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Recursos Proc.C III

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1 
 
Processo Civil – III 
Professor: Fabiano Aquino 
 
Teoria Geral dos Recursos 
 
 Conceito: os recursos são um remédio voluntario e idôneo, a ensejar, dentro do mesmo processo, a 
reforma, invalidação, esclarecimento ou a integração da decisão que se impugna. 
 
O recurso como remédio voluntário significa dizer que a interposição do recurso é um ato de vontade. O 
recurso é uma manifestação de insatisfação. 
Desta forma, não se pode atribuir natureza de recurso ao reexame necessário, também chamado duplo grau 
de jurisdição obrigatório, regido pelo art. 942 NCPC, exatamente pelo fato de não se tratar de remédio voluntário, 
ou seja, não decorre da manifestação das partes. 
Cumpre ressaltar que esse remédio voluntário surge dentro do mesmo processo em que foi proferida a 
decisão impugnada/recorrida. Esta é uma das características essenciais dos recursos, capaz de distingui-los das 
"ações autônomas de impugnação”, como a "ação rescisória”, pois esta gera a incidência de um novo processo, 
nova causa de pedir, etc. O recurso, ao contrário da "ação autônoma de impugnação” (ação rescisória), não dá 
origem ao aparecimento de um novo processo, sendo, em verdade, um incidente do mesmo processo em que 
prolatado o pronunciamento impugnado. 
 
Reforma: (infringe direito material) Isto se dará toda vez que o recorrente afirmar a existência, no provimento 
recorrido, de um error in iudicando, isto é, de um erro de julgamento. Ocorre o error in iudicando quando o 
magistrado atribui ao direito positivo uma vontade que não é a sua verdadeira,4 ou seja, quando o juiz profere 
uma declaração errônea da vontade concreta da lei. 
 
Invalidação: quando o recurso é interposto sob o fundamento de a decisão impugnada ter sido proferida com 
error in procedendo. Este é um vício de forma, ao contrário do anterior, em que havia um vício de conteúdo. O 
error in procedendo está sempre ligado ao descumprimento de uma norma de natureza processual6 e consiste 
em vício formal da decisão, que acarreta sua nulidade. Nesta hipótese, o objeto do recurso não será a reforma da 
decisão recorrida, mas sua invalidação. 
 
No primeiro tipo de vício, em que o recurso objetiva a reforma da decisão, o que se espera do órgão julgador do 
recurso é a prolação de nova decisão sobre a mesma questão decidida pelo provimento impugnado, devendo 
esse novo pronunciamento substituir o provimento recorrido, na segunda hipótese, em que o recurso tem por fim 
a invalidação da decisão recorrida, o que se espera obter no julgamento do recurso é uma decisão que anule o 
pronunciamento impugnado, retirando-o do processo e determinando ao órgão que o havia prolatado que profira 
nova decisão sobre aquela mesma questão. 
 
Esclarecimento: Há situações em que a decisão proferida pelo órgão judicial é obscura ou contraditória. Nestas 
hipóteses, é possível a interposição de recurso tendo por fim o esclarecimento da decisão. O que se p retende 
nestas situações é que o juízo prolator da decisão reexprima o que já havia afirmado em sua decisão, mas que 
não havia sido expresso de forma clara. 
Em outros termos, o que se quer aqui não é que se redecida, mas sim que se reexprima. O único recurso 
cabível nessa hipótese, como se verá mais adiante, no estudo dos recursos em espécie, é o de embargos de 
declaração. 
 
Integração: Por integração entende-se a atividade de suprir lacunas, o que nos faz concluir que aqui o recurso 
será destinado a suprir omissões contidas na decisão judicial (e, também aqui, o recurso cabível é chamado de 
embargos de declaração). Neste caso, quer-se não somente que o juiz reexprima o que já havia dito, mas se 
pretende reabrir a própria atividade decisória, com a apreciação da questão que ainda não havia sido apreciada. 
 
Por fim, e concluindo a análise do conceito de recurso, há que se dizer que só se admite recurso, em nosso 
sistema, contra decisões judiciais, ou seja, contra provimentos judiciais que tenham conteúdo decisório. Significa 
isto dizer, em outras palavras, que nosso Direito Processual Civil admite recurso contra sentenças, decisões 
2 
 
interlocutórias e acórdãos. Os despachos de mero expediente, provimentos desprovidos de qualquer conteúdo 
decisório, são irrecorríveis. (Art. 1001 NCPC) 
 
 Classificação: 
 
Recurso Total e Parcial: àquele que ataca todo o conteúdo impugnável da decisão, e parcial ao que deixa 
incólume parte desse conteúdo impugnável. 
Note-se que, ao definir o recurso total e o recurso parcial, não falo em impugnar toda a decisão, ou parte 
dela, mas em atacar todo o conteúdo impugnável da decisão ou parte dele. Isso porque a lei pode limitar esse 
conteúdo, não se admitindo recurso contra toda a decisão, mas apenas contra parte dela. O recurso que ataque 
toda essa parte contra a qual se admite sua interposição será um recurso total. 
 
Recurso Principal e Adesivo: Nos termos do art. 997 do CPC, cada parte interpõe seu recurso no prazo, 
independentemente, e observadas as exigências legais. Pode ocorrer, assim, que ambas as partes recorram 
contra uma dada decisão. O recurso de cada uma delas será independente do outro e, por isso, chamado de 
recurso principal. Pode acontecer, porém, que numa hipótese de sucumbência recíproca, assim considerada 
aquela situação em que a decisão acarreta satisfação parcial dos interesses de ambas as partes (pense-se numa 
demanda em que o autor quer ver o réu condenado a pagar mil; o réu contesta alegando nada dever; e a sentença 
o condena a pagar quinhentos: nesta hipótese o autor terá sucumbido em parte, pois não terá obtido tudo o que 
pretendia, e o réu também terá sucumbido em parte, pois terá sido condenado a pagar uma certa soma, quando 
afirmava não ser devedor), uma das partes fique, em princípio, satisfeita com o resultado, optando por aceitar o 
resultado do processo. 
A outra parte, porém, interpõe recurso (o qual será, obviamente, um recurso principal). Permite a lei (no mesmo 
art. 997 do CPC) que, nesta situação, a outra parte interponha recurso adesivo, ou seja, um recurso subordinado 
ao da outra parte. Este recurso só será julgado se o recurso principal for admitido. Julgado inadmissível o recurso 
principal, automaticamente se terá por inadmissível o recurso adesivo, aplicando-se aqui a conhecida regra 
segundo a qual o acessório segue o principal. 
Nesta hipótese, ocorrerá o trânsito em julgado da decisão, o que - afinal de contas - havia sido considerado 
satisfatório pela parte que deixara de interpor recurso principal, optando por recorrer adesivamente. 
 
Recurso Ordinário e Excepcional: São ordinários os recursos cujo objeto imediato é a tutela do direito subjetivo, e 
excepcionais aqueles cujo fim imediato é a tutela do direito objetivo. Encontram-se na primeira espécie recursos 
como a apelação, o agravo e os embargos infringentes, e na segunda localizam-se o recurso extraordinário e o 
recurso especial. 
Nos recursos ordinários, em que o objeto imediato é a tutela do direito subjetivo do recorrente, podem-
se discutir questões de fato e de direito (afinal, o direito subjetivo nasce quando uma situação fática concreta se 
enquadra na descrição abstrata contida na norma; assim sendo, tanto os aspectos de fato como os de direito 
podem ser aqui discutidos). Já nos recursos excepcionais, cujo objeto imediato é a tutela do direito objetivo (CF e 
Direito federal), e apenas mediatamente se tutela o direito subjetivo, apenas questões de direito poderão ser 
suscitadas. Isto explica, por exemplo, a existência do Enunciado nº 7 da Súmula da Jurisprudência Predominante 
do STJ, que proíbe se admita recurso especial para mero reexame de prova (afinal, as provas estão ligadas às 
alegações de fato, e não às de direito). 
 
