rel. Min. EROS GRAU, 2ª Turma, DJe de 15/08/2008; e HC 94.970, Rel. Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, 1ª Turma, DJe de 28/11/2008.6. Habeas corpus denegado. 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
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(HC 107636, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 06/03/2012, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-058 DIVULG 20-03-2012 PUBLIC 21-03-2012) 
 
 
III. SIMULADOS 
 
3.1. (UFPR - 2012 - TJ-PR - Juiz) Configura-se crime continuado quando: 
a) o agente, mediante uma só ação, comete mais de um crime, idênticos ou não, contra, pelo menos, 02 
(duas) vítimas. 
b) o agente, mediante mais de 03 (três) ações, sempre contra vítimas diferentes, pratica o mesmo crime 
em sequência um do outro, num período não superior a 24 (vinte e quatro) horas. 
c) o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 02 (dois) ou mais crimes da mesma espécie. 
d) o agente comete 02 (dois) ou mais crimes no mesmo local e contra vítimas diferentes, não se 
considerando o tempo e o modo de execução. 
 
3.2. (UFPR - 2012 - TJ-PR - Juiz) Levando-se em conta uma denúncia que imputa ao réu a prática dos 
crimes de falsidade documental e estelionato, como deve agir o Magistrado em caso de sentença 
condenatória? 
a) Condenar o réu pela prática de ambos os crimes, em concurso material, somando-se a pena dos dois 
crimes. 
b) Condenar o réu pelo crime de falso, eis que esse é o delito pelo qual se chegou ao estelionato, 
afastando a condenação por esse último. 
c) Condenar o réu por ambos os crimes, em concurso material, aplicando somente a pena do crime mais 
grave, aumentando- se de até metade diante do concurso. 
d) Condenar o réu apenas pelo crime de estelionato, pois quando o falso se exaure nesse delito sem mais 
potencialidade lesiva, é por ele absorvido e se aplica apenas a pena do estelionato, não havendo concurso 
material. 
 
3.3. (FCC - 2012 - MPE-AP - Promotor de Justiça) Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, 
a) o aumento pela continuidade deve decorrer do número de infrações praticadas, segundo expressa 
previsão legal. 
b) os crimes não precisam ser da mesma espécie para o reconhecimento da continuidade delitiva. 
c) a pena, se reconhecida à continuidade, não pode exceder a que seria cabível pela regra do concurso 
formal. 
d) o juiz, se admitir a continuidade, poderá aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais 
grave, se diversas, até o triplo. 
e) é obrigatória a aplicação da regra do concurso material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material anotado pela monitora Luciara Oliveira 
 
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GABARITO: 
 
3.1. C 
3.2. D 
3.3. D

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