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CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 1 CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II Disciplina: Direito Penal Prof. Rogério Sanches Aula nº 10 MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice I. Anotações da Aula II. Jurisprudência Correlata 2.1. STF - ARE 694813 AgR / RS 2.2. STF - RHC 113437 / MS III. Simulados I. ANOTAÇÕES DA AULA Lesão corporal doloso de natureza leve (art. 129 “caput”) O bem jurídico tutelado é a incolumidade pessoal do indivíduo, protegendo o indivíduo a saúde física ou corporal, saúde fisiológica e protege também a saúde mental. Topografia Art. 129, “caput” – lesão dolosa leve Art. 129, §1° - lesão dolosa grave (também admite o preterdolo) Art. 129, §2° - lesão dolosa gravíssima (também admite o preterdolo) Art. 129, §3° - lesão corporal seguida de morte (homicídio preterdoloso) Art. 129, §§ 4°, 5° - privilégio Art. 129, §6° - lesão corporal culposa (leve, grave, gravíssima) Art. 129, §7° - majorante de pena (alterado pela lei 12.720/12) Art. 129, §8° - perdão judicial Art. 129, §§ 9°, 10, 11 – violência domestica e familiar (vítima homem ou mulher) Sujeito ativo é comum sendo qualquer pessoa Sujeito passivo, em regra o crime também é comum, isto é qualquer pessoa pode ser vítima de lesão corporal. Exceções, ou seja, casos em que a vítima é própria (temos 2 casos) a) Art. 129, §1°, IV (aceleração de parto) b) Art. 129, §2°, V (aborto) culposo Nesses dois casos a vítima tem que ser gestante Atenção: se um inimputável, por determinação de outrem, praticar em si mesmo uma lesão, quem o conduziu à autolesão responderá pelo crime na condição de autor mediato. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 2 Conduta: provocar lesão corporal (ofender a incolumidade pessoal do indivíduo, quer causando a lesão ou agravando lesão que já existe. A dor é dispensável (ex. provocar o desmaio é lesão corporal) Corte de cabelo contra a vontade da vítima 1ª Corrente: caracteriza o art. 129, mas é indispensável que a ação provoque uma alteração desfavorável no aspecto exterior do indivíduo. 2ª Corrente: configura o delito de injúria real. 3ª Corrente: pode configurar o art. 129 ou injúria real, dependendo do dolo do agente A pluralidade de ferimentos gera pluralidade de crimes? Se a pluralidade de ferimentos está no mesmo contexto fático, não desnatura a unidade do crime! A integridade física é um bem indisponível? O consentimento da vítima exclui o crime? Resposta: trata-se de bem relativamente disponível, desde que: a) A lesão seja leve b) não contrariar a moral e a ordem pública Atenção: no caso da mudança de sexo, é indispensável que o procedimento seja realizado por profissional autorizado. Voluntariedade: o crime pode ser punido a título de dolo (“caput”, §1° e §2°), culpa (§6°) e preterdolo (§1°, §2° e §3°) Lesões cirúrgicas provocadas pelo médico na cirurgia de emergência, reparadora ou de vaidade (cirurgia plástica)? � Bento de Faria entende ser caso de atipicidade, essas lesões estão fora do alcance do tipo � Francisco de Assis Toledo entende que não pratica crime porque não há dolo (o dolo do médico é de curar ou melhorá-la a saúde do paciente e não ofender a sua saúde) � Bittencourt entende que é possível na lesão leve que esteja presente o consentimento do ofendido excluindo o crime � Luiz Flavio Gomes trabalha a teoria da imputação objetiva, o médico não cria risco proibido � Zaffaroni entende que não há tipicidade penal ausente a tipicidade conglobante, pois o ato do médico não é antinormativo. � Pierangeli entende que pode configurar exercício regular de direito ou estrito cumprimento de um dever legal, para Mirabete essa excludente é exclusiva de agente pública ou do particular exercendo função pública Consumação: consuma-se com a ofensa a incolumidade pessoal do indivíduo Equimoses (manchas escuras ou azuladas, fruto de infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo) e hematomas (acumulo de sangue em órgão ou tecido, normalmente causado por traumatismo), caracterizam lesão corporal. Atenção: eritemas (mancha de cor avermelhada na pele causada pela dilatação de vaso sanguíneos) não constitui lesão. Nas modalidades dolosas o crime admite tentativa CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 3 Infração penal de menor potencial ofensivo Ação penal pública condicionada a representação (art. 88 Lei 9.099/95) � Antes da Lei 9.099/95 Ação penal pública incondicionada � Depois da Lei 9.099/95 Ação penal pública condicionada Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. É uma infração de menor potencial ofensivo e depende de representação do ofendido. O que venha a ser lesão