 Princípios 
 
▪ Taxatividade: neste a intenção do legislador é de não permitir que as partes criem modalidades de 
recursos para expressarem o seu inconformismo em relação àsdecisões judiciais. 
Sendo assim, em síntese, o princípio da taxatividade pode ser entendido como sendo a explícita proibição à 
criação de novos recursos pelas partes, considerando-se que tão-somente os recursos previstos no ordenamento 
jurídico, e criados em consonância com o procedimento legislativo estabelecido, podem ser utilizados com o fim 
de se reformar as decisões judiciais. 
No Brasil, o artigo 22, I, da Constituição Federal confere à União Federal a competência exclusiva para se 
legislar sobre Direito Processual, de modo que, em consonância com todo o já exposto, somente serão 
considerados recursos, para os fins do Direito Processual Civil, os previstos expressamente em Lei Federal, tais 
como os enumerados no já referido artigo 496, bem como os que forem estipulados em Lei Federal Especial. 
3 
 
 
▪ Unirecorribilidade/Singularidade: Como conseqüência direta do princípio da taxatividade, surge o 
princípio da singularidade dos recursos, pelo qual se depreende que para cada ato judicial recorrível 
existe um recurso próprio previsto no ordenamento jurídico, ensejando-se a conclusão de que, em regra, 
é vedado à parte utilizar-se de mais de um recurso para impugnar o mesmo ato decisório. 
A finalidade básica do princípio da singularidade é evitar que as partes possam ter a liberdade irrestrita de 
escolha, de acordo com os seus próprios interesses, dos recursos a serem utilizados no decorrer da lide. 
Portanto, cada decisão poderá ser impugnada de acordo com os recursos previstos no ordenamento jurídico 
(princípio da taxatividade), observando-se, contudo, a natureza e o objetivo do recurso a ser escolhido e a sua 
relação com a decisão a ser recorrida, prevendo o Diploma Processual as situações e as condições de uso de cada 
um dos recursos definidos na Lei (princípio da singularidade), sendo defeso/proibido à parte, em regra, utilizar-se 
de mais de uma ferramenta recursal para questionar uma mesma decisão. 
 
▪ Vedação da reforma in pejus: Proíbe a reforma para pior. A parte recorre para obter uma melhora, não 
para ser prejudicada. Ela não pode ter sua situação piorada por meio de um recurso interposto por ela 
própria. 
Ajuízo ação de danos morais pedindo aqueles R$ 10 mil, o juiz acolhe meu pedido, mas entende que o só me 
são devidos 5 mil pelo réu, que não recorre. Recorro ao tribunal, que analisa o mérito e chega à conclusão que eu, 
na verdade, não teria direito a nada. O juízo ad quem não pode dar provimento e reduzir a qualidade da 
pretensão do recorrente. Se, entretanto, o réu tivesse recorrido, aí sim, é óbvio que o autor poderia ser 
prejudicado. Esse princípio é básico no Direito Penal. 
 
Existem exceções, no entanto. São três: 
Matérias de ordem pública. O que é mesmo matéria de ordem pública? Prevalência do interesse público sobre o 
direito privado. São matérias reconhecidas de ofício. O juiz me concede R$ 5 mil dos 10 pedidos. O tribunal 
analisa meu recurso para majorar a condenação imposta ao réu. Mas o colegiado pode notar que eu era ilegítimo 
para a causa, e condições da ação são matéria de ordem pública. Extingue o processo sem resolução de mérito e, 
dos R$ 5 mil que eu já tinha, termino a história com zero. Prevalece sobre o interesse meramente privado. 
Fato superveniente. Surge um novo fato que influencia no julgamento do recurso, e pode prejudicar quem 
recorreu. 
Legislação nova, por exemplo. O recurso terá que ser analisado na perspectiva do novo fato. Atingimento da 
maioridade, separação dos pais, edição de nova medida provisória... Tudo que mandar que se analise novamente 
a questão jurídica e fática. Condenação em litigância de má-fé. 
 
▪ Fungibilidade: neste se permite a substituição do recurso erroneamente interposto por outro que seria o 
adequado para questionar um determinado ato decisório. 
A aplicação do aludido princípio impede que a parte seja prejudicada, diante de uma situação considerada 
escusável, pelo excessivo rigor na aplicação do princípio da singularidade dos recursos. De fato. Existem 
determinadas decisões judiciais que, em função do caráter complexo de sua natureza, ocasionam dúvidas e 
polêmicas nos diversos meios doutrinários e jurisprudenciais quanto ao exato instrumento recursal que poderia 
ser utilizado pela parte. Nessas situações, inerente ao melhor entendimento é a certeza de que o rigor extremo 
na aplicação dos princípios da taxatividade e da singularidade dos recursos acarretaria uma situação de extrema 
onerosidade à parte, a qual não poderia ser prejudicada pelas inevitáveis imprecisões do sistema jurídico. 
Em situações de dúvida objetiva acerca da adequação do recurso a ser interposto, não se configurando a 
ocorrência de erro grosseiro, deve-se considerar razoável a adoção da fungibilidade dos recursos, mitigando-se o 
excessivo rigor na aplicação do princípio da singularidade, bem como se dispensando obediência ao postulado da 
instrumentalidade das formas, conforme previsão do artigo 283 NCPC. 
 
 Requisitos de Admissibilidade: 
Verificação de aspectos formais do recurso, os requisitos mínimos da matéria de fundo, do que efetivamente 
está se pedindo. 
É um exame inicial, separado do exame do mérito, onde somente se fará o exame do mérito se passar por todos 
os requisitos da admissibilidade (as condições formais), o que se pretende levar ao juízo ad quem do recurso (ex.: 
as custas do processo foram recolhidas, foi interposto dentro do prazo... são as análises preliminares). 
 
4 
 
A) Intrínsecos: Dizem o direito de recorrer. A pergunta que se deve fazer é: a pessoa tem direito de recorrer? 
Estes requisitos dizem a existência do direito de recorrer e o exercício deste direito. 
 
I. Cabimento: Neste requisito recorribilidade e adequação devem estar presentes, ou seja, todo recurso 
deve ter previsão legal (se não há previsão legal, também não haverá recurso) bem como, para cada ato 
judicial haverá uma espécie de recurso específica. 
Sobre aquele ato judicial, cabe recurso? Se o juiz der um simples despacho, cabe recurso? Não, porque ele não 
está analisando nenhum mérito, é somente um ato de impulso oficial. Neste caso, não existe direito de recorrer 
porque o ato não é impugnável. Art. 994 e 1001 do NCPC. 
 
II. Legitimidade: quem pode recorrer? A parte que perdeu, o terceiro interessado e o Ministério Público. 
Art. 996 NCPC. 
 
III. Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: A ocorrência de algum dos fatos que 
ensejam a extinção ou impedem o poder de recorrer faz com que o recurso eventualmente interposto 
não seja conhecido, proferindo-se, portanto, juízo de admissibilidade negativo. Os fatos extintivos do 
poder de recorrer são a renúncia ao recurso e a aquiescência/concordância à decisão; os impeditivos do 
mesmo poder são a desistência do recurso ou da ação, o reconhecimento jurídico do pedido, a renúncia 
ao direito sobre que se funda ação. Ou seja, os fatos impeditivos tem caráter de renúncia e ocorre de 
forma previa, ou seja, antes de propor o recurso; já os fatos extintivos tem caráter de desistência e ocorre 
de forma posterior a propositura do recurso. Art. 998 e 999 NCPC. 
 
IV. Interesse recursal: Da mesma forma com que se exige o interesse processual para que a ação seja julgada 
pelo mérito, há necessidade de estar presente o interesse recursal para que o recurso possa ser 
examinado em seus fundamentos. Assim, poder-se-ia dizer que incide no procedimento recursal o 
binômio necessidade + utilidade como integrantes do interesse em recorrer. É legitimada para recorrer, a 
parte vencida e o terceiro que tenha interesse jurídico. 
 