leve? Resposta, o conceito de lesão leve é dado por exclusão ela é leve quando não for grave, gravíssima ou seguida de morte. Na lesão levíssima tem-se aplicado o princípio da insignificância Lesão corporal de natureza grave Art. 129 - § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. Com a pena de 1 a 5 anos, estamos diante de uma infração é de médio potencial ofensivo (admite a suspensão condicional do processo) Com a pena máxima de 5 anos, cabe preventiva mesmo para o agente primário. Vejamos: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; “ocupação habitual”: qualquer atividade corporal costumeira, não necessariamente ligada a trabalho ou ocupação lucrativa devendo ser lícita ainda que imoral. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 4 O bebe de tenra idade pode ser vítima do crime de lesão corporal de natureza grave (ex. ficar mais de 30 dias sem mamar). Atenção: a relutância, por vergonha, de praticar as ocupações habituais não qualifica o crime (a simples vergonha não corresponde a lesão mental). Lesão gera trauma (mental): incapacitar o exercício das ocupações habituais “Mais de 30 dias”: teremos um primeiro exame na data dos fatos e neste exame o médico perceber que essa lesão esta incapacitando a vítima para as suas ocupações habituais, o médico irá requerer um segundo exame complementar após o 30° dia. Art. 168, § 2° do CPP - Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime. § 3° A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. Se o prazo é penal (inclui o dia do inicio e exclui do dia do fim) Se o prazo é processual (exclui o dia de inicio e inclui o dia do fim) Esse prazo conta-se conforme o Código Penal (inclui o dia do inicio e exclui do dia do fim) II - perigo de vida; É a Probabilidade séria e concreta do êxito letal (comprovada por pericia) Obs.1. A região da lesão não justifica, por si só, a presunção do perigo (é imprescindível perícia atestando risco concreto de morte). Obs.2. De acordo com a maioria, trata-se de qualificadora necessariamentepreterdolosa, ou seja: � Lesão: deve ser dolosa � Perigo de vida: deve ser culposo, se o ofensor considerou matar a vítima, tentativa de homicídio. III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; ”debilidade”: diminuição, redução ou enfraquecimento da capacidade funcional “permanente”: recuperação incerta e por tempo indeterminado (não significa perpetuidade). Cuidado: Não importa que o enfraquecimento possa se atenuar com aparelhos de prótese. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 5 A perda de um dente pode ou não caracterizar a qualificadora, dependendo de perícia atestando se a perda causou redução do aparelho de mastigação. IV - aceleração de parto: Atenção: a vítima é própria (gestante) “aceleração”: Em decorrência da lesão o feto é expulso, com vida antes do tempo normal Obs. Se o feto nasce sem vida ou morre logo após o nascimento em razão das lesões pretéritas, caracteriza lesão corporal gravíssima pelo aborto (§2°, V) ou aborto. (vai depender do animo do agente). É imprescindível que o agente saiba ou tivesse condições de saber que a vítima é gestante, para evitar responsabilidade penal objetiva. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. A doutrina é quem define que esse §2° traz a lesão corporal gravíssima (expressão criada pela doutrina aceita pela jurisprudência. Hoje o próprio legislador adotou essa expressão (art. 1°, §3° da Lei de tortura – Lei 9.455/97) É uma infração penal de maior penal potencial ofensivo (não admite qualquer medida de despenalidade da Lei 9.099/95) Ação penal pública incondicionada Vejamos: I - Incapacidade permanente (absoluta) para o trabalho; Atenção: de acordo com a maioria, a qualificadora exige incapacidade para o exercício de qualquer espécie de trabalho. II - enfermidade incurável; É a transmissão intencional de doença para qual não existe cura no estágio atual da medicina. Obs. O STJ no HC 160.982, entendeu caracterizar essa circunstância qualificadora a transmissão consciente da AIDS. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 6 E se existe cura, porém arriscada ou um tratamento incerto? A vítima não sendo obrigado arriscar-se a qualificadora persiste, se a vítima de arriscar e for curada desaparece a qualificadora. � Cura arriscada o A recusa da vítima em se submeter ao procedimento não exclui a qualificadora o Submetendo-se ao procedimento, revertendo a doença desaparece a qualificara. � Cura não arriscada o A recusa injustificada da vítima exclui a qualificadora o A recusa justificada não exclui, tem-se admitido recusa por razões de crença. III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; ”perda”: amputação ou mutilação A amputação é por procedimento cirúrgico, a mutilação foi em decorrência da ação do agressor. “inutilização”: membro, sentido ou função inoperante, sem qualquer capacidade de exercer suas atividades próprias. Tratando-se de órgãos duplos (Testículos, Rins, olhos, Ouvidos etc.), a lesão para ser qualificada como gravíssimas devem atingir ambos. É gravíssima se ocorrer a impotência “generandi” ou a “coeundi”. IV - deformidade permanente; Nada mais é do que o dano estético aparente, considerável, irreparável pela própria força da natureza e capaz de causar impressão vexatória. (desconforto para quem olha e humilhação quem ostenta, ou seja, para a vítima). Hungria diz que a idade, o sexo e a condição social da vítima pode interferir nessa qualificadora. Se a vítima reparar o dano por meio de cirurgia plástica fica afastada a qualificadora. Cuidado: a nossa lei não considera a qualificadora apenas nos casos de lesão no rosto Pergunta de concurso O que é Vitriolagem? Resposta: é a deformidade permanente causada pelo emprego de ácidos. A nossa lei não considera a qualificadora apenas nos casos de lesão no rosto, abrangendo todo o corpo, mesmo que visível em momentos de maior intimidade. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 7 V - aborto: Trata-se de qualificadora necessariamente preterdolosa. � Lesão Dá-se a titulo de dolo (dolosa) � Aborto Dá-se a titulo de culpa (culposo) Atenção: Não se confunde com o art. 127, CP (aborto qualificado pela lesão corporal grave) � Art. 127 do CP O Aborto qualificado pela lesão grave Aborto é doloso Lesão grave é culposa � Art. 129, §2° V do CP Lesão grave qualificado pelo aborto Lesão grave é dolosa Aborto é culposo Coexistências de qualificadoras Ex. art. 129, §1° I do CP (pena de 1 a 5 anos) e 129 §2°, IV do CP (pena de 2 a 8 anos) O Juiz não pode aplicar as duas qualificadoras, porém ele vai aplicar a circunstância mais grave (129 §2°, IV do CP), e a que ele não aplicou vai servir como circunstância judicial desfavorável (art. 129, §1° I do CP). Aplicada pelo Juiz na fixação da pena base. Art. 129 § 3° do CP Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. É uma infração de maior potencial ofensivo (homicídio preterdoloso – não vai a Júri) Elementos: 1. Conduta dolosa dirigida à ofensa a incolumidade pessoal da vítima 2. Resultado culposo + grave (morte) A imprevisibilidade do resultado elimina o crime preterdoloso (o agente responde somente pelas lesões corporais). CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 8 3. Nexo entre conduta e resultado Fulano durante uma discussão empurra beltrano que cai ao chão, bate a cabeça e morre. Cuidado: se o antecedente doloso consiste em meras vias de fato (ex. empurrão), o evento morte não querido ou aceito deve ser imputado ao agressor a título de homicídio culposo, ficando a contravenção penal absorvida. II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 2.1. STF - ARE 694813 AgR / RS Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PENAL. LEI MARIA DA PENHA. INFRACONSTITUCIONAL. ALEGADA OFENSA AO ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OFENSA REFLEXA. REEXAME DE CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. ÓBICE DA SÚMULA 279 DO STF. 1. A repercussão geral pressupõe recurso admissível sob o crivo dos demais requisitos constitucionais e processuais de admissibilidade (art. 323 do RISTF). Consectariamente, se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (art. 102, III, § 3º, da Constituição Federal). 2. Os princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, da motivação das decisões judiciais, bem como os limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, quando a verificação de sua ofensa dependa do reexame prévio de normas infraconstitucionais, revelam ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que, por si só, não desafia a abertura da instância extraordinária. Precedentes. 3. A Súmula 279 do STF dispõe: “Parasimples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. 4. É que o recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam o revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. 5. In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: “APELAÇÃO CRIME. LEI MARIA DA PENHA. LESÃO CORPORAL. ART. 129 § 9º DO CÓDIGO PENAL AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS MANUTENÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA EM SUA INTEGRALIDADE. A PALAVRA DA VÍTIMA, NOS CRIMES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, ASSUME ESPECIAL RELEVO, MORMENTE QUANDO ACONTECE NO INTERIOR DA RESIDÊNCIA FAMILIAR, NA AUSÊNCIA DE TESTEMUNHAS PRESENCIAIS. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO.” 6. Agravo regimental a que se NEGA PROVIMENTO. (ARE 694813 AgR, Relator (a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 28/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG 12-09-2012 PUBLIC 13-09-2012) 2.2. STF - RHC 113437 / MS EMENTA DIREITO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL GRAVE. DOSIMETRIA. REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE ILEGALIDADE OU ARBITRARIEDADE. 1. A dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade judicial. O Código Penal não estabelece rígidos esquemas matemáticos ou regras absolutamente objetivas para a fixação da pena. Cabe às instâncias ordinárias, mais próximas dos fatos e das provas, fixar as penas. Às Cortes Superiores, no exame da dosimetria das penas em grau recursal, compete apenas o controle da legalidade e da constitucionalidade dos critérios empregados, bem como a correção de eventuais discrepâncias gritantes e arbitrárias nas frações de aumento ou diminuição adotadas pelas instâncias anteriores. 2. Para fixar a pena necessária e suficiente para a prevenção e repressão do crime, deve o juiz considerar todos os elementos constantes dos autos. Na espécie, os elementos concretos do crime autorizam a exasperação da reprimenda. 3. A fixação do regime inicial de cumprimento da pena não está condicionada somente ao quantum da reprimenda, mas também ao exame das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal, conforme remissão do art. 33, §3º, do mesmo diploma legal. Precedentes 4. Recurso desprovido. (RHC 113437, Relator (a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 21/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-176 DIVULG 05-09-2012 PUBLIC 06-09-2012) CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 9 III. SIMULADOS 3.1. (FCC - 2011 - TJ-AP - Titular de Serviços de Notas e de Registros) João, com a intenção de matar, golpeou José com uma faca, ferindo-o. Em condições normais, o ferimento teria configurado apenas lesão corporal leve. No entanto, por ser a vítima diabética, a lesão se agravou e esta veio a falecer em razão do ocorrido. Nesse caso, João responderá por a) homicídio doloso. b) tentativa de homicídio. c) lesões corporais graves. d) lesões corporais leves. e) homicídio culposo. 3.2. (PUC-PR - 2011 - TJ-RO - Juiz) Considera-se a vida humana como um direito fundamental garantido pela Constituição Federal ainda objeto de proteção pela legislação penal vigente. Dado esse enunciado, assinale a única alternativa CORRETA. a) Se o agente comete o crime de homicídio (simples ou qualificado) impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob a influência de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. b) Aumentam-se da metade (1/2) até dois terços (2/3) as penas aplicadas ao crime de aborto, se este resultar à gestante lesão corporal de natureza grave ou na hipótese de lhe sobrevir a morte. c) A legislação penal vigente não permite a redução de pena em crimes de lesão corporal na hipótese de o agente ter cometido o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima. d) Aquele que expõe a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina responde pelo delito de homicídio na forma omissiva. e) O crime de perigo de contágio venéreo previsto no artigo 130 do Código Penal é de ação penal pública condicionada à representação do ofendido. 3.3. (CESPE - 2010 - MPE-ES - Promotor de Justiça) Acerca dos delitos previstos na parte especial do CP, assinale a opção correta. a) Considere a seguinte situação hipotética. Abel, com intenção apenas de lesionar, desferiu golpes de foice contra Bruno, decepando-lhe o braço esquerdo. Nessa situação, Abel cometeu o delito de lesão corporal gravíssima qualificada pela perda de membro. b) A figura do homicídio privilegiado compatibiliza-se com as qualificadoras de cunho objetivo, ocasião em que deve ser considerada crime hediondo. c) No homicídio, a incidência da qualificadora pelo fato de o delito ter sido praticado mediante paga ou promessa de recompensa é circunstância de caráter objetivo e, portanto, comunicável aos partícipes. d) No delito de homicídio, a discussão anterior entre autor e vítima, por si só, não implica o afastamento da qualificadora referente ao motivo fútil, notadamente quando não restar incontroverso o verdadeiro motivo da animosidade. e) O agente que praticar aborto ilícito consentido em mulher grávida de gêmeos responderá pelo delito de aborto em concurso formal homogêneo, ainda que desconheça que se trate de gravidez gemelar. CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches Material anotado pelo monitor Adrian Franqueller 10 GABARITO: 3.1. A 3.2. E 3.3. D
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