B) Extrínsecos: 
 
I. Tempestividade: O recurso, para ser admissível, deve ser interposto dentro do prazo legal. Não sendo 
exercido o poder de recorrer dentro daquele prazo, se operará a preclusão e, via de consequência, 
formar-se-á a coisa julgada. Trata-se, no caso, depreclusão temporal. 
 
II. Regularidade formal: exige-se que o recorrente alinhe as razões de fato e de direito que fundamentam o 
pedido de nova decisão (CPC, art. 1010), outros, dispositivos legais fazem referência à regularidade formal 
de modo mais sucinto, menos explícito. A constante, porém, é que há exigência de que o recurso seja 
motivado, isto é, de que o recorrente leve ao órgão ad quem as razões de seu inconformismo. 
 
III. Preparo: é o recolhimento das custas relativas ao processamento do recurso; independentemente do 
resultado, haverá o recolhimento destas custas; 
 
Prazo de Recurso – Art. 1003, §5º do NCPC 
 
15 dias: todos os demais recursos. 
5 dias: apenas os embargos de declaração 
 
Observação: O início da contagem do prazo ocorre no momento em que as partes são intimadas da decisão, art. 
1003, caput do NCPC. 
 
Contagem: art. 219 NCPC. 
Suspensão do prazo: art. 220 e art. 221 do NCPC. 
Interrupção do prazo: art. 1004 e art. 1026 do NCPC. 
 
Observação: a lei 9.099 em seu art. 50 foi alterada pelo NCPC em seu art. 1065. 
5 
 
 
Prazos diferenciados: 
Art. 180 NCPC – Ministério Publico 
Art. 183 NCPC – Fazenda Publica 
Art. 186 NCPC – Defensoria Publica 
Art. 229 NCPC – Litisconsortes com procuradores diferentes 
 
Art. 224 NCPC: modo como se procede a contagem do prazo. 
 
 
 Efeitos do Recurso 
 
a) efeitos impeditivos: impedem o transito em julgado da sentença/decisão. 
 
b) efeitos suspensivos: O efeito suspensivo é a qualidade que têm alguns recursos de impedir que a decisão 
proferida se torne eficaz até que eles sejam examinados. O comando contido na decisão não será cumprido, até a 
decisão no recurso. 
 
c) efeito devolutivo: O efeito devolutivo consiste na aptidão que todo recurso tem de devolver ao conhecimento 
do órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. A profundidade do efeito devolutivo, no que tange aos 
argumentos do autor e do réu a fim de que seja apreciado o recurso, o órgão ad quem pode reapreciar todos os 
fundamentos, ainda que não analisados pelo órgão ad quo. 
 
d) efeito translativo: O efeito translativo é a aptidão que os recursos em geral têm de permitir que o órgão ad 
quem examinar de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que não integrem o objeto do recurso. 
Está presente em todos os recursos no processo civil. 
 
e) efeito regressivo: O efeito regressivo a aptidão de que alguns recursos são dotados de permitir ao órgão a quo 
reconsiderar a decisão proferida, de exercer do juízo de retratação. 
 
 
ANÁLISE PONTUAL SOBRE CADA RECURSO 
 
APELAÇÃO 
 
 Cabimento: 
A apelação é o curso que é cabível contra sentença, e em conformidade com o NCPC em seu art. 1009, caput, 
§1º, também é cabível contra decisões interlocutórias que NÃO estejam sujeitas ao regime de agravo de 
instrumento (art. 1015 NCPC). 
 
Vale ressaltar que a sentença é uma decisão do juiz que resolve o mérito, pode ser resolução com mérito ou sem 
mérito. Art. 485 E 487 NCPC. 
 
 Tempestividade: 
O Prazo para a interposição deste recurso são de 15 dias. 
 
 Forma: 
O art. 1010 do NCPC desdobra todo o conteúdo que deve estar presente na apelação. 
 
 Juízo de admissibilidade: 
Art.1010, §3º NCPC. “Após as formalidades previstas no §1º e §2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo 
juiz, independentemente de juízo de admissibilidade”. Ou seja, não há mais duplo juízo de admissibilidade na 
apelação, como ocorria no CPC/73. 
 
 
6 
 
 Efeitos: 
Interposta a apelação, além do impedimento ao trânsito em julgado da sentença, produzem-se - ordinariamente - 
os efeitos devolutivo e suspensivo (sendo certo que este último, em alguns casos - como se verá adiante -, não se 
produz). Há que se apreciarem, pois, os efeitos da apelação. 
 
Efeito suspensivo: art. 1012 do NCPC 
 
Produz a apelação, em regra, efeito suspensivo. Pelo efeito suspensivo o recurso funciona como condição 
suspensiva da eficácia da decisão, que não pode ser executada até que ocorra o seu julgamento; guarda relação 
direta e única com a aptidão de a decisão recorrida surtir seus efeitos desde logo ou ter a produção de seus efeitos 
adiada para um momento futuro: o do esgotamento in albis do prazo recursal ou, julgado o recurso com efeito 
suspensivo interposto, dado início a um segmento recursal que não tenha efeito suspensivo. 
Este só não se produzirá nos casos expressamente previstos em lei. 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença 
que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. 
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para 
seu exame prevento para julgá-la; 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a 
probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação. 
 
Efeito devolutivo: art. 1013 do NCPC 
 
Em suma, esse efeito está relacionado com o princípio da correlação, ou seja, só há reexame daquilo que 
for devolvido para reapreciação, só daquilo que foi reclamado pela apelação. (§§ 1º e 2º). Entretanto o tribunal 
pode apreciar todos os fundamentos, porém não pode dos pedidos, que não forem devolvidos para reapreciação. 
Ou seja, a extensão do efeito devolutivo determina-se pela extensão da impugnação. O apelante só pode 
impugnar em seu recurso aquilo que foi efetivamente decidido na sentença que o mesmo apelou. O âmbito da 
devolução fica limitado, não se podendo admitir que o tribunal aprecie questões estranhas aos limites do 
julgamento recorrido. 
 
Se a apelação tiver sido total (atacando inteiramente a sentença), toda a matéria nela apreciada será 
devolvida ao tribunal, o que não ocorrerá na mesma extensão nos casos de apelação parcial. 
 
Assim sendo, não se pode inovar na apelação, sendo vedada a arguição de fatos novos (salvo, art. 1.014. 
As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que 
deixou de fazê-lo por motivo de força maior.). Vedação de inovar nas questões de fato que serão apreciadas pelo 
juízo ad quem. Isso não significa, porém, impedimento a que se produza prova em grau de apelação. É que não 
existe preclusão em matéria probatória nas instâncias ordinárias, devendo-se, então, admitir a produção de prova 
nesta fase do processo. 
 
No que concerne à apelação contra sentença definitiva (assim entendida aquela que contém resolução do 
mérito), há que se considerar uma particularidade. 
Sendo o recurso voltado contra uma sentença que acolheu ou rejeitou o pedido do demandante, a apelação 
transfere para o tribunal o conhecimento de todo o mérito da causa. Assim, caberá ao órgão ad quem, em linha 
7 
 
de princípio (porque não se pode afastar a possibilidade de o tribunal proferir decisão terminativa, considerando, 
de ofício, que falta alguma "condição da ação”), julgar também o mérito da causa. 
Significa isto dizer que, se - por exemplo – o juízo a quo, ao proferir sentença de mérito, acolheu a 
arguição de prescrição, rejeitando a pretensão do demandante, o tribunal, ao apreciar a apelação por esteinterposta, poderá - negando a prescrição - passar a apreciar os demais aspectos que compõem o objeto do 
processo. É o que se extrai do conteúdo, art. 1013,§ 1º ‘Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo 
tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde 
que relativas ao capítulo impugnado. ’ 
É de se notar, porém, que não se faz necessário que o juízo a quo tenha se pronunciado sobre todas as 
questões de mérito para que o tribunal também possa fazê-lo. Basta que tais questões pudessem ter sido 
apreciadas. Assim, por exemplo, se o juiz indeferiu a petição inicial sob o fundamento de que teria ocorrido a 
decadência, o tribunal, no julgamento de apelação interposta contra essa sentença, não poderá - ao afastar a 
decadência reconhecida pela sentença recorrida - apreciar as demais questões concernentes ao objeto do 
processo, pela simples razão de que tais questões ainda não poderiam ser apreciadas pelo juízo de primeiro grau. 
Se a decadência, porém, fosse reconhecida pela sentença de primeiro grau após a realização de audiência de 
instrução e julgamento, a apelação permitiria ao tribunal que conhecesse de todos os aspectos do mérito, já que 
todos se encontravam em posição de serem apreciados pelo juízo a quo. 
 
O que pretendo art. 1013, § 3º “Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve 
decidir desde logo o mérito quando: I – reformar sentença fundada no art. 485; II – decretar a nulidade da 
sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;III – constatar a omissão no 
exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV – decretar a nulidade de sentença por falta de 
fundamentação.” é estabelecer que em certos casos em que se tenha proferido sentença terminativa (isto é, 
sentença que não contém a resolução do mérito) poderá o tribunal, ao apreciar a apelação, julgar o objeto do 
processo. Ter-se-á, aqui, uma supressão de instância, excepcionando-se a incidência do princípio do duplo grau de 
jurisdição. É bom lembrar, contudo, que o duplo grau não é uma garantia constitucional, tendo suas bases na 
legislação ordinária. Sendo assim, é perfeitamente possível à própria lei ordinária afastá-lo, como o fez no caso 
que ora se examina. 
 
Tem-se, assim, a aplicação, na íntegra, do que já se denominou em sede doutrinária de teoria da causa 
madura. Pede-se vênia, assim, para transcrever aquela notável lição doutrinária: "Causa madura” é aquela que 
está completamente instruída e pronta para receber a sentença de mérito. Onde e quando se aplica o princípio da 
causa madura? 
Onde - no tribunal, em segunda instância. 
Quando - quando o juiz, por erro in iudicando, em lugar de julgar o mérito, põe fim ao processo por uma sentença 
processual, sobre a ação, julgando, por exemplo, o autor carecedor da ação. Havendo recurso, a segunda 
instância tem dois caminhos a seguir: 
a) cassa a sentença, fazendo baixar os autos, para que o juiz profira sentença de mérito; 
b) pelo princípio da causa madura, reforma a sentença na sua conclusão e profere um julgamento sobre o 
mérito, pela procedência ou improcedência do pedido. 
Dirão que, assim, se suprime uma instância. Não. Não se suprime nenhuma instância, porque na primeira 
instância o feito percorreu todo o seu curso, estando pronto para receber sentença de mérito, sem que o tenha 
feito o juiz, como já se disse acima, por erro in iudicando. O princípio da causa madura apoia-se na regra de que a 
segunda instância pode fazer tudo que o juiz de primeira instância, podendo fazer, não o fez, por erro no 
julgamento. “O princípio da causa madura atende à maravilha o princípio da economia processual.” 
 
É de se observar, neste paragrafo, que permite a reformatio in peius. Isso porque, tendo sido proferida 
sentença terminativa em primeiro grau de jurisdição, e tendo o autor interposto apelação, será possível ao 
tribunal ad quem, julgando desde logo o mérito, pronunciar-se pela improcedência do pedido por ele formulado 
ao ajuizar sua demanda. Esta reformatio in peius é absolutamente legítima, já que o tribunal nada mais estará 
fazendo do que emitir desde logo um pronunciamento sobre o mérito que, depois, seria emitido de qualquer 
modo. Tudo o que se tem aqui é uma aceleração do resultado do processo, já que ao mesmo resultado prático se 
chegaria (embora com menos rapidez) se o tribunal determinasse a baixa dos autos ao juízo de origem para que 
ali se proferisse julgamento sobre o mérito, vindo depois os autos novamente ao tribunal, por força de apelação 
interposta pelo vencido, para que então se pronunciasse sobre o objeto do processo. 
8 
 
 
O demandante deve levar em conta, pois, mais um fator ao resolver se vai ou não recorrer contra a sentença 
terminativa: a probabilidade de o tribunal julgar seu pedido improcedente. Dependendo de como o demandante 
analisar essa probabilidade, pode ser melhor estratégia deixar a sentença terminativa transitar em julgado e, 
posteriormente, demandar novamente. 
 
Assim é que, ao julgar o mérito da apelação, poderá o tribunal apreciar todas as questões examináveis de ofício a 
cujo respeito o órgão a quo não se tenha manifestado, tenham elas sido ou não discutidas pelas partes em 
primeiro grau de jurisdição. 
Da mesma forma, fundando-se o pedido (ou a defesa) em mais de um fundamento, e tendo a sentença 
apreciada apenas um (ou alguns) deles, a apelação permite ao tribunal que conheça dos demais. Pense-se, por 
exemplo, numa demanda de despejo por duplo fundamento (falta de pagamento e infração contratual). Proferida 
a sentença de procedência do pedido pelo primeiro fundamento, e tendo o juiz deixado de apreciar o segundo 
(ou o tendo rejeitado), e interposta apelação pelo demandado, poderá o tribunal, no julgamento do recurso, 
"confirmar” a sentença, julgando procedente o pedido do demandante pelo mesmo fundamento em que se 
baseou a sentença, ou pelo outro fundamento, que não havia sido apreciado (ou que havia sido rejeitado). 
 
 Juízo de Retratação na Apelação 
O juízo de retratação gera o efeito regressivo. 
 O art. 494 NCPC estabelece uma vedação para o juiz quanto à inovação da sentença publicada, ou seja, 
para o novo código, o juiz só poderá modificar sua sentença para corrigir erros materiais ou quando provocado 
via embargo de declaração. Portanto, é possível concluir que a apelação não permitirá a retratação pelo 
magistrado. 
Exceção: 
Art. 331, caput NCPC “Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) 
dias, retratar-se”. 
Art.332, § 3º “Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 05 (cinco) dias”. 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
 Cabimento: É cabível contra decisões interlocutórias (resolve questões incidentais no processo). Aquelas 
previstas no art. 1015 do NCPC e na lei. 
O único recurso cabível contra decisões interlocutórias após a sentença (transitada em julgado) é o agravo de 
instrumento. 
O agravo de instrumento só é admissível quando da decisão interlocutória recorrida puder advir dano 
grave de difícil (ou impossível, diga-se) reparação, ou nos casos de decisão que não recebe a apelação ou que 
declara os efeitos em que esta é recebida. Apenas nestes casos se admite o agravo de instrumento. 
 
 Prazo: 15 dias. 
 
 Requisitos formais: Art. 1016 e 1017. 
“Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de 
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. § 2º 
Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a 
contar da interposição do agravo de instrumento.” 
Conforme art. 1018, § 2º, a parte deverá, dentro do prazo de três dias, “avisar” o juízo de 1° grau sobre o 
recursointerposto no tribunal, desta forma o juiz poderá fazer seu juízo de retratação sobre a decisão 
interlocutória agravada. 
 
 Efeitos: 
 O efeito devolutivo e o efeito suspensivo. Há uma ressalva quanto ao efeito suspensivo, utilizar do recurso do 
agravo de instrumento não suspende o efeito da decisão, o andamento do processo continua, entretanto, temos 
uma exceção a essa regra, contida no artigo 1019, I do NCPC. 
 
9 
 
AGRAVO INTERNO 
 Cabimento: 
Este recurso é cabível contra decisões monocráticas/unilaterais do Relator. Essa decisão pode ser dada em 
sede de recurso ou em causa de competência originaria do Tribunal. É, pois, um recurso cabível somente no 
âmbito dos tribunais, uma vez que ataca decisão monocrática do relator. 
 
 Prazo: o prazo do agravo interno é de 15 dias. 
 
Observação: 
Após as contrarrazões, o relator poderá se retratar. Do contrário, será apreciado pelo órgão colegiado. A 
inadmissibilidade ou negativa de provimento do agravo interno gera imposição de multa de 1% a 5% ao agravado, 
tornando-se o seu recolhimento prévio uma condição de admissibilidade para os demais recursos, com exceção 
aos beneficiários de gratuidade de justiça e Fazenda Pública, que farão o pagamento ao final. 
O artigo 1021, §4º do NCPC (Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo 
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 4º Quando 
o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão 
colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco 
por cento do valor atualizado da causa) visa evitar os recursos procrastinatórios e a ocorrência de litigância de má 
fé. Ex.: art. 85, §11º 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 Cabimento: 
É cabível contra decisões interlocutórias, sentença, acordão (que contenha uma contradição, obscuridade, 
omissão ou erro material). Sua função é esclarecer ou integrar uma decisão. 
Observação: alguns autores entendem que também cabe contra despacho em casos excepcionais. Art. 1001 
NCPC. 
 
 Prazo: 
É recurso interposto em 5 dias, com possibilidade de dobra caso haja litisconsortes com diferentes 
procuradores. 
 
 Efeitos: 
O embargo interrompe o prazo para interposição de outros recursos, então, desta forma, os prazos são 
devolvidos de forma integral. Art. 1065 NCPC. 
 
Efeito devolutivo: Para alguns autores não há esse efeito, uma vez que está devolvendo para o mesmo órgão, já 
no caso de haver esse efeito é quando o recurso vai para outro órgão reexaminar. 
 
Efeito suspensivo: Poderão os embargos de declaração excepcionalmente produzir esse efeito, conforme art. 
1026, §1°. (Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição 
de recurso. § 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou 
relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se 
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.) 
 
 Preparo: 
Não há prepara para este recurso, ou seja, não é necessário pagamento de taxa judicial para interposição 
desse recurso. 
 
 
 
10 
 
 Embargos de declaração com efeitos infringentes: 
Haverá contrarrazões do embargado se existir risco de efeito modificativo. Neste caso, em que o embargo 
tem esse efeito, o juiz abre prazo para as contrarrazões, art. 1023, §2º. 
 
 Embargos de declaração para fins de prequestionamento: 
Se alguma questão suscitada na apelação não tiver sido apreciada e decidida pelo tribunal de apelação, 
devem ser opostos embargos de declaração para que seja suprida a omissão. Caso contrário, essa questão não 
poderá ensejar recurso especial, por falta de prequestionamento. 
É pacífico no STF que não são cabíveis embargos de declaração para suscitar questões que não foram 
previamente levantadas, exatamente porque nesse caso não há omissão a ser sanada. Ou seja, somente devem 
os embargos de declaração versar sobre questões já suscitadas, mas não apreciadas . Por isso é que grande 
parte da doutrina diz que não há a possibilidade de embargos de declaração meramente "prequestionadores". 
Se não há vício a sanar, os embargos são incabíveis, segundo a jurisprudência do STF. 
 
Para acessar os órgãos superiores, é necessário que a matéria a ser discutida esteja prequestionada. Ela precisa 
ter sido debatida nas instâncias ordinárias, estar estampada no acórdão recorrido[1]. 
Nesse particular, se o tribunal se omite sobre importante questão suscitada pela parte, ou deixa de 
apreciar, por exemplo, questão cognoscível de ofício, é imprescindível opor embargos de declaração para 
provocar a manifestação do Tribunal. 
Nesse sentido, o STJ sumulou entendimento de que referidos embargos não tem caráter protelatório, 
antes pretendem viabilizar correto acesso às vias extraordinárias. 
 
 Multa: 
Art.1026: 
§2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, 
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. 
§3° Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre 
o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à 
exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. 
§4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. 
 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
No que tange ao Recurso Ordinário o novo código é mais descritivo quanto a sua aplicabilidade limitando-
o aos casos em que a decisão for denegatória. Interessante notar que no parágrafo único do art. 981, que nas 
causas do inciso II, referentes aos casos de competência de julgamento do STJ, alínea b, nas causas em que forem 
parte Estado Estrangeiro ou organismo internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada 
no Brasil; caberá agravo das decisões interlocutórias. Pode-se observar uma omissão do legislador ao não 
especificar a espécie de agravo, na medida em que o agravo de instrumento tem especificidades legais para 
utilização (já explicadas) e o agravo interno a função de atacar decisão interlocutória do relator. Desse modo 
sendo possível o cabimento de ambos. 
 
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única 
instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos 
Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou 
pessoa residente ou domiciliada no País. 
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido 
ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015. 
§ 2o Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, e 1.029, § 5o. 
11 
 
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e 
ao procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-seas disposições relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do 
Superior Tribunal de Justiça. 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao 
seu presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias, apresentar as 
contrarrazões. 
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal superior, independentemente de juízo 
de admissibilidade. 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
 
 
 STF → 
Art. 102,II CF 
 
 
Mandado de Segurança 
Mandado de Injunção + 
Habeas Data 
 
 
Decisões que ocorreram 
em única instância 
(competência originária) 
+ 
 
 
Decisões proferidas por 
tribunais superiores com 
decisão denegatória (art. 
485 e 487 NCPC) 
 
 
 STJ → 
Art. 105,II CF 
Mandado de Segurança + 
 
 
 
Pessoa domiciliada ou 
residente no país ou X 
município. 
Decidido em única 
instância 
 
 
 
Contra estado estrangeiro 
ou organismo internacional 
De TRF/TJ com decisão 
denegatória. 
 
 
 
- 
 
 
 
 
RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
Os Recursos Especiais e Extraordinários objetivam o conhecimento de questões de direito pelo STJ e pelo 
STF, respectivamente. Busca-se a correta interpretação do direito objetivo, não se admitindo reanalise de 
questões de fato e reexame do conjunto probatório. (Súmula 7 STJ e Súmula 279 STF). 
Importante destacar que o recurso ordinário, embora dirigido ao STJ nos casos do artigo 105, II da CF ou 
para STF nas hipóteses do art. 102, II CF, admite reanalise de circunstancias fáticas, discutidas no caso concreto. 
 
 Recurso Especial 
Cabível nas causas decididas em única ou última instância oriundas de TRF ou TJ, art. 105, III CF. 
O RO leva a apreciação de determinadas causas para o STJ. Neste caso há uma analise da correta 
interpretação da lei ou o alcance de determinado dispositivo, e não dos fatos. 
 
 Recurso Extraordinário 
Cabível nas causas decididas em única ou ultima instancia que necessitam de analise da interpretação da 
constituição, artigo 102, III CF. 
 
Observação importante: Quanto à exceção: 
➢ Juizado Especial 
Quando violar lei e a constituição, e o recurso for decidido por turma recursal, cabe apenas o Recurso 
Extraordinário. 
S. 203 STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados 
especiais. 
 
 
12 
 
 Prazo: 15 dias, art. 1003 CPC/15. 
 
 Requisitos formais: art. 1029, CPC/15 (§2° revogado). 
 
 Juízo de Admissibilidade: 
Haverá o juízo de admissibilidade nos tribunais, juízo este que será feito na origem, ou seja, onde corre o 
processo (TRF/TJ), somente no caso de Recurso Especial e Recurso Extraordinário. 
 
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar 
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do 
tribunal recorrido, que deverá: 
I – negar seguimento: 
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha 
reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em 
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; 
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com 
entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de 
julgamento de recursos repetitivos; 
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do 
entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de 
repercussão geral ou de recursos repetitivos; 
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional; 
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 
6º do art. 1.036; 
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior 
Tribunal de Justiça, desde que: 
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos 
repetitivos; 
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou 
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. 
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos 
termos do art. 1.042. § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do 
art. 1.021. 
 
 Interposição simultânea. 
Deverá haver a entrega dos recursos dentro do prazo de 15 dias, de forma simultânea. 
 
Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão 
remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. 
§ 1o Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para 
apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado. 
§ 2o Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, 
sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar a 
prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso especial. 
 
 Efeitos 
Em regra esses recurso tem efeito devolutivo, ou seja, ele devolve toda matéria para reexame em instância 
superior, para que sentença seja anulada, reformada, ou, também, mantida. Porém os efeitos dessa sentença 
continuam vigentes. 
Há uma exceção, casos em que esses recursos podem gerar efeito suspensivo, ou seja, ocorre que a sentença 
proferida não pode ser executada, pois o recurso “suspende” os efeitos da mesma, até que o recurso seja julgado. 
13 
 
Art. 1029 - § 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial 
poderá ser formulado por requerimento dirigido: 
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do 
recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; 
II - ao relator, se já distribuído o recurso; 
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a 
interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter 
sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. 
 
 Recurso Especial baseado em dissidio jurisprudencial 
CPC/2015 
Art. 1029 - § 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência 
com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia 
eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível 
na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar 
as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. 
 
CF 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais RegionaisFederais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: ... 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
 
 Repercussão Geral – Só no Recurso Extraordinário 
 
Causas que ultrapassem limites subjetivos, ou seja, decisões que interfere/interessa a coletividade, não somente 
ao autor e ao réu, podendo abranger reflexos nos aspectos econômicos, políticos, social e jurídico. 
 
Observação: O art. 102, §3 da CF estabelece a exigência da demonstração da repercussão geral como requisito de 
admissibilidade. A recusa deverá ser tomada por 2/3 dos ministros do STF, através de decisão irrecorrível. De 
acordo com art. 1035, §1º haverá repercussão geral sempre que a questão debatida ultrapassar os limites 
subjetivos apresentando uma relevância de ponto de vista econômico, social, político e jurídico. 
 
Observação: 
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do 
recurso. 
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido 
reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos 
 
 Recursos Repetitivos – art. 1036 ao 1042 NCPC 
 
O CPC/2015 regulamenta o procedimento a ser observado para os recursos repetitivos. Tal mecanismo será 
aplicado sempre que existir uma multiplicidade de recursos, Recurso Especial e Recurso Extraordinário, versando 
sobre a mesma questão de direito, material ou processual. Neste caso, teremos a afetação do julgamento dos 
recursos exemplares, ou seja, o presidente ou vice presidente escolherá pelo menos dois recursos representativos 
da controvérsia, determinando o sobrestamento dos demais processos. 
No procedimento de julgamento de recursos repetitivos o tribunal superior poderá autorizar o ingresso do 
amicus curae, bem como, realizar audiências públicas, conforme art. 1038 NCPC. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
Aula 22.03.2016 
 
Recurso Especial e Recurso Extraordinário Repetitivos – art. 1036 a 1041 NCPC 
 
Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em 
idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, 
observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça. 
 
O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas tem o claro objetivo de atender às demandas da 
sociedade de massas. Deve-se dar-lhe ampla divulgação, de sorte que seja abrangido pela decisão o maior 
número de causas, cuja tramitação deverá ser suspensa no âmbito da competência territorial do Tribunal a quem 
couber a apreciação. 
A decisão proferida no incidente possui efeito vinculante em relação aos órgãos de jurisdição 
subordinados ao tribunal que decidiu a matéria, tanto no atinente aos processos em curso e que estejam 
sobrestados, quanto em relação aos casos futuros que versem idêntica questão de direito. 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: Sobrestamento: Trata-se de suspensão temporária do processo ou de ato jurídico. É a paralisação do curso 
do processo, deixando de dar andamento ao mesmo em virtude da existência de alguma questão prejudicial. 
 
Tanto no âmbito interno dos órgãos colegiados, quanto na verticalidade da jurisdição nacional, deve 
haver vinculação dos membros do Judiciário, a propiciar ao cidadão maior previsibilidade sobre o que será 
decidido, em homenagem maior aos princípios da isonomia, da duração razoável do processo e da segurança 
jurídica (aí incluída a proteção da confiança), apanágio do Estado Democrático de Direito. 
 
 
Agravo de Instrumento em Recurso Especial e Recurso Extraordinário – Art. 1042 NCPC 
 
 Cabimento: 
É cabível o agravo de instrumento quando o TJ ou o TRF inadmitiu o Recurso Especial ou Recurso Extraordinário. 
 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir 
recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em 
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 
 
Se houver interposição simultânea dos Recursos RE e Resp e ambos forem inadmitidos deve-se agravar cada um 
dos recursos, em peças de agravo de instrumento separadas. 
 
 
Embargos de Divergência – Art. 1043 e 1044 NCPC 
 
 Cabimento: 
Este recurso é cabível apenas em caso de se tratar de decisões dos Tribunais Superiores – STJ e STF. Ou seja, 
este recurso é cabível quando estiver ocorrendo divergência dentro do mesmo tribunal em que os órgãos 
fracionários estejam decidindo de maneira diferente. 
“Mesmo tribunal” = Ex.: órgãos somente do STJ. 
 
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: 
Multiplicidade 
de RE e Resp 
Identidade de 
Questões de 
direito material 
ou processual 
Causas 
Piloto 
Sobrestamento Remessa 
ao STF/STJ 
Julgamento Firma-se 
uma tese 
Padronização 
Decisória 
15 
 
I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo 
tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; 
II - (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) 
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo 
tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia; 
IV (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) 
§ 1o Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência 
originária. 
§ 2o A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito 
material ou do direito processual. 
§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão 
embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros. 
§ 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de 
jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado 
disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam 
ou assemelham os casos confrontados. 
§ 5o (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) 
Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento 
interno do respectivo tribunal superior. 
§ 1o A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição 
de recurso extraordinário por qualquer das partes. 
§ 2o Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso 
extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência será processado 
e julgado independentemente de ratificação. 
 
Ordem de Processos nos Tribunais – Art. 929 a 946 NCPC 
 
1º Distribuição para os órgãos fracionários. 
2º Distribuição para definir relator. 
3º Designação da sessão de julgamento. 
4º Sessão de Julgamento: leitura de relatório, sustentação oral, tomada de votos, anuncio do resultado. 
5º Confecção do Acordão. 
 
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, 
o sorteio eletrônico e a publicidade. 
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso 
subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. 
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias,depois de 
elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria. 
Art. 932. Incumbe ao relator: I -; II -; III -; IV - : a); b), c); V -: a), b), c); VI; VII; VIII; Parágrafo único. 
... 
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, 
em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial. 
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 
(cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo 
julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. 
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento. 
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento. 
... 
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o 
acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor. 
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já 
proferido por juiz afastado ou substituído. 
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo 
voto de 3 (três) juízes. 
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os 
fins legais, inclusive de pré-questionamento. 
16 
 
 
Aula – 29. 03. 2016 
 
 
INCIDENCIA DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – art. 948 ao 950 NCPC. 
 
O NCPC regulamenta o incidente de arguição de inconstitucionalidade a ser observado no controle difuso 
(Define-se como um poder-dever de todo e qualquer órgão do poder judiciário, a ser exercido no caso concreto 
em qualquer grau de jurisdição ou instância. Inter Partes, ou seja o controle difuso só produz efeito entre as 
partes do processo (autor e réu). O STF pode ampliar o efeito inter partes para erga omnes (válido para todos em 
todo Brasil), sendo que para isto é necessário que a decisão seja enviada ao Senado, que irá, através de ato 
discricionário, suspender a execução da lei). De acordo com a legislação referida o órgão fracionário após verificar 
esse incidente suscitada por qualquer das partes, deverá submeter a questão ao plenário do Tribunal. 
De acordo com art. 97 da CF, somente o plenário do tribunal poderá reconhecer a inconstitucionalidade 
de lei, clausula de reserva do plenário. De acordo com a doutrina, ocorrerá no caso um cisão funcional de 
competência, ou seja, caberá ao pleno o julgamento da questão constitucional enquanto que o órgão fracionário 
será competente para julgar a questão principal. 
Vale destacar, contudo, se a questão já estiver sido decidida anteriormente pelo próprio tribunal ou pelo 
STF, em caso anterior, não será observado o procedimento pelo órgão fracionário. Art. 949, p.ú. NCPC. 
 
Quem pode participar: 
- Pessoa Jurídica de Direito Público 
- Art. 103 CF 
- Amicus curiae 
 
▪ Obs.: esse incidente é interposto dentro da própria peça do recurso. 
 
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA – art. 947 NCPC 
 
Na esteira da ideia de padronização decisória, o NCPC prevê no art. 947 a observância do incidente de 
assunção de incompetência. Terá lugar sempre que uma causa chegar ao tribunal por meio de recurso, remessa 
necessária ou competência originária, apresentando relevante questão de direito inédita (licença morte animal). 
É importante observar que a adoção do incidente exigirá uma repercussão social capaz de gerar, 
potencialmente, futuro processos versando sobre a mesma matéria. 
 
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de 
processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem 
repetição em múltiplos processos. 
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, 
do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de 
competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar. 
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se 
reconhecer interesse público na assunção de competência. 
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se 
houver revisão de tese. 
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja 
conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal. 
 
 
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – art. 976 ao 987 NCPC 
IRDR 
 
O IRDR será cabível sempre que existirem demandas repetidas, tramitando simultaneamente e versando 
sobre a mesma questão de direito, material ou processual. De acordo com art. 976, II NCPC, a medida objetiva 
preservar a ideia de segurança jurídica. Trata-se de outro instituto com o escopo/objetivo de promover uma 
17 
 
padronização decisória. Difere da assunção de competência, pois nesta, parte-se de um ineditismo da questão 
controvertida. 
Quando o incidente é instaurado o relator pede suspensão dos processos idênticos naquele tribunal, 
dentro dos limites de competência do tribunal, mas também poderá requerer suspensão em todo o território 
nacional, ao STF quando for questão constitucional e ao STJ quando for questão de lei federal. (Art. 982, p. 3º II e 
III). 
 Ademais, o IRDR permite participação de amicus curiea e poderá ser realizada audiência pública. (Art. 983 
NCPC).
 
AV2 
 
Aula 03/05/2016 
 
PRECEDENTES 
 
 Conceito: Consiste na tese jurídica firmada em razão do julgamento de casos concretos em que o núcleo 
essencial (ratio decidendi) servirá de parâmetro decisório para casos presentes e futuros. 
Importante destacar que o precedente deverá ser aplicado em consonância com o feito posterior. Ou seja, é preciso 
um encaixe perfeito entre o precedente para com o caso concreto reivindicante. 
 
Ratio decidendi 
Para a teoria do precedente, a ratio decidendi é a porção de um julgado, extraída do caso concreto, que 
vincula os demais órgãos judiciais. É justamente a norma que se extrai de um julgado e que governará casos 
semelhantes. A sua definição pressupõe a plena compreensão dos fatos juridicamente relevantes para a causa, da 
questão de direito que eles colocam, bem como o exame dos fundamentos utilizados pelo tribunal para decidir o 
caso concreto. 
A partir desses elementos, produz-se uma descrição dos motivos que determinaram a decisão do tribunal 
naquele caso. É justamente esta descrição que vinculará o julgamento de casos futuros. A ratio decidendi 
corresponde, portanto, à questão de direito que foi enfrentada como uma premissa necessária a alcançar o 
dispositivo do julgamento. Este – e somente este – é o conteúdo que vinculará os casos futuros. 
 
 Aplicação da Distinção 
 
Uma vez proferida uma decisão e, portanto, uma vez gerado um precedente vinculante, compete aos juízos 
vinculados interpretá-lo e aplicá-lo aos novos casos semelhantes – desde que sejam efetivamente semelhantes. 
Assim, caberá aos juízos vinculados produzir a primeira interpretação do precedente gerado pela corte vinculante 
(de sua ratio decidendi), bem como confrontar a causa que gerou o precedente com a nova ação que têm em mãos, 
para aferir se constituem casos idênticos ou não. 
Com esse objetivo, as instâncias vinculadas identificarão os fatos relevantes de cada caso, as questões jurídicas 
que suscitam e os fundamentos utilizados para decidir a primeira causa. E avaliarão se tais fundamentos são 
suficientes para solucionar a nova causa. Quando os fatos juridicamente relevantessão diferentes e impõem a 
apreciação de uma questão de direito diversa, o precedente não se aplica. Trata-se de caso de distinção. 
Imagine-se, por exemplo, que o STF tenha declarado a constitucionalidade de uma norma que veda o 
deferimento de antecipação de tutela contra a Fazenda Pública para o pagamento de vantagens a servidores e 
pensionistas; e que a decisão da corte tenha formado um precedente normativo no sentido de que “a vedação de 
antecipação de tutela contra a Fazenda Pública para pagamento de valores a servidores e pensionistas não viola o 
direito de acesso ao Judiciário, uma vez que tais parcelas, por serem alimentares, são irrepetíveis e poderão ser 
percebidas após o julgamento do mérito da ação”. 
Imagine-se, contudo, que um novo caso trazido à apreciação da primeira instância coloca, de um lado, a Fazenda 
Pública e, de outro, um paciente terminal que precisa do valor para tratar da sua saúde e que não viverá para ver o 
julgamento de mérito da ação. O precedente anterior vincula a decisão do juiz de primeiro grau? Não. O fato 
“paciente terminal” não se encontrava presente no primeiro caso. Este fato é juridicamente relevante na nova ação 
porque recusar o deferimento de antecipação de tutela na última hipótese significaria recusar, em absoluto, o 
acesso desta pessoa ao Judiciário. 
18 
 
Quando fatos diferentes colocam questões de direito distintas, o precedente normativo não governa a solução 
do novo caso, cabendo, todavia, ao magistrado de primeiro grau o ônus de demonstrar que a aplicação não é cabível 
e por que. 
 
Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do caput do art. 
1.036, proferirá decisão de afetação, na qual: [...] 
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou 
extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo. 
 
Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e publicidade, por 
meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça. [...] 
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da repercussão geral em recurso extraordinário. 
 
 
 Overrruling – SUPERAÇÃO 
 
É uma técnica através da qual supera-se um precedente, ou seja, corresponde à revogação do entendimento 
paradigmático consubstanciado no precedente. 
Através dessa técnica (overruling) o precedente é revogado, superado, em razão da modificação dos valores 
sociais, dos conceitos jurídicos, da tecnologia ou mesmo em virtude de erro gerador de instabilidade em sua 
aplicação. Além de revogar o precedente, o órgão julgador terá que construir uma nova posição jurídica para aquele 
contexto, a fim de que as situações geradas pela ausência ou insuficiência da norma não se repitam. 
Assim, pelo menos no Brasil, se há revogação de um precedente e a construção de uma nova tese jurídica, esta 
passará a reger as relações ocorridas antes da decisão revogadora, mas que ainda estejam sujeitas ao crivo judicial, 
ou seja, que ainda não tenham sido acobertadas pela coisa julgada. É o que se denomina de retroatividade plena. 
 
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos 
legitimados mencionados no art. 977, inciso III. 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: [...] 
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida 
de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. 
 
 
RECLAMAÇÃO 
 
 Conceito: 
Trata-se de uma ação, portanto não é um recurso, cabível para a preservação da autoridade das decisões de um 
tribunal proferida em controle de constitucionalidade ou através dos mecanismos de formação de precedentes. 
(Mecanismos para fixar precedentes: IRDR, RE e Resp repetitivos, Assunção de Competência, Súmulas, Repercussão 
Geral). Possibilita, portanto, a preservação da autoridade de um tribunal com a criação de um precedente. 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: 
I - preservar a competência do tribunal; 
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; 
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
incidente de assunção de competência; 
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja 
competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. 
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal. 
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível. 
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela 
correspondam. 
§ 5º É inadmissível a reclamação: 
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; 
19 
 
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de 
acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias 
ordinárias. 
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a 
reclamação. 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: 
I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) 
dias; 
II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável; 
III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua 
contestação. 
Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante. 
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias, após o 
decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado. 
Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida 
adequada à solução da controvérsia. 
Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. 
 
 Competência: 
Compete ao Tribunal que teve o precedente violado, ou seja, aquele que teve sua autoridade/decisão afrontada. 
Art. 988 CPC/15. 
 
 Legitimidade: 
São legítimos para arguir essa ação o interessado e o Ministério Público. Art. 990 e 988, caput. 
 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
“Recapitulando: 
 
 
Tutela: Conhecimento: Confere reconhecimento de um direito. 
 
 Execução: Confere ao autor a satisfação de um direito que já está reconhecido em 
 Um título executivo (que pode ser judicial ou extrajudicial – art. 515 e 784). 
 
 Ação Monitória: será estudada depois. 
 
A ação de conhecimento poderá ser feita através da Justiça Comum/Residual ou Justiça Especial sendo certo de que 
cada matéria do caso concreto determinará o procedimento a ser adotado. Em tese caberá à Justiça Especial devido 
as leis especificas, o que não tiver em lei especifica será Justiça Comum. 
 
” 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
 Cabimento: 
É cabível para que o devedor possa obter a extinção da obrigação pela consignação, em juízo, da prestação 
devida. Será possível seu ajuizamento emcasos como divergência no valor devido, desconhecimento de qualidade 
do credor ou da mora do credor (mora accipiendi). 
20 
 
 Desjudicialização da Consignação em pagamento 
Uma figura processual no sentido da desjudicialização pode ser verificada na viabilização do depósito 
extrajudicial, inscrito no art. 539 NCPC para a ação de consignação em pagamento, e visa imprimir efetividade e 
celeridade nas soluções dos conflitos. Cumpre salientar que o deposito extrajudicial não é obrigatório, tendo em 
vista o livre acesso à justiça. 
 
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia 
ou da coisa devida. 
§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, 
situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias 
para a manifestação de recusa. 
§ 2o Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o 
devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. 
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a 
ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa. 
§ 4o Não proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante. 
 
 Legitimidade: 
Autor – Devedor ou terceiro 
Réu – Credor 
 
 Competência: 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os 
riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
 
Cabe ao lugar do pagamento, aquele que estiver no contrato. Se o contrato não especificar o lugar do 
pagamento, este será no domicilio do devedor. Art. 327 CC. 
 
 Prestações Sucessivas: 
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo 
processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do 
respectivo vencimento. 
 
 
 Procedimento: 
5 dias 
 
 
 
 Se a sentença for procedente: terá natureza declaratória – declara que foi extinta a obrigação. 
 Se a sentença for improcedente: quando o valor depositado for insuficiente deverá o juiz especificar o valor 
faltante. 
 Em regra, não pode o réu usar da sentença improcedente nessa ação deverá entrar com ação de 
conhecimento para obter a satisfação do crédito ou poderá entrar com uma reconvenção. 
 ENTRETANTO, conforme art. 545, §2º, na consignação em pagamento é possível valer-se de título executivo 
através da ação de execução. Fica evidente neste contexto que a ação de consignação em pagamento tem natureza 
dúplice. 
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se: [...] 
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e 
valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, 
se necessária. 
 
 
Petição 
Inicial 
Defere o 
deposito 
+ Cite-se 
Deposito Citação Contestação Provas Sentença 
21 
 
 Observação: LEI 8245/91 – CONTRATO DE LOCAÇÃO. 
1. A respeito da competência: Nas ações de consignação em pagamento decorrentes de relação locatícia a 
competência será do foro da situação da coisa ou o de eleição – art. 58, II da lei 8245/91. 
2. Prazo para o deposito inicial será de 24 horas, art. 67, II da lei. (Diferente da consignação que o prazo são de 5 
dias). 
3. Alegada a insuficiência do depósito na contestação, poderá o Autor complementar o depósito no prazo de 5 
dias, desde que acrescido de 10% sobre o valor – art. 67, VII da lei. 
 
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS 
 Cabimento: 
É cabível para aquele que é titular pleitear a prestação de contas em face daquele que tem o dever de 
presta-las em situações como a do inventariante, do administrador, do sindico, do curador, etc. 
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial. 
 E nesta própria ação pode-se requer esse valor. 
 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS – Art. 554 a 568 NCPC 
 Cabimento 
Trata-se de ação cabível para a defesa do legítimo exercício dos poderes de fato sobre a coisa a ser proposta 
pelo possuidor diante de um esbulho, turbação ou risco de uma lesão. 
 
 Espécies: 
1º Ação de reintegração de posse: Esbulho. 
2º Ação de Manutenção de posse: Turbação. 
3º Ação de interdito proibitório: risco de esbulho ou turbação. 
 Natureza: Ação fundada em direito real – art. 1196 do CC. 
 
 Aspectos processuais: 
 
A. Princípio da fungibilidade: O artigo 554 do NCPC prevê a aplicação do Princípio da fungibilidade em sede de 
ação possessória. Trata-se de medida que flexibiliza a ideia de congruência, isto é, a necessidade de 
adstrição do juiz ao pedido formulado pelo autor. Trata-se de medida de caráter excepcional que autoriza o 
juiz a conceder a medida adequada ao caso concreto ainda que diverso o pedido do demandante. 
 
B. Natureza Dúplice: Caso semelhante à consignação em pagamento. O juiz verificando que quem 
esbulhou/turbou foi o autor, poderá dar indenização em favor do réu, extraindo o réu algo positivo no 
processo. Numa mesma ação de natureza dúplice. 
 Seu caráter dúplice, consistente em que as posições de autor e réu podem se alternar, sendo lícita a outorga 
da tutela jurisdicional a qualquer das partes, independentemente do pólo que, inicialmente, tenham assumido. O 
réu pode, na contestação, alegar que foi ofendida a sua posse e, por seu turno, requerer tutela possessória que 
garanta a sua posse, que está, quiçá, sendo turbada ou esbulhada pelo autor da ação. 
“a ação dúplice se caracteriza quando as posições de autor e réu no processo se confundem, sendo que, por esta 
razão, não poderá o réu deduzir reconvenção. Isto porque, em sua contestação, deduzida na ação possessória, 
poderá ele pedir a proteção possessória e indenização por perdas e danos (CPC 922).” 
C. Legitimidade: autor: possuidor e réu: esbulhador/turbador 
22 
 
 
D. Competência: Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. 
 
Exceção: Art. 47 §2° A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem 
competência absoluta. 
A inobservância do critério territorial gera nulidade absoluta, mas há exceção quanto a este artigo em seu §2°. 
 
Observação: pode ser proposta no JEC, bem imóvel, conforme art. 3°, IV da lei 9.099/05. 
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor 
complexidade, assim consideradas: 
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo. 
 
E. Procedimento: 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo 
quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter 
possessório. 
 O que define o procedimento a ser adotado é o tempo que o autor demora em ajuizar a ação. 
Tutela de conhecimento: Comum: depois de 1 ano 
 Especial: 1 ano de 1 dia – chamada de ação de força nova. 
 
Observação: O art. 558 do CPC prevê que as ações possessórias de força nova (proposta em um ano de um

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